Nota: Sei que vocês devem ter se perguntado: Mas que raios é isso? Eles estão no Japão, mas os carros são os que circulam no Brasil... Er, bem, como eu não tenho a mínima idéia de nomes de carros do Japão, eu coloquei uns brasileiros mesmo. Espero que não achem ruim. Agradeço as reviews, e espero que mandem mais (eu estou começando a enlouquecer, abrindo o e-mail 20 vezes por dia, de ansiedade...). No mais, boa leitura!
Cada um com seus problemas, e soluções!
- VOCÊ O QUÊ? – gritou Sango ao ouvir da boca do marido que ele já espalhara a noticia de sua gravidez.
- Oras, Sango – tentou se explicar Miroku – Foi uma necessidade. O Sesshoumaru queria que você participasse com a gente...
- E DAÍ? – continuou a berrar – ISSO NÃO TE DAVA O DIREITO DE CONTAR SOBRE NOSSO FILHO!
- E o que você queria que eu fizesse? Que dissesse que você não ia aceitar fazer isso e pronto? Sabe como os irmãos Nakami são!
- Dissesse que eu ia topar – disse Sango se acalmando.
- O QUÊ? – foi a vez de Miroku gritar – Até parece...
- Até parece o quê? – indagou a esposa cruzando os braços irritada – Acha que eu só porque estou grávida perdi minha inteligência?
- Não é isso, Sango. O problema é que você vai estar com um barrigão enorme quando formos executar o plano. Isso não nos ajudaria em nada.
- Bem... – disse Sango – Eu sei disso, mas eu posso ajudar mesmo estando longe. Eu não preciso entrar no local junto com vocês e...
- Não! – disse Miroku firme – Você não está dentro!
- E por que não? – estressou-se Sango – De fora não há perigo...
- Que seja! – disse o marido – Ainda assim, eu me preocupo demais com você e nosso filho para deixar que se envolva nisso.
- Mas...
- Sem mas, Sango! Eu jamais me perdoaria se de repente as coisas dessem erradas, e nós fossemos pegos – disse Miroku – Acho que também não é sua intenção ter essa criança atrás das grades.
- Credo, Miroku! Vira essa boca para lá... – disse Sango batendo três vezes na madeira – Vocês são bons demais no que fazem, nada vai dar errado. Aliás, onde é que vocês vão agir dessa vez?
Miroku deu uma suspirada antes de responder a questão.
- Banco Tókio Commerce... – respondeu ele pegando um jornal de dias atrás em cima do criado-mudo ao lado da cama e fingindo ler.
- QUÊ?
- Sabia que você ia reagir dessa maneira – disse o rapaz passando a mão pelos cabelos negros curtos – Aliás, eu também fiquei surpreso quando o Sesshoumaru contou.
- Mas vocês são...
- Especialistas em museus? – permitiu-se completar a frase – Eu sei, e o Inuyasha também já lembrou isso ao Sesshoumaru. Mas o danado acredita mesmo que podemos fazer isso.
- Se o Sesshoumaru acha que é possível... – disse Sango ajeitando-se debaixo do lençol – ...é melhor também acreditarmos.
Miroku concordou com a cabeça, depois ficou pensando em silêncio.
- Hei, Sango? – chamou ele.
- Hã?
- Você sabia que aquele quadro que o Sesshoumaru tem na parede do apartamento dele é original?
- Claro! – respondeu Sango – Você achava que era uma cópia?
- Bem, eu...
- Ah, Miroku tolinho... – riu a esposa – Como se o Sesshoumaru fosse se contentar com uma cópia...
Sesshoumaru colocou a taça com vinho branco em cima da mesa de jantar, ao lado do pequeno quadro com o vidro estilhaçado. Sentou-se, encarando o diploma emoldurado, que conseguira com tanto sacrifício, e que agora, não passava de mais um pedaço de papel inútil.
"Faculdade de Medicina de Tóquio...Sesshoumaru Nakami, formado com honras nessa instituição..."- lia-se na folha, em ideogramas dourados.
- Quanto desperdício... – irritou-se, batendo a mão mais uma vez sobre o quadro e acabando de quebrar o que restava intacto do vidro – Tanto tempo gasto, para no fim, ser inútil...
Pegou a taça e virou o vinho garganta abaixo em um só gole. Levantou-se, deixando taça e diploma esquecidos sobre a mesa. Não adiantava mesmo ficar relembrando o passado, já que nada poderia ser feito para mudá-lo. Tinha perdido seu registro de médico, e mesmo que tivesse nascido para agir nessa área, nunca poderia fazê-lo.
- Graças a ela... – soltou as palavras misturada com um rosnado – Maldita...
Encaminhou-se para o quarto, onde a cama grande e vazia o esperava. Desfez-se das roupas, jogando-as pelo chão, embora detestasse fazer isso, e deitou-se. Dispensou o lençol, já que a noite estava quente, e apenas ajeitou um pouco o travesseiro. Ficou olhando para o teto, tentando pensar apenas em um plano para entrar no Banco Tókio. Sabia que seria um trabalho mais difícil que o habitual.
- Muitos alarmes, poucos seguranças... sensores lasers... o que mais?
Não conseguiu completar seus raciocínios, e acabou por dormir. Como planejado, o comprimido para dormir unido ao vinho fazia efeito bem mais rápido.
O olhar de Inuyasha encontrou o relógio no pulso pela décima vez em menos de 15 minutos. Os ponteiros marcavam exatamente 10 horas da noite, e Kikyou ainda não havia voltado para casa. Resolveu procurar algo para fazer um lanche na geladeira, só encontrando coisas indigestas para seu gosto, como saladas, arroz integral e outras comidas que com certeza ele acreditava ser útil apenas para pássaros.
- Maldição... – resmungou fechando a porta da geladeira com raiva – Nem comida decente tem...
Ouviu o barulho da tranca da porta da sala e correu até ela, pronto para dar um belo sermão na mulher. Quando a porta se abriu, Inuyasha encarou Kikyou com raiva, esperando que ela pelo menos dissesse onde estava. Mas a esposa apenas deu uma olhada para ele, depois passou direto.
- Não vai dizer nada? – perguntou ele segurando a raiva que estava sentindo.
- Dizer o quê? – disse Kikyou largando as cinco sacolas que trouxera sobre o sofá vermelho da sala.
- Onde esteve, por exemplo. Esse já seria um bom começo.
- Onde parece que eu estava? – disse ela apontando as sacolas – No shopping, meu querido.
- De novo, Kikyou? Sabe que não estamos tão bem de grana assim, para você poder ir ao shopping todos os dias.
- Seu irmão não tem um trabalho para você? – perguntou ela cinicamente – Então, logo estaremos cheios de dinheiro de novo.
- Não seja tonta, Kikyou – impacientou-se Inuyasha – Desde quando termos um "trabalho" significa que conseguiremos algum dinheiro com ele?
- Oras, poupe-me... – zombou ela – Desde quando o Sesshoumaru entra num jogo para perder? Se ele tem o trabalho, é garantido que terá retorno.
Inuyasha respirou profundamente, antes que explodisse de vez e chamasse a mulher pelo mesmo nome com que o irmão chamara. Kikyou riu do modo como ele havia ficado vermelho de raiva, e antes que a raiva dele voltasse, retirou de dentro de uma das sacolas um pequeno embrulho negro.
- Tome... – disse ela estendendo o embrulho para o marido – Eu comprei para você...
Inuyasha arrancou o presente da mão de Kikyou, escutando um "Ai" em troca. Rasgou o papel de seda sem nenhuma delicadeza, e abriu a embalagem plástica, encarando com um pouco de indiferença o conteúdo.
- Isso é uma camisola... – disse ele – Eu não me lembro de usar esse tipo de coisa...
- Não seja bobo, querido – disse Kikyou arrancando a camisola da mão dele – Você vai vestir isso sim, mas em mim!
- Vestir em você? – disse ele começando a esquecer a raiva – Qual a graça? O melhor é arrancar isso.
- É o que você fará em seguida... – disse Kikyou maliciosamente jogando a camisola sobre o ombro e caminhando para o banheiro – Primeiro, vamos tomar um belo banho de banheira...
- O que você planeja, Kikyou? – perguntou o marido já deixando um sorriso se formar no canto da boca.
- O que eu planejo? Tudo! – disse ela – Ou melhor... nada! Vamos deixar que tudo aconteça sem nenhum plano...
Ela entrou no banheiro, depois colocou a cabeça para fora da porta.
- Vai ficar aí? – perguntou ela jogando uma das peças da roupa que usava no corredor.
Inuyasha sorriu, e esquecendo de vez de todas as compras absurdas da mulher, caminhou devagar até o banheiro, pronto para receber sua recompensa por mais uma divida contraída.
Piii Piii Piii Piii...
Rin passou a mão pelo criado-mudo, procurando pelo despertador que tinha um barulho insuportável. Desligou o alarme, sem abrir os olhos para se certificar do horário.
- Droga... – resmungou se sentando na cama – Não consegui dormir direito essa noite...
Só então abriu os olhos, encarando os números digitais do relógio, marcando 6 da manhã. Vestiu o robe por cima do pijama, e calçou as já velhas pantufas de zebra e desceu para a cozinha da casa da tia, encontrando um bilhete sobre a mesa.
"Fui ao mercado, volto logo... Tia Kai. Seu café está pronto...".
Olhou para o fogão, onde uma bandeja coberta por um pano de prato escondia seu desjejum. Comeu rápido, e correu para de volta para o quarto. Tinha se lembrado que hoje o chefe da matriz do Banco Tókio visitaria a filial onde ela trabalhava. E ouvira os outros funcionários dizer o quanto ele era exigente em relação ao modo como os funcionários se vestiam e cuidavam da aparência.
- Acho que vou estreá-lo... – disse ela abrindo o guarda-roupa e pegando um conjunto de calça e terninho salmão que comprara há alguns meses, mas que não tinha coragem de usar apenas para trabalhar – Você custou tanto... Espero que me dê sorte.
Jogou-o sobre a cama, depois escolheu os sapatos certos para usar com o traje. Após se vestir, colocou-se frente ao espelho do próprio guarda-roupa, fazendo um esforço enorme para passar um delineador nos olhos sem tremer. Um batom rosa claro completou a maquiagem, já que o belo rosto não necessitava mesmo de nenhum outro recurso.
Juntou as pastas e cadernos que carregava todos os dias, e saiu de casa, pronta para mais um dia de trabalho, seguido por uma noite cansativa na faculdade de Matemática.
- Bom dia! – disse Kagome sorrindo como sempre – Como está linda hoje!
Rin não conteve um sorriso encabulado com o elogio.
- Está chamando muita atenção? – perguntou ela olhando para a roupa – Acha que exagerei?
- De jeito nenhum! – disse firme Kagome – Está maravilhosa. Chamativa está aquela ali... – disse apontando para umas das caixas que vestia um decotado vestido vermelho – Acho que ela pensou que teria festa aqui hoje...
As duas sorriram discretamente, até que Kagome foi chamada por um dos gerentes Premier, deixando Rin livre para ajeitar suas coisas no caixa 2.
- Ele está chegando... – ouviu um dos funcionários comentar.
"É ele..." pensou sentindo um nervosismo "È o chefe da matriz...".
Ajeitou as notas altas de dentro do caixa, e separou os cheques que seriam entregues ao pessoal do depósito central naquele dia. Olhou de relance para o senhor que entrou pela porta dos funcionários, passando o olho pelos caixas e seus respectivos funcionários, como se procurasse algum pequeno defeito para apontar. A primeira vitima foi o rapaz a dois caixas do seu, repreendido pela desorganização na gaveta de dinheiro.
O senhor, que Rin percebeu usar óculos escuros, aproximou-se em silêncio, parando ao seu lado, e procurando por algo num papel que segurava.
- Rin Tomyio? – indagou o senhor fazendo-a virar o rosto para olhá-lo.
- Senhor? – disse ela feliz por não ter gaguejado.
- A srta é a nova funcionaria? É um prazer conhecê-la.
- A honra é minha, Sr. – disse ela baixando a cabeça respeitosamente.
- Apenas um conselho... – disse o homem – Não misture os cheques de outro banco com o nosso.
- Oh! – disse ela olhando para o erro cometido – Desculpe minha desatenção, senhor.
- Sem problema – disse o senhor sorrindo – Você parece bastante competente.
- Obrigada, senhor! – Rin disse com um discreto sorriso no rosto.
Logo o chefe da matriz deixou os caixas de lado, indo observar o trabalho dos gerentes da área VIP. Rin suspirou aliviada por não ter tido um de seus ataques de timidez exagerada.
- Bom, agora o dia será como sempre... – sussurrou ela – Daqui em diante é fácil.
Inuyasha atendeu o celular sem muita pressa. Os olhos pesavam com o sono, e ele quase não reconheceu o numero no visor.
- Fala! – disse atendendo.
- Onde você está, Inuyasha? – perguntou uma voz irritada do outro lado da linha.
- Em casa... – respondeu bocejando – Por que, Sesshoumaru?
- Não marcamos de nos encontrar no Banco Tókio às 10?
- Sim, que horas são? – perguntou procurando pelo relógio de pulso que havia sumido durante sua noite com Kikyou.
- Dez horas! – disse irritado Sesshoumaru – Ou melhor, dez e um agora! Vem agora para cá!
Inuyasha tentou dar uma desculpa, mas o telefone foi desligado na sua cara. Olhou para o lado da cama, onde a mulher dormia sossegada. Levantou-se e vestiu a primeira roupa que encontrou no guarda-roupa, saindo sem fazer barulho.
Encontrou a empregada da casa pelo caminho até a porta, e recusou o chá que ela lhe ofereceu.
- Se eu tomar chá verde a essa hora, eu morro pelo caminho – disse ele rindo.
Sesshoumaru estava dentro do carro, olhando pelo espelho retrovisor para uma caixa de madeira trancada com um cadeado digital colocada no banco de trás.
- Espero que ninguém roube o banco antes de mim... – disse para si mesmo – Eu teria um ataque se perdesse isso...
Desviou o olhar quando ouviu alguém bater no vidro.
- Até que enfim... – disse ele sem abaixar o vidro.
Pegou a caixa e saiu do carro, olhando bem para os lados, numa precaução certamente inútil.
- O que é isso? – perguntou o irmão mais novo apontando o objeto.
- Algo que vou guardar no cofre – respondeu olhando o irmão de cima a baixo, vestindo uma calça jeans desbotada e camiseta preta – Você não tinha uma roupa melhor para vir aqui?
- Relaxa, Sesshoumaru – disse ele – O que importa para os caras ali dentro é que está na sua conta, e não o Armani que você usa – referiu-se ao terno caro do irmão.
- Vamos! – disse Sesshoumaru – Temos uma reunião com a gerente geral do banco. Ontem ela me mostrou onde ficava o cofre, mas não o abriu, pois é proibido abri-lo sem que seja para guardar algo nele, ou retirar algo.
- Certo – disse Inuyasha – Então, agora vamos ver por dentro da belezinha?
- Exato. Comporte-se como gente, por favor!
- Eu sou gente... – disse o irmão ofendido.
- Não arranje briguinhas, está bem?
- Ok!
- Vamos!
Kagome viu de sua mesa quando Sesshoumaru entrou no banco, carregando algo nos braços. Olhou para Rin, esperando que ela tivesse notado a chegada dele também, mas ela estava concentrada com o trabalho.
O olhar de Sesshoumaru virou-se na direção dos caixas, procurando justamente por Rin. Deixou um meio sorriso aparecer no rosto, alegre por ela estar bem.
- Quem é a gerente? – perguntou Inuyasha que correu para alcançá-lo, depois que teve que mostrar tudo o que guardava no bolso ao ser parado na porta automática.
- A de cabelos negros... – respondeu Sesshoumaru – Usando o vestido azul...
- Hum... – fez Inuyasha ao notar a beleza da gerente – Belo banco...
- Cale-se!
Kagome veio até eles, e curvou-se em respeito.
- Bom dia, Sr Nakami – disse ela – Fico feliz que tenha mesmo decidido confiar seu tesouro, como o sr mesmo o chamou, ao nosso cofre.
- Bom dia – respondeu Sesshoumaru puxando Inuyasha pelo braço – Este é meu irmão, Inuyasha Nakami...
- É um prazer – disse Kagome – Vejo que são bem parecidos.
- Não exagere – disse Inuyasha sorrindo – Meu irmão não se ofenderá se disser que eu sou o mais bonito.
Kagome sorriu com a brincadeira do rapaz. Sesshoumaru preferiu manter seu ar sério, mesmo tendo vontade de socar o irmão ali mesmo.
- Vamos aos negócios? – perguntou Kagome recebendo sorrisos de ambos os irmãos.
- Próximo! – disse Rin dispensando mais um dos clientes. Olhou para os lados apenas para movimentar o pescoço, então notou a presença do rapaz que a ajudara no dia anterior.
"Ele voltou..." pensou ela "Se eu puder, depois agradecerei a ele por me ajudar".
- Pronto! – disse Kagome após a demorada operação de abertura do cofre – Aqui estamos.
- Ótimo – disse Sesshoumaru olhando com atenção para todos os lados – Creio que não devo me preocupar com a segurança, não é?
- Com certeza, não! – disse Kagome sorrindo – O Banco Tókio Commerce é o mais seguro de todo o Japão.
- Seguro como? – perguntou Inuyasha que aproveitava para também olhar o cofre com cuidado – Há câmeras de vigilância aqui dentro?
- Hã? – fez Kagome sem entender aquela preocupação.
- Oras, srta Kagome – disse Inuyasha sorrindo – Imagine que você vem aqui para guardar algo de valor inestimável. E imagine que há câmeras, e atrás dessas câmeras, há um segurança nada confiável, olhando com ambição para a sua jóia... Eu não me sentiria seguro num banco como esse...
- Bom, entendo sua preocupação – disse ela – Mas é necessário termos câmeras aqui dentro. E nosso pessoal da segurança é muito confiável. E as câmeras ficam numa posição que torna impossível visualizar o que os clientes estão guardando em suas gavetas.
- Bem melhor – sorriu Inuyasha – Me sinto mais confortável assim.
Sesshoumaru olhou discretamente para os cantos do teto, buscando algum ponto que indicasse as tais câmeras.
"Nada..." confirmou uma suspeita "Então, só podem estar...".
Olhou para o chão, onde nos cantos havia alguns pequenos furos, com certeza onde as câmeras estavam instaladas.
"Por isso ela disse que estavam numa posição que não era possível ver o que os clientes guardam".
- Então, Sr Nakami? – chamou Kagome – O que o sr pretende confiar ao nosso cofre?
Sesshoumaru colocou a caixa sobre a mesa que ocupava a parede contrária às gavetas do cofre. Digitou uma senha no cadeado digital, que confirmou sua abertura com um "click" que ecoou por toda a sala. Abriu devagar a caixa, deixando aquela expectativa nos presentes.
- Espera um pouco, Sesshoumaru – disse Inuyasha colocando a mão sobre a caixa e impedindo sua abertura – A srta vai ficar olhando?
- Quem? Eu? – perguntou Kagome embaraçada pelo modo que o rapaz a olhava – Er, bem... É que eu sou a única que tem permissão, e "dever" de estar aqui quando algo é guardado no cofre.
- Por quê? – insistiu Inuyasha sem notar o olhar feroz do irmão.
- Porque eu preciso saber se o que está no cofre é o que foi mesmo descrito no formulário que eu entreguei ontem ao seu irmão. Imagine, alguém diz que está guardando uma jóia de milhões de dólares, mas na verdade é apenas uma bijuteria. Aí, se o banco for assaltado, teríamos um grande prejuízo pagando por algo que não valia nada.
- Então o banco costuma ser assaltado freqüentemente? – continuou Inuyasha.
- Não! – disse Kagome tentando acalmar o rapaz – Nosso banco é o mais seguro de Tóquio, como eu disse. Nunca sofremos um assalto.
"Tem sempre uma primeira vez..." pensou Sesshoumaru entediado.
- Então... – Inuyasha tentou lançar mais uma pergunta, mas foi interrompido pelo irmão.
- Será que você me permite terminar isso logo, Inuyasha? – disse Sesshoumaru – Eu pretendo fazer algo mais do meu dia, além de ficar dentro desse cofre.
- Ah, desculpa aí! – disse o outro retirando a mão da caixa.
Kagome não conseguiu evitar arregalar os olhos quando viu o que havia na caixa.
- Isso é verdadeiro? – perguntou ela.
- Sim... – limitou-se a responder Sesshoumaru.
- Nossa, nem em museus eu vi algo tão valioso... – disse Kagome tentando encostar um dedo na pintura, a qual foi afastada pelo dono.
- Não toque, por favor! – disse Sesshoumaru.
- Oras, como sou tonta – riu a gerente – Esqueci o quanto isso é precioso para ter minha digital impressa nele. Desculpe.
- Não foi nada – disse o sério rapaz, enquanto o irmão parecia pouco interessado no que ele guardava ou não no cofre.
Terminado todos os procedimentos, Kagome entregou a chave da gaveta 162-A nas mãos de Sesshoumaru, e se retiraram do cofre. Inuyasha aproveitou todas as chances que teve de vasculhar a sala com o olhar, antes que a porta fosse novamente fechada.
Sesshoumaru olhou para o relógio no pulso, marcando 12:45 hrs.
- Acho que já está tudo certo, não é srta Kagome? – perguntou ele ansioso para sair dali.
- Claro, tudo correto – respondeu a gerente – Os senhores já podem ir se quiserem.
- Ótimo – disse Inuyasha – Estou morrendo de fome.
Atravessaram o corredor que os levaria de volta à ala comum do banco, cruzando pelo caminho com alguns dos caixas que retornavam do almoço.
- Sr Kanami? – chamou uma voz um pouco distante – Sr Kanami?
- Kanami? – disse Inuyasha se virando para ver se era com eles.
Viu uma jovem de cabelos negros que esvoaçavam com a corrida que ela dava pelo corredor para alcançá-los.
- Sr Kanami – disse Rin finalmente chegando junto a eles.
Sesshoumaru se virou e encarou a jovem sorridente e esbaforida, trajando seu conjunto salmão, que na opinião dele não fazia jus à beleza da jovem.
- Nakami! – disse Inuyasha entrando na frente de Rin.
- O quê? – perguntou ela sem entender.
- É Nakami! – corrigiu ele novamente – E não Kanami!
- Deixe-a, Inuyasha – interferiu Sesshoumaru – Ela não tem a mínima obrigação de acertar nosso nome.
- Desculpe – disse Rin sorrindo – Sr Nakami, eu gostaria de agradecer pela sua ajuda ontem.
- Fico feliz que tenha melhorado – disse Sesshoumaru.
- Foi só fazer exatamente o que mandou – disse ela – Comer algo salgado e beber bastante água.
- Rin, o Sr Nakami precisa ir embora – disse Kagome tentando não ser mal-educada.
- Desculpe, de novo – disse Rin – Eu queria apenas agradecer mesmo. Não queria tomar muito do seu tempo.
- Não o fez – disse Sesshoumaru – E não precisa me agradecer, srta Rin Tomyio.
- Veja, agora estou envergonhada – disse a jovem – Você se lembrou do meu nome corretamente, e eu confundi o seu.
- Sem problema – disse Sesshoumaru voltando a caminhar – Aliás, srta Rin, seu sobrenome está na lista, não é?
- Lista? – perguntou ela imaginando se havia alguma lista de funcionários bons ou maus rolando pelo banco – De que lista está falando?
- A telefônica... – disse ele – Se eu quiser telefonar, ou algo assim...
- O quê? – disse abobada e tomando uma cotovelada de Kagome – Ah, claro! Está sim na lista. Pode ligar... se quiser, é claro!
Kagome esperou apenas que os dois saíssem de perto para mostrar sua animação.
- Não disse que ele tinha gostado de você? – disse ela – Aposto que ele vai ligar ainda hoje.
- Não sei... – disse Rin desconfiada – Talvez ele tenha dito isso apenas por educação.
- Educação? – disse Kagome colocando as mãos na cintura – Educação seria ele apenas dizer tchau.
- Kagome, pense comigo – disse Rin – Pelo menos 70 da população adulta desse país tem um celular. Ele nem ao menos cogitou perguntar diretamente o numero do meu, como acreditar que não foi só por educação?
- Ah, não sei – disse Kagome – Talvez ele tenha esquecido de perguntar e...
Nesse momento um dos seguranças apareceu no fim do corredor e chamou por Rin. A garota foi até ele, e recebeu algo nas mãos, que fez com que um sorriso enorme se formasse em seu rosto. Ela voltou correndo para perto da amiga, mostrando um pedaço de papel.
- O que é isso? – perguntou Kagome curiosa.
- O telefone dele! – respondeu Rin toda alegre.
- Do celular?
- Exatamente... – disse ela mostrando o papel – E ele ainda escreveu...
- Ligue hoje à noite... – leu Kagome juntando-se a amiga na comemoração – Ai, Rin, que legal!
- Você se interessou por aquela garota, Sesshoumaru? – perguntou Inuyasha para o irmão que destravava o carro.
- Ela é bonita... – respondeu Sesshoumaru – E parece ser legal.
- Mas, certamente não é o seu tipo de mulher – cutucou o irmão mais novo.
- Existe tipo de mulher, Inuyasha? – perguntou ele – Para mim são todas mulheres.
- Mas essa daí não é como a maioria com quem você sai... Geralmente você só sai com aquelas modelos, capas de revista...
- E nunca encontrei uma que prestasse – explicou Sesshoumaru entrando no carro – Todas eram fúteis e sem-graça.
- Mas bem que eu queria ter uma daquelas sem-graça comigo – zombou o irmão.
- Você já tem uma sem-graça em casa, irmão – devolveu Sesshoumaru com sarcasmo – Aproveite ela.
- Há há... – fingiu rir Inuyasha – Muito engraçado, Sesshoumaru.
- Amanhã, às 11 da manhã – disse Sesshoumaru dando partida no carro – Você e Miroku, sem falta, na minha casa... Agora sai de perto do carro.
- Está bem – disse Inuyasha se afastando enquanto o irmão saía cantando pneu – Tchau para você também.
Gente, agradeço as reviews que me mandaram pelo primeiro capítulo, e peço que sejam bondosos e continuem me prestigiando com a opinião de vocês. Quero dizer que estou cheia de idéias para essa fic, sendo assim, não demora muito outro capítulo já estará disponível. Respondendo algumas questões das reviews:
Sim, a fic foi um pouco baseada no filme 11 Homens e Um Segredo.
A Sango vai aparecer, e bastante. Não é porque ela está esperando um filho do monge sem vergonha que eu vou dar descanso para ela.
A Rin e a Kagome vão entrar na vida dos protagonistas sim, e primeiro, as coitadas vão é de gaiatas, mas depois... bom, esperem para ver.
Bom, beijos a todos, e os meus mais sinceros votos de um Feliz Natal, e que no ano de 2006 seja repleto de alegrias e inspirações para todos nós.
Adios, hasta 2006!
