Cap. 11 – Amor
- Draco?
- Eu?
Já havia se passado uma semana desde a declaração de amor de Draco a Gina, e na última semana não houve um só dia que os dois ficaram sem se beijar, sem se encontrar, ou mesmo sem se falar, mesmo que isso implicasse em sair da torre de madrugada e passar apuros fugindo de Filch para finalmente chegarem numa sala sem ninguém. E era exatamente isso que eles tinham feito naquela noite.
Gina estava sentada no colo de Draco, que por sua vez estava sentado no chão frio de uma das masmorras. A madrugada estava fria, o que servia muito bem de desculpa para abraços mais apertados, mais calorosos, e beijos ardentemente apaixonados.
- Você não tá com frio?
- Eu? Não. Por que, você tá?
- Não, mas é porque... você tá tão... desagasalhado...
Draco estava apenas vestindo uma calça jeans e uma camisa branca, realmente estava com frio, mas não diria isso apenas pra fazer Gina se preocupar... Ou não...
- Tem certeza?
- Se eu disser que eu to com frio você me esquenta?
- Engraçado você, hein?
- Eu sei.
- Convencido.
- E você adora, não é?
Gina limitou-se a sorrir, ficando em silêncio por um instante, enquanto sentia as mãos do loiro se enrolarem nas pontas dos seus cabelos.
- Por que você gosta tanto do meu cabelo?
- Sei lá... por que você não gosta?
- Quando você descobriu que gostava de mim?
- Hum... acho que quando você começou a namorar aquele italiano besta.
- Ele não é besta...
- E você vai ficar defendendo ele agora?
- Tá bom... calma... quando você quase morreu no jogo?
- É, foi, e isso me faz lembrar uma coisa.
- O quê?
- A dívida.
- Que droga de dívida o quê... você não me deve nada!
- A minha vida é nada? Eu te devo um grande favor...
- Aiaiai Draco...
- Tá, mudando de assunto, e você?
- Eu?
- Quando percebeu que gostava de mim?
- Quando... quando... deixa eu ver... quando você ficou se esfregando na Anderson, no baile.
- Quando sua amiga Angelina supôs que eu tava bêbado?
- Sua memória é boa...
- Sabia que aquele dia do baile me rendeu uma boa briga com o Mike e o Peter?
- Por?
- Porque eu não queria admitir que gostava de você... e eles acharam isso completamente estúpido da minha parte...
- Draco?
- Eu já disse o quanto você é perguntadeira?
- Já, mas é porque eu gosto do seu nome então tenho que repetir toda hora pra não esquecer.
- Fala...
- Aquele dia... do vestiário... você... você ia me beijar ou não?
- Eu? Eu acho que ia... se você não tivesse sido chata o suficiente pra me mandar sair de cima de você.
- Chata? Obrigada pela parte que me toca!
- Hahahah... você sabe que eu to brincando né?
- Hum...
- Você sabe né... que eu... hum... te amo...
- Hahauahuahua...
- Qual é a graça? – Perguntou ele, erguendo a sobrancelha como sempre.
- Já tinha imaginado isso?
- Isso?
- Você, falando que me ama. Eu, falando que te amo. Sei lá... é tão diferente do que costumava ser há meses atrás...
- Pois é, é a vida ué...
E encerrou-se o diálogo, os dois manteram silêncio por uns minutos.
- Que foi, Gina?
- Hum... Eu acho que o meu irmão desconfia de alguma coisa...
- Por?
- Bom, não sei, ele fica me controlando, perguntando, seguindo, se infiltrando em cada brecha da minha vida, sabe... Eu disse que não tem nada pra ele descobrir na minha vida, mas... se ele insiste...
- É porque ele sabe que não dá pra acreditar no que você fala. Droga...
- Sabe, Draco, eu não quero arrumar problemas pra você com a sua família. Se você acha melhor que a gente não...
- Shh... Não quero que você diga isso, tá bom? Você acha que eu ligo? Além do quê, minha mãe ficou feliz quando soube, ela simpatiza com você.
- Simpatiza?
- É, de todas as garotas que duraram mais de uma semana, você foi a única que conseguiu um elogio. – Disse Draco meio incerto.
- Foram muitas antes de mim?
- Nenhuma nem se compara a você.
- Eu perguntei outra coisa, espertinho.
Ele olhou para Gina com uma cara meio espantada, com um ar de derrota estranho.
- É, aprender essas coisas comigo não faz bem!
- E você enrola...
- Ok, ok, você venceu! Foram, e daí? O amor muda as pessoas.
- Aham, sei...
- É verdade! – falou Draco emburrado.
- Eu sei, to falando que é ué...
- Sei...
- Eu adoro quando você fica emburrado!
- Eu não to emburrado, sua chata.
- Hum... vai começar a brigar agora, é?
- Você que começou.
- Tá bom, tá bom, ta bom, parei. Você não acha que era melhor a gente voltar pro dormitório?
- Mas... passou tão pouco tempo!
- Pouco tempo nada, hahah. E se o Filch resolveu dar um passeiozinho noturno pra lustrar as correntes das masmorras e nos pega? Sabe o que vai acontecer?
- Estraga festa.
- Irresponsável...
- Tá, tá, vai, eu não queria ficar aqui com você mesmo! – Disse Draco, dando de ombros, com um falso ar de desprezo no rosto. Gina tinha conhecido o lado engraçado do loiro, um lado bom e diferente, e que contraditoriamente não era conhecido por ninguém. (claro, senão ele não seria o vilão, né mané!)
- Hum... mas eu quero ficar com você, alguém aqui disse o contrário? – Disse ela, beijando-o mais uma vez, e outra, e outra. Agora que estavam juntos (e, convenhamos, o que demorou uma eternidade), nada parecia capaz de separá-os.
- Eu te amo.
- Eu também te amo.
- Eu te amo mais mais mais mais do que você possa imaginar, Draco.
- É tão estranho você me chamar de Draco!
- Por quê?
- Bom... nós nos tratamos por Malfoy e Weasley há seis anos, e um belo dia nós nos damos pra nos beijar em todos os cantos do castelo e nos chamarmos pelos primeiros nomes... Não que seja ruim, mas é estranho pra se acostumar não?
- Não, Draco, eu gosto do seu nome. Mas se você quiser eu posso voltar a ser como antes – e se desvencilhando dele e fazendo uma cara ofendida – sua doninha albina!
- Sua pobretona. – Respondeu ele, fazendo cara de nojo. – Sabe, eu não gosto de ser lembrado sobre esse tal episódio da... uhn... doninha.
- Ohh, por quê? – Perguntou a ruiva, irônica.
- Sua cínica.
- Eu nunca nem sonhei que pudesse me divertir tanto com você...
- Por quê? Você nunca pensou que eu pudesse ser engraçado?
- Como? Você só sabia fazer piadas ofensivas sobre a minha família!
- Já imaginou se um dia eu vou até a sua casa?
- Como assim 'já imaginou'? Você acha que vai passar a eternidade sem sequer ser apresentado à minha família?
O semblante de Draco ficou sério por um instante.
- Virgínia...
- Mwuahuahuah, seu idiota, eu to brincando.
- Hum... mas é sério, se os seus irmãos souberem que eu encostei um dedo sequer na irmãzinha querida deles, eu sou um homem morto...
- SE eles souberem, coisa que não vai acontecer.
- Espero...
- Wow, quem diria, Draco Malfoy com medo! E ainda por cima medo dos MEUS irmãos!
- É, querida, acontece que se eu tivesse uma irmã tão linda e maravilhosa quanto você, eu também teria vontade de matar o primeiro que chegasse perto dela.
- Será que até namorando nós vamos continuar a brigar feito cão e gato?
- Qual seria a graça da minha vida sem você pra me insultar e me provocar?
- Eu acho que não sei mais viver sem você.
- Nem eu, Weasley.
Depois eles passaram mais um tempo namorando, aproveitando o tempo juntos, até que Draco finalmente aceitou (a contragosto) a idéia de que estava muito tarde e que eles deveriam voltar pro dormitório. Despediram-se com um beijo extremamente apaixonado, o que varreu todas as preocupações da cabeça de Gina pra longe e fez com que ela voltasse à sua torre com um sorriso muito bobo e apaixonado no rosto.
Olhou a Sala Comunal com muito cuidado antes de entrar, até que se assegurou que não havia ninguém e subiu para o dormitório, feliz da vida, se jogou na cama e dormiu feito um anjo.
No dia seguinte...
- Virgínia Weasley!
- Que é?
- Você sabe que horas são, mocinha?
- Erm... seis?
- Nove e meia, e você tá aí na cama!
- É domingo, Lina, deixa-me aproveitar meu dia!
- Nada disso, eu e a Anna estamos aqui doidas de curiosidade pra ouvir mais um episódio das suas aventuras como fugitiva de dormitório e você fica aí dormindo? Nada disso! Pode ir levantando!
- Ai nãããão, pára de puxar minhas cobertas! Tá bom, se o que vocês querem é ouvir uma história, vocês vão ouvir. Sentem! – E Gina contou toda a noite que passara com Draco, tudo o que conversaram e tudo o que fizeram, tudo, tudo, terminando num suspiro.
- Pronto, suas curiosas. Satisfizeram-se?
- Ah Gina, certeza que você omitiu as melhores partes. – Comentou Lina, com um tom de desapontamento.
- Não omiti não! E o que você acha que nós fizemos? Fugimos de Hogwarts, passamos a madrugada num hotel barato e voltamos num hipogrifo?
- É, por aí.
- Ai, Lina!
- É sério! Você e ele, juntos, não seriam quietinhos, mansos e silenciosos a ponto de ficar só nisso. Ainda mais ele.
- Ainda mais ele por quê? – Desafiou Gina.
- Ah... por nada, Gi. Vamos descer pra comer?
- Vamos.
Os dias transcorreram bem para o mais novo casal de Hogwarts, cheios de amor, alegria e encontros às escondidas que sempre faziam Gina enlouquecer e perder o controle nos braços de Draco, até que um belo dia chegou o passeio à Hogsmeade.
Gina estava muito animada, mas quando viu com quem teria que passar toda a viagem, muito dessa animação se foi. Rony queria porque queria que a irmã fosse com ele, alegando que ela mal falava com eles, que estava estranha, que eles não pareciam mais amigos, e bla bla bla... Sem ter como contestar, ela foi obrigada a entrar na carruagem, e para o seu imenso desprazer, sentar-se ao lado de Harry.
- Hum... – Começou o moreno, aproximando-se de Gina que estava quase com a cara colada na janela, tamanho o esforço para não olhar para dentro da carruagem – Quando a gente chegar lá, você tem alguma idéia de onde ir?
- Pfff… hum... eu acho que vou ficar andando com a Anna e a Lina, você sabe, elas gostam de comprar roupas, então provavelmente nós vamos ficar em alguma loja até acabar o passeio.
- A Lina gosta de comprar roupas? Eu sempre achei que ela gostasse de quadribol!
- Por Merlin, Harry, como você é insensível! Só porque uma garota pratica quadribol, ou qualquer outro esporte que não seja considerado delicado e nem feminino, isso não quer dizer que ela não goste de se arrumar, se cuidar, de comprar roupas! Você acha que eu sou assim também? Sabia que eu nunca esperava esse tipo de pensamento da sua parte?
Harry percebeu que a implicância fora gratuita, e que em circunstâncias normais ela apenas diria 'os dois'. Mau sinal.
- Tá, Gina, desculpa...
- Tá Harry, eu não to bem hoje, não to muito a fim de conversar.
- Você quer que eu fique em silêncio?
- Seria bom.
E assim se arrastou a tediosa viagem para o povoado, onde Gina pôde finalmente se livrar da incômoda presença dos colegas e finalmente encontrar as duas garotas com quem podia conversar livremente.
- Ai Gina, onde você tava?
- Ai meninas, se eu contar vocês não vão acreditar, como a minha falta de sorte é grande! Eu passei a viagem inteira sentada do lado do Harry.
- Ainn, Gi, que azar viu!
- Ah, Lina, eu que o diga! Mas e vocês?
- Hum... a nossa viagem foi ó-ti-ma. Pelo menos a minha foi. Anninha prima querida, você bem que podia arrumar um namorado também né? Já viu aqueles gatinhos do sétimo ano da Corvinal?
- Olha só que ironia, a miss anti-romantismo me mandando arrumar um namorado!
- Estou falando sério, sua chata! Aí podemos sair em três casais! Eu e Pet, Gina e Malfoy, e você e... você e seu futuro namorado!
- Tá Lina, pode ir sonhando. Mas mudando um pouco de assunto, eu não sei vocês, mas eu queria dar uma olhadinha nas lojas! Fiquei sabendo que vieram uns vestidos novos e eu quero ver... e vocês vão ver a formatura do sétimo ano! Têm que estar perfeitas!
- Nossa... – disse Gina. – É verdade! A formatura do meu irmão, eu tinha até esquecido!
- É, Gina, mas a gente sabe que a formatura não é só do seu irmão também...
- É, é da Mione, do Harry...
- Do Draco...
- Tá, tá, vamos logo ver vestidos! Eu sabia que a gente ia acabar nisso mesmo!
O vento frio e cortante de janeiro congelava as faces dos inúmeros grupinhos de alunos que passeavam pelas ruelas do povoado de Hogsmeade, despenteando os cabelos da maioria. Especialmente falando num garoto alto e já irritado, passando os dedos pelos cabelos excepcionalmente desarrumados pela milésima vez.
- Pára de fazer isso que você só vai conseguir se despentear ainda mais.
- A gente podia sair do vento, então.
- Por que você não corta o cabelo, Peter?
- Porque a Lis gosta dele desse jeito.
- A Lis, a Lis... ô paixão... – caçoou Draco. – Você que tem sorte, ela não tem um irmão magricela metido a protetor pra ficar te ameaçando. Isso enche, sabia?
- Ai, que dó, mas vem cá... você achou que fosse fácil namorar ela, sendo você você e ela ela? – Perguntou Mike, irônico.
- Como assim?
- Você sendo um Malfoy Comensal da Morte e ela uma Weasley traidora do sangue.
- Pára de falar assim. – Cuspiu Draco, com uma nota anormalmente alta de ódio na voz.
- Há um ano vocês se tratavam desse jeito, você sabe que isso é só um exemplo!
- Tá, tá... mas agora a gente não tá em Hogwarts e eu bem que gostaria de saber onde ela está.
- Hm... – Começou Peter, com um tom de voz sonhador. – Eu acho que a gente devia ir comprar roupas. Naquela loja ali.
- Peter, você tá louco? Aquilo ali é loja de roupa de mulher!
- Eu sei. E é por isso mesmo. – Disse caminhando em direção à loja, sendo imitado por Mike e Draco, que pareciam ter entendido.
Ao entrarem os três na loja, foram recebidos por uma bruxa baixa e jovem, que não parecia ter mais de 20 anos, e parecia bastante curiosa pela razão da presença de três rapazes... erm... bem-apessoados e aparentemente solteiros em uma loja feminina.
- Bom dia. – Cumprimentou a bruxa. – Em que posso ser útil?
- Uh... – Começou Draco, aparentemente pensando numa história boa pra engambelar a vendedora. – Eu... eu vim procurar um vestido social pra... pra dar de presente à minha namorada... a senhorita tem algo pra me vender?
- Ahn... – A vendedora pareceu se decepcionar levemente ao som da palavra 'namorada'. – Nós temos uma grande variedade de vestidos de festa, o senhor tem alguma preferência por cor, modelo, tamanho, ou alguma outra característica?
- Não, não... bem... – Draco parou pra pensar se deveria realmente falar o que estava pensando, mas a vendedora tinha um sotaque diferente, parecia ser de outro país, e portanto não devia nem saber que estava falando com alguém da família Malfoy. – Sabe, a minha namorada – E se deliciou ao ver a cara de insatisfação que a vendedora fez – se parece bastante fisicamente com... com aquela garota ruiva, que está ali do outro lado. A senhorita não poderia me dar nenhuma sugestão do que ficaria bem nela? Eu não entendo muito sobre roupas.
- Hum... o senhor pode me acompanhar, eu irei mostrar-lhe alguns dos nossos modelos recém chegados.
- Ok. – Concordou ele, aproveitando o momento que a bruxa se virou para fazer aos amigos uma cara de 'o que eu faço agora?' e eles lhe responderem com cara de 'deixa com a gente'.
- Lis! – Exclamou Peter no meio da lojinha vazia, chamando a atenção de duas velhas senhoras que compravam suas vestes de gala e do grupinho de três garotas.
- Pet? Ai Merlin, o que você tá fazendo aqui?
- Ué... vim atrás de você... e pra dar uma ajuda pro inútil do Draco. – Disse, rindo de satisfação ao ver a cara da Gina quando disse 'Draco'.
- Cadê ele?
- Ali, enrolando a vendedora pra ver se consegue vir aqui com você.
- E por que ele não veio logo?
- Ei, calma lá garota, você acha que é fácil você e ele se encontrarem num lugar cheio de bruxos que sabem de toda a história da rivalidade entre as suas famílias?
- Mas aqui só tem aquelas velhas, elas parecem mais umas relíquias humanas, duvido que consigam ver!
- Hahahahah... você é tão afobada quanto ele, viu.
- Afobada uma vírgula, é porque não é você que tá lá com aquela vendedora tarada que tá comendo ele com os olhos. Ou não é a Lina.
- Huahauhauhau, calma Gina! Oh Pet, vai lá e tira o Draco de perto daquela imoral daquela vendedora senão a Gi vai ter um treco. Lá fora não é melhor pra gente se 'esconder'?
- Talvez seja. Vão saindo vocês, que eu vou mentir pra moça ali e já vamos.
- Tá.
- Oh Draco, escuta... – Disse Peter se aproximando do amigo, que estava enrolado em mil vestidos ricos e caros da loja, com uma expressão atordoada. – Você não acha melhor dar uma jóia logo pra sua namorada, como um anel ou coisa parecida? Não é tão mais simples?
Foi preciso que eles se segurassem pra não rir da cara de ódio da vendedora.
- Erm... acho que você tem razão, Peter. Obrigada... senhorita.
E saíram.
- Cadê a Gina?
- Tá la fora, junto... cadê o Mike?
- Ah, deve estar lá também!
Então os dois saíram apressadamente da loja e foram caminhando por umas ruelas mais escondidas e mais vazias (o que não era muito difícil, pois o vento estava cada vez mais frio e os grupinhos de alunos deviam estar todos no Três Vassouras), até encontrar as três garotas e Mike. Mike e Anna, por sinal, bastante absortos numa conversa.
Draco riu.
- O que é isso? Mais um casal?
Mike devolveu com um sorriso irônico.
- A gente já se acostumou com nossa função ingrata de vela.
- Seria legal se vocês namorassem. – Comentou Lina, fazendo Anna ficar vermelha.
- Não, não seria legal não.
- Eu acho!
- Tá, tá Lina, você é meio louca, então se você acha tá bom.
- Eba! Você também não acha, Pet, que eles fazem um casal bonitinho?
- Eu acho que você é meio louca às vezes, Lis.
- Bom, que seja? Vamos, Pet?
- Lis... você me surpreende às vezes... vamos então...
E foram, deixando pra trás uma dupla de amigos furiosa.
Gina e Draco se perderam pelos arredores do povoado bruxo. Apesar da maioria das lojas e ruas não estar muito cheia de gente, eles não podiam se dar ao luxo de ser vistos, e convenhamos que eles se destacavam na multidão.
- Draco?
- Eu.
- Eu já falei que gosto do seu nome?
- Já.
- Draco?
- Sim.
- E se alguém disser pro mundo inteiro que eu to com você?
- Como assim?
- Se a sua família souber, eles expulsam você da mansão, não é?
- É.
- E se a minha família souber, eu também sou expulsa de casa.
- Aí a gente se casa, compra um apartamento e mora juntos.
- Tá falando sério?
- Por que não?
- Porque isso não é a sua cara, ora bolas.
- Eu tento ser romântico pra te agradar... mas pelo jeito não dá certo!
- Eu não ligo que você seja frio, rude e sem sentimentos, o importante é que eu sei que você gosta de mim.
- Eu tenho sentimentos! – rebateu Draco.
- Deve ter, mas você sempre esconde.
- Eu acho que a gente não se dá muito bem conversando... você não acha? – Disse ele antes de puxar Gina e beijá-la protegido pela sombra do velho prédio, sem se preocupar se deveriam dar satisfações do que estavam fazendo.
- Sabe, se isso foi um artifício pra me fazer ficar quieta sem discutir com você, funcionou.
- Eu sei. Sempre funciona!
- Como assim, sempre? Quer dizer que toda vez que você me beija é pra me fazer calar a boca?
- Por Merlin Gina, de novo não! – replicou ele, beijando-a novamente.
Anna suspirou desconfortavelmente, sentada num banquinho podre, se encolhendo ainda mais devido ao vento frio. Como se ainda não bastasse estar sentada num banco podre, passando frio enquanto as suas duas melhores amigas estão com os respectivos namorados e você está sozinha, ela ainda tinha que estar na presença incômoda de um cara sonserino com fama de malvado e irritantemente atraente.
- Er... será que a gente vai demorar muito aqui? – Perguntou ele tentando puxar assunto.
- Eu não sei.
- Você não se cansa?
- Do quê?
- Desse silêncio chato!
- Você não acha que a gente pode manter uma conversa, não é?
- Prefere morrer de tédio olhando pra minha cara?
- Não. Mas acho que isso não indica que eu tenha que aprender a conversar com você.
- Então o problema é comigo? – Indagou Mike ofendido.
- Não foi isso o que eu disse!
Depois dessa o silêncio pairou entre eles por mais uns pesados instantes.
- Se você tivesse uma namorada a gente não precisaria ficar aqui.
- Por que se eu tivesse? Por que você não arranja um namorado ou coisa semelhante? Eu não sou dessas coisas.
- Interessante...
- Por que nós temos que ficar aqui juntos?
- Ninguém disse que a gente tem que ficar junto não...
- Já sei, não deve pegar bem pra sua imagem ficar por aí sozinha com um cara que mata por atacado.
- Ahh... será que a gente vai começar a discutir e brigar feio?
- Vamos tentar manter um nível sociável de conversa?
- É uma boa idéia.
Silêncio...
Silêncio...
Silêncio...
- Erm... o que você pretende fazer depois de Hogwarts? – Perguntou ela, insegura, sendo encarada depois como se fosse um monstro de três cabeças. – Que foi? Foi você que pediu pra eu ser sociável!
- Eu quero ser curandeiro. Mas...
- Mas...?
- Eu não entendo nada de Herbologia. É um saco.
- Eu não acho! Eu acho fácil!
- Fácil? Como você pode achar fácil uma matéria chata com uma professora chata, cheia de plantas assassinas com mil e um nomes e propriedades impossíveis de decorar?
- Ahh... é facinho! Não é como Poções, pelo menos!
- Nem vem, Poções é legal!
- É nada! É cheio de detalhes como cortar aqueles raminhos chatinhos em pedaços de meio milímetro e depois mexer três vezes em sentido horário e uma e meia em sentido anti-horário, sem contar que o Snape nunca sequer teve o trabalho de corrigir uma poção minha!
- Ah... mas isso é um detalhe! Tanto faz se ele corrigir ou não! Você tem que aprender a gostar, depois sai tudo certo!
- Ah sai. Eu gostava de Poções até o segundo ano, apesar do Snape.
- Mas Poções do segundo ano é praticamente teoria! É um saco mesmo! Agora Herbologia é um saco sempre.
- Ah não, nem vem! É legal!
- Não é não!
- É sim!
- Não é!
- Humpf!
- Humpf!
Bela conversa sociável.
Os dois passaram tempo em silêncio, sem se encarar, procurando analisar coisas interessantes nas quais nunca haviam reparado, como quantas pedrinhas se tem no chão e qual a velocidade em metros por segundo de uma abelha.
- Erm... – Anna falou primeiro.
- Erm o quê?
- É... voltando ao assunto da Herbologia... se você quiser, eu te ajudo.
- Mas você é um ano mais nova que eu!
- Você diz isso como se só tivesse problemas na matéria do sétimo ano!
- Erm... está bem.
- Então... tá.
Após essa minúscula conversa sem troca de farpas entre os dois, Anna e Mike retornaram para suas posições iniciais, sem se tocarem, sem se falarem, ou nem mesmo cruzar um olhar.
Nisso, Lina e Peter resolveram dar uma passadinha no tal banco.
- Ai minha Circe, Anna, por que você tá tão longe do Michael?
- Lina! – Exclamou Anna inconformada com a falta de tato da amiga pra falar esse tipo de coisa. – Qual o problema de ele estar no banco e eu no chão? Esse banco tá podre!
- Qual o problema de vocês dois dividirem o mesmo banco?
- Nenhum – Responderam os dois ao mesmo tempo, falsamente.
- Então! Anna, Anninha, vem cá. – Lina puxou pelo Anna braço até que esta ficasse de pé, e depois fê-la sentar no banco miseravelmente pequeno, onde não tinha nem um palmo de distância de Mike.
Peter riu. Tão alto que chamaria a atenção da ruazinha inteira, SE houvesse mais alguém na ruazinha.
- Não tem graça, Peter.
- Tem sim, William. – O outro ainda fez questão de chamá-lo pelo segundo nome, coisa que o deixava ainda mais irritado.
- O nome é Michael, se você não se importa.
- Lina, meu amor – Emendou Peter, mudando rapidamente de assunto. – Eu estou começando a concordar com você. Eles fazem realmente um belo casal. Agora vamos, eles merecem ficar um pouco a sós.
E saíram os dois, debaixo de uma chuva de pragas mentais de Mike e Anna.
- Que foi? – Resmungou ela, vendo que ele se mexia desconfortavelmente.
- Vai mais pra lá?
- Vai você!
- Vai você!
- Eu não!
- Vai sim! Eu to apertado aqui!
- Ninguém mandou você ser tão gordo!
- Eu não sou gordo. Você que é!
- Eu não! – Gritou Anna, empurrando Mike quase sem força, ao que levou em troca um empurrão forte que a fez cair na calçada, esfolando-se de leve.
Silêncio...
Silêncio...
Mais alguns minutos no mais mortal silêncio... Anna remoendo a raiva e Mike remoendo o remorso.
- Ryan?
Silêncio?
Sim. Ela permaneceu calada.
- Me desculpa... eu não fui com a intenção... Ai!
Mal deu tempo de ele terminar a frase e recebeu um belo tapa no braço.
- Isso dói, sabia?
- Aham. Foi intencional.
- Tem certeza que quando você for me dar aulas você não vai me jogar na boca de uma planta carnívora, ou fazer eu provar a seiva de uma erva venenosa?
- Absoluta. Eu não seria tão burra quanto você.
- Você me dá nos nervos, garota!
- Mas você precisa de mim pra passar de ano E pra ser curandeiro.
- Você vai abusar disso enquanto puder, não vai?
- Vou.
O casal 20 mais uma vez saiu andando pelas ruas mais desertas de Hogsmeade, onde podia ter um pouco de paz e sossego longe dos olhares inquisidores dos moradores do povoado, que se os vissem juntos provavelmente agiriam como se um dementador tivesse acabado de aparecer na sua frente e começasse a pular amarelinha. Em outras palavras, como se aquele dia fosse o fim do mundo.
O céu cinzento e a falta de sol traziam chateamento pra qualquer um, até mesmo para Gina e Draco, que agora andavam sem rumo definido. Até Draco ver a carinha anormalmente feliz e o brilho nos olhos de Gina, que normalmente não significavam coisa boa.
- Que foi dessa vez?
- Olha Draco!
- Onde?
- Fotos! Vamos tirar uma?
Ele encarou-a como se tivesse visto um alien ou coisa parecida.
– Virgínia, você está bem?
- Por quê?
- Como quer que a gente tire fotos de nós dois juntos? Você perdeu a noção do perigo?
- Por quê?
- E se alguém ver? E se alguém pegar? E pra que você vai querer uma foto nossa, pra pendurar na sua cabeceira e deixar lá, até um dos seus irmãos com sede de sangue de Malfoy vir atrás de mim? Você não... – Mas parou repentinamente ao ver os olhos da namorada cheios de lágrimas.
- Que foi?
- Você, Draco. Você é tão insensível às vezes!
- Eu?
- É, você! – E nisso ela começou a chorar tão alto, mas tão alto, que o loiro se surpreendeu com a sorte de ninguém ter ido ver o que estava acontecendo. – Será que você não sabe o quanto é chato ter que ficar me escondendo dos outros, ter que ficar fugindo, mentindo pra minha família, isso não é legal, isso não é o que eu sempre quis! Eu sempre quis um namorado que não tivesse vergonha de mim, e você...
- Gina... Gina por favor... quer chorar mais baixo?
- Não vem falar pra eu chorar mais baixo que eu choro do jeito que eu quero! Você nunca diz que me ama, você não...
- Virgínia, CHEGA. – Disse Draco firme, segurando com força os pulsos dela que estavam levantados contra ele. – Chega dessa choradeira. De jogar na minha cara que eu não digo 'eu te amo'. Quando você aceitou namorar comigo você sabia que eu não sou sentimental, sabia que a gente não ia poder sair por aí se exibindo como um casal normal, porque aos olhos do povo, a gente não é normal juntos. Você sabia que eu não digo "eu te amo", que eu não sou modelo perfeito de homem, que nós somos bastante diferentes, que eu sou insensível, mas você quis ficar comigo. Se quiser continuar, pois bem. Se quiser voltar atrás, pois mal. Mas se você não me aceitar, eu não te aceito também. – Dito isso, respirou fundo. Parecia que tinha falado demais.
Gina silenciou-se, um silêncio anormal, beirando a morbidez. Não conseguia desgrudar seus olhos do rosto do namorado. Rígido, frio, impassível... Ele era assim, sempre fora. E aquelas palavras atingiram-na como um balde de água congelante no meio do Alasca.
- Draco... – Sussurrou ela, abraçando-o com força e falando tão baixo que a própria voz parecia poder machucá-la. – Draco me desculpa... eu não... eu... eu não quis dizer... eu... não podia... você... me perdoa... me perdoa? Eu te amo...
Ele retribuiu o abraço com a mesma intensidade, a única emoção que se permitiu expressar naquele momento. Pois em seu interior, o coração batia veloz por ter sentido tão perto que poderia perder pra sempre – ele sabia – a mulher da sua vida. Que a escolha e a sua vida estiveram com ela, para que ela pudesse fazer o que quiser, e ela preferiu ficar com ele, com seus defeitos e sua insensibilidade. Sentia-se feliz. Completo. Puxou-a pra mais perto, ouvindo o choro silencioso da ruiva, numa tentativa de consolá-la sem palavras, de acabar com aquele sofrimento que também o machucava sem demonstrar que estava ficando mais humano.
- Vem.
- Pra onde?
- Tirar a maldita foto.
- Mas você não disse que...
- Vamos?
- Mas...
- Mas a foto fica comigo.
- Então... tá.
E foram.
- Erm... Draco, você... tem certeza?
- Tenho. Vai lá, Gina, dá um sorrisinho pro tio. (N/A: Se mata de rir quando vê essa frase – dedicada aos coleguinhas que não lêem a fic)
- Sorri você também, Draco.
- Eu não.
- Tá bom... – falou ela, posando pro flash que veio em seguida, e depois indo direto ver a foto que o velhinho fotógrafo tinha nas mãos.
- Pronto, Virgínia. Feliz?
- São três sicles. – Cobrou o velhinho, com um sorriso bondoso.
- Fica com o troco, então. – Falou Draco, colocando uma moeda de um galeão em cima da máquina do homem, e saindo rapidamente.
- Por que você deu tudo aquilo de dinheiro pra ele?
- Porque, sei lá, eu tava sem paciência pra ficar procurando moedas de um sicle então dei a primeira que eu peguei.
- Interessante...
- O quê?
- Nada, ué.
- Hum...
- Gostou da foto, então?
- Eu não sou fotogênico, nunca gostei dessas coisas de forçar sorriso.
- Não é, como que não é! Lógico que você é!
- Tá, tá, mas então pode ir dando um tchauzinho pra foto porque ela vai ficar comigo e você nunca mais vai vê-la.
- Promete que não vai rasgar ela, Draco?
"Como ela adivinhou?"
- Erm... hum... eu... prometo.
- Mas... ahh... por que você não faz uma cópia e me dá, hein? – Pediu Gina, com uma perfeita cara de criança querendo chocolate.
- Não não não mocinha, trato é trato. Além do que, você não ia ser nada discreta com essa foto.
- Ah, ia sim, vai Draco, me dá!
- Não começa.
- Draco!
- Gina!
- Ah...
- Nem vem, garota. E não me olha com essa cara não!
- Porque não?
- Porque... – Draco se descontrolava completamente ao ver Gina fazer cara de criança. – Porque... porque...
- Você gosta, não gosta? – Perguntou ela com um sorriso brincalhão nos lábios, se aproximando.
- Pára, Gina!
- Eu diria que você está... perdendo o controle da situação.
- Eu não estou perdendo o controle!
- Está sim. – Gina se divertiu ao ver o namorado completamente sem ação.
- Está brincando com o perigo.
- Se eu não gostasse de perigo, eu não tava namorando você. – Falou, se aproximando ainda mais. – Draquinho.
- Odeio quando você me chama assim.
- Era a intenção. – Disse ela, instantes antes de silenciar Draco da melhor maneira possível.
(Depois de novembro, depois de dezembro, depois do Natal.)
Aquela era uma mais uma noite fria do começo de janeiro. A sala comunal grifinória estava lotada, a lareira acesa e as risadas dos colegas espantavam o frio daqueles que estavam solitários, como, pelo menos para as pessoas presentes, era o caso de Gina.
- Gente, o Ron tá muito meloso ultimamente, vocês não acham? – Perguntou ela em tom de brincadeira, deixando o irmão cor de rosa.
- Eu? Por que eu?
- É, você tá mesmo, Ronald. – Concordou Mione, que estava dividindo uma das poltronas com o namorado. – O que aprontou dessa vez, hein? Você anda carinhoso, sensível, parou de agir feito um trasgo com os menores...
- Ué, Hermione, eu sempre fui esse anjo de candura, você que nunca percebeu!
Todos os que estavam na sala gargalharam abertamente.
- É o amor Mi... o amor muda as pessoas...
Gina encolheu-se num dos sofás ao ouvir essa frase que Draco repetia com tanta freqüência, como uma justificativa. Sentiu saudade dele, sentiu raiva por não poder estar com ele, sentiu ódio por não poder estar com ele por essa estúpida briga entre casas, sentiu ódio das duas famílias que se odiavam tanto, e haviam ensinado os dois a se odiar, sentiu inveja da Lina e do Peter porque, desde que eles haviam parado de namorar tão escondido, estavam pouco se lixando pras regras da escola e saíam dos dormitórios mais tarde e com mais freqüência do que ela e Draco, sem se importar com quem estaria vendo-os, e teria se perdido em mil outros sentimentos se uma mão nada desejada viesse tocar seu ombro e tirá-la de seu incômodo desânimo.
- Posso sentar, Gina?
A vontade da ruiva foi de dizer a Harry um sonoro 'não', mas como Rony e Mione estavam presentes, e ela tinha que representar o papel de 'irmãzinha educadinha', optou por silenciar-se.
- Você tá tão quieta... o que foi?
- Não foi nada não, Harry.
- Tem certeza?
"Na verdade, o que eu tenho é raiva da sua presença."
- Tenho sim.
- Bom... que bom, porque eu ia ficar triste se você estivesse. – Disse ele se aproximando, passando um braço pelo ombro dela.
- Hm... er... oh Harry, não leve a mal, mas dá pra você tirar o braço de cima de mim?
Harry fechou a cara.
- Por quê?
- Porque... porque... droga, Harry! Dá pra parar de se fingir de cínico e de vir com essa conversa fiada pra cima de mim? Eu sei que você gosta de mim e eu não gosto de você, você sabe!
- Eu sei. Mas você entende, eu quero ficar com você, eu quero...
- Eu pensei que pelo menos a minha amizade ia ser importante pra você já que você diz gostar tanto de mim. Mas não parece. Parece que você tá fazendo de tudo pra terminar de estragar nossa amizade.
- Não é assim, Gina. Me escuta...
- Eu vou falar com a Anna, tchau Harry. – Disse a ruiva em tom seco, assustando o moreno.
As duas subiram uns quatro degraus da escada que levava aos dormitórios, onde se sentaram pra conversar.
- Ué, Gi, por que o Potter tava conversando com você daquele jeito?
- Porque ele é um idiota! – Respondeu, brava. – Cadê a Lina?
- Saiu, pra ficar com o amor dela, e eu acho que você podia muito bem fazer a mesma coisa.
- Anna, você tá doida?
- Você que tá, de continuar aí com o Potter te agarrando sem você querer.
- Mas eu vou fazer o quê? Dar um tapa nele?
- Bata, arranje um namorado, use uma poção do amor, mas por Merlin, Gi, você não pode ficar agüentando essas investidas dele. Você tem namorado!
- Quer fazer favor de falar baixo? Ele não sabe!
- Mas você sabe. Se o Draco souber...
- O Draco não vai saber, porque nem eu e nem você vamos contar pra ele.
- Mas você devia.
- Anna Juliette Ryan, eu juro, se você se atrever a contar uma sílaba disso tudo pro Draco, eu nunca mais olho na sua cara, eu deixo de ser sua amiga!
- Tá, tá, se você não quer eu não vou falar. Mas eu te falo isso justamente porque eu sou sua amiga, Virgínia! Esse tal Potter não parece ser o santo de quem o mundo fala. Na minha opinião, ele é pior que o Draco que você xingava tanto.
- Também acho... também acho, Anna... Mas o que eu posso fazer? Eu sofri tanto pra finalmente achar alguém que gosta de mim, e agora o Harry gosta de mim, o Rony e a Mione com certeza querem que eu fique com ele, o Rony e o Harry se souberem que eu to namorando ele vão matá-lo, e me matar também... O que eu faço? O que eu faço, amiga? Me diz, me diz que eu não sei... eu já pensei tanto, mas eu não sei como agir... eu quero você... eu quero a Li... eu quero o Draco... os únicos que me entendem nessa escola... Ai que ódio... que ódio!
- Gina.. Gina... calma, amiga... respira... vamos lá pra cima comigo, antes que um deles resolva perguntar o que você tem... você vai ver, isso vai passar... não fica triste... que eu também fico!
- Ai Anna! Não sei o que eu faria sem você aqui agora...
- Você iria assaltar a cozinha, e se entupir de chocolate. Pensa que eu não sei?
- É... seria isso mesmo... mas já que você está aqui comigo, você pode assaltar a cozinha comigo também!
- Ahh não, não conte comigo porque eu não vou ser sua cúmplice nesse seu suicídio corporal.
- Ué... mas você nunca se importou com isso... Ah, já sei! Tá querendo ficar toda linda e maravilhosa pro Michael, né?
- Ai Gina, eu não sei de onde você tira essas coisas as vezes! Humpf... eu ODEIO aquele moleque... ele é tão grosso... tão infantil... tão imbecil... tão...
- Lindo, maravilhoso, fantástico, perfeito...
- Ai, pára! E sabe qual o pior? Eu vou ter que dar aulas praquele burro.
- Aulas? Mas por quê?
- Porque... me deu dó saber que um cara do sétimo ano não sabe diferenciar um ramo de erva do sono de um ramo de erva petrificante!
- Ui, ficou com dozinha dele, foi? Ai que coisa fofa, Anninha! Tá apaixonada!
- Virgínia! Quer que eu pule no seu pescoço de uma vez?
- A Anna tá namorando, a Anna tá namorando...
- Você tá muito felizinha pra quem agora pouco tava toda depressiva.
- É que rir da desgraça alheia me faz bem! Anna e Mike se amam, Anna e Mike se amam...
- Não tem graça. – Emburrou Anna.
- Tem sim... ah Anninha... ri... ri!
- Não rio... ahh... Gina... pára! Pára de me fazer cócegas! Eu to ficando sem ar! HahAHuahuHAUhauHAUahuhAUHuhauhaUH...
- Isso! Tá bem melhor! Pelo jeito você e ele conversaram muito na minha ausência, hein? Vamos dormir! No dormitório você vai me contar tudo!
- Ei ei ei, vocês duas aí, estão tendo uma crise, é? – Perguntou Ron, de surpresa.
- Não, maninho amado. Nós já vamos dormir, a conversa aqui não tá rendendo como deveria.
E subiram.
Gina, seguida pelos olhares desejosos de Harry (sim, olhares no melhor estilo 'comendo com os olhos'). Logo após, ele inventou uma desculpa capenga para os que restaram na sala e subiu ao dormitório, morto de ódio e frustração. Estava fracassando, Gina sequer olhava pra ele e costumava sumir o tempo todo nos intervalos, não conversava mais com os grifinórios, exceto talvez Colin (que também sumia freqüentemente da torre devido ao namoro) e as duas colegas de quarto, Lina e Anna. Elas sim não desgrudavam da ruiva, pareciam saber de tudo o que ela fazia nos seus períodos de sumiço e davam gritos e risadas histéricas a cada história que lhes era contada, fazendo Harry ter ímpetos de se transformar em uma das garotas usando a Poção Polissuco e assim saber qual era o grande segredo que a garota dos seus sonhos guardava... Estranho... Gina parecia mal ter ouvido a provocação do idiota do Malfoy hoje no corredor... reagira de modo estranho, ela ignorara... ela sorrira pras amigas, sorrira... apaixonadamente.
Então Harry levantou uma grande hipótese em seus pensamentos: 'E se Gina estiver... apaixonada... estiver gostando... estiver... com o asqueroso do Malfoy? Não... não pode ser... estou ficando louco, ela o odeia, ELE A ODEIA! Isso não é certo, é quase contra a lei da natureza, seria impossível juntá-los! Eles se odeiam muito! Merlin... Merlin... A que ponto cheguei... a que ponto o ciúme me levou... estou imaginando demais... Eu preciso dormir, é isso.' Conformado com o pensamento, Harry pôs a cabeça no travesseiro e fechou os olhos, pronto pra ser embalado no mais leve sonho cheio de anjinhos.
De repente tudo apareceu claro outra vez. Já era dia. Harry andou levemente pelo corredor, sem nenhum tipo de preocupação. Ia sozinho para a primeira aula, de Defesa Contra as Artes das Trevas, quando vislumbrou um rastro de cabelos cor de fogo que eram inconfundivelmente de Gina, virando o corredor. Olhou o relógio e viu que tinha tempo até o começo da aula, então sentiu um desejo incontrolável de seguir a ruiva e foi o que fez. Seguiu ela pelos corredores, sempre tomando o cuidado de manter uma certa distância, mas... aonde ela estava indo afinal? Os corredores pareciam não ter fim... cada vez mais e mais desconhecidos pra ele. Será que Hogwarts realmente tinha aqueles corredores? Então ele viu. Mas preferia não ter visto.
Gina estava escondida pela sombra de um corredor, mas não havia como ele não reconhecer aqueles cabelos. De ambos. Uma era Gina, e o outro, obviamente, era o comensal do Malfoy. Ela estava nos braços dele, como dois namorados. Mas não podia... Ela devia estar sobre o efeito de uma poção controladora, ou sei lá... Aquele comensal filho de uma...
Mas poção nenhuma poderia causar o que aconteceu depois. Ela riu alto, e ele deu um meio sorriso que poderia se chamar de 'agradável', vindo de um Malfoy. E depois ela o beijou. Na boca. E aquilo foi demais pra Harry, que deu uns passos pra trás tentando pôr ordem nas idéias. Ele havia perdido (sem nem ter ganhado) a garota que mais amava pro cara que mais odiava. Irônico? Maisque isso. Deprimente.
Aí depois ele tentou sair correndo, mas foi uma tentativa malsucedida porque ele só conseguiu cair da cama e se estatelar no chão. E sóóóóó aí percebeu aliviado que tudo fora um pesadelo.
- Harry? Harry? Você tá bem? – Acudiu Ron.
- Eu? Humm... to... sei lá... éééé... que horas são?
N/A: Um milhão de desculpas pela demora. Autora má, Autora má!
Será que vocês ainda tão acompanhando?
Miaka: Cá está Harry para atrapalhar nosso casal lindo, como você queria :D
Musa-Sama: Ohh, concordo, morte ao Potter! ;)
LolitaMalfoy: Espero que não tenha morrido de ansiedade pra ler... sorry... /
Princesa Chi: Você ainda lê? Ohh... viu que não tive o mínimo tempo pra att... sorry... boa leitura pra tudo mundo... espero que gostem! Até a próxima.
N/A da Beta: Olaaaaaaa...nossa qnt tempo oO...mais aki estamos nós firmes e fortes..depois de um bom tempo...consesso q parte da demora foi minha pq fikei sem net pra betar a fic...peço desculpas a tds ae \o/...ai ai esse cap fiko perfeito neh?A Gina e o Draco uiuiuiuiui...e a Ana e o Mike hein...o q sera q rola entre eles...do odio eh q começa o amor...uiuiuiuiui...aii eu vo matar akele Potter idiota¬¬tah pensando q eh quem hein¬¬...ve se pode... mais eu nao posso fla nada mais...agora vcs esperem pelo proximo cap...e eu espero q ele nao demore...bem BEIJAO pra tds e espero q vcs tenham gostado...FUIIIII
