Romeu e Julieta

Proximidades

Capítulo Cinco

E lá estava ela, sentada na beirada da cadeira, apenas esperando seu nome ser chamado. A cada letra com "B", erguia-se na esperança de acabar logo com toda aquela tortura. Ouviu o nome Kurama ser pronunciado...

Calmamente o ruivo se deslocou da sua carteira à mesa do professor, sem deixar transparecer nem sequer uma emoção. Pegou o papel, deixando apenas um meio sorriso surgir no canto de seus lábios.

Botan ainda olhava de esguelha para o garoto, que sentava na sua diagonal, mas cinco carteiras depois. Não ouviu seu nome ser chamado.

Botan... – O professor repetiu.

A garota pareceu finalmente despertar, e olhou para Sakyo que balançava sua prova, de um lado para o outro. Correu até lá, mirando os olhos diretamente no papel, que mostrava em vermelho, sua nota. Pensou que iria chorar.

Agarrou o papel e voltou para sua mesa, estava brava. Não, muito brava. Havia tirado 10, sobre 20! Abaixo da média, e arriscado não conseguir os pontos necessários para passar no bimestre... Sua mãe a mataria.

O sinal bateu, anunciando o início da última aula de terça-feira. Por sorte Keiko havia faltado, o que significava que eles não teriam ensaio naquele dia. Ótimo, morreria mais cedo...

Hei! – Escutou alguém ao seu lado, ergueu levemente a cabeça. –Que foi, Botan?

A menina sentiu as faces queimarem. O que Kurama estava fazendo ali, parado ao seu lado? Seria um sonho?

Botan! – Ele exclamou.

Desculpe... Não estou bem. – Ela respondeu, escondendo a cabeça novamente por dentre os braços debruçados.

O garoto crispou os lábios. Sabia muito bem qual era o "mal estar" dela, assim como da maioria da sala: matemática.

Quanto você tirou?

A menina não respondeu. Não passaria vergonha na frente dele, isso ela se recusava.

Fale.

Silêncio.

Botan, eu quero ajudar. – Em um suspiro, o ruivo disse.

Percebeu que a garota pensava seriamente no que faria. Dava sinais de que pegaria, mas logo em seguida desistia. Por fim, acabou por entregar a prova ao garoto.

Olhou rapidamente a nota, não fora tão ruim assim. Por que estava então chateada? Aquilo ela recuperava, com facilidade. Mas algo nele queria ajudar, com mais do que palavras. Talvez, apenas talvez, quem sabe ela não precisasse de uma aula, especial?

Hum... Ei, Botan... Você não quer, sei lá, uma ou outra aula particular? – Ele viu o rosto da menina levantar. –Eu, bem... Não sou ruim em matemática. Quem sabe hoje, eu possa te dar alguma explicação...

Verdade? – Ela mal pôde disfarçar a alegria. –Digo, mesmo? Não tem problema? A Maya, ela não dará pitis, quer dizer, não ficará com ciúmes?

Kurama riu. Era incrível como a garota ficava ainda mais linda quando sorria. O jeito meigo, alegre... cativante. Abanou a cabeça, não era hora de pensar naquilo.

Sim, verdade. Importa-se de ser hoje? – O garoto reveu as palavras, soou muito urgente - e de certa maneira, era. –Como não temos ensaio, eu pensei que...

Ótimo! – Botan o interrompeu. –Sabe, tenho algumas dúvidas em...

Hum, hum... – Os dois ouviram alguém forçar a voz, em uma falsa tosse. –Senhorita Sendou e senhor Minamino... Os dois, por acaso já notaram minha presença em sala de aula? – Yomi perguntou, chamando a atenção do "casal".

Desculpe... – Botan e Kurama disseram, em uníssono.

Quarenta e cinco minutos... Era esse o tempo da aula de geografia de Yomi. Mas estranhamente, para duas pessoas naquela sala, o horário parecia ter sido triplicado.

A garota de madeixas azuis já mexia insistente na barra de sua saia escolar, nervosa. Enquanto do outro lado, o ruivo rolava o lápis de mão em mão. Olhou mais uma vez para o relógio. Dois minutos...

A última escala geográfica é a de... – Mas um estridente sinal abafou a voz do professor, fazendo os alunos quase que se jogarem porta a fora. Em fim, o término das aulas, ao menos naquele dia.

Vamos? – Kurama perguntou para Botan, que segurou a pasta pela alça, afirmando com a cabeça.

Passaram pelo corredor, lado a lado, despertando a curiosidade e os olhares de todos. Silenciosamente, Botan pediu para que ninguém os atrapalhassem. Chegaram ao lado de fora.

Realmente, a garota tinha que admitir: ir para casa acompanhada do ruivo era, de fato, muita sorte... Não estava acostumada chamar tanta atenção assim Todas as garotas os olhavam, fechando a cara. Mas Kurama podia jurar que os garotos que passavam não estavam gostando de vê-lo com Botan. É, sem nem ao menos perceber, ela chamava sim, atenção.

Botan... Por que você não gosta de matemática?

Não gosto de calcular... Acho que vou ser estilista... Desenho muito calculo nada! – Disse a menina, fazendo careta.

Ei, matemática não é este monstro todo! – Riu ele. –Eu até gosto, mas, prefiro português. Talvez eu faça direito.

Direito? – Ela indagou. –Nossa! Acho que não tenho paciência para essas coisas... Se bem que gosto de interpretação...

Hum... Se você se tornar estilista, quero que desenhe uma roupa bem da moda para mim, ouviu?

E se você se tornar advogado, quero que me ajude caso precise de alguma coisinha no tribunal... Fechado?

Fechado! – Ele exclamou, quase que em um grito, contente.

Os dois riram, e Kurama não teve como deixar de notar - mais uma vez - o sorriso da menina. Os olhos fechados, as bochechas coradas, as mechas de cabelo grudando nos pequeninos lábios róseos... E naquele momento, os mesmos se tornaram atrativos a ele.

Ao longe, um garoto de cabelos castanhos observava atento a aquela cena. Se antes já não gostava do ruivo, agora pegara mais antipatia por ele. Koenma fechou o rosto, como Botan se deixara ser "fisgada" por aquele conquistador barato? Não, impossível. Ele tinha certeza que a garota lhe dirigia olhares muito mais significativos do que para Kurama.

Mas, mesmo assim, não era nem um pouco confortável vê-la na companhia dele. O garoto deixou soltar um suspiro, se não agisse logo, poderia perde-la...

Kurama...

Hum?

Você tem certeza que não tem problema? A Maya, ela não vai ficar brava? – Perguntou ela, preocupada.

Ela não tem o porque de ficar brava. Simplesmente estou ajudando uma amiga em uma matéria qual não é boa. – O ruivo mostrou-se relativamente bravo. Estava odiando os "shows" que a namorada ultimamente resolvera dar.

Botan sorriu, um sorriso meio triste, meio aliviado. Era bom saber que Kurama não estava tão preocupado com Maya, mas a palavra amiga, de certa forma, a deixara magoada. A garota balançou a cabeça, atraído a atenção do menino, que perguntou "O que é isso?".

Nada não. Só afastando pensamentos estranhos.

Também tenho essa mania. – Comentou ele. –Balanço a cabeça quando algo me preocupa.

No meu caso é a prova de matemática! – Mentiu ela, parando defronte a uma casa triplex cor de salmão. –Chegamos!

Kurama olhou para a casa. Já estivera ali, no dia que entregara a bolsa a Botan. Ele sorriu, aquele dia havia sido engraçado e especial. Mas hoje, quem sabe, não entraria no quarto dela? Suas faces coraram com o pensamento. Mais no que ele estava pensando?

Cheguei! – Disse ela. –Mãe, trousse um amigo!

A menina já foi retirando os sapatos, enquanto mostrava para Kurama as pantufas de visitas.

Mãe? – Perguntou, vendo que a mesma não respondera. Foi até a cozinha, se ela tivesse saído deixaria um recado para ela, colado à geladeira. E lá estava o bilhete.

Ninguém em casa?

Não. Só nós. – Botan respondeu, colocando o bilhete sobre a mesa. Ótimo, estaria sozinha com Kurama.

Um arrepio percorreu as costas da menina, eriçando os pelos da nuca. Se sacudiu, espantando o calafrio.

Está com fome?

Não. – Ele respondeu.

Então podemos subir. Vamos? – O garoto a seguiu, enquanto ela subia as escadas, saltitando. Entraram no primeiro quarto, quase que de frente para a escada.

Cor-de-rosa. Essa foi a primeira coisa que veio a mente do garoto ao entrar no quarto da amiga. As paredes peroladas, com uma textura colorida pegando uma das paredes, o cor-de-rosa estava quase que em tudo, assim como o branco. Os móveis marfins, cheios de portas retratos e ursos de pelúcia, deixavam o quarto ainda mais com a cara de um cômodo de uma casa de bonecas. Agora, já sabia o que dar para ela no aniversário: um urso de pelúcia, com uma extravagante fita cor-de-rosa.

Ali. – Botan indicou uma mesinha, com quatro pufes. –Pode se sentar.

Kurama concordou com um aceno, retirando os livros de dentro da mochila. É, ser bom em matemática até que não era tão ruim assim.

E então? Qual sua dúvida?

Tudo! – Brandiu ela, abanando as mãos acima da cabeça.

Impossível. –Kurama riu-se. –Vamos. Sabe as fórmulas?

Sei.

De equações de segundo grau?

Aham.

Sabe o delta?

Botan cerrou os olhos.

Olha, não sou tão burra assim não. Estou no segundo ano, e não na oitava!

Viu? Então não tem dúvida em tudo! – Kurama exclamou.

Não. A verdade é que fico nervosa, daí eu me embolo toda. Não vejo os números e incógnitas, troco sinais, faço bobagens.

Então o que você tem que contratar é um professor de yôga! – Brincou o ruivo.

Chato...

Mas uma aula a mais não faz mal. – Os dois sorriram.

E assim a aula prosseguiu, com Kurama explicando e Botan prestando atenção, mas fazendo pequenas brincadeirinhas para descontrair, de vez em quando. Estavam no meio de Semelhanças de Triângulos quando o relógio de pulso da menina apitou.

O que? Mas já são cinco e meia? – Ela surpreendeu-se. Pensara não ter passado nem uma hora! E olha que estavam estudando desde as três, três e quinze!

É melhor eu ir. Não disse para minha mãe que vinha para cá.

Está bem, deixa que eu te ajudo a arrumar o material. – Ofereceu-se a garota, indo pegar o lápis, mas acabou com a mão debaixo da de Kurama.

Botan sentiu o rosto queimar, sabia que estava ficando vermelha. Olhou para o garoto, que também estava corado. Desviou o rápido os olhos, retirando ao mesmo tempo a mão de debaixo da dele.

Os dois ficaram em um silêncio mortal e ensurdecedor por alguns minutos. O rapaz ainda pensou em dizer alguma coisa, mas desistira. Desceram as escadas, mas quando a garota passou por ele, para abrir a porta, ele não agüentou.

Botan. – Kurama chamou, puxando-a pelo braço, forçando-a a ficar em frente a ele. –Por que não me encara?

Mas eu te encaro. – Ela respondeu, com os olhos na cadeira.

Não, não encara.

Sim, eu encaro! – A garota falou, já nervosa. Os quartzos fitaram as esmeraldas.

Eu não mordo...

Novamente o calafrio percorreu o corpo da menina. A última frase do garoto havia saído vagarosa e morna. O hálito quente batendo contra a face alva e corada de Botan, os lábios entreabertos de forma convidativa.

Kurama engoliu em seco. Passou a língua pelos próprios lábios, afim de umedece-los para em seguida pressiona-los contra os de Botan. Os olhos, mirando dos lábios aos olhos da menina, acabaram se fechando enquanto percorria o curto caminho que separava seus rostos. Sentiu que Botan livrara-se de suas mãos, colocando as dela delicadamente sobre o pescoço e rosto do jovem. Faltava pouco... Muito pouco, quando um barulhinho foi ouvido.

Seu celular.

A vontade do ruivo foi a de nunca ter tido celular na vida. Arrancou o objeto do bolso e atendeu, com a voz brava:

Alô?

KURAMA! ONDE VOCÊ ESTÁ? – A voz estridente e fina de Maya pôde ser ouvida até mesmo por Botan, que se distanciara do garoto.

Na...

NÃO QUERO SABER! ESTOU INDO PARA SUA CASA! E É BOM QUE ESTEJA LÁ PARA ME RECEBER! – E assim desligou o telefone.

Os olhos, expressando uma angústia misturada com raiva, fitavam o celular. Kurama soltou um suspiro enquanto pousava os olhos na garota, que agora estava a dois metros de distância dele.

Botan, eu...

Mais que coisa! – Ela disse, em seu costumeiro tom alegre. – É melhor ir, Kurama! Senão vira patê.

Ele abriu a boca, queria falar sobre o "quase beijo" que acontecera há menos de dois minutos, mas foi interrompido:

Corre! Quê que você ta esperando? – Botan já estava segurando a porta, aberta.

Mas...

Tchau! – Ela disse, sorrindo enquanto o garoto passava por ela. –Até amanhã e obrigada pela aula!

Hum... Até...

E assim a porta foi fechada, com a garota deslizando junto dela, até sentar no chão. Tocou os lábios. Se o celular não tivesse tocado, eles se beijariam. Só de pensar em como deveria ser ter os lábios contra os de Kurama, o coração acelerou gradativamente. As faces, já vermelhas, esquentam-se ainda mais e um sorriso curvou os lábios da garota, enquanto sussurrava um nome:

Kurama...

Continua...

Nota da Autora: DESCULPA!

DESCULPA! DESCULPA! DESCULPA!

Gente, sem noção! Um mês sem postar! .

Mas dessa vez o caso foi sério: meu PC resolveu pifar, de vez e todo! O teclado tava quebrado e eu pensando que tava desconfigurado; o ventiladorzinho da torre tava com problema; a tela tava congelando; a internet tava travando...

Viram, que horror? T.T Foi sem querer, se não fosse isso, o capítulo já teria sido postado a MT tempo... Espero que alguém ainda esteja lendo isso... EU NÃO DESISTI DA FIC! Por favor, não parem de ler! TT

Comentários:

Morgana the Witch: Obrigada por ter gostado, e desculpa a demora... Nya,daki a pouco ela desencana!

Bianca Potter: Demorou mt... Mas saiu! Logo, logo o K-kun (q intimidade! XD) perceberá! Bem, talvez nem tão logo, mas ele perceberá!

Andrômeda´s Chain: Huahau Amei a idéia de xutar os dois para dentro de um armário! XD Vc eh louka? Nya, eu tbm sou! VIVA AS LOUCAS/o/

Madam Spooky: Fala Madam! Pois é, agora o coração dela tah balançando... Mas um pouquinho e ela vê de quem gosta! Heheh A cena do fora jah vem! Aguarde!

Asukaa: MIGA! To mt feliz por vc ter comentado na minha fic! E, se o Koenma gosta da Botan... verá em breve! \o/

Megawinsone: Oix! Ainda não é bem um ciúmes, mas jah é, digamos, uma preocupaçãozinha... hehehe Aguarde!

Akari-chan: OI! O.O Uma fã de yaoi (mas minha migha! XD) leu! . FIM DO MUNDO! Heheh Obrigada por ter lido! E vlw pelos elogios!

Ayumi-tenshi: MIGUXA! Uauha Pô, mas se ainda fosse esquentar a água na chaleira, ia demora mt... u.u" Mas... Eu deixo vc usar esses personagens!

CaHh Kinomoto: Oi p/ vc! Q bom q gostou! Sim... q sonho! O Água fria nela! XDD Hehhe espero q este cap tbm esteje bem!

Yura no Leo: Bigadinha!Mas ainda vai demorar um pouquinho para acabar! XD E eu crente q ia ser rápido! XDD

Yukyuno Hikari: OIX! Sua reviw non tah tosca... Soh d vc dxar uma, jah to happy! Mas, sim! Kurama vendo Botan de pijama... Nuss... Me aguarde, pois ainda terá umas coisinhas, digamos, engraçadas! XD

Bjoks a todos q lêem e comentam! E até mesmo p/ vc. Eh, para vc q lê e non comenta.. u.u"

Teella