Capítulo Treze: Seguindo a pista
Ginny olhou para Draco que continuava encostado á parede num canto da masmorra. Havia três noites que ele não dormia. Ela sabia-o porque quando acordava ele encontrava-se exactamente como estava quando ela adormecera. Continuava encolhido, não havia trocado uma única palavra e só a deixava aproximar-se para lhe cuidar as feridas embora ainda rosnasse de cada vez que ela pedia para ver as feridas.
Ginny levantou-se e dirigiu-se para ele parando á sua frente.
-Precisas dormir!
-Alguém te perguntou alguma coisa Weasley?
-Se continuas dessa maneira vais morrer! Há dias que não comes nem dormes! Nem eu como!
-Se é comida que queres podias me poupar o sermão e pedi-la de uma vez!-Draco disse antes de murmurar umas palavras e fazendo aparecer um pedaço de pão e água.
Ginny olhou para a comida. Estava esfomeada mas devia convencer Draco a comer também. Ela nunca tinha deixado alguém morrer e ele não iria ser o primeiro.De repente uma pergunta surgiu na sua mente, mais uma daquelas que ela não sabia bem porque surgiam: porque te preocupas tanto com alguém que mal possa irá te matar?
Ginny afastou essa pergunta da sua consciênciae lançou-se á comida. Draco observou-a enquanto comia. Não a percebia, ele tinha a afeito sofrer tanto e ela continuava se preocupando com ele. Isso irritava-o e assustava-o ao mesmo tempo. Ele sabia lidar com o medo que as pessoas sentiam dele, até gostava da sensação, sabia lidar com a solidão e com a crueldade mas com a atenção e preocupação em relação a ele era algo que ele não conhecia. As únicas pessoas que lhe tinham dado atenção tinha sido a sua mãe e o Professor Snape mas tinham mantido sempre uma distância fria entre eles. Mas Ginny era alguém completamente diferente, não possuia a frieza dos Slytherin, era uma pessoa diferente das que ele conhecia, estava agindo de maneira diferente das suas vitimas. E medo era uma coisa que ele não sentia havia muito tempo. Olhou em volta. Medo, aquela palavra que conhecera toda a sua infância e que ele prometera nunca mais sentir parevcia querer assombrá-lo novamente. Não era medo, não podia ser medo, tentou convencer-se que era só desconforto, ou algo parecido. Como podia ele ter medo de uma criatura indefesa e frágil como aquela ruiva que se encontrava á frente dele.
Pela primeira vez em três dias, Draco levantou-se e andou á volta de Ginny, como um abutre á espera que a presa caia por terra para a devorar. Apetecia matá-la e acabar com aquele sentimento que estava quebrando as barreiras que ele construira ao longo dos anos, e que sentimento era aquele?
Ginny tentou afastar-se dele. Conseguia ver nos olhos dele um brilho que não tinha visto antes, um brilho que ela não sabia se a assustava se a tranquilizava. Era um brilho estranho, o brilho dos olhos de um leopardo prestes a tacar mas ao mesmo tempo, algo naquele brilho mostrava uma fera magoada.
"O que se passa contigo Weasley? Estás tendo pena de Draco Malfoy? Tanto tempo aqui fechada está te fazendo ficares completamente doida!" ela pensou para si.
Como se tivesse acordado de um transe Draco, olhou para ela já sem o brilho e voltou a sentar-se no mesmo local. Ginny respirou fundo de alívio.
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-Harry! Posso entrar?- Harry e Ron viraram-se para a porta de entrada. Estavam na sala do apartamento de Harry rodeados de livros de mitologia grega. Tinham passado os últimos dois dias tentando seguir a pista de Snape mas ainda não sabiam o que ela queria dizer. Aquele era provavelmente a primeira vez que paravam sem ser para comer ou dormir. Hermione batia na porta insistentemente. Harry levantou-se e abriu a porta sem esperar que ela entrasse e voltou para o local onde estava.
-Harry, tens que sair...-Hermione começou a dizer mas parou a frase a meio quando se deparou com uma sala de estar completamente repleta de livros. Ela tinha a certeza que nem ela tinha estado tão rodeada de livros e pelos vistos não só estava Harry concentrado na leitura como estav também Ron.-Que vos deu? Andam desaparecidos há três dias, não dão sinais de vida e agora encontro-vos rodeados de...livros!- ela disse incrédula.
-Hermione, vieste em má altura, agora não posso falar!
-Desculpa!- Hermione estava cada vez mais surpreendida- Harry o que se passa?
-Desculpa Hermione mas estamos demasiado ocupados, precisamos perceber uma coisa, não podemos falar contigo agora!-Ron disse sem tirar os olhos de um livro que tinha na capa o título: Mitologia Grega: os Mitos e os Factos.
-Oh, por favor! Eu não acredito, vocês estam á procura de um livro ou alguma informação em livros e não podem falar comigo? Caso se lembrem a pessoa que mais sabe de livros aqui sou eu!
Harry e Ron olharam para ela como se só agora percebessem que era Hermione que estava ali ao pé da porta devido á dificuldade que tinha em andar pela sala devido aos livros.
-Uh...Desculpa Hermione, mas... é que nós... bem... não te queriamos por em perigo mas a verdade é que precisamos muito de uma ajuda!- Harry disse com ar culpado.
-Tudo bem! Todos nós andamos cansados e é compreensível que se esqueçam das amigas!- Hermione disse com um sorriso- Então, em que precisam da minha ajuda?- Ela perguntou abrindo caminho pelo meio dos livros e sentando-se ao lado de Ron.
Harry contou-lhe o que Snape lhe tinha dito, sem esquecer qualquer detalhe, nem podia, passára os últimos três dias revivendo na sua memória a visita ao ex-Professor de Poções.
-Ulisses! Bem, não me parece muito difícil!
-Não? Passamos os últimos três dias lendo sobre Troia e Ulisses! E a história é semelhante, princesa raptada, precisam recuperá-la mas não conseguimos descobrir como recuperar Ginny pelo método que Ulisses usou, nem indo ao pormenor!- Ron disse levantando as mãos como se já estivesse desistindo de tentar perceber alguma coisa.
-Eu imaginei que vocês, sendo rapazes fossem procurar nos detalhes da guerra mas a pista está na moral da história. Vocês têm que entrar dentro do inimigo!
-Isso já eu pensei Hermione, mas como vou entrar em alguém que tem muralhas de ferro á sua volta, nem Snape o conhece mais!
-Não estou falando em o conhecer Harry nem tão pouco em entrar na mente dele! Estou falando em entrar nele, uma fortaleza destroi-se mais facilmente por dentro. Temos que descobrir o nque está dentro dele que o pode destruir! Ou algo que possa entrar dentro dele para o destruir sem que ele perceba!
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N/A: Desculpem ter demorado tanto mas andei ocupada com a escola e não sei quando posso actualizar porque agora tenho exames finais. Espero que gostem.
