A porta se abriu com um barulho, Harry entrou na casa já com a varinha na mão, estava pronto para qualquer coisa, menos para o que aconteceu. Um homem encapuzado chegou perto dele e o guiou para uma sala ampla e confortável, e como se não fosse o suficiente ofereceu-se para pegar algo pro outro beber. O garoto estava pasmo, mas ainda assim se manteve alerta, algo de muito estranho estava acontecendo ali, e ele não achava que era coisa boa.

Rodou várias vezes ao redor de si mesmo, esperava surpreender algum ataque a qualquer segundo, mas nada acontecia. Sentiu-se confuso mais uma vez, qual era exatamente o motivo daquilo? Era a mesma sala que ele vira em seu sonho com apenas algumas mudanças, como uma lareira acesa e uma grande mesa cheia de comida.

Ouviu um barulho de uma porta e se virou agilmente para ver quem estava entrando, ainda com a varinha em punho encarou Voldemort, que parecia estranhamente feliz em vê-lo.

Deu um passo para frente, ainda encarando o seu oponente que o encarava de volta, mas com um sorriso doentio no rosto.

- Harry Potter! -falou levantando as mãos como que se pedisse um abraço- Que honra tê-lo aqui, em minha humilde casa!

- Onde está ela Voldemort? Onde está Gina?

- Que falta de educação rapaz! -os olhos dele se estreitaram -Seus pais não lhe ensinaram bons modos?

Harry respirou fundo, o homem a sua frente ainda ria, enfrentava Harry com um olhar debochado, como que se duvidasse que o garoto podia fazer algo contra ele. Harry queria provar que podia, mas não achou prudente, Gina estava em algum lugar dentro da casa, a mercê dos seguidores dele, além dos comensais que com certeza estavam prontos para atacar Harry ao menor movimento de sua varinha.

- Não responder as perguntas é uma falta de educação tremenda garoto, mas ficar apontando uma varinha para seu anfitrião é pior ainda. - ele andou até a mesa e se sentou em uma ponta -Sente-se, vamos comer alguma coisa e resolver isso como pessoas civilizadas.

Harry sentiu algo o empurrando para a mesa, e constatou que era aquele mesmo comensal que o recepcionara na entrada. Sentou-se na mesa, colocando a varinha em seu colo, mas ainda a segurando com uma das mãos.

Três elfos domésticos entraram na sala, todos trazendo bandejas de comida, então eles serviram os dois homens e saíram silenciosamente. Voldemort cortou um pedaço de carne e comeu sem tirar os olhos de Harry, que não tinha a menor vontade de comer, ainda mais alguma coisa que o outro tinha mandado preparar.

- Não vai comer? Está delicioso! - o queixo de Harry teimava em cair, Voldemort o tratava como um velho amigo ou então um parceiro de negócios.

- Não estou com fome.- respondeu com os dentes cerrados, olhava a toda hora para a porta de onde o outro havia entrado, algo lhe dizia que Gina estava lá, algo lhe dizia que aquilo seria pior do que ele podia imaginar, e que Voldemort era mais louco do que aparentava.

- Coma algo!- aquilo soou como uma ordem e não um pedido, e Harry estava pronto para recusar novamente quando aquele mesmo comensal começou a andar em sua direção. Hesitou por um momento, mas então cortou um pequeno pedaço de carne e colocou na boca, era muito tarde para comer algo assim, mas o outro não parecia se importar.

Sorriu triunfante quando viu o garoto levar o garfo a boca, mas em nenhum momento parou de comer.

Harry comeu aquilo e nada mais, estava mais confuso do que nunca, queria ver Gina, ter certeza que estava bem. Por alguns momentos pensou se aquilo não seria mais uma encenação de Voldemort, se Gina não estava na verdade na escola, perdida em algum corredor ou esperando por Malfoy nos jardins. A possibilidade foi varrida, não a vira no Mapa do Maroto, e até mesmo Hermione havia sentido sua falta, então aquilo não era possível.

Olhou mais uma vez para a porta, a sensação de que ela estava lá crescendo a cada instante, imaginou se conseguiria chegar até a porta, provavelmente não. Apertou a varinha em sua mão, talvez se atacasse o comensal que estava na sala, e então corresse como nunca antes conseguisse, mas essa idéia foi deixada de lado, não tin ah uma plano, se não conseguisse talvez fosse morto no caminho, e mesmo que conseguisse tinha certeza que encontraria muitas outras coisas além de Gina atrás daquela porta.

Abruptamente a porta que olhava fixamente a minutos se escancarou, e um comensal passou por ela, se dirigindo diretamente a Voldemort, falou algo em seu ouvido que fez com que ele desse um grande sorriso e depois se retirou. Harry entro em pânico por um segundo, teriam eles descoberto Malfoy e Mione? Mas então ele se levantou, seguido prontamente por Harry e parou perto da porta, falando:

- Nossa convidada especial está pronta Sr Potter!

Harry olhou confuso para a porta, e ficou meio pasmo ao ver quem passava por ela. Gina usava um vestido preto que ia mais ou menos até seus joelhos e tinha os cabelos soltos.

Harry tentou dar um passo em direção a ela para ver se estava bem e ter certeza se ela era ou então se estava sobre a influencia da Impérius, mas não pode se mexer foi segurado e soltou um ganido pela força do apertão em seu braço.

Gina virou rapidamente olhando em seus olhos, e ele pode ver um brilho nos olhos da garota, eles estavam cheios de lágrimas.

- Deixe-a ir Voldemort! Esse assunto é entre nós dois!

Voldemort se aproximou da garota e pousou a mão levemente em seu ombro, a garota apertou os dentes, segurando as lágrimas.

- Eu não posso deixa-la ir, - ele passou a mão levemente pelo rosto da garota, que começou a chorar silenciosamente -não posso perde-la novamente.

Harry não entendia porque ela não reagia, não o empurrava ou então beliscava seu braço, qualquer coisa! Mas então sentiu a ponta de uma varinha encostar levemente em suas costas, o contato durou um segundo ou menos, mas um calafrio percorreu todo seu corpo.

- Não a machuque, por favor! Deixe-a ir, eu fico no lugar dela!

- Machuca-la? Por que eu faria isso?- agora ele estava com o braço atrás do corpo da garota, com a mão fazendo carinho em seu ombro.- Eu jamais faria qualquer coisa contra ela Potter, já contra você...

Ele se mexeu rapidamente colocando a mão dentro das vestes, Harry tinha certeza que seria inevitável levar qualquer que fosse a maldição, mas para a total surpresa dele Gina foi mais rápida e se jogou encima do homem, fazendo com que ele perdesse o equilíbrio. Harry aproveitou o momento de distração do comensal a suas costas e jogou uma maldição para desacordá-lo, então trancou a porta e soltou faíscas roxas no ar.

Olhou para frente e viu Gina ainda embolada com Voldemort, tentando tirar a varinha dele pela força física. Gina podia ser bem forte quando queria, mas isso não queria dizer que o outro também não era. Ele se desvencilhou dela e se pôs de pé em um segundo, encarando Harry.

- Veja o que você faz com a minha casa! é só você chegar que tudo parece virar de cabeça para baixo!- esbravejou ele segurando Gina pelo braço.

- Você está me machucando!- gemeu ela tentando bater nele, que se recusava a soltá-la.

- Solte-a Voldemort! -Harry apontava a varinha para ele, mas não tinha uma mira certa, o homem ficava se mexendo, colocando Gina na sua frente às vezes.

O homem mostrou os dentes como um animal selvagem e segurou a garota na sua frente com a varinha apontada para Harry.

- Você vai me atacar assim Potter? - ele tinha um tom arfante, como se esperasse por isso a tanto tempo quanto o mundo é mundo- Vai arriscar a vida da Gina?

Harry hesitou, com certeza o maior erro de sua vida, Voldemort jogou-o contra a parede com um movimento da varinha e Harry perdeu a varinha.

Vasculhou o aposento com os olhos a procura de sua única chance de sobrevivência, mas simplesmente não conseguia achar. Ouviu um grito e se virou imediatamente para onde estava Gina.

A garota estava no chão e encarava o outro, que gritava com ela e lhe apontava a varinha perigosamente. Levantou-se e viu sua varinha em um canto da sala, correu e no meio do caminho foi visto, se jogou no chão para tentar alcança-la, e bem no momento que Voldemort lhe atacou ele fez um feitiço de proteção.

Gina se encolhera em um canto e olhava a cena aterrorizada, meio petrificada.

Os olhos de Voldemort brilhavam de fúria, e Harry sentiu uma coisa crescer dentro dele, sentiu-se aterrorizado quando o outro voltou a ataca-lo e se jogou no chão, sentindo seu braço doer, esquivou-se de alguns outros feitiços e então jogou um feitiço qualquer na direção do outro, que também se esquivou, Voldemort estava claramente em vantagem sobre ele, precisava de uma estratégia, foi acertado no pé e soltou um grito de dor. Levantou-se e voltou a encarar o outro que gargalhava.

Olhou Gina pelo canto do olho e viu que ela saíra de seu estado de pânico, e parecia ter percebido exatamente o que Harry tinha percebido a pouco tempo, olhou para Voldemort que o atacava novamente e se jogou no chão para fugir do feitiço.

Harry viu um borrão preto se jogar no chão e depois um corpo cair inerte e quando olhou para acena viu Gina apontando a varinha do comensal caído para Voldemort, que se encontrava caído no chão, meio atordoado.

Levantou-se rapidamente e conjurou cordas anti aparatação para prende-lo e olhou para o lado, onde Gina estava parecendo pregada no chão, como se não acreditasse no que tinha feito. Chutou a varinha do outro para longe e abraçou a garota, que retribuiu o gesto levemente, sua respiração era lenta e Harry sentiu uma lágrima contra seu pescoço, quando se separou dela viu seus olhos vermelhos e um sorriso gigante em seu rosto.

Os dois pularam alto quando ouviram uma batida forte na porta, e depois outra. Andaram para trás receosos, quanto tempo àquela porta resistiria? Não tinham idéia, seguraram as varinhas tremulas na frente e ficaram esperando. Depois de alguns minutos a porta se escancarou e por ela passaram duas pessoas parecendo bastante machucadas e cansadas.

Harry encarou Mione com uma expressão de alívio, eles tinham conseguido!

Gina jogou a varinha no chão e correu para os braços de Draco, que a abraçou com toda a força. Harry observava a cena tão compenetrado com um sorriso no rosto que quase perdeu o equilíbrio quando Mione se jogou encima dele dando urros de alegria e chorando.

- Calma assim você me machuca!

- Desculpa Harry, você esta bem? - ela olhou o pé dele e levou a mão à boca - O que aconteceu aqui Harry, isso está horrível, eu nem sei como você consegue andar!

- Muito obrigado Mione!

Ela deu uma risada e o abraçou mais uma vez, então se virou e andou até Voldemort, que ainda parecia meio grogue.

- O que vocês fizeram com ele?- pediu mexendo nele com o pé, receosa.

- Foi a Gina, não sei exatamente o que ela fez...- ele olhou para o lado e os outros dois estavam se beijando, então voltou a falar -Acho que é melhor nós perguntarmos depois...

- É...- ela se sentou no chão um pouco afastava do corpo do outro e deixou sua cabeça pender um pouco para trás -Nossa, que noite...

- Pois é...Vocês conseguiram acabar com os comensais?

- Sim, você sabe, o Malfoy é um grande duelista, ele derrubava um atrás do outro...Ele parecia bem furioso também...

Ouviram um resmungo vindo de um pouco a frente e se aproximaram vendo que Voldemort voltava aos poucos a consciência.

- Maldito!- esbravejou assim que viu Harry -Você não pode me tirar tudo o que eu quero assim!

- Não? Observe-me...

Nesse momento Voldemort urrou e uma luz verde tomou conta da sala e Mione foi atirada contra a parede. Harry correu em direção a ela e viu que sua respiração era fraca e que ela ficava cada vez mais pálida.

- Agora você sabe o que é sentir a pessoa que você ama cada vez mais longe de você.- falou Voldemort olhando para Gina que era segurada por Draco para não correr e bater nele.

Harry naõ saberia dizer o que era aquilo que tomou conta de seu corpo naquele momento, raiva, fúria, tristeza, uma mistura que pesou em seu coração mais do qualquer coisa que ele já tivesse sentido, levantou sua varinha e gritou um feitiço que nem sabia se existia e no momento seguinte Voldemort não passava de um monte de cinzas.

Caiu exausto no chão e rastejou lentamente até Hermione, caindo desmaiado ao seu lado.


Harry se mexeu devagar, sua cabeça doía como nunca e seu corpo parecia pesar toneladas. Abriu um dos olhos com calma, sentindo uma luz fraca, que agrediu seu olho acostumado com o escuro. Piscou algumas vezes e reconheceu o lugar, mais uma vez estava na enfermaria do colégio, o lugar onde passara grande parte do ano, ou até mesmo de sua vida escolar.

Tentou se sentar, mas mal conseguiu se mexer antes de sentir uma dor quase insuportável que o fez deitar novamente. Resmungou algo que soou como um "alguém" bem estranho, mas pelo jeito foi ouvido, pois alguns segundos depois a enfermeira passava pelas cortinas e o encarava com um grande sorriso.

- Que bom que o senhor acordou Sr Potter!- ela tinha um sorriso maternal no rosto, algo que Harry havia visto poucas vezes.

- O que aconteceu? -lembrava-se levemente do que acontecera depois de Voldemort atacar Mione, mas não o suficiente para entender porque sentia tanta dor.

- O senhor fez um esforço muito grande para lançar um feitiço, foi bastante eficiente, mas mesmo assim acabou com suas forças, esses últimos dias foram bastante difíceis, o senhor tem uma aversão bem grande a poções de cura, mesmo quando está desacordado.

Harry riu um pouco e então pareceu lembrar de algo, estava meio mole e sua mente parecia funcionar mais devagar do que normalmente, mas sabia que tinha algo errado.

- E Mione, ela está bem? -tinha uma urgência na voz que foi percebida pela enfermeira.

- A Srta Granger foi levada para St Mungus, seu estado era crítico quando chegou aqui, mas lá eles conseguiram reanima-la e tratar dela. Logo ela estará comemorando com o senhor, não se preocupe.

Harry sorriu e sentiu a dor de seu corpo se esvair, tinha acabado, aquela maldita guerra tinha acabado, finalmente conseguiria ter um pouco de paz.

- Quando eu vou poder sair dessa cama?

- Logo...- falou a enfermeira soltando uma risada - Mas você tem que se cuidar, se tudo correr bem você poderá sair daqui em alguns dias.

Deitou-se devagar e adormeceu com um sorriso no rosto, não via a hora de sair dali, de rever todos, de poder finalmente festejar a morte de Lord Voldemort.


Draco chegou ao Ministério da Magia acompanhado por Dumbledore, jamais pensara que assistiria aos julgamentos dos comensais sem ser um deles, pelo menos não até se apaixonar por Gina. Sentiu uma mão apertar a sua e viu a namorada o encarando com um sorriso no rosto, devolveu o sorriso para ela, ainda escondendo sua preocupação.

Chegaram na frente de uma sala e Gina se despediu dele, com um beijo e um sussurro de "Tudo vai dar certo", sorriu para ela e arrumou sua roupa, tudo tinha que dar certo.

Entrou na sala e viu muitos bruxos reunidos e uma cadeira com correntes para prender pés e mãos, respirou fundo e se dirigiu a uma das cadeiras laterais, enquanto Dumbledore ia se sentar perto do Ministro. Passaram-se cerca de vinte minutos antes que as portas do outro lado abrissem e por lá passassem quatro aurores segurando uma mulher que se debatia loucamente e gritava que eles pagariam por aquilo. Quando ela foi finalmente presa na cadeira Draco pode ver os olhos de sua tia, Bellatrix parecia mais louca do que em qualquer das outras vezes que ele a havia visto, seus cabelos estavam emaranhados e ela mostrava os dentes para a platéia, seus olhos cruzaram com os de Draco por um momento e ela se debateu mais ainda, gritando traidor em alto e bom som.

Fudge bateu com um martelo na mesa a sua frente e ela olhou para ele, com os olhos brilhando.

- Estamos aqui reunidos para o julgamento de Bellatrix Lestrange, acusada de tortura, assassinato...

Enquanto ele listava seus crimes Bellatrix gargalhava, como se ele estivesse contando a piada mais engraçada do mundo, ela encarava a todos e ria cada vez mais, chegando ao topo de sua insanidade. Ela se debatia cada vez mais na cadeira, e Draco teve medo que ela conseguisse se desprender, ela parecia louca o suficiente para aquilo.

Depois de alguns minutos Bellatrix encontro novamente seus olhos, mas dessa vez não desviou o olhar, sustentou-o enquanto parecia fazer força para passar algo para Draco, que respirava com dificuldade enquanto as pessoas iam dizendo qual era seu veredicto para a mulher ali, aquela mulher que apesar de estar sendo condenada a prisão perpétua ria como uma louca, que às vezes comentava algo sobre como matara alguém da família de um presente, aquela mulher fria e insana.

O julgamento não durou uma hora, logo ela foi novamente retirada da cadeira e voltou a se debater para o desespero dos aurores, que mesmo estando em maioria mal conseguiam segurá-la.

- O Lord das Trevas vai voltar, e então vocês sentirão sua fúria! - gritava ela ao ser arrastada para fora do tribunal.

Fudge esperou alguns minutos para que todos voltassem a ficar em silêncio e então começou a falar novamente, com uma cara e um tom de desgosto.

- Há uma semana atrás foi apresentado a esse tribunal um pedido para que um comensal da morte e uma cúmplice dele cumprissem suas penas em sua casa sobre a guarda de seu filho, que foi uma peça importantíssima para a derrota de Vocês-Sabem-Quem.- ele observou a platéia e viu algumas caras de desgosto - Depois de analisarmos o caso e de conversarmos com o possível guardião e algumas testemunhas decidimos a favor do pedido.

Algumas pessoas vaiaram, outras soltaram exclamações indignadas e Draco deu um pequeno sorriso de alívio e então o Ministro continuou.

- Lucio Malfoy e Narcisa Malfoy ficarão sob a guarda de Draco Malfoy, que será responsabilizado por qualquer coisa que eles venham a fazer. Serão feitos feitiços de obediência e eles deverão se apresentar uma vez por mês no Ministério da Magia até o fim de suas penas.

Draco se levantou e deixou a sala sobre alguns olhares de ódio de parentes das pessoas que seu pai havia torturado ou matado, ou os dois, sabia que eles provavelmente prefeririam que ele passasse a vida toda na cadeia ao invés de em sua casa, e Draco concordava com eles em alguns momentos, mas ainda assim não podia deixá-lo na cadeia. Não com sua mãe junto, ela não fizera nada a não ser amar demais, e sabia que ela só sairia daquele lugar se seu pai fosse junto, então Draco se vira obrigado a pedir a guarda dos dois.

Andou até o elevador e foi encontrar com Gina, que estava na sala de seu pai, no minúsculo armário onde era a seção de Controle do Mau Uso dos Artefatos dos Trouxas.


Harry andava devagar pelos corredores da escola, eram os últimos dias de aula e os alunos passavam a maior parte do tempo nos jardins, já que os professores já não davam exatamente aulas, simplesmente tiravam as duvidas dos alunos e falavam sobre as profissões que eles poderiam seguir. Mione não voltara ainda, e Harry passava a maior parte do tempo sendo cumprimentado por todos, onde quer que passasse, por isso passava muito tempo meio escondido nos jardins, ou então em sua cama, não se sentia livre como achava que se sentiria quando tudo acabasse, sentia um vazio no peito, não pelo risco de ser atacado a qualquer instante ter acabado, mas sim porque agora não sabia exatamente o que faria, passara a vida toda, pelo menos desde que começara a escola, se preparando para aquele momento em que o futuro seria decidido, e agora esse momento passara e ele não sabia exatamente o que faria. Agora que tinha completado sua jornada o que vinha a seguir? Outros desafios? Novos bruxos que desejavam o poder e que chegavam perto de tê-lo? Isso ele tentaria impedir que acontecesse, com certeza.

Levantou da cama e olhou o relógio, eram quatro horas da tarde e o sol estava quente do lado de fora do colégio, nos últimos dias parecia que até o tempo estava comemorando, calor durante o dia todo, perfeito para simplesmente ficar sem fazer nada na beira do lago e a noite uma brisa fresca, para que pudessem descansar bem para o outro dia. Andou até o banheiro e tomou um banho rápido antes de descer para os jardins e aproveitar o sol, os pensamentos ficaram na cama, junto com uma chave, a chave de sua nova casa, a chave de sua nova vida.

Entrou no trem acompanhado por Rony, ele estava estranhamente mais simpático com Harry nos últimos dias, mas Harry sentia alguma coisa estranha quando o outro falava com ele, uma certa falsidade.

Durante toda a viagem de volta para Londres os dois mal conversaram, Harry estava muito nervoso, sabia que Mione estaria na estação, não vira ela desde aquele dia. Sentia saudades e uma felicidade imensa só de pensar em poder vê-la novamente. Lançava olhares um pouco nervosos para Rony, se perguntava se ele sabia o que acontecera naquela noite? Nem mesmo Harry sabia direito o que acontecera na verdade. Sabia que depois que ele desmaiara Malfoy tinah tentado reanima-lo várias vezes, mas que não tivera sucesso. Então, Gina contara para ele, Dumbledore entrou na sala onde eles estavam, seguido por várias pessoas da Ordem e foi então que ele foi levado para a enfermaria e Mione para o hospital. Aparentemente Rony acordara e não vira Harry em sua cama, então percebera que sua vassoura não estava no lugar e achara uma carta apressada de Mione, que contava o que tinha acontecido, e pedia para que ele chamasse Dumbledore se eles não tivessem voltado até a hora que ele achasse a carta. Mione era sempre prevenida, talvez os dois estivessem mortos se não fosse por ela.

O trem começou a diminuir a velocidade e ele sentiu seu coração querer pular para fora, respirou fundo para normalizar a respiração, sorriu para o nada e começou a pegar suas coisas, saindo rapidamente do trem e logo encontrando um par de olhos castanhos o encarando. Largou suas coisas no chão quando viu ela correndo até ele, a garota se pendurou em seu pescoço e abraçou apertado, e ele se sentiu feliz como nunca.

Ficaram assim por alguns minutos, ele ouvindo ela chorar baixinho e segurando as lágrimas que queria sair de seus olhos. Viu Rony vir em sua direção e cutucar Mione, mostrando mais uma vez que sabia ser bem inconveniente, então a garota o abraçou e falou.

- Você podia me esperar lá fora Ron? Eu preciso conversar com o Harry.

Harry sentiu uma coisa estranha, algo no tom dela. Sua respiração se acelerou um pouco novamente enquanto via o outro se afastando arrastando sua mala pela passagem para o mundo trouxa.

Quando a garota se virou novamente para ele sentiu uma vontade incrível de beijá-la, mas se segurou por um motivo que nem ele sabia.

Quando eu te vejo

Espero teu beijo

Não sinto vergonha

Apenas desejo

A garota fez menção de falar alguma coisa, mas ele colocou a mão em seus lábios para que ela parasse, de repente não queria mais ouvir a voz dela, parecia adivinhar o que ela diria, e não queria ouvir, não estava pronto para ouvir.

Minha boca encosta

Em tua boca que treme

Meus olhos eu fecho

Mas os teus estão abertos

Aproximou-se dela devagar e juntou seus lábios num beijo calmo, acariciando o rosto dela com uma das mãos e segurando-se para não começar a chorar. Aquilo era tão difícil, era quase pior do que um crucio, era uma dor que vinha de dentro, que fazia tão mal que ele achava que podia desmaiar a qualquer instante. Tinha os olhos fechados quando eles se separaram, queria perpetuar aquele momento, não queria vê-la partir.

Esse foi um beijo de despedida

Que se dá uma vez só na vida

Que explica tudo sem brigas

E clareia o mais escuro dos dias

Abriu os olhos devagar, sem querer desfazer o momento, os olhos dela estavam cheios de lágrimas e a mão dela estava depositada em seu rosto, assim como a dele estava no rosto dela. Encararam-se por quase um minuto e então ela fez menção de falar novamente, mas ele não deixou, tudo estava explicado, tudo estava resolvido. Foi nesse silencio que ela se encaminhou para a saída da estação. Harry a viu ir embora, sumindo na parede e só então deixou que algumas lágrimas escorressem. Olhou ao redor e percebeu que estava sozinho. Pegou um carrinho e colocou seu malão e suas coisas encima. Tio Valter deveria estar bastante nervoso, se é que não tinha ido embora. Limpou o rosto e se dirigiu a parede onde a vira desaparecer, esperava não encontrá-la novamente, foi embora dali para não voltar mais, deixou para trás sua esperança, seu amor e seu coração partido.

N/A: Olá vocês! Eu sei que eu demorei de novo pra postar, desculpem...Mas aqui está mais um lindo capítulo dessa fic que foi a primeira que eu cheguei tão longe...

Me desculpem pela parte da batalha final, eu simplesmente não tenho aquela coisa para escrever batalhas, elas sempre saem meia boca, mas espero que vocês tenham gostado mesmo assim.

Bom, esse pode ser o fim da fic! Sim, mas isso é com vocês, deixem reviews e me digam se vocês querem que eu continue ou se assim ta bom mesmo, um final meio trágico...

A segunda parte está arquitetada e pode ser escrita, então é só vocês me dizerem se vocês querem ler ela!

Eu queria agradecer a Laura, aNiTa JOyCe BeLiCe, mione03, Murilo Black, Felipe Potter, Ane Malfoy e PoNTaS pelas reviews! Muito obrigada mesmo!

Bom, acho que é isso, vamos ver qual é o veredicto de vocês!

Beijos