A Última Ameaça
Forever Stars
Disclaimer: "Sailor Moon e seu grupo pertencem a Naoko Takeuchi. Fora o grupo original de Sailor moon, todos os outros personagens são de autoria minha (Youko Takabayashi), não os usem sem minha permissão."
"Antes da mão manejar a espada,
Ela deve localizar o inimigo e saber
como enfrentá-lo.
A espada apenas dá o golpe.
A mão quedeve saber se já está
vitoriosa ou perdedora antes dele"
Prólogo
Longas noites ele havia passado, longos dias ele havia esperado, e finalmente o momento chegara. Finalmente iria conhecê-la, finalmente iria ver o rosto que veria todos os dias, durante anos e anos a fio. Disseram-lhe que ela era a mais bela das belas, e assim ele viera confiando naquilo. Mas sua mente não estava somente em sua beleza. Estava também em outros boatos que ouvira no reino. Os boatos de que apenas um único sorriso seu, poderia transformar o mais poderoso dos anjos num bobo apaixonado.
-Será mesmo? – Sorria pensando naquilo. Poderia mesmo existir uma mulher tão bela a ponto de enlouquecer de amores o melhor dos anjos? – Veremos.. – Disse enquanto se dirigia ao palácio real.
O lugar que via era melhor do que haviam descrito. As árvores pareciam mais verdes e vivas, a grama embaixo de seu pé era cheia de orvalho, mesmo ainda sendo noite, os misteriosos 'Demônios Superiores' – como eram chamados os demônios do submundo, que tinham como verdadeira forma a aparência de um humano qualquer e inofensivo – caminhavam normalmente, namorando e rindo, as crianças brincando, como se ele não estivesse ali.
Mas ele sabia que cada um daqueles seres já havia notado sua presença (...) antes mesmo que tivesse chegado.
-Esse lugar com certeza é perigoso... Mas.. Como eu encontro esse palácio? Achei que estava no caminho certo, entretanto...
-Ainda está no caminho certo. – Uma voz infantil se fez ouvir atrás dele – Você que não quer ver.
-Quem é você? – Perguntou virando-se, assustado com a repentina intromissão.
-Eu sou eu. E você? Quem é? – A garota de longos cabelos ondulados castanho-escuros perguntou. Ele viu que ela era a única que usava uma roupa medieval – E o que faz aqui?
-Bem..Eu sou o novo guardião da rainha deste mundo – Ele a viu ficar mais atenta – E..
-Eu já sei disso – Ela falou, cortando-o – O que quero saber é quem é você e o que faz aqui.
-Mas eu já falei. Além disso, o que faz com essa roupa?
-Você não me respondeu. E essa roupa e minha roupa, oras. Não posso usá-la por acaso?
-Claro que pode mas..Não estamos na terra..Você pode usar as roupas de qualquer parte do futuro, como os outros.
-Não sou como os outros. Eu sou eu, eu gosto de acompanhar o ritmo das coisas, e não de ultrapassá-lo.
-Mas você sabe que...
-Claro que vou estar aqui quando esse futuro de que fala chegar. Ainda estarei bem aqui, acompanhando o ritmo das coisas... – Ela falou meio alheia ao espanto dele.
-Você é um fantasma? – Ele acabara de perceber que os dois caminhavam enquanto falavam.
-Talvez..Mas..Acho que sim...
-Como morreu?
-Eu simplesmente não nasci viva.
-Sinto muito..Deve ter sido uma tristeza muito grande para a sua mãe.
-..Não, não foi...Veja, chegamos ao castelo.
-Oh! – Ele olhou para a enorme porta dupla de mármore negro à sua frente – Muito obriga... – Quando olhou para a garota, ela já não estava mais ali - ...Da. Será que era uma ilusão?
Enquanto ele subia a escadaria até os portões, dentro da sala principal uma pequena garotinha estava enfurecida:
-Como querem que eu aceite isto? Estão loucos! Loucos eu digo, mas nenhum de vocês me compreende!
-Majestade...Por favor, recomponha-se!
-Recompor-me? Como querem que faça tal coisa, ingratos? Aceitam que tal calúnia aconteça e querem que me recomponha? Não se dêem o trabalho!
-Mas majestade..
-Querem que o dia de vossas mortes chegue mais cedo? Não? Então não tentem acalmar-me! (...) Um anjo! – Falava enfurecida – Um anjo da Militia! Quem ela pensa que sou? Oh, sim..Eu sei o que ela pensa de mim.. – Olhou para os empregados com desdém, e estes se encolheram de medo – E sei o que os outros pensam também... Todos pensam que não sou digna de confiança! Pensam que sou algum tipo de psicopata que quer matar todos! E isso que pensam. – Sua voz ficou perigosamente calma nessa ultima frase.
Na sala de espera, ao lado da sala principal, ele ouvia os gritos, e achava a dona da voz estranhamente conhecida, mas lembrou-se dos avisos dos outros: "Tudo nela parece estranhamente familiar, embora nunca a tenhamos visto" um deles dissera, e o outro completara "A verdade é que a morte sempre nos acompanha, por isso a achamos tão familiar"
-Ela me parece bem esquentadinha..Ninguém nunca me falou sobre isso..
Calou-se subitamente quando começou a sentir o chão tremer. O barulho dentro da sala cessara totalmente. Olhou ao redor e viu que todos paravam o que estavam fazendo e olhavam para a sala. Alguns falavam abertamente "Vai matar os servos novamente..." como se aquilo fosse a coisa mais natural do mundo.
-Quem vai matar todo mundo?
-Majestade. Está tendo uma crise de consciência – Um dos ministros falou enquanto voltava a ler seu livro –..Sorte que não é nada se comparada a da última vez...
-É mesmo – Uma outra mulher se aproximou para entrar na conversa – E já faz muito tempo que ela não tem uma crise, não é Tomas? – Perguntou ao ministro.
-É verdade..
-E quando foi a última crise dela?
-Hm.. – A mulher parou para pensar um pouco – A última vez que ela teve uma crise fez os dez mundos quase entrarem em colapso.
-Como?
-Não sabia? Para o novo guardião, você está desinformado..A última crise dela só foi parada graças à antiga rainha do segundo mundo, Selenity.
-Mas por que essas 'crises' são chamadas de 'crise de consciência'? – Perguntou apressadamente enquanto via as coisas começarem a quebrar, e alguns demônios mais fracos começarem a se contorcer no chão. O Tomas e a mulher pareciam não sentir nada.
-Porque quando abdicou da eternidade, Selenity criou um bracelete de luz, que prendeu Majestade em estado de êxtase, e com isso uma nova personalidade foi criada.. – Ela fez uma pausa tentando encontrar palavras - Mas essa nova personalidade racional não é a nossa majestade..Por isso às vezes ela tem uma crise dessas, pois é quando seu 'verdadeiro eu' tenta se libertar.
-Mas.. – Tomas continuou – Parece que não adianta..Durante milênios majestade tentou quebrar o bracelete, mas a única coisa que conseguiu foi colocar mais desenhos estranhos no objeto..Prova das magias que usou.
Ele não perderia mais tempo. Já descobrira o que queria e adentrou correndo a sala onde o tremor era consideravelmente mais forte. Quase perdeu o equilíbrio, mas conseguiu se manter e fechou a porta. Lá dentro se espantou com a cena. Uma garotinha estava sentada ao trono, calma e de olhos fechados, como se nada estivesse acontecendo, enquanto seus servos se contorciam de dor e nojo ao ver sua própria carne apodrecendo.
Aqueles servos não tinham salvação, mas sabia de um jeito perfeito de salvar os outros lá fora. Usaria o Mantra de Lúcifer nela e assim iria acalmá-la. Não tinha certeza de que o que faria agora era o mais seguro para si mesmo, mas o faria assim mesmo. Correu o mais rápido que pôde e abraçou-a por trás, começando a sussurrar a magia em seu ouvido. Viu a garota começar a tremer e se contorcer, querendo se livrar dele, mas mesmo assim continuou, desviando os olhos dos demônios no chão, que pareciam sofrer ainda mais cada vez que a garota tremia e se contorcia.
Repentinamente a garota parou de se mover, e os demônios finalmente já não estavam mais ali, a única coisa que restara era um pó estranho. Ficara com medo. E se tivesse matado a garota? Isso era meio impossível, mas era uma possibilidade. Infelizmente o mantra ainda não havia terminado, e uma vez começado, o mantra deveria ir até o fim.
Congelou por um momento, quando a garota – ainda de olhos fechados – falou gentilmente com ele:
-Não se preocupe anjo. Não há como alguém como você me matar... – Um sorriso sincero apareceu em seus lábios – Mas devo admitir que você não é qualquer um. Estou sonolenta..Que magia é essa? Mantra de Lúcifer?
Ela acertara em cheio. Não sabia que um corpo – aparentemente – frágil como aquele podia suportar tamanho poder. Até o próprio lúcifer sucumbira diante da magia que criara. Terminou de recitar o mantra e a garota caiu em seus braços abrindo os olhos em seguida. Haviam duas peculiaridades nela. Em cada lado da cabeça, haviam duas pequenas mechas de cabelo que pareciam chifres e sua íris era totalmente diferente de tudo que já vira até então. Tinha três cores. A pupila, que mais parecia um simples risco duplo, era do mais puro branco, assim como seu globo ocular. As bordas da íris eram lilás claro e finalmente..o que restava da íris era vermelho sangue. Isso deu uma sensação de que as íris daquela garota sangravam eternamente. Uma sensação que fez questão de esquecer assim que pôde.
-O que.. – A garota tocou em seu rosto com a mão esquerda, deixando que ele visse seu bracelete, que por sinal era estranhamente bonito – O que..você planejou colocar em mim com o mantra? Paz..?
-Bem.. – Falou apoiando-a melhor com o outro braço também – Isso também, mas queria te deixar relaxada..Para não correr o risco de ter outra crise.
-Não.. – Ela balançou a cabeça, e seu corpo brilhou por um breve segundo, o que o fez fechar fortemente os olhos. Quando os reabriu, seu olhar já estava um pouco confuso. Seu corpo então começou a mudar. Brilhava um pouco e estava... Crescendo? – Há uma terceira coisa.. – Seus olhos começaram a se fechar contra sua vontade, prova de que a magia funcionava em qualquer um – Não vou conseguir ficar assim por muito tempo, por isso..Escute muito bem.. – Sua voz estava ficando mais baixa, enquanto ela começava a ficar num sono induzido, que os demônios chamavam de 'coma ilusório' – Paz e relaxamento..não são as únicas coisas que me passou.. – Seu cenho franzia enquanto ela tentava manter os olhos abertos o máximo possível.
-E o que eu passei para você além de calma e paz...?
Ela terminara de se transformar, e agora ele estava totalmente hipnotizado. A beleza daquela mulher caída em seus braços não era igual a absolutamente nada do que tinham contado. Ela era uma criança, certo? Então que forma era aquela? "Ela belíssima, mas impediu seu corpo de crescer..Sua aparência será eternamente a de uma criança de dez, onze anos." Eles haviam dito. Mas acabara de descobrir que ela não era assim. Em todo caso, manteria essa 'nova forma' que descobrira em total segredo.
-Minha forma não é importante..Você...deve..saber que..vo..cê..me passou...a... – Ela dormira. Seu corpo foi mudando de forma rapidamente, e logo ela era novamente a garota de outrora.
-Droga.. – Reclamou consigo mesmo – Nunca tente usar muita magia com o Mantra..Ele por si só já é forte demais..E no final..Acabei passando à ela algo que não estava nos meus planos... – Não sabia por que, mas estava estranhamente preocupado com o que poderia ter acontecido – De qualquer forma..Ela é muito forte mesmo..Ler a minha mente mesmo estando quase em transe...
Depois do estranho ocorrido, mandou outros servos levarem-no até os aposentos da 'Majestade', como ela era chamada. Meio receosos, os servos obedeceram, e pediram perdão à garota inconsciente.
-Escuta.. – Ele chamou um dos servos – Qual o nome dela?
-..Majestade, meu senhor.
-Não, falo do nome mesmo, não de um pronome de tratamento.
-Não podemos falar meu senhor.
-E por que não?
-Porque nenhum de nós teve o prazer de escutar o nome da Majestade, senhor.
-Ela não disse?
-Não..Ela nunca disse.
-Certo..Então, porque você e os outros pediram perdão à ela?
-Por que ela sabe meu senhor! Ela vê tudo senhor. Sabe tudo, está em todos os lugares em todos os momentos..
-Sei.. – Falou incrédulo – Ela sabe tudo é?
-Não blasfeme senhor! – O servo falou afoito – Senão ela pode se vingar!
-Uhum..Sei, sei.. – Falou empurrando o servo que ainda reclamava e gritava. Os gritos não cessaram até ele fechar a porta – Isolação acústica? – Andou novamente até a porta, mas quando tentou abri-la, viu que estava trancado – Droga! Me tranquei do lado de dentro!..Pelo menos eu posso observar como ela vive aqui..
Ele observou e observou. Nada mais que isso, durante três dias seguidos. Estava quase morto de tanto tédio, olhando novamente para a 'Majestade', quando notou algo diferente nela. Seus olhos estavam com um traço mais definido e maduro que antes. O mesmo acontecia com seu queixo e o resto do corpo, por conseguinte. Começou a observar a garota e lembrou-se da noite em que a vira numa forma adulta. Agora que parara para comparar, o busto quase reto da garota à sua frente era totalmente diferente da outra forma...
-Mas o que estou pensando? Ela nem é um ser bom nem nada..Além disso é criança! Isso é pedofilia! – Falou dando leves tapas nas bochechas
Mas perdeu para seus pensamentos e ficou comparando as duas formas durante mais algum tempo. Alguém mais conhecia aquela outra forma? Ou fora apenas uma ilusão criada por ela para fazê-lo ficar confuso? Não pensou muito mais nisso, pois começou a ficar com sono, e adormeceu encostado na cama dela. Era a primeira vez que dormia em dias.
O sonho que estava tendo era muito estranho. Estava em uma espécie de bosque, que emanava uma leve luz prateada, suficiente para iluminar o lugar. Olhou para os lados e viu que estava em uma clareira, e na direção norte podia ver uma trilha, velha, mas que sabia estar em uso constante. Resolveu andar na trilha para ver onde ela ia dar. Mas agora não se lembrava mais por onde tinha vindo, olhava para todos os lados e só via árvores, mas resolveu prestar mais atenção a elas.
Percebia agora que as árvores estavam vivas! Claro que, as plantas eram seres vivos, mas neste caso, a palavra 'vida' era no sentido mais literal possível. As árvores tinham olhos, e o acompanhavam com estes.
-Mas o que...?
-Não pergunte. Elas não podem te responder, a não ser que você seja eu.
-Quem está..aí? – Se espantou novamente ao virar e se ver em outra clareira. Mas nesta havia uma casa e na frente desta um banco branco, onde a menina de quatro dias atrás estava sentada – Você é..A menina que me levou ao castelo!
-Sentiu minha falta? – Ela sorriu – Mas acho que não..Estava entediado, até...
-Bem..Não senti a sua falta, mas..Não estava entediado por sua causa..
-Você estava cansado de observar e comparar – Ela falou alheia à explicação – Então resolvi tirar você do tédio. Desculpe por te colocar no coma.
-Quer dizer que estou num dos famosos coma ilusório?
-Sim, mas é um sonho. – Ela riu um pouco dele – Você nunca esteve em um?
-Não..Nunca..Posso..Me aproximar? – Não sabia o porquê, mas estava receoso da garota.
-Claro que sim. Posso parecer assustadora, mas não mordo. E então..Ainda está entediado?
-Bem..Isso é inusitado..Visto que..Eu preciso estar acordado quando ela acordar..
-Ela quem? – A menina pareceu ficar mais curiosa.
-A 'Majestade'.
-Ah..Sei...
-É..Você a conhece?
-Sim, conheço..Infelizmente.
-Por que infelizmente? Ela me pareceu ser uma boa pessoa..
-Mesmo? – A garota ficara muito feliz com essa resposta. Ele podia ver seus olhos escuros brilhando um pouco mais que antes – E você gostou dela?
-Não sei...Ela não pôde falar muito...e..
-Oh, mas ela fala! Ela sempre fala, você que não escuta, bobo!
-Quem é bobo?
-Você!
-Oras! (...) Mas, de onde você a conhece?
-Eu sempre estive com ela...
-Mesmo?
-É..Mas as pessoas não gostam de nenhuma de nós. Nem de mim, nem dela.
-Acho que eles estão errados.. – Ele sorriu, olhou para a parte mais escura da clareira, e depois fechou os olhos – Ninguém pode dizer que não gosta de alguém ou algo sem antes conhecer.
-...
-Por isso eu acho que você... – Novamente o 'sonho' o surpreendera. Quem estava sentada no mesmo lugar da garota, na mesma posição e olhando para ele já não era a pequena, e sim a Majestade – Mas o que..?
-... – Ela apoiou os cotovelos nas pernas – Continue. Minha atenção é totalmente sua. – Olhou para ele, mas logo olhou para um ponto qualquer e fechou os olhos – ... Meus olhos te incomodam.
-Mas..Mas...Você..Onde está a garota?
-Não vê? – Ela sorriu – Eu sou a garota. Ela é uma das minhas formas.
-...Entendo...
-Vai voltar a falar?
-Hm?
-Eu gosto de ouvir você falar. – Ela o sentiu ficar mais tenso – Não se preocupe. Não estou tentando seduzi-lo. Estou falando sério.
-A conclusão da frase era...'Por isso eu acho que você deveria deixá-los te conhecer, para te compreender.'
-Muitos já me falaram isso, mas as palavras ficam muito melhor quando saem da sua boca, Yuki. – Sentiu novamente ele ficar mais tenso – Não estou falando nada com conotação maliciosa. Não hoje.
-Escuta..é..não sei se posso fazer isso, mas...
-Os servos colocaram na sua cabeça que eu posso tentar te matar do nada? Eles não estão errados. Mas hoje não vou tentar nada. Você não está mentindo, por isso não vou tentar nada com você. Enquanto não mentir estará totalmente seguro.
-Bem..Tenho tantas perguntas..Por onde posso começar..?
-Da que estiver te incomodando mais.
-Essa sua forma..Essa sua forma de agora...Alguém já viu? Ou é só uma ilusão para me enganar?
-Você é a primeira pessoa que está me vendo assim. E não acho que terá mais alguém depois de você.
-E por que..Você me deixou vê-la assim?
-Porque... (...) Alguém precisa conhecer minha verdadeira forma, certo? Mas não conte desta forma a ninguém.
-Não contarei..e..
-Não importa a pergunta, posso responder todas para você.
-Qual... – Yuki hesitou um pouco, mas perguntou ainda assim – Qual o seu nome? – Essa pergunta a fez abrir os olhos e dá-lo um olhar inquisidor - ..P-Perguntei algo errado? – Aqueles olhos o estavam matando.
-..Não – Ela fechou os olhos e virou a cabeça para outro ponto qualquer – Mas não sei se vai gostar do meu nome.
-Não existem nomes feios, nem nada desse tipo.
-Não posso ficar muito mais tempo aqui.
-Por quê?
-Por que sua magia está acabando. Vemo-nos no mundo real.
-Espere! O que... – Tarde demais. Ele já havia voltado ao quarto – Droga... –
Olhou para a garota deitada na cama e ficou observando-a durante um longo tempo. Sua beleza parecia ter aumentado ainda mais, agora que a conhecera melhor. Lembrou-se das palavras que ela dissera, e ficou imaginando se não poderiam ter algo mais nelas, além de conformismo. "Muitos já me falaram isso, mas as palavras ficam muito melhor quando saem da sua boca, Yuki." Ela dissera. Mas sua voz saíra num tom não habitual, para um ser das trevas. Tinha plena consciência de que ela poderia estar mentindo, mas alguma coisa dentro de si afirmava com todas as forças que ela não estava atuando. Neste caso..Ele tivera sim, sentido carinho saindo daquelas palavras, e de uma maneira totalmente aberta.
Sem que pudesse pensar em mais nada, a 'Majestade' começara a se mover lentamente. Abriu um pouco os olhos deixando à vista os orbes castanhos, para ter certeza de onde estava e depois, num súbito, se sentou totalmente ereta na cama:
-Yuki. – Sua voz estava igual à voz de sua forma adulta
-Majestade.
-Por que não recusou a proposta de ser meu guardião quando pode?
-Porque não quis.
-Poderia te matar por ser tão insolente – Riu um pouco – Mas está falando a verdade, então..Nada feito.
-Ainda bem.
A conversa fora interrompida por algumas batidas na porta. Era a camareira que viera arrumar o quarto e avisar a Majestade.
-Majestade.. – Começou receosa – Tem visitas..É..É monssieu Daren.
-Avise-o que já estou descendo – Yuki se espantou ao ouvir novamente a voz da criança.
-S-Sim...Quer que volte mais tarde?
-Quero.
-Sim Majestade... – E a mulher se fora.
-Como você fez isso?
-Isso o que? – A voz dela voltara a ser a voz da mulher
-Trocou de voz..Como se não fosse nada!
-Ah, isso..Não é muito difícil. Agora..Deixe-me ver... – Ela olhou para um enorme armário e este se abriu. Centenas de roupas de todas as épocas estavam ali, e ela olhava para todas, prestando atenção em cada uma – Qual acha que devo usar?
-Bem..Eu..
-Sei..Esse preto está bonito mesmo. Vou vesti-lo! – Viu Yuki se virar – O que está fazendo?
-Estou te dando alguma privacidade.
-Hahahahah! Vocês ainda usam as mãos para se trocar, no nono mundo?
-Bem..Sim..
-Vire-se. – Ela falou séria. Prontamente Yuki atendeu, mesmo estando totalmente vermelho – Agora veja como se faz... – Ela estalou os dedos e sua roupa já não era a de outrora, e sim um lindo vestido preto, embora isso não importasse muito, já que tinha corpo de criança – Viu? Você não morreu.
Ela se divertia com isso. A verdade é que ainda usava as mãos para se trocar também, mas vê-lo desconcertado era incrivelmente prazeroso. Desceu as escadas normalmente e chegando lá embaixo, sentou-se ao trono e disse a Yuki para ficar a seu lado a todo momento. Mandou chamar Daren e quando este entrou, foi logo fazendo uma carranca:
-Então..Esse daí é o anjo?
-...
-Bem, não é lá grande coisa, mas...
-Daren, fale a que veio. – Sua voz voltara novamente a ser de criança.
-Vim avisar que ela está bem e manda novas notícias.
-Que notícias?
-Ela vai mandar Centerei voltar para 27 a.C.
-Era só isso?
-Sim, mas..
-Então vá embora e fique com o seu 'amorzinho'. – Falou enquanto se levantava para ir embora – Vamos Yuki.
-Majestade. – Ele a viu parar – ...Por que se entregou?
-Não é da sua conta.
-Claro que é. Nem comigo, em quem confia tanto foi dessa maneira..e.. – Um enorme jarro quebrou atrás de si – Sinto muito. Não irei interromper.
-É bom mesmo.
Dentro do quarto...
-Yuki.
-Sim?
-A resposta daquela sua pergunta..Sobre o nome...
-O que tem ela?
-Meu nome é...Youko.
Após essa 'revelação' muitos meses se passaram, e Yuki pouco a pouco foi sendo ganho. Os olhos da verdadeira forma de Youko já não mais o incomodavam. Pelo contrário, os achava até bonitos agora. Acostumara-se, pois de duas em duas noites era induzido a dormir e conversava sobre muitas coisas com Youko.
Depois de três anos juntos, Youko conseguiu a transferência permanente de Yuki – A pedido dele – Para o reino das trevas. Ele conseguira convencê-la, e pouco a pouco, ela começara a mostrar sua verdadeira forma para outras pessoas, até que quinze anos depois todos já a conheciam. Mas ela não abrira mão do nome. Apenas ele a chamava de Youko, e somente quando estavam sozinhos.
Um bom tempo se passou e eles acabaram se casando. Ninguém sabia claro, mas Youko insistia em deixar a aliança no dedo, como se fosse uma humana comum. Depois souberam do casamento de Daren e Hinotto, rainha do mundo da luz.
Viviam 'felizes' e Youko, com uma desculpa qualquer, saiu da ativa durante dois anos. Nesse meio tempo, tiveram seu primeiro filho, a quem chamaram Diamont. Este cresceu e foi treinado escondido. Depois de sete anos, Yuki e Youko resolveram contar a todos. Agora estavam oficialmente juntos. E assim tiveram seu segundo filho, Saphiro. Com o passar dos anos, Yuki foi adquirindo a habitual frieza e maldade que todos os demônios têm. Era cruel e acabou descobrindo o maior prazer de um demônio: Torturar e matar. Seus olhos já não tinham mais brilho para ninguém além de Youko. Mas ainda assim era um anjo, pois era carinhoso e amava a parceira como somente um anjo pode amar.
Os anos vieram e passaram, e Yuki começou a definhar. Os anjos não eram imortais. Mas Youko sabia o que fazer. Concedeu a ele a imortalidade, e mesmo a muito custo, ele aceitou.
Passaram-se mil anos e nada além da morte dos filhos aconteceu, até aquele fatídico dia. Youko apresentara Hanna, sua meia-irmã à Yuki. Ela tinha a aparência de alguém de dezenove anos, mas logo pararia de envelhecer. Mais uma vez os anos vieram e se foram, mas chegou o dia em que Hanna descobriu não ser imortal como a irmã. Revoltada, pegou na biblioteca real o livro proibido de magia negra da meia-irmã e apagou todas as lembranças que Yuki tinha dela, para depois fazê-lo se apaixonar por si própria. Isso causou um tremendo ódio por parte de Youko, que jurou torturá-la até a morte por esse erro fatal. Depois de avisar ao reino que este seria lacrado até segunda ordem, foi ao reino da luz falar com Hinotto:
-Daren...Você acha que ela.. – Hinotto falava apreensiva
-Não sei. Talvez tenha perdido o controle novamente..Essas crises dela vêm e vão quando querem..Não podemos impedir...E além disso – Daren parara de falar quando ouviu vários gritos vindos do lado de fora da sala e depois deu um suspiro, recomeçando a falar – Se Hanna colocou um dedo em Yuki, então estamos totalmente ferrados.
-Hinotto... – a porta se abriu com um estrondo – Vim apenas me despedir. Farei uma viagem.
-Mas Youko..Ainda não chegou...
-A hora da morte dela quem escolhe sou eu..Assim como a morte de todos os outros seres. Agora se me der licença...
-Não pode ir! A Terra ainda não está preparada para...
-Sabe Hinotto..A filha de Selenity está na Terra. É bom avisá-la que... Se ela entrar no meu caminho..Vai morrer.
-Yo.. – Já era tarde. Youko fora para o portal dos tempos e já estava a caminho da Terra.
Continua...
Yo! Aqui estou eu, minna..Nossa, tenho estado sumida, não é? É que minhas aulas começaram e eu simplesmente fiquei com um bloqueio mental (é mentira..bem, o que eu falei é uma meia verdade..Mas percebe-se que a HMS ficou paradona, não é...?) Tem uma coisa que eutenho que dizer...Tive que criar uma nova conta, pq senão nunca mais poderiaatualizar as minhas fics..'CÊs nem sabem! O simplesmente não abre maismeu painel de controle..bem, é a vida" Espero que a gente se divirta aqui, dessa vez XD...Ah, sim, sim..estou fazendo um curso Autodidata de Japonêsaqui em casa e...
Interrompendo!
-"O que é um 'Curso Autodidata' tia Youko?"
-Bem, nada mais é que aquele tipo de curso que você compra o livro e aprende por si só, com a cara e a coragem XDDD Não sei se vai dar certo...mas já consegui decorar quase todo o Hiragana hehehehehe Boa sorte pra mim!
-"E por que você não vai pro curso, tia? Você é pobre? XD"
-Ah..Também XDD Sou uma estudante pobretona, além de que as aulas estão me matando (pra vocês terem uma idéia..estou passando o carnaval EM CASA e ainda por cima FAZENDO TRABALHOS! Que absurdo, não? É a vida XDD Bem, voltemos ao Free Talk!
Fim do Interrompendo!
Minha nova turma é ótima. Estou fazendo novas fics, acho que vou fazer uma meio futurística, mas talvez eu só a poste nas férias de inverno (Julho)...Já falei que teremos inverno esse ano? A cidade do Sol terá inverno! Não é o máximo? (Não, não é..Odeio frio..Y.Y) Bem, é a vida..Pleseeeee Comentem! Façam uma ficwriter feliz! E se não gostarem da fic, critiquem! Dêem sugestões! (Sim, podem dar muitas sugestões..minha mãe quer que essa fic vire um livro..Claro que não vou usar os personagens de SM XD, mas eu posso fazer uma outra história baseada nessa hehe)
Bye, bye! Já ne!
