SEM BARREIRAS
NOS BRAÇOS DO AMOR
Autora: Rosana (Rô)
Revisora: Patty Capítulo 10"Eu podia muito bem ficar no meu apartamento." – reclamava Touya enquanto Katrine ajudava-o a sair do carro. – "E pode deixar que vou sozinho, não fiquei inválido ainda." – continuou a resmungar afastando as mãos dela.
"Deus do céu, você é pior que uma criança. Deixa de ser orgulhoso e apóie-se em mim."
"Se você quer bancar a enfermeira, por mim tudo bem." – ele capitulou ao sentir uma fisgada de dor na perna. – "E aquele seu cachorro destrambelhado?"
"Ele já está devidamente trancado no jardim dos fundos."
"Ainda bem, eu não agüentaria ser derrubado de novo."
"Você não disse que está bem?" – ela ironizou.
Ele apenas grunhiu enquanto ela sorria.
"Não pense você que vou ficar aqui trancado, amanhã mesmo vou para a agência." – falou enquanto entravam na casa da agente.
"Oras, eu nem sonharia em amarrá-lo à cama."
"Amarrar-me? Idéia interessante Katrine." – ele disse deixando-a ruborizada.
"Vou pegar água para você tomar seus remédios." – Katrine disse e bateu em retirada.
"Covarde." – ele gritou.
Touya passou os olhos pela sala da casa de Katrine, tudo arrumado em seus devidos lugares, e pelo jeito ela adorava verde, pois essa era a cor predominante no ambiente.
Depois que Touya tomou a medicação Kat ajudou-o a ir para o quarto de hóspedes, afastou as cobertas, arrumou os travesseiros, e sem mais nada a fazer, olhou para os lados, constrangida. Não sabendo bem o que dizer.
"Está tudo certo Katrine." – Touya percebeu que ela não estava confortável, mas um diabinho cutucou-o. – "A não ser..."
"A não ser?" – ela perguntou ansiosa.
"...que você queira ajudar a me despir." – falou sorrindo maliciosamente.
"Ahhhh." – ela quase gritou de indignação e saiu rapidamente do quarto batendo a porta.
"Eu estava brincando." – ele gritou ainda rindo.
"Cretino, idiota, safado. Eu tentando ajudar, e ele...ai meu Deus, só de pensar... pára Katrine, banho frio, banho frio." – resmungando contra Touya dirigiu-se a seu quarto, trancando a porta, não exatamente para deixá-lo do lado de fora, e sim para evitar que ela não resistisse em fazer uma visitinha ao seu quarto de hóspedes.
CCSCCSCCSCCSCCSCCSCCSCCSCCSCCSCCSCCS
Na manhã seguinte, Katrine já estava de pé arrumando o café da manhã quando Touya apareceu na cozinha, cabelos revoltos, com cara de sono, ela desviou logo os olhos senão pularia em cima daquele homem sedutor. Que idéia brilhante ela tivera, trazê-lo para sua casa, dando guarida ao chefe, o único homem que conseguia fazer seus joelhos virarem geléia apenas com um olhar, desse jeito ela não resistiria.
"Dormiu bem?"
"Sim." – ele foi econômico com as palavras enquanto se sentava à mesa.
Katrine aproximou-se dele tocando sua testa para ver se tinha febre.
"O que você está fazendo?" – ele perguntou olhando para cima.
"Cuidando de você."
"Eu não sou um bebê, se estiver com febre eu digo."
"Hum, já vi que você acorda mal humorado. O que você gosta de comer para se sentir melhor?"
"Menininhas de cabelos encaracolados." – ele falou irônico.
"Muito engraçado." – ela resmungou virando-se de costas para ele, pois com certeza já estava mais vermelha que um pimentão.
"Você conseguiu alguma coisa do hard disk?" – ele perguntou numa total mudança de assunto.
"Para falar a verdade eu consegui."
Katrine se espantara com o que descobrira no hardware do computador apreendido, juntamente com o CD que encontrara, a agência tinha informações de sobra para efetuar várias prisões, durante meses.
"Mas há uma coisa muito estranha." – ela continuou.
"O quê?"
"Não sei como pode ter passado batido pelo Hoso. Estava ali na cara dele. Tanto no CD como no Hard."
Katrine comentou pensativa. De repente ela levantou os olhos para Touya.
"A não ser..." – começou
"A não ser que ele seja nosso espião."
"Touya!" – ela exclamou assustada.
"Droga." – ele falou bravo. – "Nós desconfiamos de todos os lados, menos de Hoso. Por Deus, ele já está há muito tempo comigo, o que o faria mudar de lado?"
Os dois quedaram pensativos.
"O que você descobriu?" – ele perguntou enfim.
"Uma listagem de contatos. Com cifras na frente. Acredito que nosso advogado estava metido em várias ações ilegais. Ele cuidava de muitos casos, todos de clientes com passagens pela polícia, falsificação é o crime mais leve que eu encontrei dos nomes que dei busca, mas havia roubos com mão armada e assassinatos de monte."
"Isso não nos leva a nada."
"Não, mas nos diz no que ele estava metido. Quem torturou nossos agentes não é nenhum anjo, e se o advogado foi morto apenas por saber seu nome, essa pessoa deve ser grande. Tinha um nome que se repetia mais, à frente dos clientes dele. The Devil!"
"O quê?" – Touya assustou-se.
"Você conhece?"
"Não." – ele falou rápido demais.
"Conhece sim."
"Não pode ser quem estou pensando. Já morreu há muito tempo."
"Ah, sei."
Touya não disse mais nada, e os dois terminaram a refeição em silêncio.
CCSCCSCCSCCSCCSCCSCCSCCSCCSCCSCCSCCSCCS
Katrine foi levar Rex no veterinário, pois o bicho machucara a orelha, enquanto Touya, depois de muita insistência da parte dela, descansava, mas com o lap top aberto, olhando as informações que Katrine conseguira salvar do computador e CD do advogado. Já tinha entrado em contato com a agência, mas Hosokawa não havia aparecido, com certeza dera pela falta do computador. Mandara alguns agentes para o apartamento do traidor, mas ele tinha sumido.
Deus, o pensamento que passara por sua cabeça há pouco era irreal demais para ao menos ser considerado. Ele ia acabar ficando maluco se continuasse pensando nisso.
O celular tocou assustando-o.
"Kinomoto."
"Chefe! Agente Mickos."
"Encontrou Hosokawa, Jit?"
"Não senhor. Mas temos uma pista. Estamos verificando."
"Muito bem."
Fez-se silêncio na linha.
"Chefe. Tem outro assunto. Haru foi encontrado."
Touya deu um pulo no sofá.
"Ele está..." – Touya não terminou a frase, mas o agente entendeu.
"Está vivo. Mas o estado dele não é nada bom. Ele conseguiu fugir, mas infelizmente não está em condições de nos dizer onde se encontrava. Só repetia uma palavra. The Devil."
De novo. Touya começava a achar que seu passado retornava para assombrá-lo.
"Jit, quero segurança 24 horas para Haru, cuide disso pessoalmente."
"Sim senhor."
"E qualquer informação sobre Hosokawa me comunique. Quero relatórios a cada hora. E me mantenha informado sobre as condições de Haru."
"Sim senhor."
"Qual hospital ele está?"
O agente informou e Touya abriu a gaveta da mesa do telefone atrás de uma caneta. Anotou o endereço depois de desligar o telefone, já ia guardando a caneta quando algo lhe chamou a atenção. Algumas fotografias que foram guardadas num envelope, aparentemente às pressas, porque algumas ficaram meio para fora. Quando se deparou com a mulher ruiva ao lado de uma garotinha que claramente lembrava Katrine ele ficou petrificado.
"Valerie." – ele sussurrou.
Ele olhava as fotos sem acreditar. Não, deveria haver alguma explicação lógica para aquela mulher estar ao lado da agente.
Nisso a porta da frente se abriu e Katrine entrou com os braços cheios de compras.
"O que você gostaria de jan..." - Katrine interrompeu-se ao ver as fotos que Touya tinha nas mãos, engoliu em seco.
Touya levantou os olhos diretamente para a expressão de culpa no rosto de Katrine.
"O que ela era sua?" – ele perguntou.
Katrine viu que não adiantaria esconder mais a verdade, mas não era para ser assim, não era.
"Irmã." – respondeu simplesmente.
"Valerie era sua irmã? Eu não acredito. Por que você não me disse nada?" – a voz ainda estava controlada, mas Katrine podia ver a fúria em ebulição.
"Achei que não era importante."
"Não era importante? Não era importante? – ele se repetia. – "Por Deus Katrine, ela era minha parceira, e você é irmã dela. Como isso pode não ser importante?" – agora ele já gritava.
"E o que teria mudado? Você teria me tratado melhor se soubesse que eu era irmã da Val? Era isso exatamente que eu não queria."
"Tratado você melhor? Por que eu faria isso?"
"Oras por ela ter sido sua parceira. Eu não queria comparações Touya, você viu como eu sou estabanada, Valerie sempre foi perfeita, a agente certinha."" – Touya sorriu ironicamente ao ouvir aquilo. – Morreu em serviço. Uma heroína."
Touya riu um tanto amargurado.
"Uma heroína?"
"Você mesmo disse que ela tentou prender os bandidos depois de você ter sido ferido."
"É, eu disse isso mesmo. Como você sabe?"
"Eu li os relatórios."
Touya virou-se para a janela, não poderia contar a verdade para Katrine, ela ficaria desolada, mas por Deus, pensar em Valerie de novo, deixava-o com um gosto amargo na boca, fazia tanto tempo, outra vida.
"Você está bravo comigo?" – ele ouviu-a perguntar.
Suspirou profundamente antes de virar-se para ela.
"Não. Irritado talvez, por você não ter confiado em mim."
"Touya..." – ela começou.
"Não Katrine, não diga nada. É melhor eu voltar ao meu apartamento." – falou seguindo para a porta.
"Sinto muito." – ela disse baixinho.
"Eu também."
"O que teria mudado..." – ela começou a perguntar.
"...se você tivesse me contado a verdade?" – ele completou.
Os dois se encararam longamente.
"Para começo de conversa eu não a teria beijado, não teria me aproximado de você, não teria deixado que você se aproximasse de mim..." - fez uma pausa. – "... e não teria deixado que você entrasse em meu coração."
Touya saiu da casa de Katrine com o coração pesado, o segredo que ele guardava não poderia ser descoberto, ainda mais por Katrine, ele tinha feito um pacto consigo mesmo, de nunca revelar a ninguém o que de fato acontecera há dez anos atrás. Droga, ele não poderia ter deixado-se apaixonar por aquela garota estabanada.
Entrou em seu carro que um dos agentes havia trazido e saiu cantando os pneus., ao menos sentindo a fisgada de dor na perna. Ligou o rádio no último volume, quem sabe a música impedisse-o de pensar.
I gotta take a little time
A little time to think things over
I better read between the lines
In case I need it when I'm older
Now this mountain I must climb
Feels like a world upon my shoulders
I through the clouds I see love shine
It keeps me warm as life grows colder
In my life there's been heartache and pain
I don't know if I can face it again
Can't stop now, I've traveled so far
To change this lonely life
I wanna know what love is
I want you to show me
I wanna feel what love is
I know you can show me
I'm gonna take a little time
A little time to look around me
I've got nowhere left to hide
It looks like love has finally found me
In my life there's been heartache and pain
I don't know if I can face it again
I can't stop now, I've traveled so far
To change this lonely life
CCSCCSCCSCCS
Katrine observou a partida de Touya com lágrimas nos olhos. Ela deveria ter lhe contado antes, mas ficara receosa de que as coisas ficassem mais fáceis na agência, queria ser reconhecida por seu trabalho, não por ser irmã de Valerie Devine. Meia irmã na verdade, as duas tinham a mesma mãe, mas pais diferentes, quando ela nascera Valerie já estava com 13 anos.
Katrine sempre admirara a irmã mais velha, mas para Val ela era apenas uma pentelha. As duas nunca haviam sido amigas de fato, a diferença de idade era um dos empecilhos, o outro motivo era que Val fora cursar a faculdade em Tóquio enquanto Kat e os pais continuaram morando nos EUA, poucas foram as oportunidades em que as irmãs se viram. Mas quando ela morrera, Katrine sentira não poder ter conhecido a irmã melhor, e quando tivera a chance de trabalhar para o governo japonês, não hesitara, talvez assim, ela pudesse ficar um pouco mais próxima do mundo onde a irmã vivera.
Apaixonar-se por Touya Kinomoto, havia sido uma circunstância imprevista. Ela não pudera se conter, quem poderia, ela se perguntava? Agora pensando nisso, será que ele e a irmã haviam tido um caso? Era por isso que ele ficara bravo de início? E por que ele fora irônico quando ela dissera que a irmã morrera como heroína? Touya desviara o rosto, mas ela pudera perceber a expressão fugidia de amargura. Deus, será que ela dera em cima do namorado da irmã? Será que Touya ainda estava apaixonado por ela?
Aliviava-a, saber que não tinha nada da aparência da irmã, que era alta, ruiva, de olhos azuis, considerada uma mulher fatal, enquanto Kat era baixa, cabelos e olhos castanhos.
Ó meu Deus ele comparara as duas, e Kat com certeza saíra perdendo.
Estúpida. Deveria ter contado a ele. Agora já era tarde demais.
CCSCCSCCSCCSCCSCCSCCSCCSCCSCCSCCS
I wanna know what love is
I want you to show me
I wanna feel what love is
I know you can show me
I wanna know what love is
I want you to show me
And I wanna feel, I want to feel what love is
And I know, I know you can show me
Let's talk about love
I wanna know what love is, the love that you feel inside
I want you to show me, and I'm feeling so much love
I wanna feel what love is, no, you just cannot hide
I know you can show me, yeah
I wanna know what love is, let's talk about love
I want you to show me, I wanna feel it too
I wanna feel what love is, I want to feel it too
And I know and I know, I know you can show me
Show me love is real, yeah
I wanna know what love is...
Touya dirigia pelo trânsito noturno com os pensamentos longe, desligou o rádio com raiva, de fato a música mais atrapalhara do que ajudara.
Era engraçado como as coisas aconteciam, quando ouvira o nome Devil, lembrara-se na hora de Valerie, pois era esse o apelido que lhe deram na agência, não queria voltar no tempo, mas foi inevitável.
CCSCCSCCSCCSCCSCCSCCS
Ele e Valerie se deram bem desde o início, ela era uma agente competente, e os dois sempre trabalharam bem juntos. Valerie não era perfeita, altiva ao extremo e dada a alguns momentos de ira, viviam dizendo que ela parecia ter o diabo no corpo, pois sempre cometia loucuras, não tinha medo de se lançar nas missões mais suicidas, e sempre saía sem nenhum arranhão. Daí vinha seu apelido, The Devil.
Touya desculpava o temperamento impulsivo e explosivo da companheira, brincava dizendo que ele combinava perfeitamente com seus cabelos vermelhos, mas sempre estava atento ao que ela fazia, nunca a deixando extrapolar com os bandidos. Uma vez ela batera tanto num cara que o homem fora parar no hospital. Valerie era violenta, mas Touya a desculpava e a defendia. Até o dia que a fúria dela se virou contra ele mesmo.
A bela mulher sempre andava vestida em tailleurs de marca, seu carro era o último lançamento, seu apartamento era ricamente mobiliado, ela dizia que era herança do pai, e ele não tinha motivos para duvidar.
Mas acontecimentos suspeitos começaram a fazer com que Touya desconfiasse da companheira, ela sumia sem dizer aonde ia, fazia batidas sem dizer onde conseguira as informações, prendendo traficantes de drogas ou armas. Para a agência e o departamento de polícia, Val era considerada de fato uma heroína, para Touya as coisas não andavam se encaixando muito bem. Foi quando ele resolveu prensá-la contra a parede.
"Você tem andado muito bem informada por esses tempos Val."
"Minha rede de informantes é vasta."
"Espero que você não ande batendo em ninguém para conseguir as informações." – ele falou meio brincando, meio sério.
Val olhou-o duramente.
"Esse não é meu jogo."
"Sei."
"Sabe o quê? Se tem algo a dizer, diga logo Kinomoto."
"Ei pavio curto, eu estou do seu lado."
"Sinto muito Touya, é que você falou de um jeito que achei que estava me criticando."
"Não foi uma crítica, só que você de uns tempos para cá, anda trabalhando sozinha, e achei que fôssemos parceiros. Nem os informantes, você me diz quem são, e antes nós sempre íamos juntos atrás deles. O que está acontecendo Val?"
"É que são informantes novos, e eles confiam apenas em mim." – ela falou virando o rosto.
"Não está me escondendo nada?"
Val olhou-o durante alguns segundos, uma expressão de dúvida no rosto bonito.
"Está bem. Hoje vou encontrar um dos meus informantes. Você quer ir comigo?"
"Com certeza."
"Encontramo-nos às 23:00h."
CCSCCSCCSCCSCCSCCSCCS
Às 23:00 horas em ponto Touya e Val estavam em frente a um dos barracões do porto.
"Espere aqui." – ela disse abrindo a porta do carro.
"Esperar? Esse não foi nosso combinado." – Touya se indignou também saindo do carro.
"Touya, eu já disse a você que meus informantes não gostam de estranhos. Deixe-me entrar e depois eu te chamo, está bem?" – e dizendo isso ela se afastou carregando uma maleta.
Touya não gostou muito de ficar esperando, tanto que resolveu seguir Valerie. A mulher andava muito estranha, e hoje ele tiraria a prova de que ela não estava indo para o lado errado, como seu sexto sentido indicava.
Seguiu para o barracão aproximando-se de uma das janelas baixas, olhou para o interior não conseguindo ver nada da posição em que se encontrava. Avistou uma escada e subindo por ela, entrou por uma das janelas, lá de cima conseguiu ter uma visão muito melhor e o que viu deixou-o assombrado.
Valerie conversava com dois homens mal encarados, na mesa à frente deles uma maleta aberta repleta de dinheiro. Ela colocou a outra maleta em cima da mesa e abriu-a, Touya ofegou. Cocaína.
Por Deus, o que Valerie estava fazendo? Trocando cocaína por dinheiro? Essa era a tão falada herança do pai? Ele não teve dúvidas quanto ao que fazer, iria desmascarar a mulher, e iria fazer isso agora, nem pensou na possibilidade de chamar reforços, ele tinha que dar o flagrante nesse momento.
Olhou a sua volta e viu uma corda descendo até o lugar onde Valerie e os dois homens se encontravam, em um pulo arriscado, agarrou a corda e desceu dando uma de Tarzan, mas diferente desse herói, Touya estava com a arma em punho.
"Parados aí. Mãos para cima."
Os três assustaram-se com a entrada teatral do agente.
"Eu mandei você esperar no carro." – gritou Val.
"Para quê? Para você trocar a cocaína por dinheiro tranqüilamente?" – ele falou irônico.
"Oras Touya, não seja ingênuo. Você acreditou mesmo na história da herança?"
"Tanto não acreditei que estou aqui na sua frente. Só não entendi o que você queria ao me trazer junto, para presenciar o seu esqueminha."
"Queria saber se você tinha fibra." – ela disse simplesmente.
Enquanto os dois trocavam gentilezas os bandidos se movimentavam.
"Os dois vão ficando quietinhos, posso não acertar todos de uma vez, mas dois caem rapidinho, não sei se vão querer arriscar."
Valerie disse algo baixinho para os dois homens e eles se acalmaram.
"Touya, Touya. Você pode entrar na minha jogada, eu divido a grana com você. Por isso eu o trouxe aqui hoje." – começou Valerie a dizer enquanto se aproximava calmamente dele.
"Val, por que você está fazendo isso?" – ele perguntou não querendo acreditar de fato, que a parceira estava do outro lado da lei.
"Dinheiro. Simplesmente dinheiro. E quem tem dinheiro, tem poder. Você acha mesmo que uma agente da CSN será grande? Nem se for diretor um dia."
"Você acreditou que não seria descoberta?"
"Para dizer a verdade, não pensei muito nisso."
Valerie já estava à frente de Touya, os dois olhando-se nos olhos, mas ele não perdia de vista os homens que estavam mais atrás.
"Touya, fique ao meu lado, nós dois juntos seremos os maiorais dessa cidade, quiçá do mundo. Podemos ser poderosos, com dinheiro e influência chegaremos longe."
"Pára. Ouça o que você está dizendo mulher. Eu acreditava em você. Acreditava que você fosse uma boa agente. Acreditava nos seus motivos para trabalhar para o governo. O que mudou, Val? Por que você resolveu transgredir a lei? Por que mudou de lado? Por mais que você diga, não pode ser simplesmente por dinheiro e poder, tem que haver algum outro motivo, mesmo não sendo válido, claro."
A mulher deu uma risada sarcástica.
"Como você é inocente. Acorda Touya, as pessoas fazem tudo por dinheiro. Até você tem um preço. Só precisamos saber qual é."
"Você enlouqueceu." – ele não acreditava que aquela era a mesma mulher que nos últimos anos sempre estivera a seu lado lhe dando cobertura. – "Vire-se."
Em vez de atendê-lo, ela aproximou-se mais, afastou a arma que ele mantinha apontada para os bandidos, e enlaçou-o pelo pescoço.
"Fique ao meu lado. Fique comigo, não somente como meu parceiro, mas como meu homem." – sussurrou ao ouvido dele.
Touya não sabia se ria ou se chorava, a mulher a sua frente era uma estranha.
"Eu tenho pena de você. Pena do que você se tornou. Seria a última mulher em quem eu pensaria para ter uma relação. Você me enoja, Valerie." – Touya foi direto e certeiro em sua recusa. Atingiu um ponto vital na armadura de mulher sedutora de Val.
Ela não pensou duas vezes antes de lhe desferir uma bofetada, Touya ficou surpreso ante o ataque e quando a olhou de novo, viu que estava perdido. Valerie aprontava-lhe uma arma.
"Você poderia ter sido mais educado, Touya. Sabe que eu gostei realmente de você?"
Ela puxou o gatilho, ao mesmo tempo, que ele desviava, mas não foi rápido o suficiente. O impacto da bala derrubou-o no chão, e por pura sorte não o pegou no coração, onde tinha sido mirado. Touya conseguiu arrastar-se para trás de umas caixas ao mesmo tempo em que disparava sua arma.
Ouviu o grito de um dos bandidos, e concentrando suas energias para se manter lúcido, olhou onde estava o outro e Valerie, o homem corria em direção a porta, Touya disparou derrubando-o, mas voltou rápido para a proteção improvisada.
Foi quando o cheiro de fumaça o alertou de que deveria sair rapidamente dali, alguns barris de óleo mineral a um canto do galpão, foram perfurados pelos disparos perdidos, e as faíscas no combustível iniciaram um pequeno incêndio.
"Vamos lá Touya, só restou nós dois, se você me deixar sair dessa, prometo deixá-lo vivo no futuro." – Valerie falou de algum ponto do galpão já totalmente tomado pela fumaça.
Touya se arrastou para o outro lado tentado chegar mais próximo de onde vinha a voz de Valerie, respirar estava ficando difícil.
"Touya! Touyazinho!" – Valerie chamava-o.
Touya tirou forças não se sabe de onde, colocou-se de pé chegando às costas de Valerie.
"Parada Valerie."
Ela voltou-se para ele com um sorriso maligno, os olhos azuis, mais parecendo dois blocos de gelo, a frieza expressa neles arrepiou a espinha de Touya.
"Vai atirar em mim Touya?" – ela perguntou ironicamente.
"Se necessário."
"Vá em frente." – ela disse abrindo os braços, em uma das mãos, a maleta com o dinheiro, segura firmemente.
"Solte a maleta."
A risada dela soou maquiavélica.
"Você terá que atirar em mim." – disse irônica.
Touya fez mira, Valerie não acreditou que ele fosse puxar o gatilho, mas ela sim teria coragem, e pela segunda vez.
Valerie mirou e um disparo foi ouvido. Ela arregalou os olhos, soltou a maleta lentamente, que se abriu, o dinheiro espalhando-se pelo chão.
"Não é que você teve coragem Touya?" – ela sussurrou ainda.
"Val..." – ele disse baixinho, caindo no chão devido à dor do ferimento próximo ao peito.
Valerie tombou para trás. Touya aproximou-se dela tentando arrastá-la para longe do fogo, mas com o ferimento no peito, mais a fumaça, a tarefa foi impossível, saiu do galpão meio se arrastando, meio correndo para o mais longe possível, arfou o ar puro em golfadas, e tossindo caiu ao chão, de repente o mundo veio abaixo na forma de uma bola de fogo, o galpão voava pelos ares, as chamas chegando em sua totalidade nos produtos altamente inflamáveis. Esse foi o fim de Valerie Devine.
CCSCCSCCSCCSCCSCCSCCSCCSCCSCCSCCSCCSCCSCCSCCSCCSCCSCCS
Esta tinha sido a última vez que ele vira a ex-parceira. Seu corpo nunca havia sido encontrado. Touya forjara um relatório onde Valerie tinha sido dada como morta em missão. Ele acreditava que não adiantava desmoralizar a memória da ex-parceira, por isso mentira.
Estava tão concentrado em seus pensamentos que não percebeu estar sendo seguido, quando viu os faróis altos na sua cola, já era tarde demais. Um carro escuro ultrapassou-o em alta velocidade, dando uma guinada a sua frente cortando o seu caminho, Touya freou subitamente, mas não foi tão rápido para sair do carro, quando levou a mão à maçaneta da porta, um homem já apontava uma arma para sua cabeça.
Continua...
(tradução)
I Want To Know What Love Is
Eu quero saber o que é o amor
by The Foreigner
Vou precisar de algum tempo
Algum tempo para encarar que tudo acabou
Melhor ler por entre as linhas
caso eu precise quando estiver mais velho
e devo escalar esta montanha
Parece que o mundo está sobre meus ombros
Através das nuvens eu vejo o amor brilhar
e ele me aquece enquanto a vida segue cada vez mais fria
Na minha vida
Tem existido mágoa e sofrimento
Eu não sei se consigo enfrentar isso de novo
Mas não posso parar agora
Já fui longe demais
Para mudar essa vida solitária
Eu quero saber o que é o amor
Eu quero que você me mostre
Eu quero sentir o que é o amor
Eu sei que você pode me mostrar
Eu vou ter que dar um tempo
Um tempo para olhar ao redor
Não tenho lugar nenhum para me esconder
É como se o amor tivesse finalmente me encontrado
Na minha vida
Tem existido mágoa e sofrimento
Eu não sei se consigo enfrentar isso de novo
Mas não posso parar agora
Já fui longe demais
Para mudar essa vida solitária
Eu quero saber o que é o amor
Eu quero que você me mostre
Eu quero sentir o que é o amor
Eu sei que você pode me mostrar
Eu quero saber o que é o amor
Eu quero que você me mostre
Eu quero sentir o que é o amor
Eu sei que você pode me mostrarGente, se a letra da música não apareceu, era I Want To Know What Love Is do The Foreigner.
Essa música é linda, a letra e a melodia... casou certinho aqui...
N.A.:-Oi pessoal!
E então? Curiosidades satisfeitas? Valerie parceira do Touya, quem chutou que ela era da CSN parabéns, e quem chutou que Touya não quis nada com ela, meio que acertou também, não é? Bem que a Val tentou, mas o meu agente favorito não se deixou enredar. Um romance meio escondido pq não queria esse sendo o principal motivo da vingança da Val.
Hosokawa é nosso verdadeiro espião, tem gente q acertou né? Stella, vc foi uma delas...
Ah sim, aposto que em suas cabecinhas as engrenagens já correm soltas. Como a Val se salvou? ...ehehehe...mais p frente...
A Valerie ser irmã da Kat, confesso que eu adorei essa idéia, nos dá a sensação de mais segredos...eheheheheh...
Eu sei, vcs devem estar pensando, cadê Sakura e Syaoran, de novo capítulo especial p Touya e Katrine...não coube SeS...ia ficar enorme...
Touya enfim pego pela Val, acho que ela cansou de brincar de gato e rato, e resolveu partir p o ataque.
Grandes acontecimentos, pessoal. Espero vcs por aqui.
Agradecimentos:-Patty, Marjarie e Kath, valeu pela ajuda na suposta morte da Valerie, eu tava super indecisa se a matava afogando ou explodindo...ahahaha...valeu meninas.
Anaisa, o dia q vc mandou review do cap.8 eu postei cap.9, por isso seu nome não entrou na listinha..eheh..sem crises qdo não der tempo, OK? Vc ler é o que importa.
Marjarie, sinto dizer a vc q o Kai cada vez mais se mostra caidinho pela Kaela, tá certo q ele fica com aquela expressão fechada o dia inteiro, mas é só eu dizer q vou pegar p escrever Lutar é Seu Destino, que os olhinhos dele brilham...hihihihi...sabe, acho engraçado também o desespero de SeS p saber se um tá machucado, se o outro tá bem, mas acredito que é bem por aí a relação deles...pode sim dar um chute na Valixo...hihihihihi...tá liberado...
Pety, menina, se tá maluca que eu ia deixar o Ryu morrer? A Sammy me matava...ahahaha...de jeito nenhum...Eu tô achando divertido a ânsia da Sakura pelo pedido de casamento que n vem mais...ah o que o Touya fez p Valixo?...agora vc já sabe, o que na verdade n foi nenhuma grande malvadeza, afinal foi ela que atirou primeiro...eheheheh...Legal vc ter se visto na situação do Touya no hospital, mas as enfermeiras são cumpridoras das regras mesmo...
Miaka, oi sobrinha querida...na verdade o Touya n ficou puto por não perceber q era a Valixo, pq ele acreditava q a dita cuja estava morta e só sobraram cinzas...eheheheh...qto às suas idéias de seqüestro, eu resolvi seqüestrar o Touya, mas adianto q a Valixo vai ficar irritadinha qdo desconfiar de algumas coisinhas...eheheheheh
Sakurinha, você nunca enche o saco...adoro seus reviews, já disse isso né? Syaoran vai demorar mesmo p pedir Sakura em casamento...isso se ele voltar a pedir. Eu posso muito bem fazê-lo nunca mais pedir...eheheheheh...a Sakura malvada? Eheheh...n diria isso, é mais o diabinho cutucando p fazer umas peraltices...Ah a Sakura esperta, realmente n gosto dela nunca pescando nada, dando uma de tonta...ui...parece uma boboca...eu prefiro-a mais atirada mesmo...
Bruninha, juro q não tinha me dado conta do Kayo de DB...ehehehe...mesmo pq eu comecei a assistir DB, depois da fic...ahahaha...sério q vc tá vendo a Sakura como malvada? A Sakurinha disse a mesma coisa...não sei, prefiro pensar nela fazendo o possível p descobrir os planos dos bandidos, se isso inclui algumas torturinhas básicas, vamos a elas...ahahaha...realmente a cena de perseguição foi legal de escrever, engraçado, q ela me veio bem fácil à mente, mas acredito q descrevi algumas coisas de filmes já vistos...Gostei da sua referência a Power Rangers...ahahahah...a vingança foi decifrada...vc acha q ela tem razão? Você é tão esperta, tiro certeiro Bruna, o resto das suas maluquices até q tem algum fundo de verdade...Tadinho do Touya, as torturas que vc imaginou são piores das q a Valixo tem em mente...ahahahah... Preciso lembrar de não esquecer de botar o Rex mais p frente, o coitado meio q sumiu...mas já tive uma ideiazinha p ele fazer bagunça, vamos ver se consigo encaixá-lo...eheheheh
Thata, será q agora vc conseguiu visualizar a Valerie? Acho q a descrevi legal...eu acho que o nome Valerie, é bem frio, combinou com a Val...eheheheh..realmente os bandidos não têm senso de oportunidade mesmo...ahahahah
Lan Ayath, ah que legal, que legal, q vc gostou da cena da moto...eheheheh...sabe, sempre q a gente saía de moto eu ficava bolando a cena na minha cabeça, o Ri ficava maluco qdo eu mandava ele correr mais p eu visualizar a coisa toda...ahahahah...tem um pouquinho de verdade no q vc disse do Touya ter dado o fora na Val, mas ele ter "matado-a" é o ponto central da coisa, fora que ela é doida...
Kirisu-Chan, hum, Sakura está no quarto mês de gravidez, acho que comentei algo no cap 7 ou 8...como só se passaram dias...
Analu, adorei Ryu Kinomoto Li...ehehehe...vai ficar... Quando eu peguei emprestado, os nomes, Rose e Jack, eu lembro q foi antes da Patty ir p o Japão, e eu n conseguia recordar os nomes dos personagens, a Patty q deu a luz... Coitado do Kayo, tenho que ser solidária com ele, pois o carinha ainda vai sofrer...hihihihihi...agora vc já sabe o que o fofo do Touya fez, mas eu não dou razão para o que a Valixo tá fazendo...eheheheh
Carol, adorei seus comentários no nosso big-mail, valeu. Que bom q vc se divertiu com as cenas e deu risada, isso me envaidece...ehehehe
Bom gente, agora as coisas realmente irão esquentar...espero que vcs continuem lendo e dando opiniões, OK?
Ah pessoal, vcs não acompanham mais a história da família Kinomoto? Acredito q esses capítulos de agora não foram ao ar no site Mansão da Amizade, aliás preciso ir lá atualizar a história também...
Super beijos
Rô
