Draco estava sentado no gabinete de Arthur Weasley com a cabeça entre as pernas. Ficara ali a noite toda pensando. A família toda de Gina já se encontrava no andar logo abaixo de onde ele se encontrava. Narcisa já havia explicado a situação a ele, e todos estavam receosos, assim como o próprio loiro. Ele não sabia o que fazer.

- Seu pai pouco antes de fazer o último ataque revelou-me que o Lord já havia planejado tomar o corpo de Gina caso alguma coisa lhe ocorresse. Gina é a segunda pessoa com quem o Lord possui um elo muito forte e além do mais, é mais frágil que Harry. Esses pesadelos que ela tem são devido ao Lord estar tentando penetrar em sua mente e roubar o seu corpo para ressurgir. - disse a mãe. - Como seu pai era o braço direito do Lord o mesmo contou tudo a ele. Lúcio estava arrependido, meu filho. Eu sei que estava. Agora eu sei. Ele fez uma poção para Gina, a poção é tão poderosa que vai conseguir eliminar qualquer resquício do elo entre ela e Voldemort. Eu não quis lhe dizer antes porque achei que era algum truque do Lúcio para matar a sua namorada, mas não. Ele queria se redimir com você, Draco. Ele realmente queria.

E dizendo isso ela saiu do gabinete o deixando ali sozinho em seus pensamentos. Draco não tinha a mínima idéia do que fazer. Olhou para o vidro em suas mãos. Será que Lúcio realmente queria se redimir com ele? Será que o pai finalmente havia o aceitado do jeito que era e queria dar sua 'benção' quanto ao namoro com Gina? Draco não sabia o que fazer e se sentia completamente perdido. E foi então que viu uma carta que havia sido colocada no laço que prendia o vidro. Com certeza estava sobre o efeito diminutivo, agitando a varinha Draco abriu a carta.

27/01/06Draco,

Em primeiro de tudo eu gostaria de lhe pedir desculpas por todos os danos que lhe causei. Sinto muito não ter sido o pai que você merecia. Na realidade, eu sei que não fui um bom pai. E muito menos um bom marido. Falhei com todas as minhas obrigações que deveriam ter sido um prazer para mim. Falhei em manter uma família não em aparência e sim uma família de amor. E sei muito bem disso.

Fui um homem muito ganancioso tentando pegar mais do que minhas mãos podiam carregar e foi exatamente por essa razão que parti para o lado das trevas. E hoje eu sei que não valeu à pena e me arrependo muito por ter tomado o caminho errado.

Eu sei que provavelmente você nunca irá me perdoar, mas mesmo assim eu peço seu perdão ou que pelo menos tente me compreender. Tente - por mais que seja algo fora de cogitação - entender os meus motivos. O porquê de eu ter me tornado a pessoa que me tornei.

Eu nem sempre fui assim, como você acha que eu sou. E pelo que eu pude perceber você se tornou exatamente o tipo de pessoa que eu gostaria que você fosse. Porque agora eu percebi que não vale à pena jogar nossos príncipios e valores no lixo para conseguir o que se quer. Agradeço a essa menina com quem você está agora, Ginevra Weasley. Se ela conseguiu não só fazer brotar amor em seu coração (como um dia Narcisa conseguiu fazer isso em mim) e também conseguiu tornar você uma pessoa melhor (como Narcisa também conseguiu, embora eu não tenha tido o mesmo senso que você e continuar nos trilhos) eu tenho de lhe dizer que você escolheu a pessoa certa para passar os momentos bons e ruins.

Filho, embora eu não tenha o direito de fazer com que você me chame de pai, eu quero que saibas que te amei muito quando vivo (porque provavelmente quando você estiver lendo essa carta eu já não estarei mais vivo) e provavelmente ainda amo agora, quando morto. E espero que um dia nós voltemos a nos encontrar e conversa, como pai e filho. Como deveria ter sido...

Eu fui e ainda estou sendo um covarde porque não tenho coragem de sair do lado do Lord das Trevas e tudo o que posso fazer agora é te dar um ajudinha. E prometo que este não é nenhum truque, como sei que você está pensando.

Quero lhe dizer também que por mais que você negue, puxou muito a mim. E embora eu não tenha usado meu bom senso, eu sei que você fará a escolha certa. Por afinal, você também puxou muito a sua mãe.

Eu a fiz feliz, durante algum tempo. Disso eu tenho certeza. Só lamento não o ter feito feliz, Draco. Espero com os meus mais profundos sentimentos que você faça a escolha certa e deixe essa menina que tomou o seu coração fazê-lo feliz, como um dia eu tive a chance e não aproveitei.

Eu tenho muito orgulho de você, sabe?

Eu sinto muito por tudo, meu filho.

Com todo amor do mundo,

Lúcio Malfoy.

Não esqueça disso.

Draco sentiu atordoado e precisou levantar-se um pouco. Não podia estar acontecendo isso. Lúcio Malfoy dizendo que o amava, tinha orgulho dele e ainda por cima pedia perdão? O mundo realmente estava de cabeça pra baixo. Tanto tempo ele e seu pai perderam...

- Só mesmo morto para dizer coisas gentis... - murmurou Draco sentindo as primeiras lágrimas rolarem por sua face.

Ele sentia falta do pai. Ele sentia falta de todas as coisas que eles poderiam ter feito juntos. Snetia falta de pode ver o pai e a mãe felizes, como só havia visto quando ainda era muito pequeno. Ele tinha ódio de Voldemort. Tinha um ódio tão grande e só agora entendia como Harry Potter se sentia. Voldemort havia matado o seu pai muito antes de Lúcio ser considerado como alguém morto. Voldemort havia destruído sua família, mas não deixaria ele voltar e destruir o que restava dela, muito menos a família que ainda estava por vir.

E pela primeira vez Draco se sentiu ligado ao pai. Ligado como nunca imaginou que pudesse ser. Lúcio Malfoy o havia dado um conselho e um conselho muito bom, por sinal.

Abriu a porta do escritório e desceu até a sala de estar. Todos os homens da casa se encontravam lá.

- E então? - perguntou Arthur Weasley ao vê-lo no pé da escada.

E antes que Draco pudesse dar qualquer resposta, Ron Weasley adiantou-se e disse:

- Agora sabemos...Eu sei...bem...que você realmente se importa com a minha irmã senão não teria olheiras nos olhos e nem estaria aqui ao lado dela quando ela mais precisa...Obrigada, Malfoy.

- Pode me chamar de Draco, Weasley.

- Eu sou Rony.

Ambos trocaram apertos de mão.

- Draco. - chamou Arthur. - Queremos que saiba que a decisão é sua. É algo entre o seu pai e você...e..

- Eu já tomei a decisão, Sr. Weasley.

Todos voltaram seus olhares a Draco. O loiro suspirou fundo e disse de uma só vez sem nem pensar duas vezes:

- Eu vou dar a poção a ela.

Ninguém sequer chegou a questionar. Draco se sentiu bem com isso, porque finalmente parecia que estavam confiando nele. Confiando a vida da única filha e irmã deles. Isso era um tipo de confiança que não havia dinheiro que poderia pagar. Confiança...um algo que Draco aprendera que não se podia comprar. Ele sentiu-se abrigado e acolhido por uma família que nem sequer era sua, mas estava parecendo que poderia ser. Todos juntos subindo as escadas até o quarto de Gina. Tensos, receosos, preocupados...mas unidos.

Gina tinha uma aparência pálida. Ela estava fraca, muito fraca. Era como se sua vida estivesse sendo arrancada. O sangue sendo puxado de suas veias. Draco sentiu um aperto no peito. A vida dela dependia dele agora, seria a maior prova de amor que ele poderia algum dia dar a ela. Tinha de fazer ela viver novamente...

Ninguém respirou quando Draco abriu a poção e fez Gina bebê-la toda. Esperaram e esperam.

- Talvez leve algum tempo para fazer efeito, filho. - murmurou Narcisa dando leves tapinhas no ombro do loiro.

Molly apenas assentiu com a cabeça. Estava transtornada.

Uma hora de passou. Duas horas...Todos ali em espectativa. Três horas e deram tudo por perdido.

Draco sentiu uma fúria tomar conta do seu corpo. Mais um truque de Lúcio? Só podia ser. Nenhuma poção demorava tanto tempo para fazer efeito!

- Talvez falte alguma coisa... - opinou Potter.

Draco pensou em socá-lo, mas ele poderia estar certo. Mas não fazia idéia de que poderia estar faltando...

- Gina... - sussurrou Draco, ajoelhado do lado da cama da garota. - Ruivinha... você pode me escutar? Sim, eu sei que pode. - suspirou fundo e passou as mãos nervosamente pelos cabelos platinados. - Eu te amo tanto, pequena. Você não pode simplesmente me deixar, entende? Você é a única coisa que eu tenho que faz sentido. Você sempre me deu todo o seu amor e carinho e me mostrou o caminho certo. Quem vai me levar para algum lugar melhor se não for você, ruivinha? Você já passou por tanta coisa por mim... e eu passo a minha vida inteira sofrendo se isso for preciso só pra te ter aqui comigo. Eu não me importo. Eu não me importo em passar noites inteira em claro se você ficar doente ou te levar pra ver filmes trouxas se você quiser...Eu até aceito os desaforos dos seus irmãos e desisto do meu dinheiro. Eu não me importo, Gina. Me diz, por Melin, o que você precisa que eu faça pra abrir esses olhos, que eu faço! Eu nunca disse que seria ao contrário! - Draco sentiu suas lágrimas se transfomarem em prantos e soluços. E por íncrivel que pudesse ser ele não se importava em chorar na frente de todas aquelas pessoas que ele mal conheciam e que até pouco tempo o odiavam. Nada importava mais. Ele só queria Gina ao lado dele...Ele precisava disso. Era só o que importava. - Eu sinto muito por ter sido tão indeciso e ter demorado tanto tempo para perceber o que eu tinha do meu lado. Só não me fala que é tarde demais, Gina...Só não me fala isso...Porque se você disser...Ruivinha, eu não vivo sem você...eu não...

Draco respirou fundo e viu Narcisa sentar-se ao seu lado e acalmá-lo, abraçando-o. Há quanto tempo ela não fazia isso? Desde que Lúcio a havia proibido.

- Draco, fica calmo, filho.

- É minha culpa, mãe. É minha culpa. Se eu pudesse... se eu..

- Não é sua culpa, rapaz. - disse Molly, que até então se encontrara calada. - Você a ama muito mas não é por causa disso que você tem de conseguir fazer tudo por ela. - sorriu, fracamente.

- Se eu pudesse eu trocaria de lugar com ela. Eu amo tanto ela...

E então como num estalar ele lembrou-se do final da carta do pai.

Com todo o amor do mundo...Nunca se esqueça disso.

Não, ele não esqueceria. Sorriu. Talvez seu pai não fosse o pior homem da face da Terra, afinal.

- Eu amo ela com todo o amor do mundo. - e dizendo isso beijou-a nos lábios, suavemente.

Todos calaram-se observando a cena, apreensivos e ansiosos. E como num passe de mágica, Gina abriu os olhos sorrindo para Draco.

- Olá, Bela Adormecida.

- Olá, príncipe.

Ambos olharam-se por uns segundos e Gina disse:

- Sabe... eu escutei tudo o que você me disse, eu só não conseguia lhe responder...Eu te amo, Draco. E você me amar de volta é a melhor prova de amor que você poderia algum dia me dar.

E o beijo veio, novamente. Aquele beijo tenso, intenso, suave, delicado, selvagem, amoroso, cheio de desejo, paixão e amor. Todos os sentimentos e sensações que um beijo de UM PEDIDO DE NAMORO deve ter.

FIM! (:

Então gente...! Aqui está o último cap da fic..

Eu já tinha feito, mas com o começo das aulas e depois viajei no carnaval...

Aí não deu tempo de postar. SINTO MUITO MESMO!

Bom, a fic ficou bem rápida e não era nada do que eu tinha imaginado, eu ia fazer algo beeeem longo, mas não consegui...

Mesmo assim, espero que vocês gostem.

Um grande beeeeijo a todas que acompanharam essa fic! ;D

E espero que vocês acompanhem as outras também hein?

Já tem várias novas...

Os opostos se distraem

Início inesperado, meio atrapalhado, fim só se ler a fic vai saber

Amor & Cerveja Amanteigada...

Confiram e vejam o que acham!

beeeijo...!