Capítulo Vinte e Seis: Salva-me
Opção A
-Que queres Ginny? Desejas voltar á tua vida antiga, esperar eternamente pelo Potter sem saber ao certo se ele irá voltar ou preferes o Malfoy, sofrer com a instabilidade dele, chorares por ele sem saber se ele alguma vez irá ser feliz? Diz-me pequena Virginia, que queres?
Ginny ficou fitando Voldemort sem saber o que fazer. Como podia ela escolher entre eles? Ersam tão diferentes os dois homens quanto os sentimentos que ela nutria por eles.
-Ginny por favor! Volta para casa, os teus pais estão tão preocupados, os teus amigos...- Harry disse com lágrimas nos olhos. Ginny olhou para ele sem dizer nada. Talvez devesse voltar para Harry, para a sua familia, para os seus amigos...- Por favor Ginny!
Ginny virou a cara e dirigiu o olhar para Draco. Ele estava calmo, não demonstrava qualquer sinal de sentimento, não tentava convencê-la a ficar com ele nem demonstrava vontade de o fazer. Draco Malfoy simplesmente esperava pela sua sentença. Os olhos dele fixaram-se nos dela por alguns momentos. Ela sentiu um arrepio descer-lhe pelas costas. Não era medo, não era nojo, era... ela não conseguia definir. Ela olhou novamente para os olhos verdes lacrimosos de Harry á espera de sentir aquele calor no ciração como antes sentia sempre que o via, aquela sensação de segurança e carinho mas não foi isso que sentiu. O que ela se lembrou foi da distância que havia entre eles, da pouca atenção dele, do passado deles, do que ela sofreu por ele em Hogwarts. Também lembrou-se da gratidão e da amizade que nutria por ele mas nada mais. O amor que sentia por ele havia se desvanecido. Há muito tempo que ele começára a desvanecer mas ela segurava-se á esperança de um dia estar com ele e á protecção que ele lhe dava. Mas agora ela sabia que Harry não a poderia proteger sempre e que afinal ela não precisava tanto assim da protecção dele, ela percebeu que Harry não podia estar sempre com ela, ele tinha outras prioridades, ele tinha o mundo para salvar. Mas havia a sua família, ela também tinha que pensar neles só que...
A rapariga de cabelo cor de fogo olhou novamente para Draco. Desta vez ele já não olhava para ela, olhava para Harry com um olhar frio e de dor. Afinal ele tinha medo que ela escolhesse Harry.
-Eu...- Ginny murmurou- eu não sei... eu...
-Tens que fazer uma escolha Ginny, um deles irá te perder hoje, e acredita que ao te perder cada um deles perde mais do que uma simples rapariga!
Ginny virou-se para Harry.
-Harry!- ela caminhou até ele e deu-lhe um suave beijo nos lábios. Ela conseguia sentir a dor de Draco mesmo sem o ver. Ela sabia que ele não a demonstrava mas algo nela dizia-lhe.- Desculpa!- ela continuou dizendo ao Harry- mas tu tens outras prioridades e eu já não sou a mesma pessoa!- Ginny afastou-se tentando não olhar para o rapaz-que-sobreviveu. Ela sabia que lhe tinha causado uma dor que ninguém deveria sentir mas ela só estava seguindo o caminho que achava que devia seguir.
Quando olhou para Draco ele tinha novamente os olhos fixos nos dela. Ginny viu neles um brilho especial, um brilho de gratidão talvez, ou... não, os Malfoys não eram felizes mas Ginny tinha a certeza que era bem próximo de felicidade. Ginny deu a mão a Draco e antes que Voldemort ou Harry percebessem, Draco desmaterializou-se e a ela. Quando Ginny abriu os olhos estava em frente de Draco no cimo de uma falésia junto ao mar, a meio de uma tempestade.
-Não posso esquecer o meu passado! Não posso deixar de ser o que sou!- ele murmurou.
-Eu não quero que mudes! Só quero que me deixes ajudar-te a controlar essa sombra que tens dentro de ti!
-Salva-me!- ele sussurou e ela deu-lhe um beijo nos lábios tão doce que ele julgou ser impossível e depois a ruiva sentou-se no chão.
Pela primeira vez na vida Draco viu uma pequena luz no meio da escuridão. Ele sabia que aquela luz iria sempre ser pequena mas iria ser suficiente para o deixar ver Slytherin e conseguir lutar com ele mais facilmente.
Draco sabia que não iria ser fácil e que era uma batalha que nunca ia acabar. Mas pelo menos poderia já nao estar tão frio.
Draco olhou para a rapariga ensaguentada que estava sentada ao lado dele, com as gotas de chuva lhe cobrindo o corpo. Ela sabia que iria sofrer nas mãos dele, ela sabia que ainda ia gritar e sangrar muito. Ela sabia que ainda faltavam muitas lágrimas para chorar e muitas dores para suportar causadas por ele. Só que ao contrario do que ele imaginara, ela não iria fugir, iria ser paciente e suportar a dor só porque... porque é que ela estava ali com ele? Pena?
-Eu amo-te Draco. Não é o amor inocente e doce que sentia pelo Harry, é algo diferente, um amor que não sei explicar. Também eu tenho um Slytherin dentro de mim. Um Slytherin mais recente, mais novo. Um Slytherin chamado Tom Marvolo Riddle. Estás a ver. Nós não somos assim tão diferentes. Só que tu foste forçado a lutar com ele toda a tua vida. A mim, conseguiram me proteger por muitos anos e eu sempre fingi muito bem que ele não estava ali mas lá no fundo conseguia o ver olhando para mim, esperando que eu falhasse para voltar e tomar conta do meu corpo. Foste tu que o fizeste voltar e foste tu que me destes força para aprender a viver com ele e não fugir dele, foste tu quem me forçou a lutar contra ele, todos os outros ensinaram-me a ignorá-lo. Eu consegui o apagar. Sei que tu não o podes fazer mas podes pelo menos controla-lo.
Ela sorriu e olhou para o horizonte. Não sabiam para onde iam, ou o que iria ser deles mas não importava, haviam deixado uma vida para trás, era altura de começarem outra, longe de tudo. Já não importava quem ganhava a Batalha Final, já não importava se ela era uma Weasley e ele um Malfoy, já não importava se ela havia sido um Gryffindor e ele um Slytherin, já não importava se ele era um perseguido pelo Ministério e ela uma Curandeira dotada, já nada importava. Nem o passado, nem o futuro... só aquele momento em que ele percebera que aquela ruiva o tinha encantado.
Voldemort sorriu ao ver as lágrimas de Harry. Mas não se aproveitou para derrotá-lo. Aquilo não era a batalha, aquilo era simplesmente a primeira derrota de Harry Potter e que iria lhe custar a vida na Batalha Final se Harry não fosse suficientemente forte. Voldemort acreditava que não, mas o ódio e a dor podem conduzir a dois caminhos. O caminho que Harry iria seguir só dependia dele. E a Ultima Batalha dependeria exactamente do caminho que Harry Potter seguiria.
N/A: Decidi seguir o conselho de algumas pessoas e deixar as duas versões. No entanto posso referir que a versão A venceu: 11 – 3.
