A Soma de Todos os Medos.
U.A. (I-Kag) No início era só mais um emprego. Depois lhe pareceu um complô. Chegou à conclusão de que sua vida corria risco... Foi quando descobriu que não podia escapar.
Capítulo 3.
Estavam ambos sentados inertes em suas respectivas cadeiras, ao que pareciam horas para Kagome. O meio youkai parecia pensativo e não tinha falado nada em todo o trajeto do carro ou enquanto caminhavam para chegar na sala de máquinas. E a jovem simplesmente não conseguia impedir as milhares de perguntas que rodavam a sua cabeça.
Kagome suspirou pelo que lhe pareceu a enésima vez em uma hora e encarou a tela.
Sesshoumaru tinha feito uma pequena visita há eles algum tempo antes, e este foi o único acontecimento do dia que pareceu tirar o hanyou de seu entorpecimento por alguns instantes.
"Quero um relatório detalhado sobre o ataque de hoje." Ele falara, fitando o meio youkai com atenção. Alguma troca de informação aconteceu entre eles naquele momento, pois Kagome viu Inuyasha bufar e concordar com a cabeça, sem que Sesshoumaru tivesse proferido uma palavra.
"E quero os dois prontos às nove da noite, ao embarcar no avião particular da companhia"
Um relatório detalhado sobre o ataque... Bom... Em tese, era bastante simples de se conseguir isso com o tipo de equipamento que contavam naquele prédio, mas quando se passa isso para o lado prático... Foi a vez de Kagome bufar, irritada, afastando a franja incômoda que insistia em cair nos seus olhos.
Só agora começava a conseguir algum resultado na sua pesquisa, e já estava quase no final do expediente. Inuyasha trabalhava silencioso ao seu lado, especializando-se em encontrar os termos técnicos que identificavam os armamentos que foram usados contra eles. O que apenas conseguia deixá-la mais irritada. Pois ele fazia progressos, ao contrário dela.
Arqueou as sobrancelhas ao ver que chegava ao fim de suas pesquisas. Inclinou-se, inspecionando os textos e se certificando que não esquecera nada. Permitiu-se um sorriso satisfeito e programou o computador para mandar os arquivos para o computador de Sesshoumaru e depois imprimi-los.
"Acabei" anunciou, contendo-se para não parecer muito infantil no seu tom de voz.
"Quem foi o terrorista?"
"Foi... Kikyou Shiyu, passado desconhecido" Inuyasha sentiu-se empalidecer.
"Kikyou?"
"Conhece?" Inuyasha contraiu os lábios, fechando o semblante.
"Conhecia." Respondeu , seco, puxando para si os papéis com os dados que Kagome recolhera. A jovem franziu o cenho, intrigada com a atitude do hanyou. Não que ele parecesse prestar atenção na sua surpresa ou sequer notá-la. Apenas olhava como que hipnotizado para o papel.
'Como ela apareceu no sistema? Tinha sumido...' sentiu a cabeça começar a latejar com o que prometia se tornar uma tremenda enxaqueca 'Escolheu mostrar que ainda está no meio agora, talvez...? Mas por que só agora?'
OoO
"Sua incompetente!" rugiu o homem, furioso, batendo com os punhos na mesa. Kikyou arqueou as sobrancelhas diante da manifestação pouco discreta de Naraku. Não fazia parte de sua personalidade se descontrolar desta maneira.
"Compreenda, Naraku, não foi minha culpa." Naraku apertou a têmpora com os dedos, fechando os olhos em busca de controle.
"Compreenda então, Kikyou, que meu plano não admite falhas e a sua falha pode me causar muitos aborrecimentos."
"Ora, não seja ridículo! Sabe perfeitamente que eles não se deixariam capturar com tanta facilidade, mesmo que aquela garotinha não tivesse me atrapalhado." Kikyou contraiu os dedos, perfurando a palma da mão perfeitamente cuidada com as unhas afiadas. Naraku sorriu diante da demonstração de ira pura de sua sócia.
"De fato" murmurou ele agachando-se na sua frente e obrigando a mão constrita a se abrir "Mas não adiantar rasgar sua pele por causa disso..." Beijou o dorso com cuidado, puxando em seguida um lenço para estancar o ferimento. "Já sabe quem é a mulher?"
"A nova assistente do hanyou?" seus lábios se curvaram em um sorriso irônico
"Se isso é tudo, sua informação não é de muita serventia." Ele se pôs de pé, recostando-se na mesa de madeira maciça e colocando as mãos nos bolsos com displicência
"Já vai longe o tempo em que eu era apenas uma informante..." Naraku suspirou, inclinando a cabeça
"Muito bem..." murmurou ele depois de uma pausa "Visite-a... Faça entender do que se trata o nosso jogo..."
"Quando?"
"Em breve... Vamos ver o que Kagura tem a nos dizer sobre ela primeiro."
"Acha que ela pode ser útil?"
"Possivelmente..." ele sorriu "Provavelmente..."
OoO
Ela estava parada em frente à porta de seu apartamento, olhando para a entrada sem se decidir se o que sentia era medo ou raiva. E isso por que descobria com alguma pontada de pânico que sua porta com pelo menos cinco trancas tinha sido destravada, o alarme desligado e deixada entreaberta, como em um convite mórbido para entrar no que de fato era seu.
Tinha voltado para seu apartamento a fim de organizar os últimos preparativos antes da viajem. Embarcaria em duas horas, o que lhe dava tempo para arrumar sua bagagem e avisar sua família. Só não contava com esse pequeno imprevisto.
Mordeu os lábios enquanto tirava a arma do coldre e engatilhava. Não seria uma presa fácil e se recusava a morrer sem dar algum trabalho ao assassino. O que não significava que ela não estava apavorada. Deu uma última olhadela ao corredor deserto e entrou no apartamento.
"Vejo que já se decidiu a entrar." Comentou a voz vindo do fundo de sua sala. Kagome acendeu as luzes, encontrando a mulher elegante e com uma aparência desconcertantemente parecida com a sua própria sentada em seu sofá.
Com as pernas cruzadas e uma das revistas velhas que Kagome guardava no colo, ela demonstrava apenas tédio. Kagome estacou onde estava, a raiva suplantando todo o receio que poderia ter antes.
"Saia da minha casa."
"Ou...? Pretende chamar a polícia?" Kagome deu um sorriso falso
"Pretendo atirar em você nos próximos dez segundos. Saia" Kikyou riu, levando a mão à garganta, parecendo deliciada com as ameaças.
"Ora, devo admitir que não esperava uma intimação. Permita-me uma apresentação mais adequada." Ela se levantou "Meu nome é Kikyou Shiyu." Kagome pensou nos dados e na reação estranha do hanyou diante das informações que conseguira.
"Isso explica bastante" Kagome cruzou os braços "O que você quer?"
"Você tem alguma idéia da dimensão do problema em que está se colocando?"
"Problema?"
"Ah, então Inuyasha ainda não lhe comunicou? Tão típico..." Kagome fitou a mulher parada a sua frente. Talvez ela pudesse lhe dar algumas respostas, afinal.
"Qual sua ligação com ele?"
"Ah, então ele continua tratando meu nome com reverência? Que gentil da parte dele..."
"Como? Explique-se ou vá embora"
"Fui noiva dele durante algum tempo..." Kagome levantou as sobrancelhas, surpresa
"Suponho que eu não deva lhe informar sobre tudo, mas... Continuando lá, você não vai estar no ambiente mais seguro."
"O que quer dizer com isso?"
"Quero dizer que tanto você quanto sua família pode estar em risco enquanto você estiver lá." Kagome empalideceu, dando um passo para trás. "É só o que posso falar, por enquanto..."
Ela ajeitou a alça da bolsa no ombro e caminhou até a porta
"Pese bem suas opções antes de fazer uma escolha"
Kagome deixou-se cair no sofá. Sentia sua cabeça girar em um turbilhão de pensamentos que só conseguiam lhe deixar mais confusa. Respirou fundo, ordenando a sua mente que parasse para pensar com clareza. Uma ameaça de uma estranha... Será que isso realmente valia? Não podia arriscar...
Pegou o telefone de cima da mesa de canto, tomando uma decisão. Sorriu ao ouvir a voz confortante e calma atender.
"Mama?"
"Olá Kagome, querida. Como você está?"
"Bem, Mama... Estive pensando... Sabe aquela viajem que a senhora queria fazer para o Brasil? Para visitar Souta?"
"Claro, decidimos adiar para o ano que vem."
"Sim, mas eu consegui um aumento e... Você gostaria de ir para lá?"
"É muito gentil de sua parte, querida, mas nós duas sabemos que não estamos com tanto dinheiro assim..." A reprimenda foi feita em um tom suave e Kagome não pode conter um sorriso.
"Eu sei, mas ganhei um bom aumento e faço questão de..."
"Não Kagome..."
"Mama, é importante para mim que você vá... Leve vovô também, eu vou cuidar do templo."
"Tem certeza, querida? Não quero lhe dar nenhum trabalho."
"Não vai ser um trabalho. Você iria, então?"
"Claro, querida. Você é uma boa filha, Kagome..." 'Não tão boa assim...' pensou ela
"Mandarei as passagens e muitos extras para gastar lá, está bem?"
"Claro, Kagome, se você prefere... Então, nos veremos antes da viajem?"
"Sim Mama. Beijos..." desligou, soltando a respiração. Só mais uma ligação para Bankotsu, que com certeza vigiaria sua família durante a viajem, se ela pedisse. Com isso, ganharia tempo para resolver as coisas na empresa e descobrir o que estavam escondendo.
Manteve esse pensamento em mente durante todo o tempo em que fez o trajeto de volta para a empresa, cumprimentando rapidamente os que a acompanhariam na missão antes de procurar sua poltrona e lá se deixar afundar, imersa em seus pensamentos.
OoO
Fizeram a base em uma pequena vila, ligeiramente distante da cidade. Ficaram alojados em um hotel pacato e com ares de chalé. A versão oficial sobre o porquê de eles estarem ali era espionar um terrorista potencial. O que de fato estava acontecendo se desviava um pouco da primeira história. E Kagome sabia disso. Mas não tinha ainda a coragem para um confronto com o hanyou.
Ela estava sentada de costas para a lareira, afastada do grupo enquanto lutava contra o impasse em que se encontrava. Não perguntar nada poderia prejudicar sua família, mas por outro lado, quanto mais ela soubesse, provavelmente mais perigo correria.
Suspirou, levantando-se e anunciando que iria dormir, retirando-se da sala. Seguiu pelo corredor estreito do lugar até o escritório nos fundos da hospedaria, onde sabia que encontraria o hanyou. Realmente, ele estava lá, distraído com um livro enquanto esperava as horas passarem.
"Kagome?" tirou os olhos do volume, erguendo as sobrancelhas "O que faz aqui?"
"Quero respostas" respondeu ela simplesmente enquanto se sentava em frente à escrivaninha e o encarava. Ele suspirou, fechando o livro e pousando-o em cima da mesa. Sesshoumaru estava certo mais uma vez, afinal. Era quase irritante o modo como ele previa cada acontecimento importante.
"O que você quer saber?" questionou, depois de uma pausa. Kagome piscou, surpresa. Não esperava que ele colaborasse de imediato.
"Sobre o ataque de ontem... Aquilo não foi normal."
"Quer dizer sobre o ministro?" ela concordou, o semblante sério e frio
"Se vou me envolver em algo no mínimo suspeito, tenho o direito de saber o que é" Inuyasha passou a mão pelos cabelos, assentindo
"Existe uma outra empresa... Sengoku Jidai... Ela é liderada por um antigo sócio do meu pai. Teoricamente, serve ao país, como a nossa."
"É só uma fachada, certo?"
"É... Ela cria emboscadas contra a Shikon no Tama, claramente em 'guerra' contra nós." O meio youkai se inclinou, espalmando as mãos sobre a mesa enquanto pesava as palavras, o que Sesshoumaru lhe dissera ecoando na cabeça
"Não estou dizendo que conte todos os detalhes do que está acontecendo, mas se ela notar alguma coisa e começar a fazer perguntas... Responda algumas delas..."
"Ela forja ataques e nos força a ir até os lugares, onde nós somos atacados." Continuou "E não há como saber o quando o ataque é real ou não... Basicamente, estamos nas mãos deles"
Kagome massageou a têmpora, pensando nas informações.
"E quanto a Kikyou?" Inuyasha lhe lançou um olhar duro
"Como?" questionou ele secamente. Kagome suspirou, perguntando-se se valia pena começar uma discussão. 'Ela devia estar apenas blefando...' concluiu 'E de qualquer forma, não vai achar minha família, não com as providências que eu tomei' balançou a cabeça e se levantou, preparando-se para deixar o recinto.
"Esqueça" falou, para em seguida sair.
OoO
Na manhã seguinte, Inuyasha prosseguiu com o plano, mandando todos os técnicos para uma direção enquanto ele seguia junto com Sango e Miroku para a outra. Kagome se limitou a lançar um olhar reprovador quando viu os três se afastando do grupo principal, antes de voltar as costas para o hanyou e continuar com a farsa.
O trio foi na direção que Sesshoumaru tinha indicado, andando vários quilômetros até chegar a um casebre isolado. O cheiro já era insuportável nos arredores da cabana. Inuyasha fez uma careta e torceu o nariz.
"Qual o problema, Inuyasha?" questionou Sango, logo atrás dele
"Carne em decomposição..." murmurou ele, forçando-se a seguir. A porta estava parcialmente aberta. Miroku tomou a dianteira e entrou no lugar, só para em seguida voltar atrás, procurando o lenço em um dos bolsos da jaqueta.
"Isso fede!" exclamou ele, escondendo-se atrás da jovem, esta apenas levantando as sobrancelhas diante da atitude pouco séria do outro.
"Ele está morto." Anunciou o hanyou, agachado ao lado do corpo do homem idoso "E olhem para a parede" Miroku seguiu o olhar do meio youkai antes de balançar a cabeça.
"Naraku..." murmurou, começando a caminhar pelo aposento em busca de alguma coisa que tivesse passado despercebido pelos empregados da outra empresa. Sango ainda ficou contemplando por mais alguns instantes a grande aranha marcada a fogo na parede da casa, marca única do adversário.
"É inútil" comentou Inuyasha, levantando-se e se espanando vagamente "Eles não deixariam nada pra trás." Ele foi o primeiro a sair da cabana. "Vamos abortar tudo e dar o fora daqui antes que eles decidam voltar."
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Sesshoumaru apenas entrelaçou os dedos e se recostou na cadeira ao ouvir a notícia. Inuyasha cruzou os braços, parado do outro lado da mesa.
"E agora?" perguntou
"Eles estão na nossa frente. O que eram as informações e o que eles vão fazer com ela nós vamos ver com o tempo."
"Droga, Sesshoumaru! Eles podem tocar horror em todas as nações com isso!"
"E você acha que eu não sei!" rugiu o youkai, olhando com raiva para o irmão. Os dois se encararam por alguns instantes antes do youkai suspirar "Esqueça. Tenho mais uma coisa para te falar... Kikyou invadiu a casa da Kagome ontem."
Inuyasha levantou as sobrancelhas. Isso explicava o ar sombrio da garota no outro dia.
"Não sei detalhes, mas parece que ela foi ameaçada." O hanyou suspirou, passando a mão pelos olhos
"Eu cuido disso."
"Acho bom cuidar mesmo. Boa Noite, Inuyasha." Rin, que estava recostada contra uma parede no fundo do escritório, avançou, parando ao lado do youkai. Esperou o irmão mais novo sair pacientemente.
"Sesshy, não podemos correr o risco de..." Sesshoumaru levantou uma mão
"Eu sei."
"Se ela for embora..." Rin fitou o companheiro "Não vai ter jeito da gente sair disso." Sesshoumaru apoiou a cabeça entre as mãos, respirando fundo. O que quer que Inuyasha fosse fazer, era bom que fosse rápido. Tinha um grande problema nas mãos, e como ele tinha aprendido a duras penas, a tendência era sempre piorar.
OoO
Oi!
Bom depois de séculos sem dar as caras eu estou aqui me perguntando se vocês ainda se lembram da fic XD Esse cap tava pronto há tempos, mas eu não achei tempo pra postar, então acabou atrasando bastante. Já tem mais dois prontos, então não se preocupem, deve sair mais atualisações logo \o A história tá mudando um pouco, mas é só para eu onseguir organizar as idéias. Ainda vai ter o beijo no apartamento, ainda vai ter romance, e acho que poucas alterações nas cenas antigas, o que vai ter maisé cenas inéditas.
Eu não pretendo deletar a história não, pelo menos não em um futuro próximo O.o Apesar das demoras e tudo mais, eu queria terminar essa fic, ela é a minha primeira afinal de contas XD Bom, desculpe pela demora, vou ser mais rápida. E muito obrigada pelos comentários \o/ Que bom que estão gostando, apesar da confusão que eu estou fazendo por aqui hehehe Beijos,
Raya
