SEM BARREIRAS
NOS BRAÇOS DO AMOR
Autora: Rosana (Rô)
Revisora: Patty e Sammy
Capítulo 5
Touya entrou na agência no dia seguinte bocejando. O idiota apaixonado do Syaoran obrigara-o a ficar acordado até muito tarde.
Estava passando pelo corredor a caminho de sua sala e acabou dando de cara com Katrine, ela ficou sem graça e não o olhou nos olhos. Na noite anterior ao chegar em casa, havia uma mensagem em sua secretária eletrônica, dizendo que não precisava dar-lhe uma carona até a agência.
- Bom dia! – falou ao passar.
- Bom dia. – ela respondeu, esbarrando em um arquivo e derrubando todas as pastas que havia em cima.
Touya abaixou-se para ajudá-la.
- Não precisa. – Katrine disse abaixando-se também, envergonhada.
- Eu não me incomodo.
- Você nunca ajudou antes. – ela resmungou não se contendo.
- Sempre há uma primeira vez. – ele ergueu-se, lhe entregando as pastas e virou-se seguindo em direção à sua sala.
Ela observou-o se afastar ainda abaixada, quando Lionel aproximou-se a ajudando a se pôr de pé. Katrine sorriu agradecendo-lhe, o que estranhamente deixou Touya irritado, fechando a porta de sua sala com mais força que o necessário.
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- Oi Touya. O que tinha de tão urgente para falar comigo? – perguntou Sakura entrando na sala do irmão.
- Você está bem? – ele perguntou apontando uma poltrona para que ela sentasse enquanto se acomodava em outra ao lado.
- Estou sim. Mas, não me chamou aqui só para perguntar isso não é mesmo?
- Não. Você não deveria ter usado as cartas na frente da agente Kérria. – ele foi direto ao assunto.
- Oras, e por que não? A Kat é confiável, e eu tive que protegê-la.
- Se você tivesse nos esperado não teria que ter protegido-a.
- Se eu tivesse esperado vocês, a essa altura o carro teria sido roubado e aquela mulher estaria morta. – ela falou irritada. - Eu não sei onde você está querendo chegar Touya. O que tem a ver Kat saber das cartas? – ela perguntou confusa. – Oh, claro, como sou estúpida, se ela for pega pode acabar contando sobre elas.
- Não é isso. – disse Touya.
- Não? – estranhou Sakura.
- Eu acho que nós temos um espião na agência. – ele falou enfim.
- Um espião? – gritou Sakura.
- Fala baixo. É tudo muito estranho. Nossos agentes foram seqüestrados em missões que somente nós sabíamos.
- E você acha que esse possível espião pode ser a Katrine? – Sakura perguntou surpresa. – Impossível Touya.
- Por que impossível? Apesar da Katrine ser filha de orientais ela nasceu nos EUA, esqueceu disso?
- É claro que não, mas eu confio na Katrine cegamente. Não tem o mínimo cabimento você colocar em dúvida a integridade profissional dela e ainda por cima desconfiar que seja agente dupla. De jeito nenhum. Tente outro.
- Você é uma cabeça dura mesmo. Eu não estou afirmando com certeza, só quero dizer para tomar mais cuidado a quem mostra seus poderes.
- Agora já foi. Eu fiquei de conversar com ela sobre isso, mas hoje está ocupada com o técnico de computação. Iremos almoçar amanhã. Quem sabe não é uma boa mesmo eu contar tudo? Se alguém vier em meu encalço saberemos que ela é a espiã. Gostou do meu plano? – Sakura claramente brincava com o irmão.
- Odiei. – ele não sabia o que mais dizer, para convencer a irmã. – Sakura, prometa-me uma coisa, ande sempre com as cartas e com seu celular, qualquer problema por menor que for ligue para cá. Prometa. – ele pediu sério.
- Eu prometo, Touya.
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- Conseguiu alguma coisa? – Syaoran perguntou a Touya referindo-se aos homens que atacaram Sakura e Katrine no subsolo da agência.
- Nada. - Touya respondeu esfregando o punho direito que estava levemente machucado. Não gostava de passar da conta com os meliantes, mas o cara irritara-o quando se recusara a colaborar, e não teve jeito de se controlar.
- Será que eu posso tentar? – perguntou Syaoran muito inocente.
- A quem você está querendo enganar? – Touya ironizou. Não deixaria Syaoran se aproximar dos detidos de jeito nenhum. Apenas por terem pensado em tocar Sakura, era capaz dele matá-los antes que pudessem ao menos começar a dizer algo.
- Você pega muito leve. – resmungou Syaoran.
- E você pega muito pesado.
Os dois ficaram alguns segundos em silêncio. Foram interrompidos por Katrine que bateu à porta entrando em seguida.
- Ligaram do departamento de polícia. Tem um cara lá se dizendo advogado dos dois bandidinhos.
Touya mandara os bandidos para a polícia exatamente para esse fim, que alguém fosse tentar soltá-los.
- Eis a nossa chance. – disse para Syaoran já seguindo em direção à porta.
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Katrine conversava com Hosokawa, o técnico especialista em computação quando Lionel se aproximou sem ao menos cumprimentar o outro.
- Por que a irmã do diretor não está trabalhando? – perguntou Lionel para Katrine.
- Ela está grávida, Touya achou melhor lhe dar licença.
- Ah sim, e o pai deve ser aquele chinês.
Katrine olhou-o estranhando a maneira dele se referir a Syaoran.
- É sim.
- E por que eles não se casaram ainda?
- Acho que isso não é da sua conta, não é mesmo? – ela falou, não entendendo o interesse repentino em Sakura.
- Claro que não, mas já que você não me dá a mínima bola, e ela está desimpedida, pensei em convidá-la para jantar.
Katrine sorriu ironicamente, adoraria que ele convidasse Sakura para jantar, Syaoran o transformaria num pastel.
- Por que você está sorrindo?
- Por nada.
- A Kinomoto é boa agente?
- Pelo que sei, a melhor.
- E quem era o parceiro dela?
- Ela sempre trabalhou sozinha.
- Que estranho, isso não é muito usual, não é mesmo? – ele perguntou, fazendo Katrine ficar levemente intrigada com todas essas perguntas.
- Eu tenho que trabalhar Lionel, sugiro que se você quiser saber mais alguma coisa da Sakura pergunte ao nosso diretor, ou melhor, pergunte ao Syaoran. - ela falou inocente, virando-se para o Hosokawa que estava lhe explicando sobre um novo programa que havia instalado no computador, antes de serem interrompidos.
- Ei não precisa ficar bravinha, Kat querida. Aposto que você ficou com ciúmes. – ele disse sorrindo e afastando-se.
- Idiota. Ciúmes dessa coisa? – falou para Hoso, bebendo um gole de sua coca-cola light.
O rapaz que ficara em silêncio durante a conversa dos dois agentes, apenas sorriu para ela.
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- A garota está grávida. – falou a voz de um homem ao telefone.
- Não me diga? Mas isso é mesmo maravilhoso. Matarei dois coelhos com uma pedrada só. Como a vida é bela. - a mulher falava ironicamente com um toque de maldade na voz. – Você já cuidou daqueles idiotas?
- Claro, o assunto já foi resolvido.
- Ótimo. Fique atento. Qualquer novidade, informe.
- Pode deixar chefe.
A mulher desligou o telefone e olhou para o homem parado a sua frente.
- Quero que você fique de prontidão. A qualquer momento podemos agir novamente.
- Sim senhora.
- E Kaiyo! Sem falhas dessa vez.
Ele acenou que sim, saindo da sala.
- Touya Kinomoto, a hora de ficarmos frente a frente está chegando. – a sinistra mulher sussurrou. – Aki nós vamos nos divertir muito ainda. – falou à guarda-costas, soltando uma risada maligna, que trouxe um meio sorriso à expressão sempre fechada de Aki.
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Katrine espreguiçou-se elevando os braços acima da cabeça, assustou-se quando viu o horário, quase 23:00h. Ficara no computador comparando os dados dos dois atacantes da garagem, onde moravam e com quem se envolveram nos últimos tempos, descobrira que um deles tinha acabado de sair da cadeia, como se envolvera tão rápido em algo ilícito?
Revira os dados do legista sobre a morte de Yosi tentando buscar algo que lhe chamasse a atenção para saber com que tipo de inimigo eles estavam lidando. Tomou mais um gole de sua coca-cola light e viu as três latinhas vazias no lixo, por isso a falta de sono, se bem que quando se levantou para ir ao banheiro sentiu que balançava. Será que se podia ficar bêbada com coca-cola?
Reparou que era a única pessoa na agência, pelo menos naquele andar, estava tudo silencioso. Empurrou a porta do banheiro feminino encontrando-a trancada, lembrou-se que ele estava em reformas, e que estavam usando o do andar de baixo, cruzou as pernas meio na dúvida se daria tempo quando se deparou com a porta do banheiro masculino, olhou de ambos os lados do corredor para ter certeza de que não havia ninguém a vista, apertada do jeito que estava seria ali mesmo. Empurrou a porta decidida e entrou no universo masculino, meio de cenho franzido com medo de encontrar alguém do Clube do Bolinha, ali dentro, mas estava vazio.
Agora que entrara, ficou curiosa para conhecer o lugar, do lado esquerdo vários compartimentos abertos com nenhuma proteção contra olhares indiscretos, então era ali que eles faziam, que coisa, com todos olhando. Mais a frente havia algumas cabines fechadas. Ufa! Ainda bem, não tinha a mínima idéia de como fazer xixi em pé, pensou. Do lado direito, uma bancada com torneiras, e apenas um espelho pequeno, olhou procurando um de corpo inteiro, mas não encontrou. Nossa, como eles faziam para se olharem? Uma poltrona ficava a um canto.
- Para que eles precisam de uma poltrona no banheiro? Não quero nem pensar. – disse em voz alta seguindo para um dos boxes.
Aliviou-se e já estava saindo quando ouviu a porta ser aberta, arregalou os olhos assustada, rapidamente subiu no vaso sanitário trancando a porta sem fazer ruído, encolhida, abraçou as pernas, ficando a espera de ser descoberta a qualquer momento. Ai senhor que vergonha, que vergonha, repetia em pensamento.
Ouviu o som de água correndo da torneira, e logo depois a porta abrindo e fechando. Suspirou de alívio, descendo do vaso. Abriu a porta devagar colocando apenas a cabeça para fora, espiou. Vazio. Dirigiu-se a pia lavando as mãos rapidamente, já as secava quando a porta abriu-se de novo.
Ela virou rápida e deu de cara com ninguém menos que Touya. Oh senhor, qualquer um, por que ele? Engoliu em seco sentindo o rosto ficar vermelho de vergonha. Ele não estava menos surpreso.
- O que você está fazendo aqui? – ele perguntou já refeito, e com um certo tom de zombaria.
- Eu... – ela gaguejou, olhou para o boxe, a pia e para ele de novo. – Eu... – nada saía. Droga! Reage Katrine. – Bebi muita coca-cola. – idiota.
Touya sorriu, só podia ser a estabanada mesmo.
- Não iria dar tempo de ir até o andar de baixo, a porta do outro banheiro feminino estava trancada, aí pensei que não havia mais ninguém na agência.... – ela falava agora atabalhoada. Calou-se para não dizer mais nenhuma besteira.
- Já terminou? – ele perguntou fazendo-a ficar mais vermelha ainda.
Katrine acenou que sim e dirigiu-se à porta, ele a abriu e quando ela passou esbarrando em seu corpo, Touya sentiu-se atingido por uma corrente elétrica, como se tivesse recebido um choque. O que acontecia com ele quando ficava próximo àquela mulher? Ultimamente se acendia como uma árvore de Natal.
Katrine não percebeu a perturbação do chefe, passou por ele seguindo para sua mesa, sentando-se pesadamente na cadeira. Deus, nunca tinha passado tanta vergonha na vida.
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- Oi Kat. E aí? Está pronta para nosso almoço? – falou Sakura chegando próxima à mesa da amiga.
- Estou sim Sakura, deixa só eu ir dar uma arrumada no cabelo.
Touya que estava se aproximando para cumprimentar a irmã ouviu a última sentença da agente, e não resistiu em fazer um comentário.
- Cuidado para não errar de porta, Agente Kérria.
Katrine olhou-o e saiu resmungando algo ininteligível.
- O que foi isso? – perguntou Sakura, curiosa.
- Nada.
- Ah Touya, conta, eu conto tudo para você. – falou Sakura fazendo beicinho. – E você sabe, no meu estado eu não posso passar vontades.
- De comida Sakura, não de fofocas.
- Fofocas? Você tem alguma fofoca da Kat? – ela perguntou animada.
- Ah esquece que eu falei alguma coisa. – e saiu rápido dali antes que a irmã arrancasse tudo dele.
- Oi meu anjo, não sabia que você vinha aqui hoje. – disse Syaoran aproximando-se de Sakura e dando-lhe um beijo na boca.
- Vou almoçar com a Kat e vamos dar umas voltinhas no shopping.
- Está com as cartas?
Sakura rodou os olhos, acenando que sim.
- Celular?
- Checado. – ela brincou.
- Arma?
- Arma? Eu não ando armada Syaoran. – ela quase gritou indignada.
- Será que não seria bom começar a andar?
- Não. Não seria. Eu estou grávida, e ainda tem o Ryu que vive lá em casa. Você acha mesmo que seria seguro ter uma arma, onde vivem crianças que são naturalmente curiosas? E você não anda armado para começo de conversa. Só o Touya. Mas ele tira as balas quando entra em casa.
- Ele tira? – era bom saber disso, o outro vivia alardeando regras para todo lado, guardaria essa informação.
- Claro que tira. Essa é uma regra desde que o Ryu começou a freqüentar nossa casa.
- Está bem. Sem armas. Mas tome cuidado Sakura, fique atenta, e não hesite em sair correndo ao menor sinal de perigo.
Ela olhou-o de boca aberta. Sair correndo? Quem ele pensava que ela era? Coragem, o Cão Covarde? Tenha santa paciência. Mas resolveu ficar em silêncio, era melhor concordar antes que ele quisesse ir junto. Hoje era um dia de garotas. Ela tinha que aproveitar esses momentos antes que os dois decidissem mandá-la para longe.
Kat estava saindo do banheiro, quando foi puxada em direção a uma sala de arquivo morto, sem a menor delicadeza.
Ela ficou muito próxima a um corpo firme e sólido. Touya! Deus o que aquele homem estava fazendo com ela? Não precisava nem levantar o rosto para saber que era ele, seu corpo já tinha lhe dito, com suas pernas ficando bambas e seu coração disparando.
- Cuida dela Kat. – ele disse baixinho.
- O quê? – ela precisava de alguns segundos para entender do que ele estava falando.
- Sakura! Cuida dela. Ela acha que pode tudo, mas não é a mulher de aço, e às vezes se esquece que está grávida, não que seja irresponsável, mas acredita que nada de mal irá lhe acontecer.
Kat olhou para ele, e viu em seus olhos toda a preocupação pela irmã, viu uma tristeza profunda, e sabia muito bem de onde ela vinha. Touya não suportaria perder mais uma pessoa importante.
- Não se preocupe Touya, eu vou ficar atenta. – ela prometeu e já ia levantando a mão para acariciá-lo no rosto quando se deu conta de quem eram os dois e de onde estavam. Deus do céu. Afastou-se dele e saiu em direção à amiga.
As duas tomaram o elevador acenando para Syaoran.
- Vamos encontrar Tomoyo no Shopping. Você tem quanto tempo livre?
- Umas três horas, cheguei meio cedo hoje.
- Insônia? – perguntou Sakura tentando aparentar inocência.
Kat não percebeu a insinuação da amiga.
- Esses acontecimentos estão me deixando de cabelos em pé. E pior, ainda não temos a mínima pista.
- Então, pelo menos por estas três horas vamos esquecer esse caso e relaxar, você anda precisando.
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- E isso é tudo Katrine. – falou Sakura ao final da narração,
Contara à agente sobre as Cartas Clow, o sumiço de Syaoran, que pensavam que ele estivesse morto, do reencontro e o caso dos garotos desaparecidos, em que trabalharam juntos. Só não mencionou sobre o homem que matara há um tempo atrás, esse assunto ainda era meio difícil de ser falado.
- Isso é incrível Sakura, nunca pensei muito sobre magia, é o tipo de coisa que você acredita só vendo, e eu tive minha comprovação na outra noite. Por isso você sempre trabalhou sozinha.
- Na época o Sr. Morita, que eu pensava que fosse o diretor, dizia ser melhor ninguém na agência saber. Depois eu descobri, que de fato eu nunca estava sozinha, o Ywe sempre me protegia. No final das contas o Touya me recrutou, mas nunca de fato confiou em mim. Acho que hoje demonstro ser mais independente e não gosto dele e do Syaoran muito no meu pé, para não ter ninguém me cercando de todos os lados.
- Eles se preocupam com você.
- Eu sei. Gosto da preocupação deles, mas exageram. E já provei de várias maneiras que posso me cuidar.
As duas ficaram um tempo em silêncio, Katrine digerindo todas as informações que recebera e Sakura apenas sentindo-se aliviada por ter contado à amiga sobre a sua magia.
- Kat... – Sakura começou.
- Nem precisa pedir, Sakura, esse assunto morre aqui.
- Para falar a verdade o Touya não queria que ninguém soubesse, nós não sabemos o que pode acontecer, e se você for... – Sakura não conseguiu terminar, ambas sabiam o que ela queria dizer. Resolveu não dizer por que na verdade Touya não queria que a amiga soubesse sobre as cartas.
- Eu entendo a preocupação do Touya, o que eu posso dizer? Vou me manter atenta para não ser pega, e no caso do pior acontecer....
- Não diga isso nem brincando.
- Temos que estar preparadas para tudo, se o pior acontecer, por mim ninguém saberá das cartas, esteja certa disso. – Katrine foi bem firme ao dizer isso.
Sakura assustou-se com o tom de certeza da amiga, sabia o que ela faria caso fosse pega. Restava apenas rezar pedindo proteção aos agentes desaparecidos e à amiga, quanto a Syaoran e Touya, perdera a conta de quantos pedidos já fizera.
- Ei meninas vocês estão muito sérias. – falou uma voz feminina próxima.
Sakura virou-se encontrando Tomoyo a observá-las com expressão intrigada, fez força para sorrir e parecer animada.
- Tomoyo, até que enfim você chegou.
- Oi Tomoyo, que bom vê-la de novo. – disse Katrine tentando sorrir.
Tomoyo olhou de uma para a outra e resolveu que se ambas queriam guardar segredo do que conversavam, deixaria passar, sabia que a situação não estava fácil para ninguém na agência, pelo menos por algumas horas tentaria manter expressão serena, para que Sakura e a nova amiga se divertissem.
- Prontas para as compras?
Sakura e Katrine acenaram que sim, pagaram a conta do almoço, e dirigiram-se para a saída.
- Obrigada Tomoyo. – Sakura sussurrou baixinho para a amiga.
- Quando precisar Sakura.
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As três andavam pelo shopping com Tomoyo parando a cada loja onde via produtos para bebês, todas já estavam com sacolas em ambas as mãos.
- Ah, Tomoyo! Você não acha que é exagero?
- Nada é demais para o seu bebê, mas você tem certeza que será uma menina? – perguntou Tomoyo segurando um vestidinho.
- É claro que será, vocês vão ver as caras do Syaoran e Touya, vão ficar decepcionados.
- Claro que não Sakura, eles estão agindo como dois machões, mas vão babar pela sua filhota. Pensando bem, coitadinha dela, com eles como protetores. – comentou Tomoyo, enquanto seguia em direção ao caixa para pagar a compra.
- Nossa, eu não tinha pensado nisso. Ouviu filha, vai se preparando para ser uma mulher bem independente, senão você vai viver presa dentro de casa. – falou Sakura tocando o ventre liso ainda.
- Você vai fazer ultra-sonografia para saber o sexo? – perguntou Katrine.
- Kat, é uma menina, se você quiser faço o ultra-som e você pergunta para a médica, mas eu não preciso saber, tenho certeza. E os dois também só irão saber no dia que ela nascer, quero ver as caras de babões deles. – Sakura comentou sorrindo.
Estavam tão concentradas na conversa, não percebendo uma pessoa que não as perdia de vista. Ele já estava seguindo Sakura desde que ela saíra da agência. Era um homem que poderia se dizer comum, estatura mediana, feições que se misturavam na multidão, não se sobressaía.
Sakura parou em frente a uma vitrine, onde se via um vestido longo de noite, preto, justo, de alças finas, muito sensual.
- Este seria perfeito para você Katrine.
- Ah não, é muito sexy, eu realmente não faço o tipo. Não sou muito alta.
- Nada que um salto 15 não resolva. – comentou Tomoyo.
- Concordo com a Tomoyo. Aliás, você e meu irmão andaram se encontrando no banheiro? – Sakura foi certeira na pergunta, esperou a amiga estar bem relaxada, para poder perceber sua reação.
Katrine ficou vermelha como um pimentão.
- Por quê? Ele disse alguma coisa?
- Não, você está me dizendo agora. Pode ir contando o que aconteceu. Detalhes Katrine, detalhes.
- Ontem à noite, eu entrei no banheiro masculino.
- Sério! – Tomoyo e Sakura exclamaram.
- E o Touya me pegou lá dentro.
Dessa vez, ambas abriram a boca de espanto e caíram na gargalhada.
- É, podem rir a vontade, nunca na vida fiquei tão constrangida.
- E como é? – perguntou Sakura.
- Como é ficar constrangida?
- Não sua boba, como é o banheiro. Acreditam que nunca entrei em um? Só vi em filmes.
- É mais ou menos como o nosso, só que as cabines são abertas.
- Será que eles ficam comparando o tamanho? – Tomoyo perguntou de repente em tom sério.
Dessa vez foram Sakura e Katrine que caíram na risada.
- Só não entendi a poltrona que colocaram lá. – disse Katrine.
- Poltrona! – exclamou Sakura. – Céus, será que eles ficam se observando? Um esperando o outro? Acho que vou perguntar ao Syaoran. – disse Sakura.
Elas ainda riam dos comentários, quando Sakura franziu o cenho observando atenta os arredores. Identificou um homem, a alguns passos delas, ele procurava manter-se meio escondido, mas ela o reconheceu na hora. Sorriu intimamente.
- Vamos Katrine, você precisa experimentar esse vestido. - disse Sakura.
- Isso mesmo. – ajudou Tomoyo, ambas já puxando uma relutante Katrine em direção à loja.
Quando a agente já estava dentro do provador, Sakura viu que essa era sua chance.
- Tem outra saída da loja? – perguntou baixinho para a vendedora.
A moça olhou espantada para ela.
- A minha amiga está de aniversário e preciso comprar o presente dela. – Sakura sorriu candidamente.
- Ah, mas é claro. - falou a moça sorridente. – Há a saída dos fundos, mas você teria que dar a volta por fora para entrar no shopping de novo.
- Sem problemas. Se elas perguntarem por mim diga que estou no banheiro. – Sakura falou se afastando.
Ela entrou realmente no banheiro, sorriu maliciosamente e pegou a carta Invisível.
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Taiju já estava há horas atrás da Super Sakura, era como ele a chamava intimamente depois que descobrira seu nome. Ela e as amigas pareciam não se cansar dessa roda viva de compras. Paravam na frente de qualquer vitrine, sem se importarem se mostravam produtos femininos ou não.
Elas já tinham entrado há uns quinze minutos na última loja, estava vendo que não seria hoje que conseguiria falar com a moça, quando sentiu um vento passando por ele, arrepiou-se da cabeça aos pés, sua mãe sempre dizia ser um anjo passando, mas seu pai contradizia, dizendo que era o próprio diabo.
Olhou de ambos os lados e para trás, não vendo nada de diferente. Vai ver estava nervoso. Apesar da Super Sakura ter rostinho de anjo, ele ainda sentia um certo medo de ficar cara a cara com ela, mas tinha informações vitais, e andava precisando de uma grana. Era sempre certo, que lhe dava alguns trocados.
Olhou de novo para a porta da loja quando sentiu uma mão pousando em seu ombro, virou-se de repente e não havia ninguém atrás. Seu coração estava na boca, tinha alguém ali, apostava que seu cabelo estava em pé, e sua cara mais branca do que papel.
- Queria falar comigo, Taiju?
Ele ouviu uma voz misteriosa saindo do nada, não deu outra, gritou e saiu correndo ao mesmo tempo.
- Deus, com tantos informantes decentes eu tinha que ter topado com um histérico. – Sakura falou baixinho.
Com a Carta Corrida alcançou Taiju em dois tempos, Vento lhe deu uma ajudinha empurrando-o na direção de uma porta, onde se lia 'Apenas Funcionários', entraram em um depósito cheio de caixas.
Taiju encolhia-se num canto virando a cabeça para todos os lados, olhos arregalados e a boca aberta num grito silencioso. Sakura mostrou-se para ele, que ficou mais espantado ainda.
- Você é meio maluco, não é? Precisava sair correndo daquele jeito?
- Você...Você.... fez de propósito. – ele gritou indignado.
- Claro que não fiz. – ela falou, mas não soou muito convincente.
- Fez sim. Você é uma garota muito má. – ele disse meio indignado. – Venho aqui para te ajudar e você sempre brincando com a minha cara. – cruzou os braços um tanto quanto emburrado.
- Deixa disso Taiju, se você veio atrás de mim, não foi para ajudar e sim porque a sua grana está curta.
Ele a olhou tentando parecer ainda indignado, e não que ela acertara em cima.
- Então. Tem alguma coisa para mim?
- Fiquei sabendo que alguns agentes estão desaparecendo. – falou meio emburrado ainda.
- E daí?
- E daí que tem gente nova na área, e a coisa é séria.
- Sei. E você sabe o nome dessa pessoa nova?
Ele esticou a mão, num claro pedido de dinheiro. Sakura semicerrou os olhos nele, mas entregou algumas notas. Ele as contou avidamente.
- The Devil.
- The Devil? Só isso? O diabo? Que raios de informação é essa? – Sakura avançou para cima dele pegando-o pelo pescoço.
- Calma Super Sakura, é como estão chamando-o nas ruas. – ele falou segurando as mãos dela.
- Super Sakura? Taiju você está bem? – ela perguntou soltando-o e colocando a mão na testa dele. – Não, até que está fria.
Ele afastou a mão de sua testa num gesto impaciente.
- Estou falando sério. Dizem que é a própria encarnação do demônio, cruel ao extremo. O agente que apareceu não tinha sido torturado?
Sakura concordou.
- Então. Dizem que ele é um estudioso, torturas são o seu hobby. – ele falou meio assustado. – Eu é que não quero cruzar com essa pessoa por aí.
- Só isso? Você não ouviu os motivos para ele estar pegando os agentes?
- Anda atrás de alguma coisa, Super Sakura.
Sakura ergueu a sobrancelha esquerda numa clara demonstração de que não gostara do apelido.
- Isso eu já sei. – ela resmungou. - Mas do quê? – ela perguntou, já pensando nas cartas.
- Ou de quem? – ele completou.
Sakura franziu a testa. Será que essa pessoa queria se vingar de alguém da agência? Ela? Touya? Syaoran? Mas por quê? Começou a imaginar se eles não tinham se enganado quanto ao motivo dos desaparecimentos, serem as cartas.
- Fica de olho. – falou Sakura para Taiju dando-lhe mais algumas notas. – Se você conseguir outras informações tem mais de onde saíram essas. – Sakura falou apontando as notas.
Taiju ficou olhando para a mão com olhos ávidos, ergueu a vista para agradecer, mas ela já havia sumido.
- E não me chama de Super Sakura. – ele ouviu a voz dela vindo do nada, viu a porta abrir e fechar sozinha. Sentiu outro arrepio, aquela mulher era uma feiticeira, só podia ser.
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- Sakura! – exclamou Tomoyo. – Onde você foi? Ficamos preocupadas.
- No banheiro. – disse inocente.
- Mentirosa. – resmungou Katrine. – Você não deveria ter sumido de nossas vistas.
- Calma pessoal, eu tive que fazer uma coisa, e não poderia levá-las, mas já estou aqui, está tudo bem. E aí Kat, comprou o vestido?
Ambas as amigas olharam-na esperando mais informações, mas pelo visto ela não iria abrir a boca.
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- Eu não acredito nisso. – Touya disse esmurrando a porta, enquanto olhava para dois bandidos que atacaram Sakura e Katrine, ambos mortos em seus catres.
- Eu quero a lista de todos que mantiveram contato com esses dois. E quero agora. – gritou para o assustado policial que se mantinha à porta.
Touya saiu como um tornado da delegacia. De evidência concreta tinha apenas o nome do advogado que tentara soltar os atacantes. Quando fora à delegacia para falar com o advogado, este já havia saído.
Mas o que acontecia? Era a segunda vez que perdia suspeitos sob sua guarda. A primeira, fora quando estavam investigando as falcatruas de Katsu Kuroki. Agora esses dois. Touya duvidava que eles tinham se matado, alguém fizera isso. E quando ele pegasse o sujeito, não iria sobrar pedra sobre pedra.
Continua........
N.A.:
Oi Pessoal!
Antes de mais nada, sinto pela demora, mas espero que vcs entendam que há coisa na vida da gente que não dá p esperar.
Gente, a Katrine foi totalmente baseada numa amiga minha, é ela em tudo, personalidade, aparência física e gostos pessoais, além de várias das cenas escritas terem acontecido com ela na realidade. Ah qual é gente, vai dizer que vcs não sabem quem é? Fala sério, já dei tantas dicas, tem uns aí que não sei não, tão sabendo, mas não querem falar...eheheheh.... o Rex existe de fato, e é animal de estimação dessa amiga, o meu cachorro, que é uma cadela, Pretinha, não tem raça definida. É pequenina e toda preta, nada a ver com o Rex real.
Na fic haverá outras cenas da vida dessa grande amiga, quando tiver coloco aqui que as cenas escritas foram baseadas em fatos reais.... como uma nesse capítulo, a cena de Katrine no banheiro masculino, mas eu dei uma leve mudada.
Bom, p vcs terem uma idéia, eu tenho uma pasta aberta somente com micos dessa amiga...ah foi mal amigona, mas eu tinha que comentar...ahahahahah
Agradecimentos:-
Eu tinha minha listinha de comentários prontinha para cada um de vcs, mas como demorei p postar, nem iam se lembrar do último review, então tirei, o que foi uma pena, pq adoro comentar os reviews com vcs....mesmo assim agradeço de coração a todos....
Miaka, Pety, Analu, Isabelle, Yuri, Anaísa, Dragon, Marjarie, Kirisu, Mú, Polly, Érika, Kath, Yuri (O Segredo), Thata, Camille, Tat, Killera.
Se faltou alguém na lista, sinto muito, fiquei meio perdida nos últimos dias...mesmo assim agradeço o review.
Já que demorei p postar o cap 5, o cap 6 deve sair em menos tempo.
Ah sim....
FELIZ ANIVERSÁRIO CHOCOLATE!!!!!
Que você continue sempre teimoso, é a sua maior qualidade...
Beijinhos
Ele fez níver 01/12
Pessoal, tenham um ótimo Natal, recheado de paz, tranqüilidade e família, nada melhor do que passar Natal com a família.
Não comam muito...eheheh....
E festejem o novo ano que se inicia, que novas idéias surjam para escrevermos fics cada vez melhores...
Deixo aqui a mensagem de final de ano para vocês....
Desejo que neste Natal, antes de você perceber Jesus nas luzinhas que piscam pela cidade, você O encontre primeiramente em seu coração. E, à frente de qualquer palavra que expresse seu desejo de um feliz Natal, O encontre em suas ações.
Que você O encontre não só na alegria que sente ao sair das lojas com presentes para as pessoas que você ama, mas também na feição triste da criança abandonada nas ruas, na qual muitas vezes você esbarra apressadamente.
Que você encontre Jesus no momento em que pegar nas mãozinhas delicadas de seu filho, lembrando-se das mãozinhas pedintes, quase sempre sujas de calçada, que só sabem o que significa rudeza.
Que você O encontre no abraço de um amigo, lembrando-se dos tantos que só têm a solidão como companheira.
Que você O encontre na feição do idoso da sua família, lembrando-se daqueles que tanto deram de si a alguém, e hoje são esquecidos até pela sociedade.
Que
você O encontre na lembrança suave e sempre viva daquela pessoa querida que já
não está mais fisicamente ao seu lado, lembrando-se daqueles que já nem se
recordam mais quem foram,
enfraquecidos pelo vazio de suas vidas.
Que você encontre Jesus na bênção de sua mesa farta e no aconchego de sua família, lembrando-se daqueles que mal se alimentam do pão e sequer um lar têm.
Que você O encontre não apenas no presente que troca, mas principalmente na vida que Ele lhe deu como presente.
Que você lembre-se, então, de agradecer por ser uma pessoa privilegiada em meio a um mundo tão contraditório!
Que você também encontre Jesus à meia-noite do dia 31 e sinta o mistério grandioso da vida, que renasce junto com cada ano.
Então festeje...festeje o ano que acabou não apenas como dias que se passaram, e sim como mais um trecho percorrido na estrada da sua vida!
Festeje a alegria que lhe extasiou e a dor que lhe fez crescer!
Festeje pelo bem que foi capaz de fazer e pelo mal que foi capaz de superar!
Festeje o prazer de cada conquista e o aprendizado de cada derrota!
Festeje por estar aqui!
Festeje a esperança no ano que se inicia, no amanhã!
Festeje a vida!
Abra os braços do coração para receber os sonhos e expectativas do ano novo.
Rodopie...jogue fora o medo, sinta a vida!...
Sonhe, busque, espere... ame e reame!
Deixe sua alma voar alto...pegar carona com os fogos coloridos.
Mentalize seus desejos mais íntimos e acredite: eles também chegarão ao céu. Irão se misturar às estrelas. Irão penetrar no Universo e voltarão cheios de energia para tornarem-se reais. Basta você querer de verdade, ter fé e nunca, NUNCA desistir deles!
E que seu ano seja, então, plenificado de bênçãos e realizações.
Feliz Natal e Próspero Ano Novo!!!
Um abraço bem forte a todos que passarem por aqui.
Patty, uma beijoca estalada mana querida....
Super beijos
Rô
