NA: escrever sobre esse capitulo foi um desafio para mim, principalmente entender o que se passa na cabeça de uma pessoa em um relacionamento, apos abusos.

O TABU do consentimento, ainda mais depois de um trauma que a Hermione sofreu, é difícil, pesado e doloroso. Eu conversei com diversas autoras quem trazem esses temas nas suas histórias para desenvolver o corpo desta. Então a minha gratidão a EmmaPrince, a Createdfic e a SnamioneCreated do fanfiction, Ashwinder e AO3 por toda a ajuda e discurso sobre.

Lembrando também que repudiamos tal ato.


Quando a música parou, demorou um pouco para que ambos percebessem. Estavam cada um preso ao seu dilema pessoal do que estava prestes a acontecer enquanto permaneciam juntos pelos braços. Só notaram a quietude do ambiente quando um elfo, a quem mais tarde Severus ou chamaria de insolente, resolveu diminuir a claridade do local apagando como velas, deixando somente a do caminho entre o jardim e a casa disponível. A ausência do calor das velas no local a fez estremecer, eriçando os pelos e fazendo finalmente notar.

- A senhorita deseja entrar?

- Certamente

E tão rápido quanto iniciado, o diálogo estranho entre dois recém-casados, finalizou apenas os passos na grama e o cantar dos insetos noturnos romperem o silêncio da tensão.

A poucos metros da porta, Severus notou uma parada abrupta de Hermione observando o portal e, sendo um habitante por mais tempo que gostaria do mundo trouxa, era conhecedor de algumas tradições que particularmente a garota merecia.

- Me permite que eu cumpra a tradição? - Acreditando cegamente que o seu marido desconhecia tais coisas, ela assentiu e assustado quando ele a segurou no colo e caminhou em direção a porta.

A postergação dos deveres de marido e mulher lhe atingiam com intensidade, a mesma da qual ele correu uma semana toda e só não estar deixando infeliz a pessoa que prometeu proteger quando a consciência lhe pesou ao lembrar-se de Lilian.

- Deseja algo antes de ... ir aos aposentos?

Ela negou com a cabeça e descansou firmemente em seu colo enquanto via o tapete recém-colocado de pétalas negras, um dos símbolos da família Prince, a caminho do seu quarto.

A meia luz da lareira acesa mostrava que Severus cuidou dos mínimos detalhes para que ela sentisse confortável e, a deitando na cama como mandava a tradição, ele esperou um pouco até empurrar os sapatos abrindo os botões do casaco negro, deixando na poltrona ao lado da cama, onde tantas noites fizeram vigília e deitar ao lado dela,

Ela sentia todos os músculos tensos esperando que ele desse ao primeiro passo e ele esperava firmemente que ela se sentia a vontade para iniciar o ato, os seus anos de abnegação lhe davam controle mais que o suficiente para compreender o trauma da sua esposa e se ela não quisesse, ele apenas levantaria e iria embora.

Hermione, no que lhe concerne, acreditou que as horas de cuidado consigo não haviam sido o suficiente, seu marido não havia investido uma só vez contra ela e nem mesmo com o voto do casamento os obrigando a consumar, ele estava deitado. A primeira coisa que ela pensou era nas palavras do ex-marido sobre a sua falta de algo para seduzi-lo. Ronald sempre dizia após o casamento que só dormia com a esposa pela simples questão do voto de consumação, mas ela não tinha atrativos algum que lhe faziam ir para cama por vontade própria. Pensamento anterior ela de que o marido havia arrependido de tê-la salvo e agora sentia repugnância por tocá-la.

Afinal, Severus Prince sempre foi um exemplo de autocontrole próximo aos alunos e as pequenas explosões e insultos eram, na maior parte das vezes, justas. Ela também tinha ciência do seu papel de espião, de acordo com o testemunho de Harry Potter e que havia um fundo em seu nome para vítimas da guerra financiada com o dinheiro da ORDEM DE MERLIM. Outra coisa que a fazia admirar era o testemunho de Ginny Weasley sobre tê-la mandado pagar detenção com Hagrid a ficar com os irmãos Aleto e Camic Carrow. Os irmãos formam bastante elogiados por Bellatrix Lestrange, durante a estadia de Hermione na mansão Malfoy, por suas incríveis capacidades de torturas psicológicas combinadas com as físicas

Outra coisa que fazia perguntar era se o seu marido não lhe tocaria devido ao fato do desastre que era o seu corpo. Ela conhecia os sinais, estavam todos lá: a sua falta de alimentação adequada por meses, a sua tortura por Bellatrix, seu esmagamento viva e sua recém-gravidez.

Severus suspirou olhando para o telhando, em meia hora ele levantaria e sairia pela porta, estava dando a ela a oportunidade que ela queria de ser livre da família Weasley e a sombra de Harry Potter, mas não imporia sobre ela nada.

Eram uma questão de, além do sexo, uma quebra de barreira em ambos impostos pelos traumas passados. Ele jamais se permitiria ser feliz matando amor que sentiu por Lilian quando regia a sua vida, não após ter se sentido o responsável por sua morte e ela, por tantas coisas acontecidas, não conseguia tomar a iniciativa de iniciar as coisas.

Passando o tempo estabelecido por ele, o homem suspirou e começou a levantar estendendo a mão para seu casaco

– Espere... aonde vai?

– A senhorita claramente não está pronta ainda

– Eu estou – As bochechas dela queimaram – Eu só esperava que... você tomasse a iniciativa. Não tenho experiência com... isto

– E a senhorita acredita que eu tenha?

– Oh... isso não foi o que quis dizer. Apenas... – Merlim me ajude – o que aconteceu com Ron... foi minha primeira vez e tudo o que eu tinha que fazer era ficar deitada e abrir as pernas, desviar o olhar e contar os tempos para acabar.

Severus piscou e voltou a cabeça ao travesseiro. Ele conhecia os sinais, ouviu mais vezes que gostaria do seu quarto e não imporia de forma alguma a esposa, mesmo que fosse um casamento aquelas circunstâncias.

– A senhorita gostaria que eu retirasse o seu vestido? – Perguntou olhando para o teto e não teve o deslumbre de vê-la corar

– Eu gostaria que eu fizesse isso, se for possível. – Ele assentiu e sentiu o colchão subir com a retirada dela.

Um meneio da mão e as velas do cômodo apagaram, ele esperou que ela sentisse mais confortável com apenas a luz do luar lhe descobrindo a nudez enquanto ouvia o som do tecido caindo levemente ao chão sem retirar os olhos do teto. O olhar jamais deixou o teto e só desviou a atenção do telhado quando a ouviu suspirar.

– Me permite? – Ela assentiu incerta. Então o colchão rangeu com o movimento dele para tomar-lhe os lábios. Todo o corpo dela pareceu em combustão com os lábios pressionados e nem mesmo quando estava sobre a luxúria pós casamento sentiu tanta necessidade de ter os beijos de Severus Prince.

– Me permite? – Perguntou separando do beijo e ela assentiu novamente e sentiu os seus lábios no pescoço. As sensações de tê-lo foram maiores que o medo e um gemido escapou quando sentiu a mão dele subir por suas costelas

– Me permite? – Novamente ele perguntou olhando nos olhos dela e ela assentiu

As mãos dele subiram para os seios, acariciando tão levemente que ela não sabia ser possível excitar apenas com o toque leve. O corpo dela arqueou e ele abaixou os lábios a um dos bicos, primeiro com um beijo leve sentindo o cheiro de morango e leite que emanava da pele, e depois a língua passou levemente ao bico, e os lábios fecharam em volta deles.

Todo o seu corpo entrou em combustão. Todo o seu ser estava resumido a língua de Severus Prince na auréola dos seus seios, toda o seu desejo estava crescendo e transformando-a em água.

– Me permite? – Ela estava inebriada demais para impedi-lo descer a barriga e arrastar fogo pelas suas pele onde os lábios tocavam, até o monte de Vênus quando ela engasgou. Ninguém nunca havia chegado lá.

– Me permite? – o nervosismo dividia espaço com a luxúria no seu corpo e o seu marido, de alguma forma no meio das suas pernas, transmitia toda a segurança que ela jamais sentiu em apenas um olhar.

– Sim.

Os lábios dele foram aos grandes lábios, beijando-os gentilmente. Dois dedos então abriram e a sensação de fogo cresceu com apenas uma passada da língua do início ao fim. Ela arfou quando ele acertava pontos que só ouvira falar com suas colegas de quarto e, quando os lábios dele fecharam e a língua trabalhou milimetricamente neles, ela gemeu. Deuses, Hermione nunca gemeu durante um sexo, excerto por dor. Mas diferia, inebriante e ela parecia estar em maratona com adrenalina correndo em suas veias e a vontade de pular, voar, correr.

Quando um dedo deslizou para dentro dela, as mãos dela fecharam no cabelo dele e ouviu um pequeno bufo. Ela estava perto de um precipício, prestes a se jogar, se não caísse, não tinha mais pensamentos coerentes enquanto um desejo por mais corria de, debaixo do seu umbigo aos dedos dos pés, cortando qualquer comunicação do cérebro com o restante do corpo.

Ela não entendeu, sentiu uma necessidade de fechar as pernas, mas não queria que ele saísse de lá. Seu corpo perdeu o controle enquanto tremia e seus seios pareciam querer novamente a atenção e ela gemia tentando segurar o grito que ameaçava vir com a sensação que emanava do seu útero, provocado pelo marido na região do seu púbis.

"Deuses, é sempre tão bom assim?" Sua mente formou esse primeiro pensamento coerente enquanto sentia ainda tremer, menos forte que anteriormente, mas ainda sentia uma pulsação.

– Me permite? – Ela assentiu e o sentiu deslizar para dentro. Ela não conseguia pensar em que momento ele retirou a roupa, apenas em cada nervo do seu canal o recebendo e todo o seu corpo aquecendo.

Era diferente.

Ela sentia

E quando ele movimentou, a sensação do precipício voltava em pequenas ondas que inicialmente eram apenas marolas.

Ela abriu os olhos para vê-lo banhado pela penumbra de joelhos, e cegamente tateou seus braços usando toda a força para trazê-lo para perto de si. Severus entendeu ser mais um consentimento dela e baixou os lábios sentindo-a inebriar de prazer e gemer com as novas sensações. O precipício estava perto, para ambos, mas ele usava todo o seu controle para não a decepcionar.

E quando o prazer a arrebatou, fazendo-a enrolar as pernas ao redor da sua púbis, ele não resistiu e foi junto sentindo o coração martelar na cabeça enquanto lutava para respirar. Mal notou os lábios dela pressionada contra o dele e o desejo de continuar ali, apertado por ela. Era a primeira vez que ele fazia isso. Sexo aconteceram outras vezes, mas era a primeira vez que ele estava sentindo totalmente entregue a alguém.

Seu corpo amoleceu e ele jogou-se para o lado, tateando cegamente e a trazendo para si. Sentiu-a arfar com a bochecha no seu peito

– Obrigada – Ouviu a murmurar e então a respiração ficou mais leve. Ela dormira e ele precisava sair dali antes de acostumar a ter ela em seus braços todas as noites.

Lentamente ele a deixou no travesseiro e saiu da cama. Acionou as vestes e quando terminou de colocar a camisa branca observou o corpo nu, a luz revelando as cicatrizes que quase custaram a sua vida e por um segundo ele se arrependeu por querer passar o restante das suas vidas dormindo ao lado dela

Imediatamente ele a cobriu e deixou o quarto, vendo todos os elfos da família no corredor

– O que estão fazendo aqui?

– Esperando pela primeira ordem da nossa ama. – Um deles respondeu

– Ela está dormindo. Além disto, ela vai começar a encher a minha paciência sobre o SPEW e estejam preparados para correr de roupas

A elfa pareceu escandalizado e ele sorriu em lembrar-se desse detalhe e moveu-se para a sala

– Senhor. Não deixe ela nos libertar – Pediu um choroso – Não tem absolutamente futuro nenhum para um elfo livre

– Ela diz que vocês deveriam receber um salário e ocupar seu tempo livre costurando roupas para si a ficar ansiosos por uma ordem – retrucou colocando uma dose de uísque no copo – Além disto, eu concordo que vocês deveriam estar fazendo outra coisa a ficarem ansiosos por ela.

Ren rolou os olhos e sumiu no estalo. Severus contou mais seis antes de sentar na poltrona.

"Merlim tenha piedade da minha alma quando eu contar a ela o verdadeiro motivo de ter sobrevivido" sugada o copo aos lábios.