FIC PICTIRES apresenta:

O TEMPLO SECRETO DE AMON-RÁ

de Belly

O frio era intenso naquela noite obscura, cujo não aparentava uma sequer estrela no céu. Só as luzes da rua iluminavam a cidade parisiense, que era banhada por uma forte chuva de outono.

Em um apartamento aconchegante e bem iluminado no centro da cidade, a jovem arqueóloga terminava de concluir uma análise de um artefato do século XVIII. Estava debruçada na mesa central do aposento, com diversos papéis e ferramentas espalhadas.

"Idade atual? Aproximadamente 300 anos" – ela continuava anotando em um relatório – "Bom, acho que é só isso. Só falto repassar a escrita" – ela falava para si mesma, se despreguiçando.

Kagome examinou atentamente a relíquia, lendo todos os hieróglifos sem nenhuma dificuldade. Depois de um tempo, havia finalmente terminado.

Primmmm...

A mulher de cabelos pretos olhou para o relógio e estranhou uma visita há essa hora.

"Mas quem será?" – murmurou para si mesma.

Levantou vestindo um casaco grosso, pois estava realmente fazendo muito frio nessa noite. Dirigiu-se para a porta, abriu e se deparou com um garoto de cabelos avermelhados, era o porteiro.

"Pardon interromper senhorita Higurashi, mas me pediram para entregar essa carta urgente"

O porteiro passou a correspondência para a Kagome que estava intrigada com a notícia.

"Merci" – agradeceu ao porteiro, e lhe entregou uma gorjeta.

Entrou e se sentou na poltrona da sala examinando o verso da carta.

Sango Mishiury

Cairo – Egito

Kagome observou o carimbo de um museu no canto esquerdo.

Museu Nacional do Egito.

"Então a Sango conseguiu ir trabalhar no Egito, mas que bom!" – exclamou Kagome, sentindo bastantes saudades da amiga. 'eu não a vejo desde a faculdade, o que será que é tão urgente?' pensou a morena.

Então sentiu uma bolinha macia passar entre as suas pernas.

"Ah, é você Buyo, venha cá" – ela pegou o pequeno gato e colocou em seu colo massageando uma das orelhinhas do gato branco. Abriu a carta e tirou um dos conteúdos, reconheceu imediatamente a letra da amiga que não via a uns dois anos. Então se pôs a ler a carta.

Querida amiga Kagome,

Como você está? Estou morrendo de saudades, faz muito tempo que a gente não se fala. Você já deve saber onde eu estou atualmente, principalmente onde estou trabalhando.

Eu estou junto de um 'amigo', fazendo uma pesquisa de um artefato antigo encontrado ao sul do rio Nilo. Tenho certeza que te chamará muita atenção, pois pelo que constatamos, é sobre um templo desconhecido, que você uma vez mencionou, lembra? Não quero entrar em maiores detalhes, caso esta carta se extravie.

Então eu gostaria que você se juntasse a nós, para descobrir mais, e também, você é a melhor pessoa em escrita e leitura egípcia que eu já conheci. Tenho certeza que você virá, por isso, a sua passagem está no envelope, caso você não venha – o que eu sei que não vai acontecer – , me avise, e sim, ainda uso aquele celular. Pego você no aeroporto.

Atenciosamente,

Sango

"Não acredito que a Sango ainda usa aquele celular, putz, é do século passado!" – Kagome se lembrava bem das habilidades da amiga para usar tecnologia avançada, era totalmente zero, ela se recusava a tentar mexer em computadores, sempre arranjava um jeito de quebrá-los.

'Mas não é isso que me importa, a Sango mencionou o templo que conta nas histórias antigas contadas pela minha avó' kagome se lembrou dos finais de semanas que sempre passava na casa dos avós.

----------Flash-Back----------

Uma garotinha de cabelos compridos e olhos azuis sonhadores, tinha 10 anos, estava sentada no tapete da sala, enquanto a sua avó estava na cadeira de balanço.

"Vovó, vovó, conta a história da mocinha e o faraó de novo, conta, conta por favor" – insistia a netinha, ela adorava tudo que se referia ao antigo Egito.

"Kagome querida, você já ouviu essa história milhares de vezes, que tal eu te contar uma história diferente?"

"Uhmm..." - pensou a garotinha. "está bem, então eu quero saber porque a mamãe não me deixa brincar com aquele garotinho de orelhinhas fofinhas, vovó, você falou que um dia me contaria" – a garotinha fez carinha de pidona.

A senhora pensou um pouco e resolveu contar.

"Está bem querida, mas promete pra mim que não vai ficar com raiva depois?"

"Prometo vovó!"

"Então ta, há muito tempo, no antigo Egito, havia um faraó, o nome dele era Ramsés II, ele era muito poderoso, participou de diversas guerras e ganhou muitas, ele adorava o deus Amon-Rá, que era pai dos deuses, criador do gênero humano e o senhor de tudo que existe. O faraó Ramses II fez um pacto com Anúbis, deus da mumificação e dos mortos, para ser tão poderoso quanto Amon-Rá."

"Mas vovó, o que esse tal de Ramsés II tem a ver com eu não poder brincar com o garotinho de orelhas fofinhas?" – a netinha quis saber.

"Calma querida, eu irei chegar lá, continuando, então Anúbis aceitou, e em troca, o faraó Ramsés II deveria fazer um templo onde estaria guardado as maiores riquezas do mundo, era esse preço que ele teria que pagar para ser tão poderoso quanto Amon-Rá."

"E o que seria isso vovó?"

"Seria toda a sabedoria adquirida pelos humanos, tudo anexado em papiros, todas as jóias dos faraós e acima de tudo, uma jóia que Anúbis queria muito,esta podia realizar qualquer desejo, mas Ramsés não sabia disso. Anúbis queria para deixar de ser o que era, pois ele achava a vida humana muito fácil, então com aquela jóia ele poderia se tornar um humano e com todo o conhecimento e riqueza, se tornar um faraó."

"Mas que gente mais malvada, vovó!"

"Verdade Kagome, o plano era muito bom, querida, Anúbis mandou o faraó fazer o templo dedicando-o a Amon-Rá, para ele não desconfiar de nada, só que Amon-Rá era mais poderoso e esperto e acabou descobrindo tudo, e castigando o faraó com a morte, enquanto que Anúbis foi também castigado, se tornando um humano escravo e sofredor."

"Que horror, mas e o Templo?"

"O Templo de Amon-Rá, como foi nomeado, apesar de existir, ninguém sabe a verdadeira localização"

"E ninguém nunca o achou, vovó?".

"Não, mas já tentaram, e é ai que entra a família Taisho. Os seus pais eram muito amigos, o seu e do Inu Yasha. Eles acreditavam fielmente nessa história, mas também tinha mais um integrante, muito amigo deles, era Narak Taraja, eles passaram a vida toda procurando por esse Templo, só que nem o seu pai e nem o do Inu Yasha nunca voltaram."

A garotinha fez uma cara espantada.

"Eles nunca mais voltaram, vovó? É por isso que eu nunca mais vi o papai?".

"Sim querida, eles morreram, pelo menos foi o que aquele tal de Narak disse, ele disse que houve um desentendimento entre os dois, dentro de uma tumba, um não concordava com o outro e brigaram, resultando em um desmoronamento, onde só Narak conseguiu sair vivo."

"E por que eles se desentenderam, vovó?"

"Era porque eles estavam muito perto de encontrar o Templo de Amon-Rá, e os dois queriam a tal jóia de quatro almas para si, por isso eles se desentenderam."

"O papai não era assim. Então quer dizer que é pelo pai do Inu Yasha ter ocasionado a morte do meu pai, que eu não posso brincar com ele?" – a senhora fez sinal de afirmativo com a cabeça – "agora eu entendi"

"Mas querida, não tenha raiva dele por causa disso"

"Eu sei vovó, eu sei, mas como posso esquecer uma coisa dessas..."

----------Fim do Flash-Back---------

'Mesmo não querendo, eu sinto raiva dele, tinha essa história, e ele ainda ficava sendo grosseiro, não tinha como eu não sentir raiva dele'

'Bom, o que eu vou fazer? A solução é ir pro Egito ajudar a Sango, talvez eu finalmente descubra se essa história é verdadeira.'

Kagome tirou o segundo conteúdo de dentro do envelope e viu a passagem de avião via Paris-Egito, no seu próprio nome. 'Pelo visto a Sango está mesmo precisando da minha ajuda.'

A morena pegou o telefone e ligou para seu ente materno, pedindo para tomar conta do seu gato. Esta aceitou e então Kagome foi arrumar a sua malas, pois como havia constatado, o seu vôo saia as seis do dia seguinte. 'Mas a Sango sabe que eu odeio levantar cedo, afinal, nós dividíamos um quarto na faculdade'. Com esse pensamento avisou ao síndico do prédio que iria viajar e arrumou as suas malas. Quando terminou já era muito tarde, e por fim dormiu.

Cinco horas da manhã o despertador começou a apitar. Kagome conseguiu levantar e tomar um café da manhã, mesmo não estando com fome. Vestiu uma calça de couro preta e uma blusa roxa clara, e um sobretudo preto por cima. Pôs uma bota preta e amarrou o cabelo alto. Pegou as malar e saiu a mil para não perder o avião. Por sorte a rua não estava nem um pouco movimentada, conseguiu pegar um táxi e chegar a tempo no aeroporto.

"Passageiros com destino ao Egito, favor se dirijam para o corredor três, repetindo, Passageiros com destino ao Egito, favor se dirijam para o corredor três."

Ouvindo isso, Kagome rumou para o corredor três, entregou a sua passagem e se sentou próxima à janela. 'Pelo menos eu posso dormir aqui dentro', e assim dormiu tranqüilamente as cinco horas seguidas de viajem, só acordou quando ouviu a aeromoça avisar:

"Chegamos ao Aeroporto Internacional de Cairo" – avisou a aeromoça imitando voz de secretária. "Espero que tenham tido uma boa viajem, retirem os cintos e saiam com cuidado."

Kagome levantou, 'Mas já?', desceu do avião e ouviu os gritos desesperados de uma mulher gorducha.

"Como a minha mala verde não está ai? Mas eu a trouxe e a entreguei aqui!" – A mulher estava com a cara de um pimentão, 'Parece a mamãe quando o Souta disse que ia sair de casa, hehe'.

"Mas senhora, não tem nenhuma mala verde aqui dentro, quanto mais fluorescente" – disse o homem pacientemente.

A mulher continuava a gritar sem parar, enquanto que Kagome foi pegar suas próprias malas, contou as cinco bagagens, 'Ufa, estão todas aqui'.

"Kagome!"

Kagome virou para encontrar uma estonteante Sango correndo ao seu encontro. Abraçou com gosto a amiga.

"Que saudades, Sango!"

"Unhum, mas e aí, você também perdeu as suas malas?" – ela falou, parecendo que estava se divertindo com a cena também.

"Sorte deles que foi a daquela mulher que sumiu, se fosse uma das minhas, ninguém saía vivo daqui." – brincou Kagome.

"Tem razão!" – elas riram divertidas.

"Puxa Sango, está fazendo muito calor aqui!" – Kagome sofreu um impacto total de sair de uma Paris chuvosa e entrar em um Egito digamos, 'torrante'.

Sango que vestia somente uma calça jeans e uma regata branca colada, não parecia estar sentindo tanto calor assim.

"Também, você vem usando um sobretudo, vamos sair daqui, fiz reservas pra a gente almoçar, ah, e convidei uns futuros amigos de trabalho da gente."

"Está bem."

Levaram as malas para o carro de Sango.

"Eu ainda não acredito que estou aqui."- falou Kagome.

"Eu sabia que você viria, você nunca perderia uma oportunidade dessa Kagome. Se tem alguém que gosta de desafios tanto quanto eu, esse alguém é você, mas Kagome, você não quer mesmo ficar lá em casa?"

"Não, Sango, eu não quero ficar te enchendo o saco, eu vou ficar bem no hotel."

"Se você insiste. Mas qualquer coisa pode ir lá pra casa."

Passavam por uma avenida onde deu pra ver uma mesquita muito bonita, por um momento Kagome ficou encantada, até que voltou a sentir muito calor, então resolveu tirar o sobretudo.

Tentou gravar o caminho até o hotel, mas nunca fora boa para isso mesmo.

"E então Sango, quem são as pessoas com quem iremos almoçar?"

"Um, digamos que é um 'amigo'meu" – ela disse ficando um pouco vermelha sem tirar os olhos da rua.

"Por que digamos?"

"Já vou avisando, ele é muito pervertido, tentei colocar ele na linha, só que não deu muito certo, mas ele é ótimo em trabalhos com relíquias antigas."

"Pelo visto você simpatiza bastante com esse tal de pervertido, hen!" – disse divertida Kagome, achando a garota com um ar muito apaixonado.

"Eu e aquele houshi pervertido? Nunca!" – Sango ficou tão alterada que quase atropelara um senhor corcunda.

"Olha por onde anda sua louca!" – gritou o senhor.

"Mais quem Sango?".- Kagome ignorou o velho que continuava gritando enquanto elas pararam no semáforo.

"Bom, e tem um amigo do Mirok, eu não conheço, vou conhece-lo no almoço, mas Mirok me garantiu que ele era muito bom. Nós não queríamos chamar muita gente, era só mais uma pessoa, só que o Mirok ficou teimando comigo que o amigo dele era melhor, e isso e aquilo, e eu não concordei, se acha, ai fizemos assim, e chamamos os dois."

"Obrigada pela preferência, Sango" – disse Kagome depois de deixarem o velho gritando para trás.

"Que isso, ninguém fala assim da minha amiga e fica por isso mesmo, afinal quem me dava a maior força nos trabalhos digitados? Rsrs"

"Tem razão, pré-histórica" – Kagome brincou.

Chegaram no hotel e Kagome deu a entrada, deixou as coisas no quarto, aproveitando para trocar de blusa e deixar o sobretudo.

Voltaram para o carro e foram em direção a, de acordo com Sango, um dos restaurantes mais saborosos da cidade.

"E você Kagome, o que andava fazendo lá na França?" – perguntou a amiga.

"Nada de muito interessante, algumas análises para museus, palestras, coisas chatas, mas e o artefato que vocês acharam, me conta, estou curiosa."

"Calma, teremos bastante tempo para isso depois, temos muita coisas para conversar sobre isso, relaxe, até porque estamos chegando."

Com isso estacionou o carro azul marinho em uma vaga. Saíram e foram em direção a porta de entrada, se detendo um pouco para ver a linda visão da cidade que dava para ver dali.

De repente... PAF.

"Ai Sangozinha, essa doeu."

Kagome virou a tempo de ver um cara de cabelos pretos presos em um rabinho de cavalo que estava segurando o rosto, já que tinha uma marca enorme de cinco dedos, em seguida ela se deparou com um par de orelhinhas acompanhadas de uma cabeleira prateada.

"Ah é gente, esse é o meu amigo, Inu Yasha."

Continua...

Olá pessoal,

Esta minha nova fic é um pouco diferente, espero que vocês gostem, pretendo postar toda semana, no máximo duas semanas, depende das minhas provas. Deixem reviews, por favor! É só apertar aquele botão escrito "Go" ali em baixo.

Bejinhos e Xauzim.

Belly