Nota do Autor: Bom, aqui começa mesmo a história.

Três traços significam mudança de cenário ou de tempo, se isso ainda não ficou claro. Uma só quer dizer que mudou o ângulo, ou seja, a história é paralela e continua no mesmo lugar, só que com foco em outra pessoa.


Capítulo 1: O Início

Um rapaz estava sentado nas sombras do bar da taverna. Ele meditava, de olhos fechados. Foi visível um estranho movimento em suas pálpebras... Ele começou a ficar tonto.

Começou a ouvir vozes, enquando perdia sua visão.

Perdeu completamente os sentidos e tropeçou para a frente, caindo no chão.

Permaneceu ali por alguns minutos. Ninguém mexeu nele, todos acharam que havia sido mais um bêbado na taverna.

Logo acordou e se levantou.

-Mais um sonho estranho... - Sussurou mais para si mesmo, enquanto se dirigia novamente para o lugar sombreado do bar.

-

Um Humano alto, com 1.93 e forte, de cabelos castanhos escuros e levemente ondulados na altura dos seus ombros, olhos pretos, vestindo a proteção de couro de uma armadura de aço estava no bar da taverna, ao lado de uma garota de estatura média, por volta de 1.67, muito bonita, de cabelos dourados e ondulados até o meio das costas, olhos azuis claros e corpo bem definido com curvas delicadas, vestindo trajes leves. Suas orelhas eram levemente pontudas, o que insinuava descendência Élfica. Era uma Meia-Elfa.

O homem estava levemente impaciente. Olhou para um canto do bar que estava coberto por sombras e sorriu.

-Ali, moça. Vá até aquele lugar – Disse ele, apontando para o lugar.

Ela obedeceu. Ao chegar, foi saudado por uma voz, forte e suave ao mesmo tempo, que a deixou com arrepios.

-Olá – Disse a voz

-Oi. - Ela disse, olhando para os lados.

Ela ouviu algumas palavras incompreensíveis e logo uma luz revelou um belo rapaz, um pouco alto, mais ou menos 1.77, vestindo uma calça e um camisa, roupas de cama, com um corpo bem definido, olhos azuis escuros penetrantes e cabelos pretos revoltos e brilhantes.

-Antes de mais nada, me responda o que você estava fazendo lá. - Ele disse, encarando-a.

-E-eu... Bom... eu não sei porque aquele maluco me sequestrou... mas ele disse algo como sacrificar algo dos Deuses... ele era louco... - Ela disse de cabeça baixa.

-Entendo. - Ele deu um sorriso reconfortante – Sente-se. Qual o seu nome?

-Dahna (Pronuncia-se Dâhná). Dahna Aust.

-Não é nome de elfo, mas é sobrenome elfo... - Disse ele, franzindo o cenho, levemente distraído. - Você cresceu entre humanos, certo?

-Sim. Sou... sou meio-elfa.

-Sei... - Ele sorriu cativantemente novamente. - Você tem casa? Onde você mora?

-Bem... é difícil de explicar mas não, não tenho uma casa. Vivo no mundo, o céu é meu teto... Prefiro não falar sobre antes disso.

-Viajante, não é?

-Sim... - Ela olhava para os cantos como se lembrasse de algo de muito tempo atrás...

-Bom, meu nome Hyo (Pronuncia-se Riiô). Aquele outro é Chrono (pronuncia-se Crono). Não se preocupe, às vezes ele é meio mal-humorado, mas ele é um cara legal. - Acrescentou, rindo.

Aquele sorriso fazia bem à Dahna. Era reconfortante.

-Bem... Você vai viajar conosco. - Ele disse, desviando os olhos por um instante.

-Como? - Ela perguntou, incrédula, sem saber o porquê daquilo.

-Me desculpe, mas você deve ir conosco. - Ele disse firmemente, mas ainda em baixo tom.

-M-mas...mas... - Ela procurava algo para dizer, para que pudesse resistir àquela... ordem? Sugestão? Não, não; procurava um argumento para resistir a vontade de ir.

-Entenda. Não faremos mal a você. Juro – Agora ele olhava diretamente nos olhos dela. - Você tem a minha palavra.

Ela não ousou mais desconfiar da palavra dele... Seus olhos não mentiam. - T-tudo bem... mas... por que?

Ele suspirou e desviou o olhar novamente – Er... bem... você já teve a estranha sensação de que alguém quer te dizer algo mas não consegue?

- Uhm... acho que sim.

- Pois é. Esse alguém conseguiu me dizer, através de um sonho, que você deve vir conosco.

Ela franziu a testa.

- O sonho foi sobre você. Você deve vir comigo para acharmos uma amigo que vai revelar o que quis dizer exatamente aquela visão. - Ele levantou – Agora, vá dormir. O seu quarto é o terceiro a direita do primeiro andar. - Continuou andando – O quarto meu e de Chrono é ao lado do seu. Se precisar de algo, é só chamar. - Virou-se rapidamente – Eu ficarei atento. – Piscou para ela, divertido, e subiu as escadas.

Ela olhou para o alto guerreiro que era chamado de Chrono. Ele estava bebendo silenciosamente, com um sorriso na face, enquanto ouvia uma história de um outro homem.

Balançou a cabeça e foi dormir. Era muita informação para um dia só, pior ainda se ela não dormisse direito.

- - -

Chrono acordou com uma leve dor de cabeça, resultado de um pequeno excesso no dia anterior. Levantou-se e viu que Hyo já tinha acordado. Vestiu seus trajes de viagem e colocou sua armadura e desceu para o bar. Provavelmente ele estaria ali.

Dahna já estava acordada quando ouviu alguém bater na porta. Levantou rapidamente e abriu um pouco a porta. Era Hyo.

Ele abriu a porta completamente. - Vem comer... Oh, desculpe – Ele emendou, levemente corado e sem jeito, ao ver que ela ainda estava com roupas de dormir. - Vista uma roupa de viagem e desça pro bar. - Fechou a porta e saiu.

Ela se vestiu e desceu. Ao chegar lá, viu Chrono e Hyo conversando alegremente. Ela se juntou timidamente.

-Oi...

-Oi, Dahna. Coma a vontade, Nós pagamos. – Hyo disse – Pra compensar a viagem. - Disse, num tom leve.

-Porque ela vai viajar com a gente? - Chrono disse, num tom indelicado. Delicado, ele não era.

Hyo deu um olhar muito significativo para ele – Depois conversamos sobre isso...

Chrono entendeu. Bobo ele também não era. – Então tá. - Disse e enfiou um pedaço de pão na boca, seguido por um longo gole de vinho.

Hyo tinha no prato alguns pães, um pedaço generoso de queijo, um pouco de mel e alguns docinhos, com um copo de suco ao lado. Chrono tinha uma quantidade abissal de comida no prato: Pães, três tipos de queijo, torradas, muito mel, doces, salgados, talvez até algo amargo ou azedo também, uma coxa de galinha e uma garrafa gigante de vinho do lado. Dahna olhou assustada para aquele monte de comida. Demorou um tempo pra absorver a imagem de tanta comida que tinha no prato dele.

-Ei, olhar pra o prato dos outros é falta de educação! - Disse Chrono, com uma cara feia, defendendo sua propriedade.

-Calma Chrono, não vamos criar outra confusão por causa de comida... - Hyo disse sorrindo.

-Ah...

-Confusão por comida?

-É... - Disse Chrono, vermelho.

-Deixa eu te contar...

- - - FLASHBACK - - -

Um Chrono muito jovem comia como um monstro, enquanto Hyo brincava com sua comida.

Hyo usou um truque para mexer o prato. Chrono parou de comer e olhou assustado para o prato flutuante.

-HYO NÃO COME ISSO QUE TÁ ENFEITIÇADO!

Hyo iria rir, se o guerreiro não pegasse o prato e jogasse longe, porventura acertando a cabeça de um meio-orc brutamontes. Hyo normalmente convenceria o grandão a não brigar, mas resolveu deixar Chrono se resolver sozinho.

-Ah, agora se vire. Pense, e pense rápido.

Chrono olhou assustado para os lados (pensar rápido não é com ele), e então levantou o seu prato estupidamente cheio de comida e jogou pra cima.

-GUERRA DE COMIDAAAAAAAA!

- - - FIM DO FLASHBACK - - -

-... E imagine o resto por você mesma...

Dahna dava uma risada gostosa. Chrono estava corado e de cara fechada.

-Mas a gente resolveu a confusão toda!

-Ah, claro. Exceto pelo fato de que o velho anão rabugento colocou a gente pra limpar tudo.

Dahna ria tanto que estava quase esquecendo de comer. Ela demorou um pouco pra se recompor, mas logo fez um prato bem cheio, mas muito mais educado do que o de Chrono; colocou pão, um pedaço de queijo, uma torrada, um pedaço pequeno de carne e compartilhou o vinho de Chrono. Ela comia ainda rindo de Chrono, que já esquecera de tudo e atacava sem piedade a comida. Hyo fazia a comida levitar até a boca dele, em pequenos pedaços.

Chrono olhou pra ele. - Esse é o mal dos magos. Todos são preguiçosos. Olha só pra esse aí: não quer nem usar o garfo e a faca.

Hyo olhou divertidamente para um pedaço de pão que mergulhava no mel – Primeiro, eu não sou mago, sou feiticeiro -- quantas vezes vou te explicar isso? Segundo, não sou preguiçoso e você sabe disso... Tudo bem, só um pouquinho. E terceiro, eu não estou usando garfo e faca porque tenho outra coisa para usar; Já você usa o garfo e a faca porque não tem mais nada pra usar, já que de garfo e faca você não entende nada!

Os dois deram uma gargalhada.

Dahna sentia que era como se ela conhecesse há muito aqueles dois.

Hyo terminou de comer e limpou o prato com a mesma magia com a qual estava comendo.

-Com licença, vou me vestir. Quando terminarem, me esperem na saída. - Ele olhou para Chrono com um sorriso debochado – Vê se não arruma confusão aqui!

Chrono sorriu ao ver o amigo saindo – Muito bom amigo ele. - Disse sem se virar – Meio estranho de vez em quando, mas é um bom amigo. E não se engane; Ele luta muito bem. Além de usar aquelas magias dele.

Eles terminaram de comer enquanto conversavam animadamente. Eles saíram e ficaram na saída, esperando Hyo.

Ele chegou um pouco depois, com uma capa cobrindo todo o seu corpo e carregando uma lança curta.

-Vamos.

Eles partiram. Dahna, a pedido de Hyo, ficou bem perto deles. Era primavera, um dos primeiros dias. O sol brilhava, e a neve já estava quase completamente derretida.

Dahna conversava com os dois companheiros.

-Então... Qual a idade de vocês? Vocês parecem bem jovens...

-Eu tenho 23 – Disse Chrono.

-Eu... Tenho 20... e você?

-Eu tenho 19... sou meia-elfa, então isso deve ser muito pouco.

-Que nada. Vocês só vivem uns dez ou vinte anos a mais do que nós. - Chrono falou, não muito polidamente.

Continuaram, conversando.

De repente, Hyo parou de falar. - Shhhh. - Ele olhava em volta; seus ouvidos, apurados para os de um humano, detectaram algum som.

-O que foi? - perguntou Chrono, em voz baixa.

-Inimigos. Dahna, fique perto de mim.

-De onde eles vêm?

-Não sei. - Ele estreitou os olhos - Tem algo de estranho com eles...

Chrono tirou seu arco das costas e preparou uma flecha. Hyo começou a murmurar um encantamento.

Continua...


Então... o que será? Quem vai atacar? E o que Hyo quis dizer com "Tem algo de estranh com eles"? confira no próximo episódio!

Élfica: Procedente de elfos.

Meia-Elfa: Ser humanóide meio-humano e meio-elfo, mestiço, filho de um(a) elfo(a) com um(a) humano(a).