Capítulo Três: Coração de Ferro
Draco deitou-se na sua cama. Tava ficando cansado de torturar e ameaçar. Estava se tornando monótono. Era sempre a mesma coisa, nada de novo acontecia. Até ele encontrar Virgina Weasley. Ela deu-lhe o que ele precisava. Capturá-la fez com que a mente dele começasse a trabalhar, planear a melhor maneira de se vingar do Potter. Virginia Weasley faria com que Harry Potter largasse tudo o que estava fazendo para salvá-la. Os Gryffindors eram tão previsíveis.
Draco lembrou-se o que Ginny tinha dito sobre ele saber o que era a solidão. Ele perguntou-se como é que ela tinha deascoberto. Ele escondia isso desde que se lembrava mas ele sabia perfeitamente o que era viver sozinho. Toda a sua infância ele tinha vivido sozinho, apenas acompanhado por elfos domésticos. Só estava com os pais durante as refeições mas comiam em silêncio. Ele só tinha chance de falar com outras crianças quando um dos amigos do seu pai levava o seu filho ou filha numa das reuniões que eles tinham lá em casa.
Quando ele foi para Hogwarts as únicas pessoas que ele conhecia eram Slytherins. Na escola ele nunca era visto sozinho mas dentro dele as sombras atormentavam-no.
Nas vezes que ele tinha que ir para casa durante as férias ele encontrava-se novamente sozinho. Ele passava dias trancado numa das celas das masmorras da mansão. Tanto tempo fechado naquela escuridão quase o levava á loucura. Mas ele começou a perceber que quando mais frio ele fosse melhor ele conseguia aguentar a solidão por isso com o tempo ele transformou o seu coração em gelo. E depois chegou o seu sexto ano e algo mudou. Talvez a pressão sobre ele quebrou o gelo, ou o facto de que pela primeira vez em Hogwarts ele estava sozinho ou ainda o facto de ele nunca ter tido a chance de fazer algo tão importante fê-lo fraco. Acabou desabafando com a Murta Queixosa. Ele nunca havia dito a ninguem o que lhe disse e percebeu como era bom falar com alguém, como sentia um peso sair dos seus ombros. Mas depois ele falhou e como castigo Voldemort colocou-o sozinho num quarto sem janelas ou portas, algures na Eslováquia(N/A:ah, escolhi este país porque adorei o filme Hostel ). Ele ficou lá durante meses e mais uma vez ele quase ficou louco. Ele estava quase no limite. Tentou suicidar-se tantas vezes que perdeu a conta. Tinha tantas cicatrizes nos braços que tinha certeza que já não havia mais pele onde cortasse. O quarto estava cheio de manchas de sangue e vidro partido. Mas ele lembrou-se que havia outra maneira de fugir da dor. Transformou o seu coração em ferro. Tornou-se mais frio, mais cruel e mais inteligente do que alguma vez tinha sido. O resto do tempo que ele passou fechado ele passou-o a construir uma armadura á sua volta, desenvolvendo o seu cérebro, as suas habilidades, a sua magia. Ele tentou com tanta força que acabou se tornando tão poderoso que conseguiria assustar muitos Devoradores da Morte (N/A:sei que no Brasil chamam Comensais da Morte, mas em Portugal é Devoradores da Morte).
Quando Voldemort decidiu dar uma olhadela nele, esperando encontrar o rapaz fraco e devastado, mentalmente doente e perto da morte, ficou surpreso por encontrar um Draco muito mais forte, mais inteligente e muito mais poderoso do que qualquer Devorador da Morte que ele tinha.
Na verdade, ele ficou ainda mais surpreendido por perceber que não conseguia penetrar na mente de Draco. Voldemort sabia que ele tinha aprendido Occlumency mas poucos eram os feiticeiros que conseguiam fechar a sua mente para Voldemort. Só Dumbledore e Snape haviam conseguido.
Em pouco tempo Draco provou ser realmente o feiticeiro mais poderoso que estava do lado Negro mas era também o mais cruel além de Voldemort. O jovem Malfoy tornou-se na mão esquerda de Voldemort até ao dia em que Snape traira os Devoradores da Morte e ficara do lado de Harry Potter. Voldemort deu então a Draco controlo total sobre os seus seguidores. Era Draco quem decidia quem atacar, quem torturar, quem matar. Voldemort tinha outras coisas mais importantes para se preocupar.
Alguém bateu á porta afastando Draco das suas memórias.
-Desculpe interrompê-lo Senhor, mas temos um novo prisioneiro!- um dos seus homens avisou-o. Draco levantou-se e dirigiu-se para as masmorras do quartel de Voldemort- Ela foi apanhada hoje. É a responsável pelo Departamento de Cooperação Mágica. Julgo que ela foi sua colega de escola!- o jovem Decorador da Morte informou.
Draco entrou na cela onde estava uma mulher de cabelos negros e ficou surpreso por reconhecer aquela linda mulher asiática como a ex-namorada de Harry Potter e ex-Ravenclaw, Cho Chang. O antigo responsável pelo Departamento de Cooperação Mágica tinha sido assassinado pelo próprio Draco umas semanas antes e ele não fazia a ideia de quem tinha ocupado o cargo até aquele momento.
-Olhem só quem temos aqui! Prazer em ver-te Chang!
-Não posso dizer o mesmo Malfoy. Preferia não ter que te ver mais nenhuma vez na vida!
-Não digas isso, feres meus sentimentos!- ele disse com um sorriso escarninho no rosto -Sabes que eu sou o único que te pode tirar daqui Chang mas para dizer a verdade não estou muito tentado a fazer isso! Estou mais tentado a divertir um pouco contigo.- ele riu com malícia fazendo-a dar um passo atrás.- Saí, deixa-nos a sós!- ele disse ao jovem homem que o tinha levado lá. O rapaz saiu e fechou a porta.
-Agora é só eu e tu Chang!- ele disse dirigindo-se para ela como um tigre prestes a atacar.
-O que vais fazer Malfoy?
-Sabes o que os Devoradores da Morte fazem a raparigas bonitas como tu?
-Não...- ela disse assustada.
-Eles passam aqui tanto tempo só na companhia de homens, mal vêem uma mulher por isso quando aparece uma ainda por cima bonita... bem eles têm necessidades Chang e tu pareces um tentador pedaço de carne!
-Tu não farias isso!
-Não faria o quê? Agarrar-te, tirar-te as roupas e violar-te com tanta brutidão que acabarias a chorar de dor? É isso que achas que não faria?
Cho Chang não conseguia falar. As palavras ditas daquela maneira pareciam ainda mais nojentas. Ele estava mais próximo dela a cada segundo. Draco levantou uma mão. Ela conseguia ver as cicatrizes nos braços dele. Ele tocou-lhe na face suavemente mas a ela parecia que ele lhe estava passando uma faca na pele. Ele tentava a todo o custo não chorar. Ele passou os dedos pelos lábios dela e depois no pescoço, desceu para a camisola dela e depois para a saia. Tocou-lhe na perna e puxou a saia para cima, acariciando-a no meio das coxas. Naquele momento as lágrimas escorreram pela cara dela. A mão dele agarrou na saia e rasgou-a e logo de seguida fez o mesmo com a camisola. Cho fechou os olhos para não ter que ver aqueleas olhos cinzentos e frios e numa tentativa de apagar o momento da memória, não queria recordar aquele momento mas sabia que nunca o esqueceria, ia ter pesadelos com aquele momento o resto da vida. Draco continuou tirando a roupa dela até que ela ficou nua. Cho estava soluçando e a sua cara estava molhada de lágrimas. Draco beijou uma lágrima.
-Não te preocupes Chang, serei gentil!- ele sussurou-lhe no ouvido, dando uma gargalhada malévola.
Ela ouviu-o mexendo na sua roupa mas não tinha a certeza do que ele estava fazendo. Não se atrevia a abrir os olhos.
-Caedis!- ela ouviu murmurar. De repente ela sentiu como se alguém estivesse enfiando facas pelo seu corpo, cortando, rasgando a sua pele. Ela abriu os olhos por breves segundos e viu o seu corpo coberto de sangue e feridas e Draco olhando para ela como se nada fosse, estava ali parado com um olhar mais frio que gelo, mais cruel que o próprio diabo. Ela gritava com toda a força que tinha. Sentiu o seu corpo cair no chão. Contorceu-se com dor. Era insuportável, ela não aguentava mais, mas os cortes continuavam, parecia que nunca mais acabava, ela já nem sabia quanto tempo tinha passado. Ela sentia a vida esvaindo-se do seu corpo e era isso que ela queria. Ela queria morrer e acabar com a dor. Lentamente começou a sentir os seus pensamentos apagarem-se e deixou de se mexer. Desmaiou.
Draco olhou para a rapariga inconsciente com o corpo coberto de sangue. Ela provavelmente nem sabia que tinha estado sobre a maldição durante mais de meia hora. Mesmo que ela chegasse a acordar tinha perdido tanto sangue que não se conseguiria mexer, tinha sofrido tanto que provavelmente ficaria gravemente doente. Era como se já estivesse a mais de meio caminho da morte. Draco levantou a varinha e disse as palavras que já muitas vezes antes tinha dito que já nem tinham grande sentido para ele. Aquelas palavras que antes faziam-no sentir-se tão poderoso já não o afectavam como antes.
-Avada Kedavra!- uma luz verde iluminou a cela e a habitual sensação de sufoco passou pelo corpo de Draco, lembrando-o que a sua alma já negra de ódio e maldade se tinha rasgado mais um pouco.- Devias conhecer-me melhor Chang, eu jamais ficaria com algo que o Potter já tivesse tido! - ele olhou uma última vez para o corpo sem vida de Cho Chang e dirigiu-se ao seu quarto. - Anda comigo!- ele disse para o Devorador da Morte que estava á espera fora da cela. O rapaz seguiu-o.
Quando chegou ao quarto, Draco agarrou num bocado de pergaminho e em tinta e escreveu uma nota.
Olha bem Potter. A primeira namorada, a primeira a morrer. A segunda namorada... acho que não és assim tão estúpido para perceberes o que acontecerá a Virgina Weasley.
-Leva o corpo da rapariga e deixa-o a meio da rua Diagon-Al com esta nota mas nem te atrevas a lê-la! Agora vai!- ele disse entregando a nota ao Devorador da Morte.
"Aparece, aparece Potter onde quer que estejas!"
N/A:Adoro este Draco mauzão. E não esperem que ele fique bonzinho porque não fica. Gosto dele assim! No entanto talvez ele possa simplesmente não ser tão cruel. ;)
Beijos
