Amor...nem sempre?

Parte I

A Rosa Inglesa!

Por: A.C Lennox

Para: Tia Mi!

15 de Fevereiro...

-Que dia, Virgínia!-reclamou Jane afadigada. -Desde natal que não temos um dia de folga...- concluiu jogando o corpo esbelto na poltrona Luiz XV com estofado rasgado

-É melhor se resignar. -respondeu cortante, olhando desolada para mãos completamente preta e cheia de calos.-E rápido...

-É isso, né!-cortou mal-humorada. - Resigne-se, abdica-se, não seja você e sim o instrumento cirúrgico que Deus colocou na terra para salvar almas feridas.

-Não seja cínica. Ninguém mandou meter o "seu lindo rabinho" nessa maldita guerra! Você veio porque quis. Agora agüente. -seca, saiu pisando fundo.

Virginia não estava na sua melhor semana. As noticias não eram nada animadoras, a cidade se reduzira ao pó, o hospital estava lotado de pessoas, desde civis até militares. Faltavam os instrumentos básicos, desde uma simples penicilina, morfinas, faixas, agulhas e até mesmo comida. Tinha que estender em dois turnos, pois duas enfermeiras haviam morrido em um ataque há duas semanas. Duas amigas...que já não mais se encontravam vivas...Foram mortas por fogo amigo, de algum soldado deprimido. Revoltante! Tal que não conseguiu reprimir o asco que subia pela garganta, contorcendo a face, enfiou as mãos no pulôver marrom que ganhara da mãe no natal há dois anos atrás.

Usara-o na festa de natal, e ainda tinha o cheiro dele impresso em cada canto daquele pedaço de lã.

Fechando os olhos, suspirou, soltando levemente os ombros tensos. O vento imaginário levou o seu corpo para uma dimensão irmã da suas lembranças. Sim, recordações que a tirava do sério.

-Draco...Idiota!-praguejou baixinho em uma expressão matreira. -Aonde será que aquele doido está?

Ela não poderia nem mesmo deduzir. Draco havia partido há uma semana para um destino inserto, talvez estivesse dando apoio aéreo em Monte Cassino, Arakan ou também poderia estar a caminho da Índia ou da África. A última carta fora tão vazia. Entendia o motivo das poucas palavras, mas...

Pegando o pedaço de papel que guardara no bolso do pulôver, passou os olhos pelas linhas, sorrindo para letra puxada e feia, que demonstrava a presa com que desertara.

Hei Gina!

Desculpas...que bela maneira de começa uma mera carta. Credo! Dá próxima vez espero ser mais criativo.

Não posso escrever muito... falar onde estou, para onde vou, o que estou fazendo, nem pensar. Na minha frente só vejo escritas em letras grandes e destacadas: Carta censurada! Tome Cuidado!

Vai se compreender a amada FA. O que sinto é segredo, e eles também proíbem isso. E depois minha avó falava...ah, deixe quieto!

Cuida-se coisinha! Não se preocupe comigo...sei que minha testa tem um prêmio, mas também sou muito orgulhoso para me abater.

Fique com Deus!

Draco Malfoy

Draco era um miserável, pensou voltando com carta para o bolso da blusa. Não devia se envolver...era arriscado demais. No entanto o risco não estivera presente quando num ato de paixão jogara a compostura para alto. Sim, ela entregou o corpo e alma a um homem, como ele alto se proclamava: "com preso na testa". Estaria fadada a sofre com mais uma perda? Fitando os passarinhos, Virginia voltou ao passado não muito distante...em que ainda estava perto dele.

25 de dezembro de 1943

-Ginny, ficou lindooo!-exclamando, Jane olhava para salão, aumentando demais o que não era a realidade.

-Não exagere...

-Fria, rabugenta, recalcada!-xingou, a outra em um tom juvenil mostrando a língua.

-Uhn, seu francês ainda está internado, é!

-Meu francês está bem obrigado.

-Será?-erguendo os olhos altiva.-Olha, não confie muito...

-Recalcada!

-Eu! Imagina! Reparo apenas que ele olha para as pernas de todas as enfermeiras.-rebatendo com expressão engraçada.-Oh, tome cuidado...

-Não venha com essa ladainha novamente.Não está na hora de nos unirmos as irmãs do padre Henry para uma reza e a ladinha boas maneira de uma enfermeira virgem.-fazendo cócegas em Ginny, a loira vestida de vermelho arrumou a guirlanda que estava sobre a porta.-Além do mais, é bom você não falar muito...sabe, que eu sei dos seus podres.

Desviando o corpo, a ruiva conteve o riso.

-Sabe?

-óbvio...O Beijo de ontem ficou na memória de todos.

-Não foi um beijo que ocorreu entre mim e Draco.

-Então o que foi?

-Apenas um desencontro labial!-respondeu empinando o queixo.

-Sei... Para uma tímida enfermeira até que esta bem saidinha.

Ginny, não rebateu certamente o seu relacionamento entre cão e gato com o Major era estranho até mesmo para ela. Depois do primeiro beijo, ele vinha se comportando de uma maneira bizarra, como se fosse dono de sua vida, ou, responsável pelo seu bem-estar. Conduta que não tinha nenhum cabimento. O que mais a tirava do sério era o fato dele a todo o momento querer comprometê-la, seja com abraços e beijos. Claro, que ela era também uma sem-vergonha, pois deixava que Draco "abusasse" de seu corpo devido a sua distração.

No fundo mesmo adorava cada toque e carinho. Só que jamais admitiria isso a ninguém...

Sacudindo a cabeça, apertou o lenço azul que segurava os cabelos ruivos, não era o momento de analisar suas emoções por Malfoy. Logo a saleta estaria cheia de pacientes comemorando uma data que por muitos era morta e seca. A magia havia se extinguido num passe de sortilégio para jamais voltar.

E o dia passou assim, entre lamentações e falsas risadas, entre lágrimas e lágrimas, até a noite chegar com uma lufada de frio intenso que em formato de neve caiu sobre a cidadezinha vazia e destruída. E ela estava no mesmo lugar, apreciando a paisagem bucólica de pressuposta janela em estilo rococó. Podia escutar o burburinho, tilintar dos talheres e a blue seco e melancólico inundar cada parte do ambiente fazendo as partículas de átomos vibrarem com mais intensidade.

-Feliz Natal, cara ruivinha!-desejou o loiro, garboso em seu uniforme de gala parando no seu lado esquerdo.

-Já é Natal?-perguntou erguendo sobrancelha.

-Estava tão no seu mundo que se esqueceu da hora...é normal...

-Não precisa ser sarcástico.-falou olhando para o relógio redondo pregado no alto da lareira, que por milagre estava acessa.

-Suicido...

-Co-como?

-Acender a lareira.-falou, apontando para o fogo.-Qualquer caça ao capita o calor saberia que aqui é um alvo em potencial.

-Até os alemães festejam o natal.-replicou, pegando taça de champanhe borbulhante, que o major oferecia.

-Numa guerra o natal não é tão importante assim, aliás, é uma da data visada para ataques.

-Então me proteja se uma bomba estoura em nossas cabeças.-falou debochando, sentido que efeito de apenas um copo de cidra em seu organismo. Bêbada não, alegre sim e muito.-Em todo caso feliz natal, Malfoy.

Por um longo tempo, ficaram ali olhando um para outro, sem reação, como duas matérias paralisadas no tempo. Ginny olhava para o chão, vestido, para as medalhas de Draco e depois para o teto, bebendo o liquido com baixo teor de álcool, porém o suficiente para fazer o seu chão rodar.

-Quer dançar?-pergunto o loiro em tom humilde.

-Temo... quer dizer... que não sei...dançar.-respondeu sem graça.

-Eu sei, e isso já é o suficiente. -piscando pegou o copo de cidra colocando sobre supervise reta da janela. –Venha! Eu a guio!-percebendo a hesitação da jovem, não perdeu tempo a arrastou para salão que estava cheio de rapazes e moça saudáveis que felizes aproveitavam aquela noite. -Não tenha medo... Eu sei nortear com perfeição...

-Só se for o seu Lancaster, sir Malfoy.-falou marota, tentando minimizar a tensão.

-Ora, vespinha... –ralhou, com falsa raiva.

-Prove que estou errada, Major!-tão audaciosa como auspiciosa, colou o corpo no dele, deixando a melancolia do blue envolver sua alma com sensualidade que nem em filmes Ianques sonhara haver. -Prove...proveeeee...proveeeeeeeee...-sussurrou roca, notando que ele enrijecia e se tonificava.

-E o que vou ganhar com isso, vespinha?

-Um vespeiro, idiota.

-Isso é pouco...

-E o que você quer então?-perguntou fechando os olhos lentamente deixando a rígida e insossa para trás, enquanto as mãos andavam de cima para baixo nas costa forte do loiro.

-Você!

Continua...

Bem, rapidinho, que tou com sono! Tia-Mi aqui és seu presente! Agora quero o meu, meu, meu! Senão a sobrinha peralta ficar mais irritada e nãovai darpirulito no dia São Comes Damião. Viuuuuu!

Obrigada pelas reviews! Adorei todas!

Kisus!

A-Chan!