Escrito nas Estrelas

Autora: Leanna

Spoiler: o prologo é em algum ponto depois de Reckoning

Classificação: Livre, Clois, Foofy (adoro escrever esse tipo de fic )

Nota: eu não sei como resumir essa fic! Comecei com duas idéias que tinha; a primeira de centrar a estória na Lois (já que passamos esse tempo todo só vendo a vida do Clark) e a segunda foi a idéia do sagrado bracelete. Tô deixando me levar p/ ver onde a fic vai dar e já adianto que pelo visto essa vai ser bem grande...

Prólogo

2006

É fim de tarde no Talon, Clark está próximo ao balcão que Lois está limpando, a ouvindo reclamar que ele é muito folgado, quando um som de telefone ecoou pelo local. Lois pegou o celular em seu bolso e ao ver de quem era a ligação, largou o pano em cima do balcão e subiu para seu quarto. Clark não precisou usar sua super audição para perceber que a ligação era do general.

Meia hora se passou e Lois não voltou para terminar seu serviço. E nem se pode ouvir suas contestações ao telefone, que geralmente davam para ser ouvidas na casa da fazenda quando ela falava com seu pai no celeiro. Estranhando o fato, Clark pensou em subir para ver se estava tudo bem. Martha, adivinhando os pensamentos do filho fez um gesto para que ele subisse até o quarto de Lois.

A porta está entreaberta, mas Clark preferiu bater assim mesmo. De dentro do quarto vinha uma musica bem baixinha, provavelmente um cd ligado.

I never cry

LOIS: Já vou. Só um minuto.

Ele espiou pela fresta da porta e a viu sentada no sofá que fica de costas para a porta.

CLARK: Tá tudo bem, Lois?

LOIS (IRRITADA): Eu disse que já vou, Clark!

"Clark"? Ela nunca o chama de Clark a não ser que a conversa seja séria. Ele decidiu entrar.

Lois estava perdida em seus pensamentos quando sentiu uma mão em seu ombro. Continuou parada exatamente como estava. Clark sentou-se ao seu lado.

LOIS: Que parte do "eu disse que já vou" você não entendeu?

CLARK: O "Clark"

Ele sorriu simpático ao que quer que estivesse preocupando Lois.

Houve um breve silencio, daqueles extremamente constrangedores, até que Lois se manifestou.

LOIS: Minha mãe gostava das baladas do Alice Cooper.

CLARK: Ah...

Ela colocou o celular desligado na mesinha de centro e voltou a recostar-se no sofá.

LOIS: Era o general. Ele quer que eu vá mais uma vez resolver uma encrenca da Lucy.

CLARK: Onde ela foi parar dessa vez?

LOIS: Não sei. Desliguei na cara dele.

Lois parecia constrangida em admitir que teve uma atitude tão infantilizada em relação a seu pai.

LOIS: Sabe, eu tava pensando... Será que seria tudo assim se ela estivesse viva? Será que eu viveria correndo atrás da Lucy ou será que o general iria me tratar como uma filha e não mais um soldado? (PAUSA)Desde que minha mãe morreu passei a andar de uma base a outra com meu pai, sempre que começava a me adaptar e fazer amigos tinha que me mudar outra vez. E no resto do tempo me preocupava se Lucy estava comendo direito, fazendo os deveres de casa. Como se eu não tivesse vida própria.

CLARK: Eles gostam de você.

LOIS: Eu sei. Do jeito deles. Mas isso não dá o direito do meu pai me pedir pra largar tudo justo agora que consegui sossegar em um lugar para ir resolver os problemas da minha irmã. Eu amo eles, mesmo. Mas não dá mais.

Sem se dar conta, Lois recostou sua cabeça no ombro de Clark. Por um segundo ele pensou em levantar-se, mas ela estava mesmo transtornada e seria melhor deixa-la a vontade, afinal não é todo dia que Lois Lane se abre para alguém. Principalmente esse alguém sendo Clark Kent.

LOIS: Cansei.

E além do mais, para sua surpresa, a sensação do rosto de Lois contra seu ombro por baixo da manga de sua camiseta e seus longos cabelos batendo de leve em seus braços faziam Clark se sentir incrivelmente bem.

LOIS: Cansei de me preocupar com os outros e esquecer de mim mesma.

Então algo ainda mais surpreendente aconteceu. Clark sentiu que sua camiseta estava ficando úmida. Pequenos pontos que apareciam de repente no tecido azul escuro denunciavam: ela estava chorando. Instintivamente ele passou seu braço por cima do encosto do sofá, deixando Lois mais à vontade, agora recostada em seu peito. Ela disfarçadamente secou as lagrimas com a mão, mesmo sendo óbvio, ela não iria admitir que estava chorando. E Clark respeitou isso.

CLARK: O que pretende fazer?

LOIS: Tenho umas amigas em Metropolis que tão procurando alguém pra dividir um apê. Acho que vou morar com elas. O general não conhece, então é bom que assim ele não me encontra.

CLARK: Pode ficar aqui, a gente fala com seu pai.

LOIS: Não. Já meti você e a Martha em muita encrenca. Além do mais tô precisando de um tempo fora de circulação. Pensar o que fazer da vida. Talvez voltar pra faculdade.

CLARK: Tem alguma coisa em mente?

LOIS: Outro dia eu tava esperando a Chloe no Planeta e acabei puxando um papo com um jornalista de lá. Gostei do cara, simpático. E ele falava com tanta paixão sobre a profissão...

CLARK (SURPRESO): Vai fazer jornalismo!

LOIS: Ainda não sei. Tô analisando minhas possibilidades.

CLARK: E eu posso saber quem é esse cara tão convincente?

LOIS: Perry White. Conhece?

CLARK: Tá brincando!

Os dois estavam tão centrados na conversa e distraídos que não notaram a presença de outra pessoa na porta. A jovem ficou alguns segundos observando a cena a sua frente: ele, absorto, acaricia os cabelos dela que está totalmente entregue ao pequeno gesto de carinho.

LOIS: Não conta nada pra Chloe ainda. Eu quero falar pessoalmente.

Ao ouvir isso a jovem não se conteve e saiu rapidamente, tão silenciosa quanto entrou.

LOIS: Eu quero que ela saiba quando eu já tiver certeza absoluta. Senão ela fica cheia de falsas esperanças. A Chloe nasceu praquilo, desde sempre lia jornais e dizia que ia ser repórter, mas eu...

Enquanto isso no andar de baixo, a porta do Talon fechou-se em um estrondo. Martha, que estava atendendo uma mesa próxima correu para tentar falar com a garota que saiu transtornada.

MARTHA: Lana!

Dois dias se passaram e Lois está irredutível quanto a sua decisão. Na verdade, ela passou o dia empacotando suas coisas para partir amanhã cedinho. Sua amiga Isabel já conseguiu os papeis para sua matricula na mesma faculdade onde cursa Psicologia e ainda amanhã Lois pretende ir com ela se matricular no curso de Jornalismo. Elas se conheceram quando Isabel teve que fazer um estagio com uma orientadora educacional na mesma escola em que Lois estudava, e diga-se de passagem, vivia na sala da tal orientadora por indisciplina.

No andar de baixo, no Talon, Martha e outra garçonete estão limpando as mesas para fecharem a cafeteria. Como terminou de empacotar suas coisas, Lois decidiu ir ajuda-las e assim aproveitar para se despedir de Martha que durante todo esse tempo foi a mãe que ela nunca teve.

Ela estava contando seus planos para Martha quando a sineta da porta anunciou a entrada de alguém. Era Clark que foi direto até elas no balcão e pediu para falar com Lois. Ela saiu de trás do balcão e foi com ele até uma mesa num canto da cafeteria.

LOIS: Então...?

CLARK: Sei que prometi guardar segredo sobre aquela conversa.

Lois o encarou como se temesse que ele tivesse contado para alguém que ela chorou em seus ombros.

CLARK: Não contei pra ninguém, e nem pretendo. Mas isso não me impede...

Ele tirou do bolso da jaqueta um embrulho que abriu sobre a mesa.

CLARK: ...que eu te entregue isso pra te dar sorte.

Ele sorriu aquele sorriso sincero que deixa Lois irritada em admitir que o acha lindo quando faz aquela cara.

LOIS: É lindo. Onde conseguiu?

CLARK: Segredo.

LOIS: Conta, vai!

CLARK: Um dia.

LOIS: Qual é, Smallville!

CLARK: Um dia, Lois.

Ele se levantou.

CLARK: Um dia.

E foi embora deixando Lois pensativa, admirando o bracelete que acabara de ganhar de Clark 'Smallville' Kent.