A Festa
No dia seguinte Milo não fora à aula e nem Kamus, este começava seu primeiro dia na escola para superdotados de Athenas, um absurdo, por conta do pai. Os amigos não sabiam direito se riam ou choravam, a situação era ridícula demais para ser real, por outro lado ela era bem palpável, pois Milo era a prova viva disso.
O grego não queria mais sair do quarto, mal estudava. Durante uma semana ele se tornou um zumbi, um perfeito morto vivo. Não comia, não dormia, só sussurrava o nome de Kamus e ouvia repetidas vezes uma mesma música, triste e depressiva. No dia da festa de fim de ano, já sem notícias de Kamus, Aioria achou que seria a hora certa de tentar animar Milo.
- Vamos... É a festa! Você adora festa!
- Não... Não quero sair! – Ele fazia manha, tentando se manter na cama, enquanto Aioria puxava suas pernas. Mu entrou no quarto com Afrodite e Shaka, vendo que a situação não tava boa.
- Aioria... Tem que ser com jeitinho... – Afrodite sorriu, aproximando-se e tirando o grego da frente. Abaixou-se ao lado da cama, puxou o rosto de Milo para que lhe encarasse e disse: - LEVANTA JÁ DAÍ E VAI TOMAR BANHO!
Aioria Mu e Shaka arregalaram os olhos, quando Milo deu um pulo da cama correndo para o banheiro. Shura entrou no quarto rindo e parabenizando o sueco. Ninguém havia conseguido a proeza de tirar Milo da cama durante aquela semana, então Afrodite podia considerar aquele um feito importante.
No quarto ao lado Aioros, Máscara da Morte e os gêmeos implicavam um com a roupa do outro. Os quatro vestiam smoking preto, exatamente iguais e cismavam que não queriam se vestir da mesma forma. O que eles não percebiam era que todos usavam a mesma roupa a não ser por Shaka que usava smoking branco e por Afrodite que trazia uma rosa branca no peito, diferenciando o paletó.
- Terrível! Não vou sair de par de jarro com vocês três... – Aioros cruzou os braços fitando o irmão na porta. – Ei! Você também pode ir mudando de roupa!
- Mas Aioros... Essa é a roupa da festa... Vê se não pentelha! – Aioria entrou no quarto rindo e pegando outro smoking para Milo usar.
- Mas a droga da festa não era esporte fino? – ele perguntou fazendo cara feia.
- Era! Mas eles mudaram em cima da hora só para complicar... – Máscara da Morte virou a cara, de mau humor ao ver o sueco entrar.
Se Afrodite era bonito no dia-a-dia, agora ele era um Deus da beleza. Os cabelos estavam presos em uma trança muito bem feita, que deixava poucos fios escaparem, completando um visual extremamente sensual. Shaka e Mu também usavam tranças, prendendo os fios lisos. E aqueles perfumes maravilhosos, enchendo o quarto, se misturando... Uma loucura. O time de futebol mais gostoso do mundo.
- Milo! – Aioria bateu na porta do banheiro e o grego abriu, saindo enrolado em uma toalha com cara de enterro.
- Tudo bem... Milucho, você tem que se animar um pouco... – Afrodite puxou o amigo pela mão entregando-lhe a roupa que usaria.
- Por quê? Vai gritar de novo comigo? – fez novamente cara de choro enquanto vestia a calça.
- Não meu amor... Mas se você estragar minha festa eu vou te matar! – o sueco esticou uma blusa branca. O silêncio no quarto era mortal enquanto o grego terminava de se vestir, sob olhares atentos dos tarados de plantão.
Após muita persuasão, conseguiram arrastar Milo até o ginásio da escola, onde já rolava a festa. Assim que entraram encontraram Saori conversando com Shun e Ikki. Os garotos se cumprimentaram conversando e já entrando no clima, menos Milo. Este ficou em um canto, sentado em uma mesa, suspirando e quase desabando em choro.
- O que ele tem? Ainda o Kamus? – a menina perguntou no ouvido de Mu.
- É... Infelizmente... Mas nós vamos dar um jeito nisso. – o tibetano piscou, procurando o irmão, mas este não estava. – Onde será que Shaka está?
- Acho que foi no banheiro... – Kanon respondeu.
Não demorou e ouviu-se um grito vindo do banheiro masculino, logo o loiro saía correndo de lá... Atrás de um garoto de cabelos castanhos. Ikki parou de frente à praga em forma de gente e provavelmente disse muitos desaforos a ele, o que infelizmente não pode ser ouvido pelos amigos. Mu animado com a cena puxou Aioria, sussurrando em seu ouvido para que o encontrasse no vestiário e assim a festa começou a rolar.
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- Você não precisava ter se intrometido... Eu podia ter dado conta dele...
- Deixando que ele fugisse? Não... Eu também tinha contas a acertar com ele... – Ikki suspirou parando de andar e encostando-se à parede do corredor.
- Eu sei... Ele implicou com seu irmão, não foi?
- Foi sim... O Shun é muito bonzinho, por isso todo mundo sempre implicou com ele. – o loiro parou de andar também, encostando-se à parede ao lado de Ikki.
- Ele é muito ingênuo... – sorriu, com o olhar fixo nas luzes que saíam pela porta da festa.
- Só ele? – Ikki desencostou-se da parede, aproximando-se do rosto do outro. Dava para notar que Shaka estava vermelho como um tomate, completamente sem jeito, mas o outro não se intimidou, acariciou o rostinho alvo com os dedos, sorrindo e reparando em cada curva daquela pele macia.
- Não... Você também é... – Ele respondeu sorrindo.
- Eu? – confuso, Ikki se afastou, fitando o brilho de desejo nos olhos de Shaka.
- Sim... Você demorou demais para tomar uma atitude... Não acha? – O indiano empurrou o outro para a parede, passando uma das pernas por entre as de Ikki. – Eu acho que sim... Ou você é ingênuo ou não me quer... – sussurrou com o rosto bem próximo, confundindo a respiração.
- Eu... Eu... Eu...
- Não precisa gaguejar... – sem esperar por resposta ou um sinal, apenas beijou os lábios avermelhados tomando-os logo em seguida em um beijo um pouco mais selvagem do que Ikki esperava receber.
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Dentro do salão onde a festa já rolava animada, os amigos conversavam, cada um em um canto. Aioria e Mu já tinham sumido, Máscara da Morte, Shura e Aioros estavam juntos conversando, enquanto que os gêmeos sentaram-se à mesa de Milo, junto com Afrodite.
- Vamos Mi... Anime-se!
- Não Dido... Me deixa... Vai você se divertir... – Milo abaixou a cabeça, se achando o último dos mortais.
- Me divertir com quem? – o sueco lançou um olhar triste ao outro canto de salão.
- Dido... Vai dançar um pouco com aquela menina ali... – Kanon apontou uma garota ruiva que não parava de olhar Afrodite. – Quem sabe o Máscara da Morte não repara na burrada que está fazendo?
- Talvez... – o sueco respondeu sorrindo e já se levantando.
- Milo... Escuta só... Nós temos uma idéia que vai te animar. – Saga puxou a cadeira para mais perto do amigo, sorrindo com cumplicidade para o irmão.
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- Olha lá, Máscara... Não é o Afrodite com aquela menina? – Shura provocou, vendo que o italiano não desgrudava os olhos do "ex" amante.
- Eu também acho que é, Shu... – Aioros entrou no jogo rindo e apontando o sueco que dançava abraçado com a menina.
- Vai deixar? Eu vi tudo... Foi ela quem veio agarrando o Dido... – espanhol safado, queria mesmo era provocar. Máscara da Morte já estava quase espumando de raiva, empurrou os dois amigos para o lado, caminhando a passos largos até Afrodite.
- Eu sabia! Ele não ia agüentar! – Aioros vibrou abraçando Shura por trás.
- E o que você acha de não me resistir também, grego?
- Ótima idéia, espanhol!
Máscara da Morte parou a poucos passos de Afrodite e puxou a menina pelo ombro, enfiando-se na frente dela e agarrando o rosto do sueco entre as mãos. Afrodite arregalou os olhos, sem entender direito o que deveria pensar, afinal não era algo normal do italiano fazer aquilo. Mas logo todos os seus pensamentos e receios foram calados por um beijo, não selvagem como estava acostumado a receber, mas carinhoso e apaixonado, o qual fez todos pararem de dançar.
Máscara separou-se do beijo, fitando os olhos arregalados do amante, tudo o que conseguia pensar era em como perdera tempo com bobagens, quando poderia estar nos braços daquele menino lindo e delicado, que o amava tanto. Talvez agora fosse a hora de pedir perdão... Perdão por ter lhe desacreditado e maltratado, perdão por não ter correspondido seu amor na mesma intensidade, apenas por um orgulho besta. Então agora seria o momento perfeito de dizer a ele tudo o que sentia.
- Me perdoa? – tudo bem, isso não era exatamente o que se podia chamar de: "dizer tudo o que você sente", mas funcionou. Afrodite sorriu, com lágrimas nos olhos e o abraçou apertado, afundando o rosto em seu pescoço. – Dido...
- É claro que te perdôo, seu bobo... – sentiu as gotas de lágrimas molharem seu pescoço. A essa altura já tinha mandado todo mundo para o inferno, queria apenas sentir o amante em seus braços e saber que ele era real.
- Dido... Te amo... – sussurrou, quase imperceptível no ouvido do sueco.
- Você o quê? – bom, de tudo que ele podia esperar ouvir do italiano, "te amo" não estava na lista. Afrodite arregalou os olhos mais uma vez, tentando processar tudo o que estava acontecendo.
- Eu te amo... Você não...? – a frase nunca se completou, porque o sueco desmaiou, tendo que ser segurado às pressas pelo namorado, antes que caísse no chão.
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Mu entrou no vestiário puxando Aioria pela camisa, enquanto monopolizava os lábios do grego em um beijo ardente. As mãos percorriam, rápido, os corpos quentes, livrando-os do incômodo da blusa e da calça social. Os gemidos crescendo, à medida q os corpos se chocavam em um único movimento sensual. Logo os dois caíam suados no chão, tentando respirar normalmente, enquanto riam da travessura que praticaram.
Em outro canto da escola um loiro agarrava um menino de cabelos curtos e azuis, passando as mãos pelo peito forte, por baixo da blusa, já quase totalmente aberta. Os dois gemiam e arfavam pelo contato quente dos corpos e pelos toques ardentes. Ikki puxava os fios loiros, tentando respirar por entre o beijo intenso que trocavam, pois Shaka não dava a mínima chance, sugando sua língua e lábios com fome.
- Shaka... Calma... – tentou falar entre os gemidos, com a boca colada na do outro.
- Por quê? – não queria saber de calma, já esperara tempo demais para poder beijá-lo e agora ele queria calma? Não mesmo! Que se danasse se alguém os visse daquele modo, com as blusas praticamente abertas, a gravata borboleta jogada no chão, bem como o paletó, e os cabelos despenteados.
- Porque... Humm... – pensou no que poderia dizer para convencer o loiro de que ali, não era o melhor lugar pra fazerem aquilo. – Estamos quase...
- Transando? – afastou-se apenas para sorrir, sua franja loira não escondia aquele olhar de desejo e perversão que possuía.
- É... E eu não quero... Fazer isso aqui...
- Por que não? – Ikki arregalou os olhos com aquela pergunta. Shaka sempre parecera um menino tão tímido, inocente e puro... Agora estavam quase transando no corredor da escola.
- Porque eu esperei bastante tempo para ficar com você... Quero que esse momento seja... – afastou os fios rebeldes do loiro, encostando a boca em seu ouvido e sussurrando. – Perfeito. – completou com uma lambida sensual, que deixou Shaka tremendo da cabeça aos pés.
- Perfeito? – sentiu o coração falhar, aquilo lhe parecia mais do que uma simples atração, talvez Ikki gostasse dele e pudesse corresponder aos seus sentimentos.
- Você não quer que seja? – O outro perguntou curioso, se perdendo no azul claro dos olhos do indiano.
- Quero...
- Então o que acha de esperarmos para fazer isso em um quarto... Em uma cama, confortáveis? – voltou a sussurrar, sorrindo malicioso, enquanto puxava o loiro pela cintura.
- Acho... Perfeito.
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- Saga! Você é louco? – Milo levantou os olhos para o amigo incrédulo do que estava ouvindo.
- Milo, você tem idéia melhor?
- Não, mas...
- Então aceite a nossa, confie... – Kanon sorriu e fitou alguém atrás de Saga.
- O que vocês meninos estão cochichando?
- Estávamos comentando como você está linda hoje, sem aquele uniforme do futebol, Saori.
- Claro, Kanon... Eu acredito... – a menina sorriu e puxou a mão de alguém que estava atrás dela. – Saga, Kanon, Milo... Este é Julian. Ele é novo na escola...
Milo sussurrou um olá desanimado, mas Saga e Kanon fizeram pior, os dois abriram as bocas e não conseguiram pronunciar nenhuma palavra. Os gêmeos se entreolharam entendendo na mesma hora o que se passava na cabeça do outro, Julian era lindo e delicado, tinha os cabelos compridos e cacheados, os olhos azul da cor do mar e um sorriso brilhante e inocente.
- Olá. – o menino respondeu sorrindo. Reparou em como Milo estava chateado, mas Saori havia comentado ser problemas do coração, então não devia se meter. Mas assim que seus olhos pousaram naqueles dois gêmeos tarados que estavam comendo-o com o olhar... – Saori, eu... Eu já volto.
- Milo, você esta melhor, né? Estamos indo, Saori! – Kanon levantou-se e puxou Saga, os dois seguiram Julian pelo salão enquanto Milo e Saori se perguntavam o que estava acontecendo.
A festa terminou quando o sol se espreguiçou no horizonte, pouca gente ainda estava de pé dançando, entre elas Afrodite, Máscara, Saori, Shura e Aioros. O resto estava ou dormindo ou conversando. Voltaram para casa cansados e felizes, exceto Milo, que ainda suspirava a falta de Kamus, o grego se prendia horas pensando no francês e em como o amava. Todas as noites pedia a Zeus que o trouxesse de volta, mas parecia que Ele não ouvia.
Continua...
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N/A: Tá meio fraco esse cap. por causa do andamento da história, ele foi necessário. Aos poucos outros personagens ganham mais espaço na fic!
Comentários:
Chibiusa-chan: Nem fale em Proposition, eu to sem inspiração até pra falar no MSN!
Kitsune Youko: Eu pensei a mesma coisa.. ô mulher inútil! XD Ele vai peitar sim!
Flavia: AHUAHHAHAHA.. Não tem expressão melhor! XD
Celly: XD Brigada fiaaaa... Quero deixar td mundo com raiva mesmo! O pai dele é um safado! Mas o MM não vai sofrer... Quase nada!
Litha-chan: Põe broxante nissu! Nem me fale desses preconceitos, vi acontecer a um amigo u.u' Mas teremos final feliz!
Ana: Pessoa com o mesmo nome q eu! XD Eu non gosto de corrigir a fic... Mas qd eu lembro posto um capítulo!
Kitsune Lina: To sem fala O.O Vc chorou fia? Eu consegui isso? Não que vc chorar seja bom, mas enfim... Significa que a fic ta legalzin... Mas chore não... Eu vou fazer um Hyoga X Shun procê!
Bom pessoinhas... Saga e Kanon arranjaram uma idéia pra me complicar a vida, mas tudo dará certo no fim! Mimi ta tlistinhu, mas vai ficar tudo bem agora... Cs vão ver!
Bjus a todas!
