Capitulo onze – Não diga me diga adeus.

-Como foi o seu natal, Amante, querido? – perguntou Sirius abraçando o amigo. – Sentiu minha falta?

-Ei, me solta. – disse Remo afastando-se dele. – Normal. – respondeu assim que ficou bem longe de Sirius. – O seu?

-O costumeiro inferno de sempre. – respondeu Sirius. – Pior ainda por que a Andy não apareceu.

-A Andrômeda? – perguntou Remo. – O que aconteceu?

-Casou com um trouxa. Ted Tonks. – disse Sirius. – Faz mais que dois anos. Já têm uma filha até.

-Hm... Legal... – ele se virou para outro amigo.

Tiago estava encostado em um canto da cabine, com o olhar distante.

-O que houve, Pontas? – perguntou Remo.

Tiago desviou o olhar perdido para o amigo.

-Ah... Nada...

Sirius riu.

-É por que o amor da vida dele ainda não chegou. – disse ele.

-Não enche, Siri... us.

A porta se abriu. Lily estava segurando-a, ofegante.

-Ah... Oi gente.

Tiago sorriu. Ele se levantou e puxou-a para fora da cabine. O único rastro de Lily foi seu malão, que ficou no meio do corredor. Remo enfeitiçou-o com a varinha e o fez parar no bagageiro.

Tiago continuou puxando Lily através do corredor do trem, e enquanto eles passavam, várias garotas olhavam com despeito.

-Aonde nós vamos? – perguntou Lily.

-Só to procurando uma cabine vazia. – disse ele. E quando chegaram no final do trem finalmente encontraram uma.

Ele se sentou, e Lily se sentou no banco oposto. Estava nervosa.

-E então? Como foi o Natal? Conseguiu sobreviver sem mim?

-Como você é presunçoso! – ela exclamou, fingindo indignação.

-E não é isso que você gosta em mim? A presunção?

Ela fingiu mais indignação ainda.

-Então agora é minha vez de perguntar, o que faz você gostar de mim? – perguntou ele.

-Ahh... Depois daquele seu discurso não sei se vou conseguir te barrar. – argumentou ela, corada.

-Tente.

-Então... Talvez seja por que você me salva e no fim eu acabo te salvando. – ela disse.

Ele riu.

-Se você não consegue fazer melhor.

-Qual é, Potter? – perguntou Lily. – Vai desdenhar de mim?

-Nunca... – ele disse e riu ainda mais.

-Ora pare de rir! – disse ela aborrecida.

Ele continuou a rir, e ela ficou mais irritada ainda.

-Ah, Tiago, você sabe... – ela fez uma pausa. – Eu te amo.

-Obrigado! – agradeceu ele rindo.

Lily ficou observando-o por um momento.

-Será que não dá pra você parar de rir?

-Só tem uma coisa capaz de ofuscar o meu sorriso. – ele disse, sorrindo de um jeito pervertido.

Lily percebeu aquele sorriso e ficou rubra.

-E o que é?

Então ele a beijou. Lily sentiu que ele se aprofundava cada vez mais, e foi se deixando levar. De repente ela abriu os olhos e se lembrou de uma coisa.

-Espera...

Ela se levantou e fechou as cortinas.

-Ô, Lily, sabia que no fundo você era pervertida.

-Não é nada disso que você está pensando. – ela disse.

-Então, já que você não faz questão... – e ele se virou.

-E se não fizer?

-Eu sei que faz. – disse ele se voltando para ela e beijando-a de novo.

XX

-Aqueles dois devem estar se divertindo. – comentou Sirius. – Pensei que a Lily não ia ceder tão rápido assim.

-O que você quer dizer? – perguntou Remo.

-Ah, você sabe...

Remo continuou encarando para ele.

-Meu Merlin, essa geração me envergonha. – ele suspirou e continuou: - Onde você acha que os dois estão agora?

Remo deu de ombros.

-No banheiro talvez... – disse Sirius. – Numa cabine com as cortinas fechadas...

-Sirius, pare de sugerir bobagens. – disse Remo. – Não acho que a Lily...

Sirius deu de ombros.

-Se você não acha... Fazer o que?

XX

Os dois voltaram ao corredor, que agora estava bem menos movimentado.

-Temos sorte de nenhum monitor ter nos pegado. – disse Lily.

Tiago riu.

-Eu conheço todos os monitores de Hogwarts.

Lily olhou para ele e ergueu a sobrancelha.

-O que você está querendo dizer com isso?

Ele riu.

-Você sabe. Nunca me pegam, então...

-Nunca te pegam? Você já viu o tanto de ocorrências sobre você e seus amigos que tem nos arquivos do Filch?

Ele gargalhou gostosamente.

-Nós batemos qualquer recorde. Duvido que nos alcancem mesmo daqui uns 200 anos. – disse Tiago orgulhoso.

-Se você acha que isso é motivo de orgulho...

-Mas isso realmente é motivo de orgulho.

Lily riu. Ele riu de volta e os dois entraram na cabine dos Marotos rindo.

-Qual é a graça? – perguntou Sirius. – Estava tão bom assim?

-Não enche, Almofadinhas. – resmungou Tiago.

Sirius riu.

-Relaxa. – disse ele. – Mas que isso fique claro entre nós três. – disse olhando para Lily, Tiago e apontando a si mesmo. – Você – disse enquanto olhava Lily – é a amante – e olhou para Tiago. – ele continua sendo o meu marido.

Tiago revirou os olhos.

-Então vamos nos separar.

Sirius fingiu retirar um punhal imaginário do peito.

-Quem sou eu sem você? – perguntou, olhando nos olhos do amigo.

-Almofadinhas, cê ta exagerando. – disse ele e comentou baixinho: - De novo...

Ele deu de ombros.

-Será que agora que essa aí entrou você esqueceu a nossa essência? – perguntou Sirius.

Tiago riu e disse:

-Nunca. – disse ele, sorrindo.

-É ISSO AÍ! – berraram os dois.

Lily riu e olhou para Remo.

-A costumeira animação dos Marotos.

Remo sorriu.

-Pois é.

X

E logo na manhã seguinte as aulas recomeçaram. Lily achava cansativo isso de chegar a Hogwarts um dia e ter aula no outro, mas já se acostumara com o fato. O único fato que ela ainda não aceitara era que a primeira aula era Transfiguração, e ela continuava um lixo na matéria, que era a única em que ela se dava tão mal.

-Não se preocupe. – disse Tiago, que estava sentado ao seu lado, pegando na mão dela. – Eu te ajudo.

Lily deu um sorriso pálido para o namorado. Se conseguisse uma nota Aceitável no N.I.E.M. se sentiria mais feliz. Não que fosse ficar satisfeita com esse tipo de nota, mas isso era outra coisa que já aceitara - seu futuro em Transfiguração.

-O Pontas já disse. – falou Sirius. – Não precisa se preocupar. Afinal é Transfiguração. – observou ele, como se Lily não soubesse a matéria. – e Transfiguração é a coisa mais fácil que exis...

-Black! Potter! Evans! Parem de tagarelar! – ralhou a Profª. McGonagall. – Dez pontos à menos da Grifinória!

Sirius fez uma cara de quem acabara de ser apunhalado.

-Nós ralamos tanto pra conseguir esses pontos... – cochichou quando a professora não estava olhando.

Tiago assentiu. Estava com uma expressão igual.

Lily riu dos dois. Não que ela não achasse a Copa das Casas importante, mas os meninos eram sempre tão competitivos. Ainda mais os Marotos. Para eles era sagrado vencer da Sonserina (e de todas as outras Casas também) em tudo. E é claro que Lily concordava até certo ponto. Não lhe agradava muito a sensação de derrota, mas ela já estava acostumada com ela. Isto é, antes de começar a andar com eles, que se colocavam no pedestal (pelo menos os 'líderes', Tiago e Sirius).

Logo aquela expressão já estava desfeita dos rostos dos dois Marotos, por eles estarem rindo de uma peça de mau gosto que fizeram com Snape.

-Lily! Espere!

-Quantas vezes eu tenho que te pedir pra parar? – perguntou ela, estressada.

-Mas... Mas eu achei que você não estava olhando! – argumentou Tiago, como se estivesse certo.

-Quer dizer que você faz isso com os outros pelas minhas costas?

Tiago congelou. Sirius, logo após soltar um gemido de dor, cochichou para ele:

-Mandou mal...

Mas Tiago não ouviu o que o amigo disse. Só correu para alcançar Lily novamente. Ele chegou de mansinho e colocou uma mecha do cabelo dela para trás da orelha, delicadamente.

-Lily... – disse ele, numa voz mansa. – Me desculpe... Eu sinto muito mesmo. Não vamos deixar que o ranhoso estrague a nossa relação.

-Não foi ele que estragou. Foi você.

-LILY, espere! – ele implorou. Ela olhou para trás. Tiago parecia desesperado. – Por favor, não brigue comigo por causa disso. Você não pode me obrigar a ser quem eu não sou.

Ela parou.

-Você tem razão. – e recomeçou a andar.

-O que eu disse de errado agora? – perguntou ele, cada vez mais desesperado.

Ela parou de andar novamente.

-E-eu... Eu gostaria de ser aquele que você quer que eu seja. – ele disse. – Mas eu sinto muito se não posso alcançar as suas expectativas. Eu tento. E cada vez que isso acontece... Cada vez que você briga comigo por não aceitar o meu jeito... Dói. Dói lá no fundo. – disse, colocando uma mão no peito.

Ela parou para encará-lo. Sua expressão estava levemente contorcida de dor. E ele parecia realmente estar sentindo dor. Ela continuou sem dizer nada e imóvel. Não sabia o que dizer.

-Eu sinto muito se as coisas vão acabar desse jeito. – ele disse, amargurado, e deu as costas.

Lily sentiu um aperto no peito.

"Dói. Dói lá no fundo".

Lágrimas começaram a escorrer pelo seu rosto, invadindo-o, contra sua vontade, e fazendo que sua expressão se contorcesse de dor. O aperto em seu peito ficava cada vez maior.

-Tiago... – murmurou, em voz de choro.

X

E ele deu as costas. E ela não imaginava o tanto que aquilo estava doendo nele. Tiago sentiu como se o céu estivesse nublando. Como o chão estivesse caindo. Sentiu uma secura na garganta e um aperto no peito como jamais sentira. E começou a chorar.

"O que é isso?" – pensou enxugando as lágrimas. – "Eu não posso estar chorando...".

X

Choram as rosas
Porque não quero estar aqui
Sem seu perfume
Porque já sei que te perdi
E entre outras coisas
Eu choro por ti

X

N/A: Sobre o parágrafo final. Digo, essa música ai. Eu não resisti. Não, eu não sou fã de Bruno e Marrone, e nem Sertaneja (só as vezes... hehe, momentos de carência gente, me compreendam!).

Mas vcs já devem imaginar qual música é, não?

É Choram as Rosas...

Ah gente, a letra é legalzinha...

Bem... Sobre a briga dos dois, acho que vocês não esperavam, né?

Mas eu tive que fazer isso...

Não me olhem assim, eu não sou esse monstro...

Mal começaram a namorar já tão brigando... /

Obrigada pelas reviews (JhU Radcliffe), (LeNaHhH), (Tete Chan), (Miss H. Granger), (ArthurCadarn), (Kathy July Malfoy), (tatymoluka).

É isso gente...

Até a próxima!