Título: Destino Oportunista

Sinopse: Para Harry Potter nem a morte poderia ser simples…

Advertências: Morte de Personagem, Incesto e Homossexualidade.

Beta: Queen of Doom


Destino Oportunista

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Primeira Parte

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Harry ainda não conseguia acreditar no que os seus ouvidos haviam acabado de escutar.

Tudo o que pensava saber sobre si mesmo, sobre a sua vida, era uma cruel e vil mentira.

Se os seus amigos não eram de facto quem diziam ser… A sua esposa não o amava e o seu filho… o seu amado filho, afinal nem sequer era seu…

Então quem era Harry Potter?

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Há já algum tempo que Harry tinha deixado de se tentar convencer a si mesmo, que James apenas havia herdado os genes dominantes do Clã Weasley e que essa era razão pela qual este não possuía nenhuma semelhança consigo, mas… como é que podia ser… James tinha os cabelos ruivos da mãe e os olhos verde-musgo, e não esmeralda como ele.

Não existia nenhum Weasley com olhos daquela tonalidade… A única pessoa que conhecia que partilhava o mesmo traço genético, era o seu "bom amigo", Neville Longbottom.

Mas… isso não podia ser verdade… ou podia?

James até possuía a mesma fascinação com plantas e a assombrosa e desastrosa tendência de explodir caldeirões na Aula de Poções.

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De consciência pesada e coração apertado, Harry pegou na escova de dentes de James e dirigiu-se ao Mundo Muggle, para realizar um teste de paternidade, que os seus "amigos' não fossem capazes de rastrear.

Ainda quando existiam feitiços que podiam alcançar o mesmo resultado, estes produziam uma flutuação mágica que era facilmente detectável e por conseguinte rastreável.

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Quarenta e oito horas nunca haviam parecido tão longas…

Harry encarou o papel fixamente. sem alterar a sua expressão facial.

Negativo. James não possuía parentesco algum com ele, o seu "pai".

Com receio, pegou o segundo envelope e abriu-o… Positivo. Neville, era de facto o pai biológico de James Potter.

Longe ficava a culpa de duvidar da sua esposa e a agonia de permanecer na dúvida… Após receber os resultados, tudo o que restava era a tristeza causada pela traição.

Foi nesse preciso momento que o seu mundo colapsou.

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Magoado pelas ações de terceiros, mas decidido a recuperar a sua vida e principalmente a sua identidade, como indivíduo independente e não ser uma mera extensão do Clã Weasley, que os ruivos podiam exibir durante os eventos da alta sociedade, que outrora haviam criticado, para não dizer mesmo desprezado.

Desejava voltar a ser Harry. Não o Salvador do Mundo Mágico ou o esposo de Ginny ou o pai de James, simplesmente queria voltar a ser o Harry e esquecer momentaneamente que era um Potter.

Por um momento, Harry hesitou. Podia não ser o pai biológico de James, mas amava-o como tal. Havia sido ele quem lhe contara histórias para dormir, o levara ao parque para brincar com os filhos dos seus amigos, o cuidara quando adoecera…

James não tinha culpa alguma das ações que os pais…

Harry viu os seus pensamentos interrompidos pela chegada de Ginny e James.

— Quando é que podemos ir viver com o pai? — perguntou o pubescente com tom de aborrecimento.

— Tem cuidado com o que dizes…

— Não é como se Potter fosse ouvir alguma coisa. O tio Ron disse que ele está numa missão e só volta na semana que vem — interrompeu James, sendo possível discernir a falta de empatia, para com o seu suposto pai, apenas pela forma como se tinha referido a ele.

— É bom saber isso. Estou cansada de sorrir e fingir ser uma pessoa que não sou. Experimenta aparentar ser uma alma pura e inocente toda a tua vida. Mal posso esperar que os teus avós decidam acabar com esta farsa e matá-lo de uma vez por todas. Só então as minhas décadas de sofrimento terão sentido. Com a fortuna Potter e Black poderei por fim viver a vida de luxo que realmente mereço.

Com o coração partido e o rosto em lágrimas, Harry agarrou os envelopes e aparatou em Gringotts. Tinha uma esposa da qual se divorciar e um "filho" para deserdar.

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Ginny observou a demanda do tribunal, onde era notificada sobre o processo de divórcio e consequente deserdamento do filho bastardo de Neville Longbottom e Ginevra Potter.

Furiosa e repleta de desejos homicidas, Ginny reuniu-se com os restantes membros da família Weasley… Estava na altura de Harry Potter sofrer um desafortunado e trágico acidente com consequências fatais.

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A noite caiu e sangue fluiu pelo solo de Potter Manor.

Sobre o corpo do Herói do Mundo Mágico, jazia uma chorosa Ginny que gritava abertamente que um Death Eater tinha arrombado a porta e tomado a vida do seu "amado" esposo e "pai" do seu filho.

"Por detrás das cenas", a ruiva família de invejosos esfregava as mãos com ganância, mal podendo esperar para colocar as garras nos bens do falecido Lord Potter, cujo corpo ainda quente não havia sequer sido enterrado.

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Por fim, o plano de quase cinco décadas havia rendido frutos.

Quem iria adivinhar que a mente retorcida do casal Weasley, tinha planeado o infeliz "destino" do Menino que Sobreviveu.

A primeira fase fora realmente simples de concretizar… Tinham instruído Ginny desde tenra idade na melhor forma de conquistar a confiança de Harry, para o poder seduzir. Para tal, haviam orquestrado a melhor estratégia para se conseguirem tornar os confidentes da pequena criança carente e perdida, que nada conhecia sobre o Mundo Mágico. Fora aí que Ronald entrara, levando o Menino de Ouro a ver os Weasley como parte da sua própria família. Molly preenchera facilmente o vazio deixado pela morte prematura de Lily Potter, tornando-se a figura materna que este sempre desejou. A mulher em que ele mais confiava e da qual nunca sequer ponderara vir um dia a duvidar.

A segunda fase consistira no matrimónio entre Harry e Ginny.

A terceira fase não se fez demorar e logo nasceu uma criança que poderia herdar a vasta fortuna que as famílias Black e Potter haviam amassado ao longo dos séculos.

A quarta e última fase, fora finalmente alcançada na fria e chuvosa noite em que Ginny Weasley tomou a vida do seu "amado" esposo.