Can you forgive me again?
I don't know what I said
But I didn't mean to hurt you
I heard the words come out
I felt like I would die
It hurt so much to hurt you
Um sorriso pleno coberto por mil palavras proibidas enquanto o sol deixa que tudo se ilumine graças ao seu esplendor.
Um caderno perfeito, talvez de paginas dobradas e amarelecidas, um caderno de cheiro característico, tinta opaca ou brilhante, capa viva ou eternamente morta.
Deixa-me sorrir perante o esplendor de tanta beleza, ou chorar face ao nada que se apresenta.
Then you look at me
You're not shouting anymore
You're silently broken
I'd give anything now
to kill those words for you
A última folha, a ultima frase, a ultima letra, o ultimo esgar de alegria profunda, verdadeira e quente, que sinto ao tocar o caderno tão de repente frio. Ou seria quente?
Sento-me dobrada sobre mim, as recordações embaçando-me os olhos, tão fortes elas me sobem à cabeça e eu sinto a lembrança daquela noite… queria-o aqui outra vez, porque é que ele tinha que ser tão orgulhoso? Não poderia aceitar o simples facto de que foi tudo um erro, um engano, uma armadilha, uma simples armadilha…
Each time I say something I regret I cry "I don't want to lose
you."
But somehow I know that you will never leave me, yeah.
Flashback:
A porta abre-se de vagar e ela entra com passos suaves e leves pelo quarto dele dentro, sem fazer barulho, com um sorriso tímido nos lábios, enquanto olha para os olhos confusos do amigo. Aproxima-se de vagar e então, mais ou menos a um passo da cama dele, ela para. O sorriso nos olhos vítreos ao observa-lo levantar o corpo e encara-la com os olhos preocupados e exaustos da noite de Lua Cheia que tinha sido.
-Lily? O que estás aqui a fazer?
-Posso ficar aqui por hoje?
-Mas passou-se alguma coisa? – disse enquanto se chegava para o outro lado na cama dando-lhe espaço para se deitar e com carinho cobriu-os.
Ela olhou para a janela, como se respondendo à pergunta dele e viu-o olhar para ela com os olhos esbugalhados, sentiu o braço dele envolver a sua cintura e a cabeça dele pousar no cabelo ruivo dela enquanto ela pousava a cara com um suspiro no pescoço dele.
Ainda não se amavam e se o faziam ainda não tinham consciência desse sentimento que pairava tão rente à linha de amizade deles, conseguiam ser aquilo que nenhum homem e mulher eram, conseguiam dar-se sem ser um casal e ao mesmo tempo serem os melhores amigos amando-se à maneira deles.
Voltou a cabeça ruiva e olhou além da janela, para os trovões que caíam com frequência e para a chuva que batia com força nas árvores e arremessava folhas e flores.
-Tiveste medo?
-Sim, tenho sempre. Tu sabes como eu odeio trovoada.
Juntou mais os seus corpos de forma a sentir o cheiro dela.
-E agora? Ainda tens medo?
Ela riu-se.
-Agora? Não, estou bem assim. – um trovão ressoou e Lily tremeu levemente.
-Desculpa por me ter esquecido.
-Não tem importância
E sentiu-se descansar, sentindo as mãos dele acariciar o seu cabelo.
-Gosto muito de ti
Abriu os olhos, já quase fechados devido ao sono, sem nada dizer. Ele olhou-a, primeiro à espera de uma resposta, depois sorrindo beijou-lhe a testa.
-Dorme bem pequena borboleta.
E com um bocejo ela voltou a pousar a cabeça no pescoço dele, fechou os olhos verdes e deixou-se cair para o mundo dos sonhos e da fantasia, onde podia sonhar à vontade como queria e lhe apetecia, sem ter ninguém que lhe dissesse que tinha que seguir este ou aquele caminho.
Num estado de semi-sonolência, ela sente as mãos dele acariciarem o cabelo dela velando pelo seu sono inquieto, de repente vê-se num outro lugar sem as mãos macias dele e as palavras bonitas, onde só existe o nada.
O sonho avança, um homem (o mesmo homem de sempre) e aquela mulher com os bonitos olhos castanhos e o cabelo negro acobreado. Os dois lutam incansavelmente, tentando alcançar a vitoria e num golpe fraco, o homem de cabelos castanhos e pele branca aproveita-se e contra-ataca contra a bonita rapariga com toda a força, derrubando-a de vez.
Ela grita mesmo sabendo que nada pode fazer, vendo mais uma vez a morte à sua frente.
Acorda com os braços de Tiago à sua volta e os olhos castanhos preocupados postos nela, esperando que ela se recupere para lhe contar o que se passou.
Cansada, com suores e tremores, ela não foi capaz de dizer nada.
-Já passou Lily, foi apenas um pesadelo…
Era tão bonita a forma como ele via as coisas. Mais um pesadelo, era tão bom que fosse apenas isso. Internamente agradeceu-lhe por não fazer perguntas e por estar ali a abraça-la.
-Eu estou aqui.
-Eu sei. – sorriu.
Fim de Flash-back.
Agora, ali, naquele momento, ela chorava de raiva e ódio, por ele não ter cumprido a promessa que lhe fizera.
'Cause you were made for me
Somehow I'll make you see
How happy you make me
I can't live this life
Without you by my side
I need you to survive
So stay with me
You look in my eyes and I'm screaming inside that I'm sorry.
And you forgive me again
You're my one true friend
And I never meant to hurt you
