Nota! Nota! Nota!

Sim, chegamos ao capítulo de conexão com "Pieces of our souls", a fic do meu espanhol (e da Saory-San também). É importante que leiam o novo capítulo da fic do Shura (ele já está no ar), pois alguns elementos e personagens são melhor explicados por lá, beleza?

E a partir daqui, a maior parte dos eventos estará interligada com a outra fic.

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Com um suspiro cansado, Claire abriu os olhos, lentamente. Sua primeira reação foi levar a mão à cabeça, mas ela não doía. Estranhou, não havia ferimento ou mesmo um arranhão sequer por conta da pancada.

Então ela olhou ao seu redor e não reconheceu o local. Não era um hospital, mas também não era a casa de nenhum conhecido, pelo menos não se lembrava dela. Levantou-se apoiando os cotovelos na cama macia e procurou se localizar. Foi quando ouviu a porta se abrir.

-Ah, já acordou... Sente-se bem?

Era Aioros, que trazia nas mãos uma xícara com alguma bebida fumegante. Claire assentiu e então se sentou na cama, recostada em travesseiros.

-Onde estou?

-Em minha casa. Eu a trouxe até o Santuário para poder cuidar melhor do seu ferimento... – a jovem levou novamente a mão à cabeça – Não se preocupe, eu o fechei usando meu cosmo.

O cavaleiro entregou a xícara a Claire, que tratou de beber seu conteúdo quase de uma vez, era chá. Suspirando, ela olhou para o teto e então se lembrou de algo.

-Meu filho! Eu preciso ir para casa!

Tentou se levantar depressa, mas foi impedida por Aioros, que a obrigou a voltar a se sentar. Nervosa, Claire quis dizer algo, contra argumentar, mas ele pediu silêncio.

-O Daniel está bem, não fique assim... Eu pedi ao Shura que fosse até o seu apartamento e o trouxesse para cá.

-Ele está aqui? Por favor, eu quero ver o meu filho!

Ajudando-a se levantar, Aioros a levou ao quarto de hóspedes, onde Daniel dormia tranqüilo. Claire se sentou ao lado do menino e acariciou seu rosto, aliviada por ele estar bem.

-E a Tâmara?

-Está na casa de Capricórnio, Shura a convidou para um café.

A garçonete beijou a testa do filho e então se virou para Aioros, que permanecia em pé ao lado da porta. Sorriu, meio constrangida.

-Obrigada por me ajudar, Aioros.

-Não tem porque me agradecer... – o cavaleiro foi até ela, sentando-se ao seu lado – Mas por que não me contou tudo antes, Claire?

Ela não disse nada, apenas baixou a cabeça e ficou em silêncio. Aioros, então, estendeu sua mão para Claire e a puxou para cima.

-Claire, nós precisamos conversar... Mas não aqui, venha comigo.

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-Para onde aquele idiota levou a Linet? – perguntou Willhem pela milésima vez a Arthur, encurralando o barman na boate, ainda movimentada.

-Eu já disse que não sei! Eu nem conheço esse tal cara que estão me falando!

-Não minta para mim, otário! Sabe muito bem o que posso fazer com você senão colaborar comigo!

Arthur deu de ombros, a verdade era que estava se divertindo com tudo aquilo. Claire/Linet estava com Aioros, isso era o que importava.

-Senhor! – chamou um dos homens de Willhem, que acabava de chegar à boate.

-O que foi, homem? Encontrou o menino?

Menino? Arthur sentiu seu sangue congelar, estariam falando de Daniel? Aquele desgraçado tinha seqüestrado o menino? Mas, para seu alívio...

-Não, senhor... O apartamento estava vazio, nem sinal dele ou da garota. Alguém esteve por lá antes de mim.

-Mxxxx!

Muito nervoso, Willhem deixou Arthur de lado e saiu da boate, precisava esfriar a cabeça e pensar. Nem que tivesse que revirar a Grécia inteira ele deixaria Linet e o idiota que a ajudou escaparem.

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Aioros levou Claire para a cozinha de sua casa, onde se sentaram à mesa e ele lhe serviu mais uma xícara de chá. A jovem tinha os olhos vermelhos, sinal de começaria a chorar a qualquer momento, mas engoliu toda lágrima que pudesse cair.

Era chegada a hora da verdade.

-Então... – Aioros começou, vendo o nervosismo de Claire – Por que não me contou antes sobre a boate?

-Eu... – a jovem parou para suspirar e tomar coragem – Por que não pensei que nossa relação chegaria ao ponto que chegou... Não imaginava que seríamos mais do que amigos, Aioros...

-Em nenhum momento eu disse ou demonstrei que queria ser somente um amigo para você, Claire...

A garçonete encarou o olhar firme do cavaleiro. Parecia até outra pessoa, não mais o rapaz que a fazia rir e se sentir mais leve e feliz. Mas sabia que era a culpada por qualquer mudança de comportamento ou sentimento do cavaleiro em relação a si.

-Por que trabalhava naquele lugar? E o restaurante?

-Por que quando cheguei à Grécia com meus amigos e um filho pequeno, eu não tinha nenhum trabalho em vista e fiquei um bom tempo desempregada. O Arthur, quer dizer, o Richard conseguiu o emprego de barman na boate e me disse que eles precisavam de dançarinas... Eu não estava em condições de recusar nada, Aioros.

Claire parou por um momento, bebendo um pouco mais de seu chá para não se deixar levar pela emoção. Aioros continuou em silêncio, apenas ouvindo.

-Mas como eu somente dançava naquele lugar e nada além, o dinheiro que eu conseguia não era muito, então tive que procurar por outro emprego. Foi quando comecei a trabalhar no restaurante...

-E aquele homem que te bateu? Por que ele fez aquilo?

-Ciúmes... Willhem é uma dos clientes mais assíduos e ricos que freqüentam a boate e desde o início sempre quis exclusividade em relação a mim... Ele nunca tinha encostado um dedo sequer em mim daquela maneira, até alguns dias atrás.

-O que aconteceu?

-Uma vez por mês a boate promove a "Noite dos Mascarados" e na deste mês ele não estava presente. Então, quando eu fiz o meu show, escolhi um cara qualquer para subir no palco e participar da apresentação. Ele soube disso depois e não gostou muito, aí eu conheci você e ficamos próximos...

-No show daquela noite... – Aioros ficou um pouco vermelho, mas não deixou de encarar a jovem – Fui eu o cara que subiu ao palco, Claire.

-Você?

Engasgando com o chá, Claire encarou Aioros com ar de surpresa. Então, reparando bem no olhar do cavaleiro, reconheceu nele os olhos verdes que de alguma maneira a havia encantado naquela noite.

-Eu não acredito...

-Pode acreditar... Não sei, acho que de alguma maneira eu sempre soube que era você aquela garota... O mesmo perfume, o olhar perdido que por vezes eu flagrei em você...

Pronto, foi a deixa. As palavras calmas e suaves de Aioros foram o estopim aceso para que Claire deixasse sua xícara de lado e deixasse as lágrimas presas caírem. Estava frágil e se sentia vulnerável com aquele desabafo.

-Não chore, Claire... – pediu Aioros, saindo de seu lugar e abraçando a jovem. Apesar de tudo, percebeu que realmente gostava dela. Que não queria ficar longe dela.

-Claire?

Com os olhos vermelhos, ela atendeu ao chamado e o encarou. Aioros acariciou seus cabelos e quis lhe dar um beijo, mas ela o impediu.

-Aioros... Tem... Tem uma coisa que eu ainda não te contei.

-O que é?

A garçonete se desvencilhou do abraço e apoiou-se com os cotovelos na mesa, esperando que o cavaleiro voltasse a se sentar.

-Lembra-se de quando comentou comigo que não sabia que os brasileiros escolhiam nomes estrangeiros para seus filhos?

-Claro...

-Alguns realmente fazem isso, Aioros, mas não foi o caso dos meus pais. Eles escolheram para mim um nome em português... Esqueça a Claire, esqueça a Linet... Elas são apenas máscaras, personagens que inventei para poder seguir com minha vida e viver com um mínimo de paz nesta cidade... Meu nome, de verdade, é Mariana...

Calou-se, esperando uma reação por parte do cavaleiro. Ele, por sua vez, suspirou e levou a mão ao rosto macio e trêmulo.

-Mariana...

Ouvir seu nome dito de maneira tão suave e carinhosa por aquele homem foi como um bálsamo para Claire, digo, Mariana. E melhor ainda se sentiu quando Aioros inclinou-se na cadeira e apossou-se de sua boca em um beijo carinhoso e quente, seus braços enlaçando o corpo esguio da jovem. Mariana saiu da cadeira, foi para o colo do cavaleiro para que aquela carícia pudesse se aprofundar mais e continuar.

No corredor, Daniel sorriu e saiu sem fazer barulho, para que nenhum dos dois percebesse a sua presença no corredor, espiando tudo por detrás da porta. Voltou ao quarto e dormiu, certo que desta vez, sua mãe realmente tinha um namorado. E era um cara legal!

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Na casa de Capricórnio, Shura terminava de passar o café, enquanto Tâmara tentava pela trigésima vez ligar para Richard para avisar que estava tudo bem com ela, Daniel e Mariana.

-Desisto! Celular não pega aqui nesse Santuário, não?

-Depende do aparelho e da linha... A recepção ás vezes é lenta.

-Tudo bem, deixa para lá... O seu café cheira bem, Shura!

-Que é isso... – o cavaleiro desconversou, mas tinha gostado do elogio.

A conversa entre os dois fluía bem, parecia até que eram velhos conhecidos. Não sabiam, mas talvez o fossem mesmo.

-Espero que desta vez dê tudo certo para a Mariana...

-Mariana?

-A Claire... Mariana é o nome verdadeiro dela... Uma longa história.

-Pois pode começar a me contar, eu tenho a noite inteira pela frente. – pediu Shura, servindo o café em duas xícaras e passando uma delas para Tâmara.

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A cozinha não era lugar apropriado para aquilo e Aioros sabia muito bem disso. Pegando Mariana no colo, o cavaleiro a levou de volta para o quarto, deitando-a em sua cama e trancando a porta.

Quando se voltou para a jovem, ela o encarava de cima a baixo, o brilho do desejo estampado em seus olhos verdes. Então, em um rompante de paixão, Mariana o puxou para cama, já abrindo os botões da camisa de Aioros, queria logo aceso livre aos músculos bem desenhados do peito e abdômen do cavaleiro.

Enquanto os acariciava, mordia e beijava, sentiu as mãos do cavaleiro em seus ombros, ansioso por se livrar do vestido que ela usava, quase arrebentando as laças quando as puxou para baixo.

O colo desnudo e perfeito foi marcado por pequenos beijos e mordidas na pele branquinha, os seios alvos sendo tomados por mãos e bocas ávidas e sôfregas. Mariana arqueava a cabeça para trás, há quanto tempo não sentia de verdade um prazer como aquele que Aioros lhe proporcionava?

Sem barreiras ou vergonha, os dois se entregaram um ao outro, ao amor que sentiam. E era isso o que realmente importava para ambos, não mais o passado ou as mentiras.

Apenas os dois...

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Nono capítulo! E a cena que eu mais queria escrever desde que iniciei a fic... A hora da verdade é sempre um momento difícil, né? Ah, o hentai... Eu tinha outra coisa planejada em mente, mas depois do que escrevi para o Alberich e a Gwyneth, resolvi optar por uma cena mais leve (eu escrevi os dois hentais juntos, um atrás do outro).

Ah, a fic está mesmo acabando... Mas não fiquem tristes, lembram da nota de início? Pois é, Aioros e Mariana continuarão a aparecer na fic do Shura! E logo tem a do Kanon e do Aldebaran e Mu!

Beijos!