Capítulo Seis: Diz Adeus

Harry Potter olhou para o relógio. Faltavam apenas cinco minutos para as onze. Ele estava ficando impaciente, estava quase na hora e parecia que ele era a única alma viva naquela rua. Ele olhou em volta mas não viu nada. Só conseguia ouvir os passos e as vozes das pessoas que andavam ainda pela rua Diagon-Al. Ele encostou-se á parede e olhou para o relógio outra vez. Apenas um minuto para as onze e nem sinal do raptor. Ele olhou novamente para a rua escura e ouviu uns passos se aproximando dele mas não via ninguém. Colocou a mão no bolso e agarrou a sua varinha. Tinha o coração batendo tão depressa que tinha a certeza que quem quer que fosse que se estava aproximando conseguia ouvir o seu batimento cardiaco.

Um velho homem apareceu vindo das sombras. Tinha um nariz pontiagudo, uns labios finos e usava um manto cinzento e poeirento.

-Você chama-se Harry Potter?- o homem perguntou olhando em volta.

-Sim! Quem é você?

-Isto é para si!- o homem disse mostrando a Harry uma carta. Harry olhou para o pedaço de pergaminho durante vários momentos. Ainda se lembrava o que tinha acontecido na última carta.

-Segure-a só mais um pouco!- Harry ordenou. O homem parecia assustado. Parecia que tudo o que ele queria era que Harry agarrasse na carta para el poder fugir dali.- Specialis Revelio!

Nada aconteceu, o que significava que era seguro abrir a carta. Como Harry suspeitava, mal o homem se viu livre da carta, correu pela rua acima, desaparecendo na sombra. Harry abriu a carta. Não havia lá nada escrito.

-Stupefy!- uma voz disse atrás dele. Harry sentiu a sua mente ficando vazia.

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Ginny abriu os olhos. Ela estava numa quarto escuro e redondo. Ela olhou em volta e os seus olhos viram um rapaz de cabelo preto com as mãos atadas atrás das costas e com os pés amarrados á cadeira onde estava sentado. Era o Harry, ela tentou gritar mas não saiu qualquer som da sua garganta. Alguém tinha lhe posto um feitiço silencioso. Tentou mexer-se mas também ela stava amarrada a uma cadeira. Harry levantou a cabeça, tinha os olhos tapados. Ela ouviu a voz de Draco, tentou libertar-se mas não conseguiu.

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Harry sentiu como se tivesse caido de uma vassoura a mais de dez metros. Abanou a cabeça e abriu os olhos mas não conseguia ver. Alguém tinha lhe colocado uma venda. Ele sentia-se tão parvo por ter sido apanhado. Ele tinha sido o melhor aluno em Defesa Contra as Artes Negras mas nos últimos meses ele tinha atingido o limite. Ele estava cansado e preocupado. Tinha baixado a guarda e agora estava amarrado ao que parecia ser uma cadeira e tinha os olhos vendados.

-Olá Potter! Já faz muito tempo desde a última vez que nos vimos!- um homem disse atrás de Harry. Apesar de ter os olhos tapados, sabia perfeitamente de quem era aquela voz.-Lembras-te?

-Como podia esquecer Malfoy? Causaste tanta dor e destruição naquela noite!- Harry disse com repugnância.

-Infelizmente eu era apenas um rapaz estúpido tentando mostrar ao meu pai e a toda a gente que eu era capaz de fazer algo sozinho. Se eu fosse mais esperto, teria causado muita mais dor, mais destruição e muita mais morte naquela noite! Mas não estamos aqui para discutir o passado mas sim o presente! Ouvi dizer que a tua amada desapareceu!

-Onde a meteste Malfoy? Que fizeste com ela? Eu juro que se a magoaste eu mato-te!

-Não me parece que estejas em posição de fazer ameaças Potter, eu podia matar-te agora mesmo se eu quisesse.

-Então porque não o fazes?

-Ia ser demasiado facil, além disso não sou eu que é suposto te matar, é Lord Voldemort!- Draco disse, dizendo o nome do seu lord devagar, saboreando cada síladaba do nome do feiticeiro mais cruel á face da Terra.- E eu mal posso esperar por essa noite!

-Se não é para me matar porque me trouxeste para aqui?

-Quero que digas adeus!- Draco murmurou no ouvido de Harry. Harry conseguiu sentir a respiração do antigo Slytherin no seu pescoço, como uma serpente pronta para morder.

-Ginny!-Harry gritou.

-Acalma-te Potter! Vais vê-la! Se pelo menos parasses de te mexer para eu poder tirar essa merda dos teus olhos!

Harry parou de se mexer e segundos mais tarde um quarto escuro e redondo apareceu. A primeira coisa que Harry viu foi uma rapariga ruiva amarrada á cadeira á sua frente. Estava cheia de feridas e nodoas negras e as suas roupas estavam rasgadas.

-Ginny, estás bem?

A rapariga abriu a boca para falar mas nenhum som saiu. Ela parecia desesperada, estava se mexendo, tentando libertar-se.

-Que lhe fizeste? Seja lá o que for vais pagar Malfoy!- Harry disse.Estava sentindo as lágrimas se formarem nos seus olhos.

-O que eu fiz não é nada comparado com o que vou fazer agora á tua frente! Ela vai sofrer tanto que vais desejar que eu tivesse morrido naquela noite no nosso sexto ano na casa de banho da Murta Queixosa! Ela vai querer gritar mas não o vai fazer. Tu vais querer salvá-la mas não o vais fazer, porque o perfeito Rapaz-Que-Sobreviveu está atado a uma cadeira. Deve ser frustrante estar sentado á frente da pessoa que se ama e não poder ser capaz de salvá-la. Eu não posso garantir, nunca amei ninguém!-Draco disse com um maquiavélico sorriso nus lábios.

-Se a magoares eu juro que vou te caçar e torturar-te direito até ao Inferno!- Harry disse cheio de raiva.

-Oh não, não,não! Não acredito nos meus ouvidos! Será que o santo Harry Potter está dizendo que irá usar uma maldição imperdoável em mim? Sabias que isso dá cadeia?- Draco disse com desdém. O louro sorriu diabolicamente.

-Eu vou matar-te! Eu juro que...

-Pobre Potter, não sejas estúpido, nem te consegues mexer! E quando mais me ameaçares, mais ela vai sofrer!

-Seu filho de uma pu...

-Acabou-se a conversa! Eu sei que os Weasleys gostam muito de Muggles por isso escolhi um objecto não mágico para começar!-Draco disse retirando uma faca do seu bolso.

-Não a magoes Malfoy!- Harry implorou mas sabia que não adiantaria de nada. As suas lágrimas começaram a correr pela sua face abaixo. Ginny tinha os olhos fechados e estava chorando também. Ela estav tentando falar. Harry conseguiu ler nos lábios as palavras: "Ajuda-me!"

Draco fez um corte na cara de Ginny e olhou para Harry que fechou os olhos para não ver a expressão de dor de Ginny.

-Abre os olhos, Potter, ou ela sofrerá tanto que estará implorando pela morte antes de conseguires contar até dez!

Harry abriu os olhos e tentou não fechá-los outra vez. Draco provou um pouco do sangue de Ginny e sorriu. Acariciou com a faca o pescoço de Ginny.

-Ela tem um pescoço bonito, tão pálido e suave! É uma pena ter que cortá-lo!" ele disse ironicamente passando a faca pelo pescoço de Ginny deicando um rasto de sangue. A rapariga abriu a boca tentando gritr mas não conseguia.

Harry queria dessperadamente fechar os olhos mas não podia fazê-lo ou Ginny iria sofrer mais.

-Doi, não doi? Doi mais do que se eu estivesse te cortando a ti.-Draco disse e estava certo. Harry faria qualquer coisa para trocar de lugar com a Ginny. No dia em que ela desaparecera ele sentiu como se alguém estivesse estraçalhado o seu coração. Agora ele via Ginny ser torturada. Cada gota de sangue dela ele sentia seu coração bater mais devagar. Se o Malfoy a matasse Harry morreria com ela.

-Estas coisas dos Muggles não servem para nada! Não há nada como uma boa e velha maldição imperdoável.- Draco sorriu e apontou uma varinha para o coração de Ginny. Harry reconheceu a sua própria varinha na mão pálida do Devorador da Morte. Ginny seria torturada com a sua varinha. Harru tentou mexer a cadeira mas esta estava pregada ao chão.

-Não, Malfoy...-Harry disse coma vos tremendo.

Draco apenas riu.

-Crucio-disse ele. Ginny começou se contorcendo na cadeira, com a boca aberta.- Este silêncio é aborrecido! Sonorus!

O quarto foi invadido pelos gritos da Ginny. Harry desejou poder tapar os ouvidos. Era insopurtável ouvi-la gritar e não poder fazer nada.

-Ginny, eu amo-te!- ele disse chorando mas ela estava gritando tão alto que era impossível ouvi-lo. Draco deixou-a sobre o feitiço até ela estar sangrando pelo nariz e pela boca. A voz da Ginny estava se tornando cada vez mais fraca. Ela já nem estava se mexendo.

-Ginny... por favor... tens que ser forte... aguenta...por favor... não desistas..não me deixes...Ginny!- Harry pediu. Mas não valeu a pena. Alguns segundos mais tarde Ginny deixou a sua cabeça cair sobre os ombros. Estava inconsciente, perdera os sentidos por causa da dor.

-Giny...Nãooooooooo!- Harry gritou.

-Tão triste!- Draco disse rindo. -Pobre rapariga! Dois meses sozinha se torturando e conseguiu sobreviver, agora nem uma hora e acabou se rendendo.

-Eu vou matar-te Malfoy!- Harry vomitou as palavras.

-Tenho certeza que vais tentar, especialmente depois do que farei. Diz adeus Potter!

-Não! Malfoy não o faças! Não...Não!- Harry implorou.

-Avada Kedavra!

Ele viu uma luz saindo da sua própria varinha e atingindo Ginny no coração. Ele viu o peito dela levantar-se uma última vez e ele fechou os olhos. Ele sentiu como se o seu coração tivesse parando. Uma parte da sua alma acabava de desaparecer. Ele chorou tanto, ele queria matar o Malfoy e cometer suicídio ao mesmo tempo. Como iria ele viver sem a Ginny? Como iria ele ser capaz de respirar sabendo que ele nunca mais veria o sorriso dela, não ouviria mais a voz dela ou poder tocá-la...

-Eu vou matar-te Malfoy, eu juro que te vou torturar e matar!

-Tenho a certeza! Mas valerá a pena. A tua dor será sempre maior que a minha! Tu perdeste a tua coisa mais preciosa e eu não tenho nada para perder. Podes torturar-me, já fui torturado, já provei o meu próprio sangue, não vai doer assim tanto. Podes matar toda a gente á minha volta, eles não significam nada para mim. Podes matar-me que eu não me importo. O meu trabalho está feito Potter, já tive minha vingança.-Draco deu uma gargalhada.

-Se não me matares agora eu juro que eu matar-te-ei!- Harry disse sem ouvir o que Malfoy disse. Tudo o que Harry conseguia ouvir eram os gritos de Ginny que se haviam silenciado na sala mas continuavam ecoando na sua cabeça.

-Nunca foi minha intenção matar-te, isso é o dever de Lord Voldemort! O meu dever era fazer-te passar uma dor tão profunda e doentia que acabarias querendo morrer!-Draco sussurou num sibilo de cobra.

-Eu odeio-te!- Harry rosnou.

-Stupefy!-Draco disse apontando a varinha de Harry contra o dono. Antes de perder a consciência, o rapaz de cicatriz na cabeça viu na sua mente a face de Ginny corando e se escondendo atrás da mãe quando a conheceu, na plataforma 9 e ¾, no dia que ele foi pela primeira vez para Hogwarts. E depois tudo se desvaneceu e se apagou.