Uma nota antes de dar início ao capítulo: Eu sei que a música tema desta fic é "Anybody seen my baby?", mas eu escrevi este capítulo enquanto ouvia a trilha nacional de "Belíssima" e as cenas que se seguem fora todas inspiradas em uma música do CD. É tão linda que não tive como não colocar aqui...
E neste capítulo há também uma homenagem a uma querida amiga, excelente escritora de fics... Dama 9! Leiam as notas finais e saberão mais sobre essa danada...
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Capítulo VII
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-Bom dia, Mu! – cumprimentou Aioros, abrindo o seu melhor sorriso para o ariano, ao entrar na arena para treinar no dia seguinte.
-Será que eu posso saber que bicho te mordeu hoje, Aioros?
-Só pode ser bicho fêmea, Mu... – comentou Miro, tomando posições junto com Kamus.
-Mais respeito ao falar da minha amiga Claire, seu inseto!
O grito de Shura, que vinha acompanhado de Máscara da Morte, chamou a atenção de meio mundo, deixando o sagitariano mais vermelho que um pimentão.
-Então você finalmente tomou uma atitude, Aioros?
-Não enche, Mu.
-Tomou sim, Mu... E tão certa que nosso careta de plantão tem um encontro esta noite!
-Um encontro? Não acredito, é muito para minha cabeça!
Aioros ficou roxo de raiva do deboche de Miro, mas estava mais nervoso era com Shura. Como o capricorniano ficou sabendo de tudo?
-Eu já não disse que neste Santuário as notícias se teletransportam?
-Eu mato aquele peste do Kiki!
Aioros já ia sair correndo da arena, mas foi segurado pela gola da camiseta por Aioria, que chegava trazendo o pequeno Alekssandro no colo.
-Deixe o moleque em paz, Aioros! Ele não tem culpa se a notícia do século chegou aos ouvidos dele...
-Tio... Cla... Hááá!
-Tá vendo? Até o seu sobrinho ficou feliz com o seu encontro!
Pronto, tinha que ser o pestinha para acabar com sua raiva. Bagunçando os cabelos castanhos de Alekssandro com uma das mãos, Aioros desanuviou um pouco e resolveu iniciar o treino.
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O restaurante estava lotado, mas Claire parecia não se dar conta disso. Vira e mexe fixava quieta pelos cantos, a cabeça longe. Ás vezes sorria para si mesma, outras, suspirava tristemente.
-Está assim por causa do encontro com o cavaleiro? – perguntou o gerente, ajudando-a com os pedidos de um grupo grande de amigos.
-Será que fiz bem em aceitar o convite, Fred?
-É claro que sim, Claire! Puxa, pela primeira vez você está fazendo algo por si mesma! Mas...
-Mas o quê?
-Pretende contar tudo a ele?
-Não sei, Fred... Não sei...
Com um ar de quem não sabia muito o quer fazer, Claire foi atender uma outra mesa. E não viu quando um homem acompanhado de outros dois vestidos de preto entrou pelo restaurante.
-Bom dia, senhor Willhem... Sua mesa está montada nos fundos, como sempre.
Agradecendo ao maitrê, Willhem tomou seu lugar, afastado de todos e escondido de possíveis curiosos. Sempre fazia isso uma vez por semana, apenas para não deixar de vê-la.
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Fazia pelo menos duas horas que ele estava ali, parado em frente ao seu armário de roupas. Olhava, procurava e nada!
-Mas que droga, eu não tenho roupa! – decretou, jogando-se na cama completamente desolado.
-Eu esperaria ouvir algo assim de uma mulher, mas de você, Aioros? Surreal...
-Cala a boca, Shura e vê se me dá uma ajuda, vai...
Rindo, o capricorniano entrou pelo quarto e passou a vasculhar o armário do amigo.
-Se está com tanta dúvida, melhor optar pelo básico e infalível... Toma, coloca essa calça preta e estes sapatos... E deixe-me ver, camisa branca... Não, preta! Black total, o que acha? A mulherada adora!
-Eu não estou interessado na opinião da mulherada... Não me chamo Miro de Escorpião!
-Mas quer impressionar uma mulher em especial e esse visual é infalível. Veste logo e não enrola, senão você se atrasa!
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-Se o Aioros não é seu namorado, vai ser depois de ter ver assim, mãe! – disse Daniel, todo feliz ao ver Claire arrumada para sair.
Não era nada demais, mas mesmo assim fazia diferença. Uma saia preta, mais soltinha que lhe caía pelos joelhos, uma sandália de salto preta e de tiras finas. A blusa verde que comprara na loja onde sua amiga Tâmara trabalhava, brincos de esmeraldas e uma correntinha de prata com um pingente da mesma pedra. E os cabelos, sempre presos por conta do trabalho no restaurante, estavam soltos por suas costas, muito bem escovados.
-Desse jeito eu fico com ciúmes! – comentou Richard, sentado no sofá já pronto para o trabalho.
Claire ficou sem jeito com o comentário do amigo. A verdade era que há muito não se produzia para sair com alguém, estava meio sem saber o que fazer.
-Deixa disso, Richard! Não vê como a Claire fica envergonhada com isso!
-Eu sei, Tâmara, por isso fiz o comentário... Bom, eu vou nessa. Divirta-se, Claire e... – o rapaz franziu o cenho, muito sério – Tome cuidado.
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Sete e meia. Ficou tanto tempo dando ouvidos aos conselhos sem sentido de Shura que agora estava atrasado! Droga!
Passou voando por todas as casas, nem ouviu Aioria tentando lhe desejar boa sorte, quase atropelou Máscara da Morte e conseguiu o feito em Áries, deixando o pobre Kiki estatelado no chão. Uma vingança tardia e sem intenção...
-Espere, Aioros! – gritou Mu, antes que o cavaleiro retomasse a corrida na saída de sua casa.
-O que foi, Mu? Caramba, eu tô atrasado!
-Eu sei disso, mas não posso deixar você sair assim, de mãos abanando... Primeiro encontro e não vai levar nada para a Claire?
Aioros levou as mãos à cabeça, preocupado. Droga, como poderia ter se esquecido do presente? E agora, onde encontraria uma loja ou floricultura aberta àquela hora?
-A sua sorte, meu caro, é que eu te conheço muito bem e sei que iria se esquecer. Tome, leve estas rosas para a Claire. E não se esqueça de agradecer ao Afrodite depois!
Um lindo arranjo com três belas rosas vermelhas, arrematadas por um laço de fita, apareceu nas mãos de Mu, que o entregou ao sagitariano. Aioros agradeceu e retomou sua corrida.
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Oito horas em ponto! Que maravilhas a velocidade da luz podia fazer por nossas vidas! Pensando assim, Aioros estava parado à porta do prédio de Claire, visivelmente ansioso. Olhava toda hora para dentro do hall, esticava o pescoço para a rua e o táxi que pediu para que o esperasse. Que demora!
-Olá, Aioros...
Ao ouvir a voz da jovem, o cavaleiro virou-se para a entrada e não teve com esconder um sorriso de satisfação. Como estava linda!
-Olá, Claire... São para você. – ele disse, estendendo-lhe as rosas. Claire sorriu e agradeceu ao presente.
-São lindas! Obrigada, Aioros.
-Você... Você é que está linda esta noite, Claire.
A jovem corou com o comentário e baixou os olhos. Cavalheiro, Aioros abriu a porta do táxi e ajudou-a a entrar e se ajeitar no banco.
-Para o destino combinado, motorista.
-Aonde vamos?
-Um lugar especial que eu sei que vai gostar.
Em pouco tempo, chegavam ao destino, descrito em uma placa logo na entrada.
-Toca do Baco (1)? Eu sempre quis conhecer este lugar!
-Ponto extra para mim, então... Vamos?
Assim que adentraram o salão, foram recebidos por um sujeito de largo sorriso e cabelos vermelhos, animadíssimo.
-Aioros, meu caro amigo! Então esta é a sua garota, não?
-Esta é a Claire, Dionísio... Claire, este é o dono da Toca, o melhor anfitrião que Atenas poderia ter.
-Muito prazer, Dionísio.
Galante, o homem cumprimentou-a com um beijo em sua delicada mão e então levou o casal até o terraço, onde uma linda mesa enfeitada com velas os esperava.
-Fiquem à vontade que logo lhes trarei o nosso melhor vinho... E por conta da casa!
Dionísio saiu, não sem antes lançar um olhar cúmplice ao cavaleiro. Claire, maravilhada com o lugar e a vista do terraço, parecia encantada com a situação que estava vivendo.
O vinho logo chegou, o jantar especial que Aioros já tinha pedido de antemão também. Tudo estava delicioso e o ambiente, o mais acolhedor possível. Era como se o tempo pudesse parar e os momentos vividos ali ficassem eternamente gravados nas areias do tempo.
Esperto, Dionísio de vez em quando subia discretamente ao terraço para observar o casal, entre risos e conversas. Mas faltava algo ali, naquele momento. Sorrindo para si mesmo, desceu ao balcão e tratou de dar uma procurada entre seus CDs o que precisava.
A melodia suave e a voz aveludada do cantor encheram o ar, tornando ainda mais mágica a noite.
Porque a beleza te escolheu
Para se representar
O mundo pode ser seu
Você só deve ser ou estar
-A melodia é muito bonita, mas a letra... É uma música estrangeira?
-Sim... Esse seu amigo deve ser adivinho, Aioros! Eu amo Ney Matogrosso, essa música é linda demais!
-Ney Matogrosso?
-Um cantor brasileiro...
Claire fechou os olhos, acompanhando a letra, cantando com sua voz suave e perfeita. Foi então que sentiu a presença de alguém ao seu lado, de pé junto à mesa.
-Eu não sou muito bom dançarino... Mas, mesmo assim, me concederia a honra?
Porque o belo te elegeu
Para se mostrar
O mundo quer te pertencer
É só você querer ou desprezar
Aceitando a mão que o cavaleiro lhe estendia, Claire levantou-se da cadeira e sentiu sua cintura ser enlaçada suavemente por ele. Pequena, ela encostou sua cabeça no peito de Aioros, que apoiou seu queixo nos cabelos macios e perfumados.
Baunilha. Que doce perfume, inebriante e, estranhamente, seu conhecido. Mas isso não importava. Tê-la ali, tão próxima e entregue, era algo maravilhoso e muito desejado por ele...
Comigo não, belíssima
Com truques não, belíssima
A lua brilhou com mais intensidade no céu de Atenas, banhando com seus raios o jovem casal. De olhos fechados, juntinhos, não perceberam que já não dançavam mais, apenas curtiam o calor que emanava do corpo um do outro.
Aioros suspirou. Ter Claire em seus braços e não fazer absolutamente nada era um grande desperdício. Acariciou-lhe os cabelos demoradamente, a jovem sentiu um arrepio em sua nuca quando a mão do cavaleiro deslizou por ela.
Levantou o rosto para encará-lo e encontrou o belo para de olhos verdes a fitá-la. Sorriu, tímida e encantadoramente.
Fechando os olhos, Aioros puxou o queixo de Claire para cima e a beijou, ternamente. Um toque suave, sossegado, sem pressa... Ela, então, entreabriu os lábios para que ele pudesse continuar e aprofundar a carícia, estava tão bom...
Comigo nada menos
Do que você deixou entrever
Por trás do aço do reflexo
Que te faz embevecida...
Com a sensação do dever cumprido, Dionísio deixou de vez o terraço e voltou ao balcão da Toca. Agora sim, não faltava mais nada para coroar com honras aquela noite tão perfeita...
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Beijo, beijo, beijo! Tá aqui o tão esperado beijo, Juli Chan! Eu amo escrever cenas de beijo, são sempre tão fofas... A música tema deste capítulo é "Belíssima", da Adriana Calcanhoto e cantada pelo Ney Matogrosso... Linda!
Toca do Baco: Ficaram curiosos para conhecer este lugar tão especial e peculiar, administrado por Dionísio? Então leiam a série de fics "Crônicas de Amor e Confusão" da Dama 9, todas no meu profile de favoritas. Lindas histórias de amor, encontros e desencontros narradas pelo deus do Vinho e da Fartura, que sempre nos brinda com excelentes exemplares de sua vasta adega.
E não deixem de ler as demais fics dessa garota, ela tem histórias lindas demais. Alguns exemplos? "Ilyria" (um romance com o Shion, lindo!), "Ariel" (ela me faz chorar com essa história de amor protagonizada pelo Sorento) e a mais recente "Vale das Flores", um romance que conta o passado e a vida de Afrodite de Peixes.
Beijos, amiga e também para Juli Chan, Sah Rebelde e Yui Minamino, que acompanham esta fic.
