Capitulo 3: O pequeno botão
5 anos depois
Akari acaba de completar 5 anos, ela se observa no espelho da penteadeira, sentada quietinha, amarrando duas fitas amarelas nos longos cabelos negro. Estava feliz, depois de anos sendo estudante interna de um dos melhores colégios do Japão. Akari ia para casa. Pela primeira vez iria conhecer aonde sua mãe nasceu, a propriedade principal da família Sohma.
Batem na porta. Akari delicadamente se levanta e vai atender. Encontra esperando por ela um homem alto e de terno.
-Pois não?
-Senhorita Akari, sou o motorista da família Sohma sou encarregado de leva-la até a sua casa.
Por uma fração de segundos a decepção apareceu nos negros olhos da garotinha. Ela silenciosamente pega a pequena mala, que o motorista ajuda a carrega-la.
-Então, minha avó Ren, não poderá me buscar?- pergunta ela cabisbaixa
-Sinto muito
-Tudo bem- Akari consegue sorrir- Eu terei um enorme prazer em encontra-la e a chamar de vovó.
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Durante anos, Akari viveu sozinha no colégio, vendo suas amigas nas férias voltarem para seus lares e ela permanecendo sozinha, totalmente só.
Em datas comemorativas recebia um cartão de sua avó que dizia que sentia saudades, e era nesses simples cartões, que a esperança de Akari renovava, não importava se ficava as férias sozinhas ou que não tivesse contato com ninguém de sua família. Era através desses cartões que ela senti que tinha um lar.
Numa manhã de primavera, Akari brincava nos jardins com as outras crianças quando a diretora mandou chama-la com um comunicado importante,
-Sente-se Akari- a diretora lhe indicou as cadeiras
-Obrigado, madame- ela se senta ereta.
-Tenho um comunicado um tanto desagradável a você...sua avó não vem pagando as mensalidades do colégio a meses, por isso lhe enviamos um telegrama, você voltará para casa.
Os olhos de Akari se encheram de lagrimas, depois de anos, longos anos ela iria conhecer a misteriosa avó, poderia perguntar sobre muitas coisas que ainda lhe restavam duvidas, ela definitivamente, iria para casa.
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Foi com esses pensamentos que Akari aguardou a data marcada, a data em que ela iria para os braços da família Sohma.
No banco traseiro do carro oficial da família Sohma, Akari observava a paisagem e não parava de falar um minuto com o motorista, queria saber onde tinha sorveteria, onde era o shopping, onde tinha o parque mais próximo...tudo aquilo era diferente para ela. Agora ela iria finalmente começar a viver.
O carro estaciona na frente de imensos portões, Akari desde do carro com a pequena mala e entra na sede.
-Puxa, isso aqui é enorme!- Akari olha admirada as casas, as pessoas trabalhando, alguns pássaros brincando na fonte.
Encantada com o que via não percebeu a pedra no chão e acabou caindo.
"Meu vestido novinho...TT.TT "
Akari se levanta e começa a limpar a barra de lama. Quando um homem se aproxima.
-Deveria olhar melhor por onde anda, garotinha.
Akari o encara. Era um homem alto de cabelos castanhos escuros, olhos escuros também, usava um kimono verde e tinha um olhar de desgosto.
-Me desculpe, estava distraída, o senhor me viu caindo?
-Mas é claro.
-E não teve a decência de ajudar uma garotinha, mas veio até mim para criticar- Akari olha para ele desafiante, ela pode ser pequena mas não era boba.
Shigure a olha assustado e finalmente ri.
-Essa você me pegou, garotinha- ele põem a mão na cabeça dela
-Com incensa, mas não me chamo garotinha, e sim Akari Sohma e se não se importa, minha avó está me esperando.- Akari sai triunfante.
"Interessante, tão pequena e com um gênio tão forte" Shigure coça o queixo e a observa partir "Essa nos dará problemas" Shigure sai rindo.
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Akari chega na casa de Ren, ela espera ser anunciada. "É agora..eu finalmente irei conhece-la". As portas se abrem, no sofá está sentada uma mulher de cabelos longos e lisos, fumando um cigarro.
-Entre
Akari caminha até Ren, com o coração aos pulos. "O que vai acontecer agora?"
-Então você é Akari, filha de Akito- Ren a analisa de cima a baixo.
-Sim senhora, e você deve ser minha avó Ren, certo?- Akari também a analisa.
Realmente essa não era a imagem de avó que Akari imaginava. Sua amigas do colégio diziam que elas era velhas e bondosas, que assim que as vêem, as beijam e as abraçam. Aquela mulher que estava na frente dela poderia ser qualquer pessoa, menos sua avó.
Ren visivelmente passa de roxo para verde, tamanha foi sua indignação.
-Avó...você acha que eu quero ser sua avó? Eu tenho anos de vida pela frente, minha juventude ainda é visível, e você quer me comparar com uma velha, quanta audácia
Akari olha Ren assustada, não imaginava que seria tanto incomodo.
-Serei breve, pois não tenho muito tempo a perder- Ren esbafora o cigarro na cara da Akari.- Você ficará aqui por um tempo, logo você voltará ao internato e terá sua vidinha de sempre, mas enquanto ficar aqui, eu serei sua responsável, você poderá andar pela sede, mas não mexa em nada, você terá um quarto nos fundos e poderá ficar lá o tempo que quiser, quanto mais melhor..- Ren a observa- alguma pergunta?
Akari abaixa a cabeça, seria difícil permanecer naquela casa.
-Tenho sim senhora.
-Então diga, rápido
Akari levanta a cabeça e encara Ren, novamente era a garotinha confiante em si mesma.
-Quero saber mais sobre minha mãe...como ela era? Se ela morava aqui?
-É uma perda de tempo essa sua pesquisa, sua mãe não fez nada de bom, sempre perseguiu um sonho e morreu por isso.- Ren diz com antipatia
-Mas..e como ela era... era parecida com a senhora?
-NUNCA ela poderá ser comparada a mim...Akito, foi a pior coisa que possa ter existido, ela sempre quis ser a melhor...sempre quis ser a importante..mas ninguém nunca..ligou para ela..e se alguém se aproximou dela..como seu pai...que nem Deus sabe quem é..foi por compaixão- Ren vomitava palavras cruéis para cima da neta.
A pequena Akari mesmo com ódio da avó controlava o choro.
-Mas alguma pergunta?
-não obrigada- a menina sai daquela casa correndo.
Akari corre até o alto da colina, onde vê dois túmulos lado a lado, na lapide que ela vê , está o nome de sua mãe, Akito Sohma.
Akari se debruça sobre ela e começa a chorar, chora tanto que até mesmo esquece do tempo. Assim que se acalma, Akari e limpa as lagrimas.
"Nunca vou perdoar minha avó por te dizer isso, mamãe...ela não será mais ninguém para mim, eu prometo, que ela não vai ser ninguém "
O pequeno sonho de Akari de ter uma família feliz era destruido ao se defrontar com Ren.
Akari repara no tumulo ao lado, e estava gravado
"Saudades de nosso patriarca, com amor de sua esposa e filho
Akira Sohma"
-Perdida no passado menininha? Eu entendo seu sofrimento, gostaria que sua mãe voltasse a viver, não é?- Shigure se aproxima de Akari
Akari se levanta e olha para os dois tumulos a sua frente.
-Nao...nao posso desejar algo impossivel, não seria certo desejar que minha ame voltasse só para cuidar de mim, se ela partiu é por que precisava ir...- Akari olha para ele sorrindo- e sei que ela deve estar me observando de algum lugar, então...eu só peço e sód esejo..que ela continue me acompanhando.
Akari se afasta de lá sorrindo, se ela estava naquela sede, era para ficar mais próxima de sua mãe e de sua familia.
Continua...
