- Yu Yu Hakusho e seus personagens pertencem a Yoshihiro Togashi-
Capítulo 08
"O Fim"
Mais de uma semana depois de voltar de viajem, Botan caminhava cabisbaixa pelas ruas, em direção a sua casa. Estava cansada e carregava uma sacola com um filme que havia acabado de alugar. Seus pais haviam saído e só voltariam no dia seguinte. Mas não era nisso que ela pensava enquanto abria a porta de sua casa. Desde que voltara de viajem, a única coisa, ou melhor, a única pessoa na qual conseguia pensar era em Kurama.
Só falara com Keiko desde a viajem, quando ela ligou para sua casa convidando-a para ir ao cinema com Yukina e Shizuru. Mas Botan, deprimida, recusou.
Também não havia ouvido nem sinais do ruivo, e, apesar da vontade, também não perguntara nada para Keiko. Provavelmente, pensou, ele estava passando os dias exatamente como passava antes de conhecê-la. E ela só havia sido mais uma garota, exatamente como aquela Maya.
Entrou em casa, jogando a sacola sobre o sofá em frente à televisão, e subiu as escadas em direção ao seu banheiro, onde tomou uma ducha quente e vestiu uma blusa branca larga que ia até o inicio da coxa e um short preto de ginástica tão curto que nem aparecia sob a blusa. Escovou seus dentes, penteou seus cabelos e deixou uma toalha branca, pequena, sobre as costas.
Desceu a escada, cabisbaixa e se atirou no sofá. Fechou os olhos e suspirou. Lembranças da viajem vieram a sua mente, mas ela tratou de espantá-las, apesar de não obter muito sucesso.
Passara a semana toda mentindo para si mesma que não gostava de Kurama, mas agora tinha de admitir: estava completamente apaixonada. Mas a única coisa que restava era esquecer, afinal, ele não procurou contato à semana toda, e ela não era o tipo de garota que ia correr atrás, pois se ele quisesse tinha certeza de que já teria aparecido.
Sentiu que estava voltando a ficar deprimida, então resolveu colocar o filme que havia alugado. Ligou e assistiu alguns traillers, mas logo se levantou e foi até a cozinha para pegar alguma coisa para comer. Escolheu um pacote de jujubas e voltou para a sala, onde se sentou e já estava abrindo o pacote quando ouviu a campainha tocar.
- Droga... – Suspirou ela, se levantando. Só faltava ser mais alguém querendo vender alguma coisa. Foi até a porta, lentamente, e a abriu, preparada para mandar algum vendedor embora, mas mal conseguiu conter a surpresa ao ver que era Kurama. Sentiu como se seu coração tivesse parado de bater, e em seguida acelerasse a uns quinhentos por segundo.
- Oi. – Disse ele, sorrindo.
Botan não disse nada. Apenas encarava aqueles olhos verdes dos quais tanto sentiu falta. Mas o que ele estaria fazendo ali? O que queria com ela depois de ter sumido?
- Ku...Kurama? – Perguntou ela, nervosa. Não sabia se era de propósito, mas Kurama estava com quase metade da camiseta aberta, o que deixou a jovem ainda mais envergonhada. – O que está fazendo aqui? – Perguntou ela.
- Incomodo? – Perguntou ele, preocupado. Analisou a menina por um segundo, e só então ela se lembrou da roupa que usava, inclusive da toalha em suas costas. Tratou de tirá-la e jogá-la para trás da porta, mas logo se arrependeu ao sentir as costas molhando por causa do cabelo.
- Não, mas... – Murmurou ela. – Só não esperava que você viesse... – Ergueu os olhos, e encontrou os de Kurama. – É... Pode entrar. – Disse Botan, dando espaço para que ele entrasse. Ele hesitou por um momento, mas resolveu entrar, e Botan fechou a porta atrás de si.
- Não tem ninguém em casa. – Disse ela, vendo que Kurama olhava para os lados. - Você quer alguma coisa para tomar?
- Não, obrigado. – Disse ele, olhando sorridente para a jovem. Os dois ficaram em silêncio por um tempo. Botan sabia que ele não iría ao assunto, então resolveu puxá-lo por si mesma.
- Kurama, porque você esta aqui?
Ele parou de sorrir, e virou-se para a jovem.
- Queria te ver... – Murmurou ele.
- Porque? – Perguntou Botan. Não conseguia entender de nenhuma forma. Ele ficou dias sem aparecer, e agora que aparecia não se explicava direito. O que ele queria, afinal?
- Precisava falar com você... – Disse ele, colocando as mãos nos bolsos da calça.
Botan suspirou, tristemente. Sabia o que ele queria, só não entendia porque ele precisava ir até sua casa para dizer isso. Será que ele fazia tanta questão de ver pessoalmente ela saindo arrasada depois de dispensá-la?
- Eu sei o que você quer. – Disse ela, olhando para baixo, tentando não demonstrar nenhum rancor em seu tom de voz. – Mas você realmente faz tanta questão de vir aqui para dizer que a gente não está mais ficando? Não precisava eu já percebi... Sabe, apesar de nunca ter ficado antes não sou tão idiota assim. – Botan fechou os olhos, e caminhou até o sofá, onde ficou parada, atrás dele, mas não encarou Kurama. Não conseguia.
- Botan... – Murmurou Kurama. Ela escutou que ele estava indo até ela. Queria se afastar, mas não conseguiu. Quando sentiu a mão dele segurando a sua, e a pressionando, como quem pedia para que ela o encarasse. – Desculpa...
Ela respirou fundo, e liberou sua mão das de Shuuchi.
- Desculpa pelo que? - Perguntou ela, em um sussurro. – Não precisa pedir desculpas só porque não quer mais ficar comigo...
- Não é isso! – Disse ele, agora segurando seu pulso, e forçando-a a se virar para ele.
- Então o que? - Perguntou ela, sem entender, olhando-o de relance.
- Você sabe... – Suspirou ele. – Por ter ficado esse tempo todo sem te procurar... Mas eu estive ocupado resolvendo umas coisas... Eu sei que não é desculpa, mas além do que eu esqueci de pedir seu telefone e não tinha coragem de aparecer na sua casa.
- Por que não? – Perguntou ela, agora encarando seu rosto.
- Porque não sabia o que você podia dizer...
- Kurama, se tudo isso for só para você dizer que não quer mais ficar comigo, realmente não precisa – Disse ela.
- Porque? – Perguntou ele. – Você não queria continuar?
- Tem certas coisas que não dependem só de uma pessoa. – Disse ela, desviando o olhar. – Agora, por favor, se você não se importar... Pode sair... Eu já entendi o recado.
- Você quer que eu vá embora? – Perguntou ele, soltando o pulso de Botan.
- Você quer ficar? – Perguntou ela, encarando-o nos olhos. Kurama suspirou. - Por que você teve que vir até aqui para enrolar tanto para falar? Se não tinha como não aparecer mais, porque simplesmente não diz agora que não quer mais ficar comigo? – Perguntou ela.
- Botan! – Gritou Kurama. Agora já tinha se irritado. Segurou Botan nos dois pulsos e a encostou atrás do sofá. – Eu vim aqui te oferecer isso aqui. – Disse ele, soltando um de seus pulsos e retirando uma caixinha preta de veludo do seu bolso. – Desculpa ter demorado tanto pra te procurar, mas... Você aceita ou não? – Disse ele, abrindo a caixinha e mostrando duas alianças bonitas e prateadas no seu interior.
Botan ficou sem palavras. Nunca tinha imaginado que era isso que Kurama queria. Sentiu toda aquela tristeza que acumulou nos últimos dias ir embora em um segundo. Tocou a aliança menor e a analisou. Em seguida olhou para Kurama e sorriu.
- Isso é sério? – Perguntou ela, sem acreditar.
- Você não acha que eu ia comprar isso para te enganar, acha? – Perguntou ele sorrindo.
- Bom, não, mas... – Ia dizendo ela, mas foi silenciada pelos lábios de Kurama, que tocaram os seus, iniciando um beijo doce e demorado.
- Você não disse se aceita... – Murmurou ele, tocando o queixo de Botan.
- É claro que sim. – Disse ela, sorrindo, e colocando a aliança, enquanto Kurama fazia o mesmo. – Eu ia assistir um filme agora, se você quiser também...
- Claro. – Disse ele, sorrindo e sentando-se no sofá com Botan.
Uma meia hora se passou desde que o filme começara, e Kurama, já totalmente entediado, deitou a namorada em seu colo, fazendo-a olhar para si.
- Sabe Botan, esse filme é muito chato... – Sussurrou ele, aproximando seu rosto do dela.
- Você também achou? – Perguntou Botan, rindo envergonhada.
- É... E tem algo muito mais interessante que a gente pode fazer ao invés de assistir isso...
- E o que seria? – Perguntou ela, sorrindo. Ele também sorriu, e aproximou seu rosto do de Botan, beijando-a intensamente.
E assim eles ficaram, até começar a anoitecer e Kurama perceber que já estava na hora de ir embora.
- Vai fazer alguma coisa amanhã? – Perguntou ele, na porta da casa da menina.
- Acho que não... – Disse ela.
- Então posso passar aqui depois do almoço para irmos a algum lugar?
- Claro. – Disse ela, sorrindo. Kurama segurou a nuca da menina, puxando-a para si, beijando-a mais intensamente do que antes, como se nunca mais fossem se beijar. Mas aquele não foi, nem de longe, o ultimo beijo dos dois.
Cinco Anos Depois
Botan saia do banheiro, com apenas uma toalha, e entrava em um quarto, onde Kurama se encontrava deitado na cama de casal, vestindo apenas uma calça jeans.
- Kurama! – Gritou Botan, acordando-o com o susto.
- Meu Deus, o que foi? – Perguntou ele, assustado.
- Desse jeito vamos chegar atrasados... – Disse ela, enquanto retirava uma blusa azul clara e uma calça jeans do armário.
- Quem se importa...? – Sussurrou ele, abraçando a garota pelas costas. – Não faz mal se nos atrasarmos só mais um pouquinho né? – Disse, começando a retirar a toalha que cobria a garota, agora não mais sua namorada, mas sim, noiva.
- É claro que faz. – Disse Botan, sorrindo e afastando Kurama. – Pode terminar de se vestir porque a Keiko acabou de me ligar para nos apressarmos porque ela já esta sonhando com o bolo que tenho que levar. Você sabe como ela fica quando esta com desejo de alguma coisa. Se demorarmos muito vai começar a dizer que o bebe deles vai nascer com cara de bolo.
- E o Yusuke ainda vai concordar... – Disse Kurama, enquanto vestia uma blusa verde escura. – Já sei...
- É isso mesmo... – Riu Botan, terminando de se vestir e puxando Kurama até a saída do quarto.
Meia hora depois, ambos chegaram em uma pequena casa amarelada, a qual Yusuke e Keiko haviam comprado pouco tempo antes de se casarem. Shuuchi tocou a campainha, e foi atendido por Kuwabara, que suspirou ao ver que eram os dois.
- Que droga, achei que finalmente minha Yukininha tinha chego...
- Calma Kuwabara, vocês ainda tem tempo... – Riu Kurama.
- Olha ela ali. – Disse Botan, apontando para a outra esquina, onde a garota de cabelos esverdeados estava, sorrindo e acenando para ambos.
- Yukininha! – Gritou Kuwabara, recebendo a namorada com um pequeno beijo. Fazia quase um ano desde o dia em que ele finalmente tinha criado coragem para se declarar e, para sua surpresa, foi correspondido.
Os quatro entraram na casa e logo foram recebidos por Keiko, com uma barriga de oito meses, que logo pegou o bolo alegre e o levou para a cozinha.
- Mas que demora! – Disse ela. – Yusuke esta lá na sala, com Shizuru e o namorado, Mukuro e Hiei.
- Tá bom. – Disse Botan, indo com Kurama até a sala.
Encontraram Yusuke assistindo televisão junto com um homem um pouco mais velho, muito parecido com Sakyo, que fumava, acompanhado por Shizuru (Quanto a Touya, eles acabaram namorando, mas apenas por três meses e logo perceberam que realmente não dariam certo.). Mukuro e Hiei conversavam, naquele jeito deles. Estavam morando juntos, mas nem falavam em casamento, pois ambos concordavam que isso não passava de apenas uma coisa inútil que haviam inventado, mas que não mudava nada.
- E ai? – Kurama cumprimentou.
- Nossa, mas como demoram! – Disse Yusuke, rindo.
- Parabéns – Disse Botan, entregando os presentes.
- Yusuke vamos logo – Disse Keiko, entrando na sala. – Se você demorar muito o bebe vai nascer com cara de bolo!
- Vamos sim, Keiko – Disse ele, empurrando a esposa pelo ombro até a sala de jantar, onde foi seguindo pelo restante dos amigos.
Após todos terem terminado de comer o bolo (Principalmente Keiko, que havia repetido quatro vezes). Voltaram a sala, Yusuke com uma garrafa vazia de sakê.
- O que é isso Yusuke? – Perguntou Botan, mal acreditando.
- Sabe o que é? – Disse ele, sorrindo. – Eu lembrei de alguns anos atrás, me deu saudade e resolvi que vamos fazer verdade ou conseqüência.
- NÃO - Gritaram todos.
- Mas...
- Não, Yusuke!
- É o MEU Aniversário, então vocês tem que fazer o que eu quero – Disse ele, sentando-se.
Todos suspiraram, e sentaram-se em uma roda, onde se divertiram lembrando dos velhos tempos, quando todos se conheceram. Mas a história apenas começava.
FIM
N.A.: Nossa, fim horrível! O.O Não sabia como terminar, então ficou assim...Mas espero que tenham gostado da fic n.n
Nina NevianiRespondi seu review mas acabei apertando o enter antes da hora ¬¬ Então vou responder de novo... Fico feliz que tenha gostado da fic... Realmente tem que ter o final né... e apesar de não estar grande coisa espero que goste n.n
Hyuuga ThaAcabou agora n.n" Tomara que goste do fim... Ah sim apaixonites complicadas mesmo, mas pelo menos nas fics tem final feliz... bjos
Agora a fic acabou... obrigada para quem comentou n.n
Bjos, Jessica.
