Capitulo 2 – Abandonada...

No último capitulo:

- Como assim? Syaoran, o que você quer me dizer com isso? Para onde você vai? Quando você vai voltar? – pergunta confusa e insistente.

- Droga, Sakura, será que não entendeu? Eu vou embora! – Li disse exaltado.

- Embora?

- É... – começa a se irritar.

- Mas, como...

- Eu vou viajar para longe! Eu vou embora para nunca mais voltar!!! – gritou de uma vez só.

- Não...

- Syaoran, diga que isso é mentira...Que estas a brincar comigo!

- Não é mentira, eu vou embora!

- Mas, por quê? Eu fiz alguma coisa?

- Meu pai disse que estou alcançando a maioridade e que devo me preparar para o futuro! Ele me mandará para uma viagem por toda a China, onde ele se preocupou em conseguir os melhores mestres em suas áreas, para ensinarem-me tudo que sabem.

- Mas eles não podem vir para cá? – pergunta inocentemente, fazendo-o engolir um seco.

Ele não queria continuar com aquilo, tinha que dar aquela conversa por encerrada o mais breve possível, antes que desistisse de partir e tivesse que prejudicá-la.

- Acha mesmo que ficarei estancado na capital minha vida inteira?! – falou sarcasticamente.

Sakura olhou-o, confusa. O que estava acontecendo? Por que ele lhe tratava daquela forma? Quanto mais tentava compreender a situação, mais mergulhava naquele mar de dúvidas.

- Por que esta falando assim comigo?

- Por que não encara os fatos?

- Que... Fatos? – sente a voz falhar, pressentindo algo de ruim.

Ele a encara sério. Estava na hora de fazê-la esquecer-se dele. Por mais que quisesse ficar, tinha de protegê-la, mesmo que tivesse que fazê-la odiar sua pessoa.

- Eu estou cansado de você! – lança-lhe um olhar frio.

Sakura sentiu como se tivesse levado um soco na cara. Deus, como aquilo doía! Ele estava cansado dela? Mas como? Ou melhor, por quê?

- Mas, você ficou este tempo todo ao meu lado! Ajudou-me a encarar a realidade, me deu vida novamente! – sente as lágrimas preencherem-lhe a visão

- Você é muito ingênua, sabia?! Será que não percebeu?

- Como?

- Tudo não passava de uma atuação barata! Eu havia cansado, enjoado de você, desde que você passou a ser aquele cadáver fúnebre e sem vida! A sua falta de ânimo estava me causando depressão! Você tirava, arrancava o meu espírito jovem feito uma sanguessuga faminta e impetuosa!

- Não... – começa a balançar a cabeça negativamente

- O único motivo pelo qual lhe ajudei e não cortei relações naquele instante, foi para não ficarem dizendo que eu havia ajudado na sua morte!

- Para... – coloca as mãos nos ouvidos.

- Mas eu jurei a mim mesmo que assim que a visse andando, partiria e continuaria a minha vida sem uma chata como você!

- PARE! CALE SUA BOCA!!!!!!!!!!! – Sakura cai de joelhos, apoiando-se com os dois braços no chão.

Ela sentia as lágrimas rolarem-lhe pela face. Mentira? Tudo que não passou de uma mentira? Ele lhe enganara esse tempo todo? Como podia estar acontecendo aquilo? Sakura via através de seus olhos embaçados, suas gotas de dor molharem o chão. Por que tanta frieza? Ele sabia do sofrimento dela, no entanto a machucava cada vez mais.

Syaoran sentia-se um monstro. Via aquela pequena e frágil criatura, apoiada no chão frio daquela sala. Como queria pegá-la nos braços, fazer-lhe um cafuné e dizer-lhe que ficaria a seu lado. Mas não podia. Ele sabia que ela já estava sofrendo o bastante, mas tinha de terminar o que havia começado.

- Pare de fazer cena e levante-se. Comporte-se direito!

- Saia... – sussurrou rouca.

- Como?

- Saia... – repetiu, entre seus sufocados soluços.

- Levante-se!

- Saia... DAQUI!!! – grita em uma explosão de raiva, levantando-se bruscamente.

Sakura sentia seu espírito calmo converter-se numa raiva explosiva. Olhava-o com tamanha fúria, que por um instante ele sentiu-se temeroso. Encarou-a com desdém e sorriu de lado.

- Adeus...

Ela focou-o sair daquele lugar e continuou a fitar a enorme porta de madeira. Sentindo todo corpo tremer, novamente ela cai de joelhos e começa a chorar, deixando seu rosto ser banhado por mais um abandono. No final, ele era igual aos outros, também não a queria por perto. Triste, mas verdadeiro, seu destino não era ser feliz...

Syaoran encontrava-se, ainda, recostado sobre a grande porta de madeira. Após fechá-la, sentiu perder as forças. Pôde ouvir os soluços daquele anjo. Parecia um pássaro preso, entoando uma triste canção de um prisioneiro solitário. Seu coração estava apertado e doía com tamanha força, que o ar parecia faltar-lhe nos pulmões.

Sentia o foco embaçado e os olhos incrivelmente pesados. As lágrimas pareciam maltratar a íris castanha, deixando-se despencar pela face. Chorava de uma forma incrivelmente desesperada, como se tivesse perdido a própria mãe. Correu daquele lugar, temendo ser descoberto. Quando parou, encontrou a sua frente a grande cerejeira. Em sua forma desesperada de esconder-se do mundo, ele fora parar no jardim imperial.

Deixou-se cair de joelhos, sentindo as gotas atravessarem o rosto juvenil. Por um instante pensou em Nadeshiko. Como desejava o colo daquela mulher e seus bondosos carinhos. Desejou que ela estivesse ali naquele instante, aconselhando-o. Mas isso já não era mais possível, aquela doce criatura agora fazia companhia aos anjos e embelezava o paraíso.

Em meio a seus soluços, sussurrou o nome de Sakura e desejou que ela fosse feliz, pois era o mínimo a ser feito...

Sakura levantou-se lentamente e dirigiu-se a janela. Aquela história não havia acabado, estava recém começando. Observando o sol recolher-se, fitou a carruagem do rapaz partir. Fechou o punho com tanta força, que pôde sentir a unha fincar-lhe a palma, machucando a delicada pele rosada.

Mais nada importava a Sakura. Já não tinha ninguém que a amasse, tudo que lhe restava era a vingança. Jurava mentalmente vingar-se de Syaoran Li, mesmo que lhe custasse a própria vida. Com o olhar inflamado de ódio, fitava vingativamente a carruagem dissipar-se no horizonte sem fim.

- Eu lhe juro, Syaoran Li, que ainda terei minha vingança, custe o que custar. Este ódio, cujo você foi o autor, não vai morrer, não me deixará em paz enquanto eu não vê-lo jogar-se aos meus pés e me implorar perdão...

Três dias depois, a menina encontrava-se no escritório de seu pai. Ele havia mandado que ela se dirigisse para lá, pois queria conversar com ela. Desejava não saber o motivo dessa ordem, mas a resposta já era de seu conhecimento. Ela sabia que ele fora informado de seus atos.

Desde a partida de Syaoran, ela não conseguia conter seus ataques de raiva. Era grossa com as esposas de seu pai, assustava seus irmãos com respostas agressivas e quando era obrigada pelos criados a fazer algo que não era de sua vontade, tinha ataques em que jogava tudo no chão e gritava, até que eles "fugissem" de sua pessoa. Tinha de confessar que se assustava consigo, mas na hora o ódio parecia lhe dominar a mente, sem medir as conseqüências.

Ao escutar os passos do imperador, aproximando-se da sala fechada, tentou conter sua pessoa, para não desrespeitá-lo, afinal, não queria mais problemas. Quando escutou o arquear das portas, não conseguiu conter-se e encarou o homem. Sabia ser errado, mas ela não escolhia a quem ferir. Somente Lang, a velha serva que a criara desde de seu nascimento, conseguia salvar-se de seus insultos, pois ela segurava-se ao máximo para não ofendê-la, afinal a velha lhe era muito querida. Mas seu pai não. Apesar de tentar comportar-se e se fazer amada por ele, recebia em troca duras lições e reclamações, como se ela fosse um lixo. Seu olhar pesado o encarou de uma forma esbravecida, fazendo-o surpreender-se com sua atitude.

- És muito corajosa ao me encarar nos olhos, ainda mais com um olhar tão rebelde... – fechou a porta atrás de si e dirigiu-se até sua cadeira, sentando-se do outro lado da mesa de seu "escritório".

Sakura continuava, corajosamente, a encará-lo ostentando o mesmo olhar, com a face rígida e inexpressiva. O imperador, como se quisesse enfrentá-la, a encarava com seus belos olhos negros. Isso não a assustava, ela sabia que por debaixo daquela riquíssima túnica e sem seu alto título de poder, ele era apenas um homem.

- Imagino o que se passa em sua cabeça. Acha que tirando meu título e meu poder, sou só mais um homem e que isso lhe dá a liberdade de me encarar de forma tão ameaçadora? – por um instante, ela espanta-se com a revelação. – Pois vou lhe dizer uma coisa, menina, não é só por que tem personalidade forte e difícil, é que pode sair desafiando deus e o mundo!

Sakura sentia como se um soco lhe acertasse o estômago. Acreditava fielmente que, se tivesse um pensamento forte, um que ninguém nem ao menos suspeitasse saber, conseguiria manter-se no pedestal que erguera. Mas seu pai, este homem que encontrava-se a sua frente, conseguia desmontar toda a sua coragem.

- Acha que já não lidei com pessoas que possuem o mesmo gênio que você? – ela continua a encará-lo, desafiando sua própria coragem. – Pois deixe-me contar-lhe uma coisa, Sakura: já lidei com muitas pessoas como você. Rebeldes do povo, a ponto de eclodir revoluções, Capitães e Generais, que gostam de fazer tudo a sua maneira, desrespeitando minhas ordens; e fique sabendo, que nenhum deles conseguiu me derrubar! Nenhum, escutou bem! E não é agora, que você, um fruto rebelde, uma filha minha, uma futura mulher, vai conseguir desrespeitar as minhas ordens!

Sakura sentiu-se extremamente enjoada e enojada, pelas palavras daquele homem. Durante toda a sua vida, sempre quis ser amada por esta criatura, mas neste dia, naquele exato instante, desejou que ele fosse para o inferno e sofresse de tal forma, que nunca mais ousaria falar mal de uma mulher, nem por brincadeira.

- Abaixe os olhos, Sakura!

Ela não demonstrou expressão alguma, continuou parada, sem qualquer emoção, sustentando o mesmo olhar. Apesar do ato ousado de ainda encará-lo, por dentro ela tremia de medo, e sabia que a qualquer instante ele poderia se cansar e mandar puni-la.

- ABAIXE ESSES OLHOS, MENINA!

Assustada pelo grito, baixou a cabeça, mas sua raiva só aumentava.

- Para me certificar de que você se tornará uma mulher respeitável, de agora em diante terá aulas de etiqueta, todos os dias, até aprender como se comportar. E também não quero mais receber reclamações de atos rebeldes por sua parte, referindo-se tanto a criados, como de qualquer uma de minhas esposas ou de seus irmãos.

Permanecia quieta. Não iria dar a ele o gosto de repreendê-la novamente, pois sabia que qualquer que fosse seu comentário, seria um modo de provocá-lo.

- Pois bem, se não tem nada a dizer... Entre senhorita! – ordenou

Sakura olha para a porta e observa uma bela mulher adentrar o local. Era ela, a senhorita Kaho! A mesma mulher que a salvara de Syaoran!

Ela estava incrivelmente bela. Seus longos cabelos presos em um perfeito coque, deixando algumas mexas sobressaírem e tocarem de leve o rosto fino. Usava uma elegante túnica feminina, de gola alta, cor vinho em detalhes dourados. Sua maquiagem suave misturava-se com perfeição a pele clara. Seus olhos sedutores mostravam-se tranqüilos e pacíficos, transpassando calma através da íris castanha levemente clara.

- Senhorita, esta é minha 10º filha, Sakura, filha de minha amada e falecida Nadeshiko! Esta é sua aluna! – fala calmo e paciente, olhando-a com doçura.

Sakura espantara-se, não só em saber quem seria sua professora, mas também pelo olhar doce do imperador. Nunca o vira encarar pessoa alguma daquela forma, a não ser raras vezes em que o vira com sua falecida mãe, Nadeshiko.

- Meu imperador, é uma honra lecionar para uma de suas filhas, até por que já havia encontrado esta doce menina, há alguns anos atrás... – olha para Sakura, que sente a face ruborizar e baixa a cabeça – Mas, sinceramente, filho dos céus, quando me disse que ela era um problema, pensei que me entregaria outra criança e não esta bela flor!

Sakura surpreende-se e a olha de canto, enquanto a vê focar o imperador. Realmente, era muito estranho o que acontecia ali. Finalmente notara que não era só seu pai que a olhava de uma forma diferente, aquela enigmática mulher também parecia fazê-lo. Na verdade, ela o olhava de uma forma desafiadora, que nem mesmo ela, Sakura, havia ousado. Mas não era um olhar debochado, zombeteiro. De certo modo, seus olhares eram provocantes, sedutores. Por um instante passou por sua jovem mente, que o imperador estivesse enamorado daquela donzela.

- Francamente, senhorita, ainda não conheces minha filha. Não engane-se por estes olhos inocentes e esta aparência delicada. Esta menina tem temperamento difícil e uma língua muito afiada, capaz de espantar os homens mais pacientes deste país, que se propuserem a se casar com ela.

- Ainda acho que está exagerando, meu caro. Bom, não vim aqui para lhe contrariar, então, agora que já me apresentou, gostaria de lhe propor que me deixasse lecionar em minha casa.

O imperador olhou-a contrariado. Detestava quando aquela mulher lhe contradizia. Conhecia a senhorita Mizuki há onze anos e ela sempre se mostrava desafiadora. No início revoltou-se com suas atitudes liberais, mas depois aprendeu a compreender seu jeito difícil.

- Sakura, deixe-nos sozinhos!

Ela o olhou reto e saiu, sem pronunciar uma palavra se quer. Não fazia idéia do que eles iriam conversar, mas não fazia questão de saber. Ela tinha de achar um jeito de poder se vingar de Syaoran e para isso, não podia ficar perdendo tempo com os assuntos pessoais do imperador.

Após assistir a menina sair calada de seu escritório, faz um gesto para que aquela linda mulher sentasse-se, na cadeira a sua frente. Com passos leves e elegantes ela da a volta na mesa de vinil e acomoda-se no assento .

- Então quer dizer que não achas que meu palácio é bom o bastante para a senhorita lecionar? – fala sarcástico.

- Jamais falei isso, majestade. O que quero dizer...

- O que quer dizer é que não quer ficar sob minha vigília, perto de mim!

- Se me permitir falar e parar de colocar palavras em minha boca... – olha-o sarcasticamente – gostaria de lecionar em minha casa, pois é meu ambiente e lá creio que a menina irá se sentir menos pressionada em adquirir resultados apressadamente. Jamais iria querer sair de seu império somente para afastar-me de vossa senhoria – seu olhar começa a tornar-se mais meigo e ela lhe coloca sua mão direita sob a do imperador.

Ele a olha, só que dessa vez a encara de uma forma mais gentil e coloca sua outra mão sob a dela, podendo sentir toda a maciez da pele daquela doce criatura.

- És uma mulher muito doce, ainda não sei como conseguiste conquistar a alta sociedade, sem ser nem mesmo casada. Geralmente seria mal vista e não teriam respeito algum ao se referir a vossa pessoa...

- Não posso dizer que sou querida por todos, mas a maioria me respeita como pode. Acho que dentre nossa sociedade, sou a mulher que mais se envolve na política do país. Ainda assim, sei que sou respeitada em memória da grande pessoa que foi meu pai, afinal, o consideram um dos melhores embaixadores já conhecidos. Como ele só teve a mim, acabei por ocupar seu cargo, graças a sua grande pessoa.

O imperador a olhava, fascinado. Estava extremamente feliz em ver que não se enganara ao permitir que aquela doce criatura ocupasse o lugar de seu falecido pai. Ela possuía uma classe, um jeito com as palavras, que o deixava fascinado. Kaho era muito mais do que uma bela mulher. Era fina, delicada e valente, pois possuía uma personalidade mais forte, do que a de muitos homens que já conhecera. Tudo naquela adorável criatura o deixava maravilhado. Seus cabelos claros e castanhos, seus olhos levemente achocolatados, sua pele aveludada como um pêssego, tudo parecia poesia se viesse dela.

Olhando-a agora, pensou que estava apaixonado, mas se a desposasse, estaria a restringi-la do cargo que adquiriu com tanto esforço. Ele não queria prendê-la, até porque, seria como engaiolar um pássaro que nascera para a liberdade.

Kaho olhava para aquele lindo homem. Sim, seu imperador era incrivelmente belo, tanto, que por vezes sentia inveja de suas esposas. Ele era um homem alto, levemente moreno, com a face masculinizada, e possuía cabelos curtos e escurecidos, fazendo par com seus lindos olhos negros. Aqueles olhos reveladores, profundos, enigmáticos e desafiadores. Deus, como ela amava aquele olhar, por mais irritante que fosse algumas vezes. Mas quando queria, ele mostrava-se incrivelmente amoroso. Apesar dos dez anos de diferença, que não eram um problema, ela sentia-se enamorada daquele homem moldado pelo tempo e pelas artes da luta. Nunca ouvira falar de um imperador mais forte que ele. Nem mesmo o pai dele, mostrara-se tão competente.

Sabia que precisava casar, pois desde o inicio nunca fora sua intenção tornar-se uma embaixatriz. Fora muito ignorada no início e chorava todos os dias. Com todos a criticando ela não conseguia defender-se. Foi quando o imperador aparecera em sua vida. Fez com que todos mudassem de idéia e a aceitassem. Isto ocorreu quando possuía dezenove anos e estava para assumir como sacerdotisa de um templo. Com o falecimento de seu pai, largara tudo, pois em seu leito de morte, ele lhe pedira para assumir e evitar a que seu cargo passa-se para o corrupto Mu-Bai Liang, o pior inimigo da família Mizuki.

- Esta bem... – o imperador lhe tira de seus pensamentos – podes lecionar para minha filha, em sua casa.

- Obrigada, prometo-lhe levar sua esmeralda e trazê-la polida, pois é só do que ela precisa!

- Pense como quiser, só lhe digo para tomar cuidado, pois ainda vai ver como enganou-se com ela!

- Pois é o que veremos!- ela levanta-se e dirigi-se a porta. – Espero que ainda possa ver, como se engana a respeito dela. Não sabes o quão valiosa é esta flor!

- Minha mais bela flor esta guardada em uma redoma, com os melhores cuidados possíveis e seu nome é Meiling, e que, ao contrário de Sakura, não vive ao relento.

- Como és cego!

- Pode se retirar! – fala brabo.

- Com vossa licença! – faz uma rápida reverência e sai, fechando a porta atrás de si.

- Como é atrevida, senhorita Kaho Mizuki! – sussurra, encostando-se em sua cadeira e sorrindo levemente.

Sakura encontrava-se em seu quarto, recostada sobre o parapeito de uma grande janela, perfeitamente detalhada em dourado e vermelho. Podia sentir o leve toque das cortinas de seda, que lhes acariciava o rosto. Aquilo era tão bom, deixava-a mais calma e serena. Seu coração batia no ritmo dócil do vento, que dançava em meio à suavidade dos longos tecidos. Lentamente, fechou os olhos, querendo aproveitar aquele momento de paz. Deus, como sentia falta das doces carícias de Syaoran. Aquelas mãos pequenas e bondosas, quentes e aconchegantes. Por um instante, pensou sentir o leve toque do menino em seus cabelos.

- A natureza acalma os corações agitados.

Sakura rapidamente olha para o intruso. Como não ouvira essa pessoa invadir seu quarto? Olhava com os olhos espantados e zangados para aquela mulher. Por mais que gostasse da presença da senhorita Mizuki, não queria que aquele momento lhe tivesse sido interrompido. Desde que "ele" a abandonara, não conseguira acalmar-se ou descansar, nem mesmo em seus sonhos.

- Sinto tê-la perturbado, mas devo-lhe pedir que se arrume, pois iremos a minha casa! – sorri para a menina, que surpreendeu-se, pois jamais pensou que seu pai cederia.

Após ver sua suposta "intrusa" partir, chamou Lang, para que lhe ajudasse. Vestiu-se silenciosamente. Por algum motivo, encontrava-se mais calma. Alguma coisa lhe dizia, que o fato de Kaho Mizuki ter aparecido em sua vida, a faria preparar-se para o futuro, não só como uma mulher, para a sociedade, mas como pessoa para a vida.

Entrou na carruagem e sentou-se no confortável assento. Viu a velha Lang sentar-se a seu lado, afinal, deveria sair acompanhada. Viu os grandes portões serem abertos e lhe darem passagem, revelando o movimento da vida. Através da pequena janela de seu transporte, observava o movimento da cidade. Era um lugar barulhento, cheio de vendedores fazendo suas ofertas, tentando superar seus concorrentes. Claro que este era o centro comercial da capital. Conforme a distância aumentava, o barulho e a agitação diminuíam. Logo, eles estavam trilhando um caminho mais pacífico. As ruas apresentavam casas bem cuidadas e bonitas. Mansões luxuosas e ruas apresentáveis, cercadas por raros estabelecimentos, que apresentavam fachadas respeitáveis. Eles se encontravam na parte nobre da capital.

De repente, a carruagem para e Sakura observa, com seus olhos curiosos, os três guardas, que as acompanharam por toda a viagem, descerem de seus cavalos, amarrá-los e montarem guarda na frente do portão de um lindo casarão. Ouve a porta ser aberta pelo condutor e o vê lhe estender a mão para ajudar na descida.

Em frente ao portão viu uma fila de cinco empregados, esperando-a. Sendo guiada pelo jardim principal, ela adentra a casa e é levada até uma linda saleta, com uma pequena mesa no centro. Ajoelhou-se sobre as fofas almofadas, que ficavam perto da mesa e ali esperou. Olhou ao seu redor, constatando que Lang fora levada para outro lugar.

Ela estava sozinha naquele lugar. Com as portas fechadas, ela observou cada canto da sala. A decoração era impecável. Lindos vasos de cerâmica Ocidental, riquíssimas estatuetas de porcelana chinesa e japonesa, sem contar as lindas pinturas inovadoras. Apesar de tudo ser muito belo, o que lhe chamara a atenção fora um jogo de espadas. Elas encontravam-se penduradas na parede, sobre um manto aveludado vermelho. Abaixo, estava um pequeno altar, com alguns objetos.

- Gostou das espadas? – pergunta Kaho.

Sakura a olha assustada. Ela se distraíra tanto com a beleza daquelas armas, que não notara a presença daquela mulher, que já se encontrava sentada do outro lado da mesa. Observando-a agora, notava que sua professora usava roupas de Miko. Seus cabelos estavam presos, num rabo-de-cavalo baixo, deixando somente a franja lhe escapar.

- De quem são? – olha para as armas.

- Pertenciam a meu falecido pai. Ele, além um ótimo embaixador, já havia sido mestre em lutas. Antes de optar pela diplomacia, foi um grande professor e um excelente capitão militar. Nesta casa, ainda se encontra o dojo onde ele treinava e ensinava.- falava orgulhosa.

- Que mau eu pergunte, por que esta usando estas roupas?

- Você deseja aprender etiqueta, Sakura?

- Nunca gostei... – usa um tom emburrado na voz.

- Foi o que pensei! – disse Kaho sorrindo.

- Mas o que isto tem á ver com minha pergunta?

- O que gostaria de aprender?- olha-a com os olhos semicerrados.

- Chame-me de louca se quiser... – fala sarcástica – mas desejo aprender a lutar, a ler e escrever e tudo mais que um homem tem direito de saber, mas nos impedem de aprender.

- Pois bem, é isso que irei lhe ensinar!

- Como? Estas falando a verdade?

- Tudo que estas me pedindo agora, pedi a meu pai em minha infância e ele, bondoso que só, ensinou-me a ser forte neste mundo de gigantes! Você me lembra eu, quando tinha a sua idade! Era diferente, exatamente como a sua pessoa e por isso, terei o maior prazer de lhe ensinar tudo que aprendi!

- Sério? Estou muito feliz, não sabes quão agradecida estou!

- Por saber que seria esta a sua vontade, já me preparei, por isto visto estas roupas! Quando pequena, além de aprender estas coisas com meu pai, aos doze anos fui enviada a sacerdotisas do Leste, para que me criassem para o sacerdócio. Lá, me ensinaram mais técnicas defensivas e ajudaram-me a desenvolver a pureza de espírito!

- Mas, por que não é uma sacerdotisa agora?

- Quando estava para assumir, meu pai pediu-me para ocupar seu lugar...

- Entendo... Mas podes ter certeza de que irei me esforçar e que manterei segredo, até mesmo de Lang! – olha-a sorridente.

- Contudo, tenho de fazê-la aprender etiqueta e só lhe ensinarei o que deseja, se me prometer colaborar e mostrar resultados positivos perante a sociedade e a seu pai.

- Eu... – parou por um instante, mas em seguida a olhou confiante – darei o meu melhor!

Novamente o tempo começou a correr e Sakura se esforçava para aprender tudo o que podia com sua nova mestra, Kaho Mizuki. Passava seus dias treinando artes marciais e Wushu, e em dias alternativos aprendia etiqueta e treinava a leitura e escrita.

Kaho sempre a observava atenta. Ela não conseguia acreditar na rapidez com que Sakura aprendia suas lições. Nos ensinamentos de etiqueta, ela revelava uma delicadeza nos gestos, nos sorrisos, tudo parecia mais delicado e ousado. Por mais que apreciasse aquela ousadia da garota, sabia que seu imperador a repreenderia, pois Sakura se mostrava forte com seus olhos delicadamente debochados. Mas isso, ela não faria esforço para mudar, não ensinaria Sakura a perder seus traços fortes e marcantes, que eram sua única defesa naquela selva de vulgaridade e cobiça, que era a sociedade.

Nas lutas, a garota apresentava força e agilidade. No início, mostrara-se um tanto desajeitada, mas logo aprendera a aplicar a delicadeza feminina nos golpes, mostrando-se, por vezes, uma felina de rápidos e belos movimentos.

A menina crescia, tomava forma no corpo. Mas não era só isso que ocorria. Por dentro, sua alma ainda nutria um sentimento ressentido e angustiado, que ajudavam no crescimento de sua raiva. A cada dia que passava, sua sede por vingança aumentava. Sabia não ter nada a perder, por isso, dedicava-se a aprender técnicas mortais, apesar de algumas relutâncias de Kaho, que sempre cedia ao desejo da garota. Ela sabia, que, agora, uma simples humilhação não mataria aquele sentimento, por isso ela se preparava para algo pior, se esta fosse sua vontade. Em todo caso, depois de fazer Syaoran pagar pelos seus erros, sabia que seu destino era o exílio e a morte, por isso não se espantava, tampouco temia em saber que treinava para morrer.

E foi assim, em meio a treinamentos árduos e secretos, que passaram-se seis anos...

Continua...

Oiiiiiiiiiiiiii!

Nossa, até eu fiquei surpresa com a quantidade de gente q escreveu pro 1º capitulo! Pra falar a verdade, nunca pensei q alguém iria gostar da história! P Bom, please não fiquem brabos com os erros do 1º cap., assim q eu tivé tempo arrumo eles! Ah, espero q não se importem com os erros dos comentários, pq eu to escrevendo td na maior pressa!

MeRRy-aNNe: Pois é, eu também fiquei com pena de ter feito a Sakura sofrer tanto, mas fazer o que se eu sou malvada! Heheheh brinkderinha! XD Estou feliz que esteja achando a história interessante. Bjsssssssssssss

Saki Kinomoto: Ai, brigada, to até com vergonha! p Pois é, eu também tava achando dificil descreve os personagens com essa idade, até pq eu num lembro direito como eu era nessa época! Hehehehe, mas que bom q vc ta vc gostandu! Bjaum

dark mel: Hehehehe, eu sei q eu fui mt má mandando o Syaoran embora, até eu fiquei meio de lado antes de posta, mas pra faze o que eu quero ele precisava i embora! Mts kissses

CaHh Kinomoto: Oiiiiiiiiiiiii! Q bom vê q vc esta lendo outra fic minha! Hehehehe, é eu também fiquei morrendo de pena de mata a Nadeshiko, depois de te escrito, até eu fiquei triste! Bom, quanto ao Syaoran, vc logo vai sabe pra onde ele vai! Entaum Mts bjinhos pra vc!!!!!!!!!!!!

yoshino: Ai, ai, eu to mt emocionada! Adorei os seus elogios! Nem eu pensava que sabia escreve desse jeito! Mas de uma coisa vc pode te certeza, eu precisei ler mtas fics boas pra me inspira! Hehehehe Bom, quanto aos erros, eu sei, eu sei, são horríveis, até a minha professora me chama a atenção pra isso! P Mas, espero que continue gostando da fic e pode deixa, eu já consegui uma revisora! 0/

Bjsssssssssssssssssss

krol yuki: pode dexa, eu vô tenta faze os capítulos o mais rápido q eu puder, viu! Que bom q vc gostou da história, mt obrigada! Mts bjinhos felizes pra vc!

M. Sheldon: Ai, amei o seu comentário! Vc ñ sabe como me deixa feliz em saber q vc é minha revisora! Kyaaaa, to mt feliz!!!!!!!! Nossa, adorei os seus elogios e fico mt aliviada em saber q não sou a primeira a Ter estes problemas com os travessões! Sabe, eu tbm amo estas histórias de época, eu as acho lindas, pq parecem mt mais poéticas, ñ sei dizer ao certo. Mas, só posso dizer que amo a sua fic e ela foi uma das historias q me inspirou para fazer esta! Ai, chega, já falei di mais! XD

Mts bjsssssss e mt obrigada por ser minha revisora M-chan!

Anna Lennox: bom, a sua solicitação já foi feita! Hehehehe, q sebe de uma coisa? O meu primeiro nome também é Anna! Hehehe, q feliz! E quanto ao Syaoran, ai, ele é td de bom mesmo! ( quase babando em cima do comp.) Ai, ai, pena q ele já é da Sakura...Bom, espero q continue lendo a minha fic e opinando sobre ela, tah! Bjsssssssssssssssss

Lan Ayath: Mt obrigada pelo apoio, qualquer coisa é só avisar! Bjaum

Anygiel MG: espero continuar agradando com os próximos capítulos tbm! Bjsssss

Kirisu-chan: Olha, desculpa! É que eu to tão acostumada a escreve tudo abreviado( por causa dos resumos pra escola, e-mails pras amigas e etc...), q quando eu me do conta já escrevi dez paginas com os mesmos erros! P mas, olha, prometo q vô tenta para com isso! Só da uma folga nos recados, né?! Hehehehe, Bjsss e qualquer coisa, podi critica!!!!!!

Laine: Ai, bigadu! Que bom que vc gostou do finzinho, pq eu fiquei mt encanada com ele! Mt obrigado por estar acompanhando a fic! Bjsssssssss

Sakura Scatena: hehehehe, vô vê se ñ demoro tanto com os capitulos! P Bjaum

Cinthya Kassia : pois é, tbm nãomelebro de te visto uma fic que mostra-se eles crescendo! P hehehehe espero que continue acompanhando a história! Bjks

Obrigada a todos e espero que continuem escrevendo!!!!!!

Mts bjinhos felizes,

Caroll