Capítulo Sete: Ódio
Harry abriu os olhos, não se lembrava o que tinha acontecido ou como tinha ido ali parar. Olhou em volta, estava no meio de uma floresta. O vento mexia a copa das árvores á sua volta e o céu estava escuro. Ele abanou a cabeça, parecia que tinha sido atingido por uma Bludger. De repente as memórias de Ginny invadiram o seu pensamento. As lágrimas, os gritos, o sangue, a dor reflectida nos olhos dela, o contorcer, a morte...
-Ginny!- Harry olhou em volta. Ao seu lado esquerdo estava um cadáver de uma rapariga ruiva, coberta de sangue, contrastando com o verde da floresta. Em cima do corpo sem vida estava o que Harry reconheceu como a sua varinha. Harry abraçou Ginny e chorou. O corpo dela estava gelado pelo ar da noite e mais pálido do que habitual. Tinha os olhos abertos mas estavam vazios.
-Eu vou matá-lo Ginny, juro-te!- Harry sussurou. A dor que estava sentindo era insopurtável. Ele ficou ali, chorando e abraçando-a durante vários minutos.
Os primeiros raios do dia fizeram-no perceber que ele precisava levar o corpo para a familia de Ginny. Agarrou na varinha, que havia morto Ginny, com repugnância e materializou-se no salão do quartel, levando Ginny com ele. Quando todos perceberam que Harry acabava de aparecer levantaram-se todos. Mrs. Weasley viu o corpo morto de Ginny, correu para ela chorando e abraçou-a.
-Quem fez isto? E porquê? Porquê a minha menina?
-Foi o Malfoy! Ele torturou-a e matou-a e eu não pude ajudá-la, ela morreu por minha causa! Eu sou o culpado pela morte dela!- Harry disse soluçando.
-Não, não é tua culpa Harry! O culpado é o Malfoy!- Hermione disse com as lágrimas lhe caindo pela face abaixo.
-Eu vou matar aquele sacana!- Ron disse.
George e Fred nem conseguiam falar.
-Temos que levar o corpo para o laboratório para ser examinado. Temos de saber que fizeram com ela.- Snape disse.
-Não! Não vão levar o corpo da minha menina e examiná-lo como a um animal!
-Molly, querida, tem que ser, nós precisamos saber o que Draco Malfoy lhe fez!- Artur disse tentando parecer calmo.
Molly largou o corpo da filha e abraçou o seu marido. Harry sentou-se chorando e escondeu a cara nas mãos. Hermione estava abraçada a Ron. Fred e George olhavam pela janela tentando esconder as lágrimas. Lupin e Snape levaram o corpo de Ginny para o laboratório.
Naquela noite, Harry estava deitado na cama do seu pequeno apartamento em Hogsmead. Ele tinha chorado o dia todo, tinha os olhos inchados e sentia-se pior do que nunca. As pessoas que ele mais tinha amado tinham morrido á sua frente: Sirius, depois Dumbledore, agora Ginny. Ele tinha medo que Hermione e os restantes Weasleys tivessem o emesmo destino que Ginny porque ele gostava deles. Tlavez fosse melhor ele desaparecer. Ele só causava dor e mortes.
Ele estava tentando decidir o que faria da sua vida quando alguém bateu á porta.
-Quem quer que seja que vá embora, quero estar só!
-Abre a porta Harry, temos que falar!- ele ouviu a voz de Hermione vindo do lado de fora.
-Vai embora Hermione, não quero falar. Só quero estar só, ok?- ele disse virando-se e escondendo a cara na almofada.
-É importante Harry. É sobre a Ginny!- Hermione estava rezando para que Harry abrisse a porta. Quando ela ouviu o click the alguém destrancando a porta ela respirou de alívio.
-O que é?- ele disse sem esperança.
-Examinaram o corpo da Ginny...
-Eu sei!- ele disse impacientemente.
-Não era a Ginny, Harry! Malfoy usou Polissuco. A pessoa que morreu á tua frente...não era a Ginny...bem...quem morreu prova que o Malfoy realmente é a pessoa mais cruel que já conheci. Ele matou Pansy Parkinson. Ele ainda tem a Ginny presa!
-Filho da...- Harry disse meio chorando meio com raiva. Hermione nunca tinha visto Harry daquela maneira, já o tinha visto zangado e já tinha visto ódio nos olhos do amigo mas nunca daquela maneira. Parecia quase insano.-Ele...- Harry foi interrompido por uma coruja entrando no quarto pela janela aberta. Harry retirou a carta do pássaro rudemente.
"Isto é apenas o ínicio Potter."
Harry gritou com raiva como um lobisomem numa noite de lua cheia. Agarrou no copo que estava em cima da sua secretária e atirou-o contra a perede desfazendo-o em mil pedaços.
-Avada Kedavra!- Harry disse agarrando na varinha. A coruja caiu no chão sem vida. Hermione estava com medo. Harry estava fora de si. Acabava de matar um animal indefeso que não tinha nada a ver com o que Malfoy tinha feito. A podre coruja só tinha feito o que lhe tinham dito para fazer e tinha pago com a vida.
A muitas milhas dali Malfoy olhou para as cadeiras vazias que tinham sido ocupadas por Harry e por Pansy. Tinha sido tão fácil apanhá-la. Pansy tinha uma paixoneta por ele desde o seu primeiro ano em Hogwarts. Ele só teve que fingir-se interessado, ter sexo com ela e apanhá-la enquanto ela dormia. Levou-a para o quarto redondo, colocára-a na cadeira á frente do Potter, forçara-a a beber a poção Pilissuco e colocara um feitiço silenciador.
Já havia muito tempo desde que sentira a sua adrenalina subir ao máximo quando matava alguém. Ele sorriu e olhou para o único lugar no quarto que não estava iluminado. Apontou a varinha para lá.
-Sonorus!
-Eu odeio-te Malfoy!-Ginny gritou, chorando.
-Ficaria surpreso se não odiasses! Mas diz-me como foi ver o Potter gritar e implorar-me para não te matar e afinal nem eras tu? Como foi ver a pessoa que amas querer morrer por não aguentar ver a tua dor e nem eras tu que estavas chorando e não o podias avisar?
-Ainda vais pagar por tudo o que estás fazendo, um dia ainda vais sofrer tanto quanto fazes os outros sofrerem!
-Já sofri!- ele disse olhando-a de uma maneira que parecia que a queria matar, mas não o olhar que ele tinha há horas atrás quando matou Pansy, desta vez ele tinha uma sombra nos olhos que escondia qualquer coisa dentro dele.
-És nojento Malfoy! És a pior pessoa á face da Terra!
-Obrigado, mas não sou a pior pessoa no mundo, Lord Voldemort é que é, lembras-te dele?- Malfoy perguntou olhando através dos olhos de Ginny. Ginny viu as memórias de Tom a passarem á frente dos seus olhos. Malfoy estava dentro da mente dela, fazendo-a reviver tudo outra vez.- Parece-me que sim!
Draco sorriu para Ginny, um sorriso doentio, e tocou-a. Ginny fechou os olhos e quando os abriu estava novamente na masmorra escura e fria.
Malfoy estava prestes a falar quando abriu muito os olhos e agarrou o seu braço esquerdo. Parecia desapontado com algo.
-Vemo-nos em breve Weasley!- ele disse ante de se desmaterializar.
N/A: Capítulo pequeno mas é melhor que nada. O próximo já está sendo escrito. E parabéns a quem percebeu que não era a Ginny que estava sentada á frente do Harry. :)
