Capítulo Oito: Feridas

Ginny sentou-se no chão da masmorra logo após Draco se desmaterializar. Odiava-o tanto que se tivesse uma varinha ela era capaz de o matar. E o Harry, será que estava bem? E agora, que iria acontecer, ele julgava-a morta, ou será que j+a tinham descoberto que era Poansy Parkinson quem tinha morrido? E a sua família como estaria, como tinha recebidoa notícia? Será que ainda a procuravam? Será que também acreditavam que ela estava morta? Será estavam bem? Eram tantas as dúvidas. Na sua mente passava um turbilhão de pensamentos e memórias. Harry tinha sofrido tanto, tinha sido agonizante vê-lo chorando e querendo morrer por ver a pessoa que julgava ser ela sofrer. Mas tinha o visto, ela voltara a acreditar que ainda havia hipóteses de voltar para ele. Mas estava de volta áquela masmorra e não sabia quando iria sair dali novamente. Fechou os olhos exausta e adormeceu no chão sujo ouvindo as ondas furiosas embatendo contra as rochas.

Muito longe dali Draco entrou no quarto de Lord Voldemort.Não sabia ao certo porque estava ali. Voldemort não desconfiava de certeza do que ele tinha feito. Aquela pequena vingança contra o Potter tinha sido muito bem planeada para que ninguém soubesse, até o homem que havia entregue o recado ao Potter tinha sido morto. Ninguém sabia que ele tinha Ginny, estava tudo perfeito, Voldemort não poderia saber.

-Olá Draco!- o Senhor das Trevas disse sem olhar para Draco. Voldemort estavs sentado no seu cadeirão de cabedal virado para a janela, olhando através dela para o precípicio que havia atrás da mansão de voldemort. Este tinha escolhido as montanhas, um local isolado, para preparar a sua batalha contra Harry Potter. Draco sabia que ele, ali, descobrira muitos feitiços negros já esquecidos e ele próprio havia criado muitos outros que ele a ninguém dera a conhecer. Para Draco, Harry Potter, sem Dumbledore a guiá-lo, seria um ratinho nas mãos do Senhor das Trevas.

-Meu senhor!- Draco disse fazendo uma vénia.

-Sabes porque te chamei aqui meu fiel servo?

-Perdoe-me minha ignorância, mas não faço ideia!

-Eu acho que fazes Draco! Segundo ouvi dizer, tiveste Harry Potter em tua posse, preso e torturado e eu não soube, pelo menos não por ti! Também soube que assassinaste a pequena Weasley! A rapariga que confiou na minha lama ainda jovem, a criança que quase morreu por mim! Porque escondeste isso de mim? Porquê ocultar tudo isto do teu mestre?

-Eu... perdoe-me Senhor, meu egoísmo, mas queria me vingar de Potter...

-Eu sei Draco, e é isso que mais admiro em ti, a tua sede de vingança, a tua fome por poder e o teu desejo de dor e destruição de todos aqueles que ousam contrariar nossas vontades, mas Harry Potter é meu e eu gostaria que da próxima vez que decidices tortura-lo, o trouxesses a mim quando terminasses!

-Não esquecerei meu Senhor!

-Acredita que não!- Voldemort disse levantando-se e olhando Draco nos olhos.

Harry Potter sentou-se no sofá da sala de estar dos Weasleys. Esperava que Ron descesse. Os seus olhos fixaram-se no Relógio dos Weasley. Lá o ponteiro com o nome Ginny indicava que esta estava em perigo de vida. Virou os olhos para a lareira. Se não estivesse tão esgotado e distraído com os seus pensamentos, teria apanhado um susto quando Fred e George apareceram na lareira. Vinham com cara de quem estava planeando algo ás escondidas mas que mals e conseguiam se conter para não contar. Harry notou um brilho estranho nos olhos dos gémeos, algo parecido com fúria e maldade junto, mas não fez caso, aquele brilho estava nos olhso de todos os que já sabiam o que Malfoy tinha feito.

Ron desceu do seu quarto, usando um manto negro. Ele e Harry sairam.

-Então, fazes ideia do que vamos fazer?- ron perguntou a Harry com um ar muito sério.

-Não exactamente, mas se o Malfoy é um caçador, eu aprenderei a caçar e só há uma pessoa que me pode ajudar a caçar como uma serpente!

-Quem?- Ron perguntou sem perceber muito do que Harry tinha dito. Harry desde que soubera que quem morrera tinha sido Pansy Parkinson andava estranho, andava fechado, misterioso, com um olhar estranho. Se ron não o conhecesse diria que Harry tinha sido um Slytherin.

-Para caçar como uma serpente temos que aprender com uma! Vamos fazer uma visita a Severus Snape!

Ginny acordou pensando que dormira muito, mas ainda era noite. Encostou-se á parede. A noite passada era ainda tão recente, as memórias pareciam atormentá-la até no sono.

Ginny precisava abstrair-se de si. Fechou os olhos. O ar da noite estava frio. Uma brisa leve assobiava, entrando pela pequena janela no alto da parede, arrefecendo a masmorra. Conseguia ouvir as ondas embatendo contra a rocha. O mar tinha acalmado. Se fosse noutra situação aquele clima até era tranquilizador, no entanto, ali só lhe fazia lembrar que estava tão longe de todos os que amava. Uma gaivota parou no parapeito da janela. Fazia tanto tempo que ela não via um animal. Aquela gaivota de alguma maneira fazia-a sentir-se melhor. A gaivota bateu asas e foi embora cortando. Uma pena branca entrou na masmorra e Ginny apanhou-a. Era tão suave e pura. Ginny ficou olhando aquela pequena pena durante vários segundos.

Mas algo a acordou do transe. O som de alguém se materializando na masmorra atrás dela. Virou-se rapidamente e não estav de nada preparada para o que viu.

Draco Malfoy agarrou-a com força no ombro com uma mão ensanguentada. Tinha a cara cheia de feridas. Estava sem camisa, revelando o seu torso também coberto de cortes e sangue. Os seus olhos estavam arregalados, respirava com muita dificuldade e parecia estar a fazer um esforço sobre humano para se manter em pé. Antes que Ginny pudesse falar, o homem louro ficou inconsciente e caiu no chão, completamente indefeso e ferido.