Clow
estava sentado à beira do lago e havia proibido suas criações
de visitá-lo. Kerberus e Yue, relutantemente, aceitaram. As
cartas não ousavam desobedecê-lo. Nem os Mokonas Soel e
Larg, que eram parte criação dele, parte da feiticeira
das dimensões, se sentiam à vontade para falar com
ele.
Porém, do mago se aproximou uma pessoa que não
era sua criação, mas sua parceira, naquele momento e
para todas as horas.
-Nem mesmo nestes momentos você
chora.
-Eu prometi que nunca choraria por esse dia – Clow
responde sorrindo.
-Este sorriso me machuca, sabia? Por que tem
que ser assim?
Clow olhou para a Lua, com um sorriso menos leve e
mais forçado. Yuuko não sabia se ela saberia responder
ou se ele não queria responder.
-Yuuko... todo lugar muda,
as árvores começam deixar cair folhas... as estações
mudam de acordo com o ciclo...
-Blá, blá, blá.
Você vai enrolar a Sakura com esse falatório. Não
a mim. O que está acontecendo?
-Yuuko... Água... é
algo que deve fluir.
-Sem parábolas, Clow!
-As coisas
sempre devem mudar. Manter o monopólio da magia vai tornar a
realidade estática e estagnada. Eu fui conhecido por mudar a
magia, criando a minha própria. Você é a bruxa do
hitsuzen, e eu, da mudança.
-Você só pensa em
si mesmo...
-Se nada se renovasse, não nasceria nada e não
morreria nada. Tudo ficaria como está – Clow se levanta,
falando seriamente, sem sorriso.
-Mas eu não quero que nada
mude! – Yuuko segura a mão do mago – não precisa
ser assim. Você quem decide como deve ser. Mas pense em
Kerberos, Yue, as cartas, os Mokonas... e eu...
Clow larga da mão
de Yuuko e anda sem rumo, para não chorar. Yuuko apenas olha e
espera que seu amado mude de idéia.
