Capítulo 3 – Um novo começo

Harry se jogou na cama de armar ao lado da cama de Rony e atirou suas roupas o mais rápido possível no malão. Não podia esperar e não ia.

- Harry, eu sei o que vai fazer, mas espere – disse Hermione entrando e batendo a porta do quarto com Rony em seus calcanhares ainda abalado mas decidido em ajudar Harry.

- Cara, relaxa mais um pouco. Não vai adiantar nada você ir antes da hora.

- Antes da Hora? Antes da... HORA? Eu já devia ter partido a muito tempo, vocês não entendem? Eu poderia ter impedido muitas coisas, o quanto antes eu começar minha jornada menos pessoas inocentes morreram. E , bom, vocês me acompanhando ou não, eu vou partir agora mesmo.

- Nós vamos! – respondeu Rony.

- Exato. – disse Hermione decidida. Harry sentiu-se comovido, mas sabia que Rony não poderia partir antes de Gui e Fleur se casarem. Afinal, eram irmãos.

- Rony, mas... Gui é seu... – disse Harry.

- Mas você não pode ir sozinho ,cara. Está sobre pressão e sabe Deus o que você pode fazer sem a gente...! – Harry riu. Não um sorriso feliz, mas um sorriso agradecido.

- Mesmo assim, Rony, Harry está certo. Ele é seu irmão. – Eles se olharam por um momento até que Hermione rompeu o silêncio. – Eu vou na frente com Harry e nós nos encontramos em Godric's Hollow. Você não vai se perder, qualquer bruxo no mundo sabe onde ficam as ruínas da casa dos Potter.

- OK, posso fazer isso. – disse Rony. – Assim que acabar o casamento eu parto.

- Tem certeza que querem fazer isso? – perguntou Harry – è um caminho sem volta. Os dois fizeram gestos afirmativos com a cabeça.

Toc, toc, toc... Alguém estava batendo, quer dizer, esmurrando a porta.

- Não adianta, não vou sair daqui até que abram. – Era a voz de Gina – Anda Harry, abre. Rony acho bom abrir, ou derrubo essa porta com um feitiço.

- Não seja estúpida, - respondeu Rony – você é menor de idade, não pode usar magia fora de Hogwarts e blá, blá, blá...

- Então me deixe entrar com as boas novas.

Harry abriu a porta

- Obrigada, Harry. Bom, acabamos de receber uma carta liberando magia para maiores de 14 anos e licença para aparatar para quem sabe ao menos a teoria, e isso inclui vocês. – Pelo jeito, Gina ainda não tinha percebido que Harry estava pronto para seguir viagem – Mas, vocês vão... AGORA!

- Escuta, Gina. Recebemos uma carta de Lilá e decidi que vou partir agora mesmo. – Disse Harry antes que se sentisse sensibilizado pelo olhar assustado de Gina. – Rony vai depois do casamento, mas eu vou na frente com a Mione.

- Agora? Quer dizer que você está indo?

- Isso, diga para seus pais que terão noticias minhas e... – Houve um momento em que eles se entreolharam e talvez até tivessem se entendido, mas antes que Harry pudesse se controlar abraçara Gina que teve a mesma idéia que o garoto.

- Gina, essa pode ser a última vez que nós nos veremos e...

- Não seja estúpido. Claro que nós nos veremos depois que isso tudo acabar e eu vou estar aqui.

- Mas se alguma coisa acontecer...

- Nada vai acontecer.

- Mas se acontecer eu quero que você saiba de uma coisa.

- Fala então.

Harry apertou o máximo possível o abraço que dava em Gina e disse a única coisa que venho em sua mente no momento.

- Eu te ... amo. – os dois ficaram abraçados em silêncio até que Gina disse em meio à lágrimas.

- Eu também. E não vou desistir assim tão fácil, demorou muito pra chegar onde estou e não vou deixar escapar de minhas mãos desse jeito. Prometa que nem que tenha que inventar um jeito você vai manter contato.

- Não posso, Gina. Ficaremos incomunicáveis durante um longo tempo e depois que sairmos de Godric's Hollow só comunicaremos o que for mais que necessário. Mais uma coisa que eu quero te pedir. - Harry encarou Gina que já não chorava mais. – Não tome nenhuma atitude estúpida. – Harry nem percebeu que Rony e Hermione observavam a cena. Hermione com lágrimas nos olhos e Rony também estava comovido. – Lembre-se que Voldemort tira da sua boca palavras que nem chegou a dizer.

- Pode deixar, mamãe. – disse Gina tentando descontrair. – Se cuida você também.

- OK, então é isso e.. espera um minuto. – Harry foi até a gaiola de Edwiges e entregou-a à Gina. – Tome conta dela, não tem como colocar uma coruja dentro do malão. – disse divertido. E Gina meramente acenou. - Vamos Hermione? – disse Harry antes que cometesse uma loucura.

- Claro... – Hermione que já estava de malas prontas, ninguém sabia como – Vamos aparatar em Godric's Hollow?

- Sim.

Os dois seguraram os malões e partiram. Harry sentiu o costumeiro frio na barriga e de repente estava em frente à uma casa que parecia ter sobrevivido a um furacão. E não precisou de muito esforço para reconhecer a própria casa. Embora fosse muito pequeno quando a viu pela última vez alguma coisa na casa o atraía de forma incondicional.

- Parece que é aqui. – disse à Hermione.

- Preparado para entrar?

- Mais do que você imagina.

Por um minuto olharam em volta e observaram o pequeno povoado de Godric's Hollow. O povoado era simples, pereciam aqueles bibelôs de natal, mas sem a neve caindo por cima das casinhas, afinal, era verão. Ao longe via-se montanhas muito altas por trás de casas muito pequenas. Diante da paisagem a velha casa dos Potter se destacava. Estava com paredes descascadas, grades enferrujadas, janelas quebradas mas, continuava de pé. Como se seus habitantes apenas tivessem abandonado a casa. O primeiro passo foi dado com cuidado, eles caminharam em direção ao portão de ferro de frente ao jardim que já fora coberto pelo mato. Eles chegaram até a porta que foi aberto sem esforço por Hermione e entraram um cômodo que se parecia com uma sala de estar. A única coisa que fez Harry descobrir que era uma sala de estar era a presença de um sofá, pois o resto da mobília estava destruída e coberta por poeira. Se a casa dos Black tinha uma péssima aparência, esta estava mil vezes pior. Da sala dava para ver a cozinha que não estava tão destruída mas não estava em condições de ser habitada por humanos. No meio da sala havia uma escada que levava ao andar superior da casa. Harry observava tudo minuciosamente e tentava lembrar o quanto fora feliz naquela casa. Claro que não morou ali todo o tempo que passou com seus pais, mas os últimos momentos de felicidade foram ali, sem dúvida. No outro extremo da sala havia uma lareira muito suja e enterrada pelos escombros.

Hermione observando para onde o garoto olhava se adiantou-se e lançou um feitiço na lareira e os escombros desapareceram e em seu lugar apareceu lenha. "lacarium Inflamare" e a lareira estava acesa.

- Por que não vamos até lá em cima? – perguntou Hermione.

- Vamos.

A escadaria levava a um corredor pequeno com três portas. Uma à esquerda, uma à direita e uma no fim do corredor. Os dois constataram que as portas das laterais eram um banheiro ( à esquerda) e um quarto de hóspedes (à direita). Ambos estavam em perfeito estado, ignorando a presença de sujeira e mofo, mas a surpresa foi ao ultrapassar a porta do fim do corredor. Como Harry esperava, era o quarto em que Voldemort assassinou Lílian e tentou matar Harry. Foi naquele quarto também que Voldemort perdeu seus poderes.

O quarto estava completamente destruído, mas havia um berço, uma cama, uma penteadeira e uma cômoda que ainda permaneciam inteiros. Harry sentiu lágrimas caírem por seu rosto ao olhar para o que fora SEU berço.

- Harry, você está bem?

- Estou.

- Onde passaremos a noite?

- Por aqui. Se você não se encomodar, poderemos dormir no quarto de hóspedes. Todos podemos conjurar sacos de dormir e ficaremos bem, afinal, é o único cômodo que ainda está habitável.

- Pode ser.

E ali permaneceram o resto do dia. Harry refletiu sobre como poderiam começar sua jornada atrás dos Horcruxes. Rony chegou por volta das oito da noite com um bilhete da mãe.

" Harry, Dumbledore morreu, mas a ordem permanece. A qualquer momento será um prazer ajudá-lo. Nem que seja com comida.

Molly Weasley."

- Como foi que recebeu a notícia que você partiria à noite.

- A choradeira que eu imaginava, mas ela sabe que não conseguiria viver se não viesse junto com vocês.

Harry lembrou do medo da Sra. Weasley em perder os filhos, o Marido ou o próprio Harry. E sabia que se sentiria culpado pela dor dela se o pior acontecesse.

- Quando partimos daqui? – perguntou Rony.

- Amanhã, pela manhã. Visitarei o túmulo de meus pais e de lá partimos para a antiga casa de Salazar Slitherin.

- Como sabe onde fica?

- Isso não é óbvio? Little Hangleton.

- O que espera encontrar lá?

- O mesmo que aqui. Inspiração.

Na manhã seguinte o dia nasceu insolarado e Harry, que não conseguiu dormir na noite anterior, estava próximo à janela observando o povoado bruxo em meio a tanta ameaça. Era difícil de aceitar que todas aquelas pessoas inocentes estavam em suas mão de certo modo.

- Um milhão por seus pensamentos. – disse Hermione que acabava de acordar.

- Por que eu? – perguntou Harry ainda pensativo.

- Por que você é capaz. – disse Hermione.

- Não é verdade.

- Claro que é! – disse Rony que já estava acordado havia algum tempo – Nem eu nem Hermione temos uma profecia com direito à comparação com um dos bruxos mais poderosos do mundo.

- Harry, se te colocaram nesse lugar é porque você tem mais do que condições de permanecer aí. Por mais cruel e pior que isso pareça.

- Só queria, ao menos por um dia, ter uma vida normal. Ser feliz sem culpa.

- E você vai ser, cara. Espera só essa guerra acabar. Você será mais feliz do que nunca sonhou em ser. – disse Rony tentando reanimar Harry.

- Assim eu espero... – disse Harry encarando os amigos com esperança.

- Quando partimos? – perguntou Hermione redirecionando a conversa.

- Agora mesmo, só me dê alguns segundos.

Harry revirou o guarda-roupa e encontrou algumas roupas velhas dos pais, algumas fotos e algumas jóias, que iria lhe servir muito bem para sua jornada, afinal, iriam precisar de uma certa ajuda monetária. Sustentar um é uma coisa, mas três fica diferente. As fotos foram guardadas com carinho em sua mochila. Decidiram deixar os malões por ali. No porão da casa. Não foram idiotas de deixar pistas, então enfeitiçaram os malões de forma que só seus donos pudessem encontrá-los. Colocaram somente o necessário nas mochilas. Mantimentos, dinheiro, roupas e agasalhos entre outros.

Antes de deixar a casa Harry deixou-se levar pelas lembranças nunca obtidas. Elas vinham de forma imaginativa. Como devia ter sido feliz com seus pais! "Pena que não se pode mudar o passado..."

- O que é aquilo em baixo da escada? – perguntou Hermione. Ela se referia a uma coisa que brilhava tão intensamente como um diamante à luz do Sol.

- Um armário...? – respondeu Rony com sarcasmo.

- Ao lado, gênio. – disse Hermione no mesmo tom.

- Parece algum tipo de vidro... – disse Harry indo até o local e observando mais atentamente. – Tem o meu nome aqui!

- Como? – perguntaram Rony e Mione em uníssono.

- É uma redoma de vidro com um bilhete dentro.

- Como permanece aí? Depois de tudo que aconteceu alguém deve ter visto isso. Por que ainda está aí? – Hermione tentou encostar, mas... – Ai! Está protegido com um tipo de descarga elétrica.

- Talvez só o Harry possa encostar. Lembram da profecia? – disse Rony. E fazia todo o sentido do mundo.

Harry tocou com cautela na redoma e nada, absolutamente nenhuma, descarga elétrica aconteceu. Ele tomou em suas mãos, quebrou o vidro e pegou o bilhete que havia dentro.

" Filho, se está lendo este bilhete é porque o pior aconteceu. Não pense que é inferior a ninguém, pois não é! Afinal, você é nosso filho. Voldemort é poderoso, porém, deficiente de algo que você tem em abundância, amor. Não é um simples sentimento idiota. Como prova, prevíamos que isso salvaria sua vida, como salvou. Não se subestime e nunca pense que está sozinho, pois nunca estará. Não deixe o rancor tomar conta de seu coração. Com certeza, Dumbledore nunca desistirá de auxiliá-lo. A veia investigativa dele nunca falha, sempre que lhe der um conselho, trate de seguí-lo e então estará bem.

Mas não escrevemos isso apenas para aconselhar. A parte útil da carta vem agora: No cofre 5.007 do banco Gringotes existe uma coisa que pertenceu à Tiago que talvez lhe interesse.

Te amamos,

Lílian e Tiago Potter."

Rony e Hermione terminaram de ler boquiabertos, mas Harry finalizou decidido e emocionado. Se havia algum estímulo que o fizesse continuar seria esse. Seus pais não morreram à toa. Ele os faria orgulhosos. Faria jus ao nome que carregava!

- Aqui começou, aqui vai recomeçar. – disse Harry – Primeiro meus pais, Cedrico, Sírius e agora Dumbledore. Vamos em direção ao cemitério da cidade, ainda quero visitar o túmulo de meus pais. E aí então, estarei pronto para acabar de uma vez por todos com Voldemort. Aos poucos, até que veremos o quanto pode ser fraca a alma de um bruxo covarde o bastante para esconder-se atrás de seis objetos para poder sobreviver.

E assim deixaram a casa onde Harry teve sua vida marcada para sempre. E toda essa história poderia ser desvendada através de sua cicatriz e dois nomes. O dele e o de Voldemort.

N/A: Desculpa pela demora, gente, maaaaaas esse cap está maior q os outros, hehehe. Eu, particularmente, gostei muito desse cap. Tá bem humano, sabem. Mas e vocês? Gostaram ou tá muito babão? Diz aí, vai... Ah, outra coisa. Poda deixar músik ñ tem nd à ver com minha fic!

PS: devido alguns problemas com meu PC não irei responder a essas reviwes, mas com certeza respondo as próximas, entãããããão, QUERO !

Bjs, Tata Carter Radcliffe