Hermione jogou-se no chão assim que passou pela lareira. Os joelhos pontudos encontraram o carpete enquanto tentava abraçar o estômago. Foi impossível, ela queria expurgar a sensação que sentiu no seu íntimo enquanto passava novamente pelas mãos dos seus algozes. Ah, se a justiça funcionasse apenas uma vez aos lados dos indefesos.
Até o chá estava pesando, ela queria colocar tudo para fora, mas temia que quando começasse, não conseguisse parar. Na verdade, ela poderia se dizer estar com mais medos dos sentimentos que poderiam vir a ficar doente. Ou estragar o tapete de séculos de Severus.
Ela estava com medo de tudo e teria de dizer a diretora da escola para que criasse uma nova classe: a dos medrosos, de pessoas que estavam cansados de lutar, de nadar contra a maré e de estar a linha de frente. Uma classe das pessoas que estavam com medo de sentir.
– Se vai vomitar no tapete, sugiro que o faça logo – Severus interrompeu o seu silencio – Vamos aproveitar que os elfos estão de folga, assim você aprende dar valor ao trabalho deles
Ela levantou lentamente o olhar para vê-lo sentado na sua poltrona segurando o copo de bebida, pela garrafa na mesa de apoio, era algo forte. "Não bastante todas as humilhações, agora mais isso" pensou
– Estava me esperando?
– Não tive nada para fazer – Ele retrucou – O fogo da lareira pareceu ser um programa adequado. Até você aparecer e ameaçar a arruinar o tapete.
– Pensei que não fizesse questão das coisas físicas
– Tem razão, não faço. Mas nada é mais satisfatório a ver você encurvada aos meus pés, querida esposa. Ainda mais depois de teimar que queria voltar para Hogwarts depois de tudo o que aconteceu a você lá.
Hermione arrumou a postura, cruzou os braços e sentou sobre o calcanhar
– Eu sei as minhas opções e escolhas, você não precisa me lembrar.
– Claro que eu preciso – Severus levou o copo a boca novamente e o estômago de Hermione não resistiu mais, colocou todo o chá tomado para fora. O carpete logo foi tomado pelo líquido marrom e o esforço maior que Severus fez foi recolher os pés para que não respingasse em seus sapatos. Hermione estava novamente dobrada sobre o corpo.
– Mestre, não seria melhor dar uma poção a ela? – Perguntou Ren depois de aparecer – Ela parece mal
– O que ela está sentindo não há poções existentes ainda
– Me ensine – Ela pediu chorosa aproveitando os espaços – me ensine a não sentir mais isso.
– De todas as coisas que você poderia pedir, Granger. Essa é a única que eu não posso fazer
Hermione encurvou-se novamente para vomitar, mas nada saiu. Ren fez tudo sumir, incluindo o tapete, deixando-a em contato com o chão
– Eu estou cansada de sentir medo. - Ela cedeu – não quero mais fazer toda essa manobra toda vez que eu precisar voltar de Hogwarts ou não passear com minha filha no DiagonAlley porque ela pode ser sequestrada.
Severus abandonou o copo na mesa de apoio na sua poltrona e levantou, puxou Hermione do chão e a colocou sentada no sofá na outra extremidade da sala. Ajoelhou-se próximo ao corpo de forma que ficassem da mesma altura
– Eu não vou ensiná-la a desligar o que a torna humana, eu posso ensinar a esconder, a colocar numa posição que não pode ser usado contra você, mas não posso ensinar a tirar isto de você, porque se eu fizer… Você vai se arrepender quando a sua filha chegar.
Ela soluçou, esperou que ele continuasse. Mas quando viu que levantou e seguiu para a poltrona que estava sentado anteriormente, servindo-se de mais alguma dose da bebida.
– Eu só preciso de segurança – Ela disse depois de um tempo – eu não posso perder tudo de uma vez, minha filha, a minha liberdade… você – Ela mordeu lábio inferior em sinal de nervosismo. – Eu sei que não temos nada além dessa conveniência, mas você me deu tudo.
– Isso não vai mudar – Severus rosnou – Não vou criar outro robô nesta família programado apenas pelas funções normais.
Antes que ela respondesse, ele deu o assunto encerrado com as mãos e uma coruja adentrou. Hermione reconheceu Pigwodgeon pousando em cima da lareira. A ave voou em seguida jogando a carta no colo da mulher sentada e não esperou por resposta, demorou um pouco até que ela finalmente assimilasse o que tinha acontecido, e embora ela gostasse do pet, ele muito lembrava aos Weasley e quase tudo o que foi perdido nesta guerra.
– Eu não quero abrir – Murmurou levantando o envelope com as duas mãos – não sei qual a da vez e nem estou muito afim de descobrir.
– É só jogar na lareira então
– E se for uma coisa séria? – Severus deu aos ombros e Hermione suspirou erguendo o envelope com as duas mãos na altura dos olhos
– Será que eu vou ter que fazer tudo sozinho? – Rosnou o homem levantando e tomando a carta
Ele abriu, olhou por alguns segundos enquanto Hermione apertava os dedos nas mãos em sinal de apreensão
–A família Weasley está intimando a você pela localização do corpo da sua filha. Eles alegam que as coordenadas deverão ser trocadas por sua carta de aceitação de Hogwarts.
– Eles não podem fazer isso – Protestou tomando a carta – Podem?
– Poder de barganha, Granger. Vamos, pense!
Ela demorou alguns segundos para assimilar todas as palavras da carta. Molly Weasley estava furiosa por ser desafiada, certamente Albus Dumbledore havia conseguido escapar com mais algumas meias verdades e agora eles queriam provas. Mostrar o mausoléu de Rose seria entregar o nome da família e a árvore genealógica, não demoraria muito até que conseguissem, no ministério, uma cópia dos documentos de Hermione e Severus sustentando a palavra de que Granger já estava casada quando retornou para Hogwarts
– O que temos de fazer?
– O ministro francês continua como conselheiro enquanto Kim não sobe, no final do ano. Eles me devem alguns favores em troca das poções fornecidas depois da guerra, talvez o convença a jantar conosco alguma noite
– E o hospital francês? O que eu estive…
– Tenho todas cópias dos prontuários em minha posse, desde a sua entrada até sua alta.
– Então eu não tenho nada a perder. – Ela respondeu feliz olhando para o envelope e não notou Severus revirar os olhos.
Horas mais tarde, Severus estava partindo para seus aposentos quando ouviu Hermione gritar, imediatamente ele invadiu os quartos dela encontrando com ela sentada na cama, varinha em punho apontando para a varanda
– Pesadelos?
– Eles eram muito reais – Hermione soltou – eu segurava um bebê, uma criança. E ela crescia e virava Ginny. Então Molly a tomava dizendo ser dela. E eu não tinha você, de alguma forma você tinha ido. Pouco antes você estava ao meu lado e depois sumiu. E eu queria aquela criança de volta porque, de alguma forma, ela também era sua.
– Isso não passou de um sonho, Granger. – Severus rosnou – Volte a dormir.
– Por favor, fique – Ela pediu – Com você aqui, eu sinto muita paz. Só fiquei até eu dormir, por favor.
O homem girou os olhos e então entrou, fechando a porta dos aposentos sentou na poltrona ao lado da cama, Hermione voltou a deitar e cobriu com a manta e logo o sono a levou. Silenciosamente levantou e saiu dos aposentos, seguindo o corredor para os seus.
Estava quase alcançando a porta quando ouviu as de Hermione abrir lentamente
– Pensei que tivesse dormido
– Eles voltaram. – Ela murmurou olhando para o roupão.
– E o que você faz quando os tem? Tenho algumas poções drenhose aqui
– Não funcionam há tempos, eu simplesmente desisto de dormir e vou a biblioteca até amanhecer. Geralmente você ainda está nos seus aposentos, então vou prepara o café, transfigurar algumas roupas e cuidar do jardim
Severus largou a maçaneta e foi até Hermione, tirando a varinha das vestes e passou sobre o rosto dela. O cabelo deu lugar a uma massa embaraçada e incrivelmente curto, a pele lisa deu lugar a olheiras e olhos fundos, algumas outras marcas de noites má dormida.
Imediatamente Severus agarrou ela pelo pulso e arrastou até os seus aposentos, a empurrou na poltrona mais próxima da porta e abriu a gaveta da mesa de cabeceira, retirando uma poção de cor vinho que Hermione jamais havia visto.
– Tome – Ele estendeu o frasco a ela
– O que é isso?
– Você não precisa saber da composição, eu sei que não fara mal nenhum a você
– Mas eu preciso saber. Caso eu precise replicar em Hogwarts
– Você terá o sono regulado até lá. Uma dose disto será mais que o necessário
Ela tomou frasco e engoliu todo o conteúdo, caindo apagada em seguida.
Quando acordou, o sol já estava alto e ela na sua cama, não viu sinal de Severus durante todo o dia. Ren avisou que ele tinha saído junto com o sol para a casa do ministro. Ela passou o dia na biblioteca lendo sobre os princípios da pedra. Os diários de Albus ainda estava empilhado na mesa, Severus havia dito a ela que ele entregaria a Aberforth antes de partir. Corujas não paravam de chegar pedindo a ela uma entrevista, pessoas que diziam ser seus amigos de guerra, gente do ministério, papéis que ela usava para aumentar o fogo.
As três da tarde, quando fez exatamente doze horas desde que tomou a poção, Hermione teve a sensação de secura na boca, um cansaço, as palavras do livro não faziam mais sentido, as pernas não paravam quietas, a roupa parecia sufocar. Sua cabeça doeu, a ponto de ela fechar os olhos e quando abriu, colocou para fora todo o almoço.
Severus a encontrou encurvada sobre o vaso as sete da noite. Todo o líquido que tomava, ela colocado para fora, mas Ren não desistia de dar água a ela depois de quase desmaiar por desidratação.
– Ha quanto tempo ela está assim?
– Ren não sabe, mas a ampulheta da tarde estava abaixo da metade quando Ren escutou a senhorita cair na biblioteca.
– Inferno, Granger. O que você comeu?
– Eles me davam aquela poção lá. Para dormir quando eu estava com dor de crescimento dos ossos. Nunca vi a cor por sempre ser servido em um copo no meio da noite. Ou na metade do dia diluído em um suco.
– Você está em abstinência?
– Possivelmente – ela sussurrou – Me desculpe não ter falado… Eu não havia reconhecido
Severus acionou uma poção da cor azul
– Isso vai ajudar com os sintomas. – Hermione tentou erguer a mão, mas estava sem forças, obrigando-o abaixar e colocar o frasco em seus lábios. – Ao amanhecer faremos exames de possíveis substâncias ainda no seu organismo e limparemos a sua magia para não depender mais desse tipo de poções.
Hermione acenou a cabeça, não tinha passado por sua mente que a família havia a viciado em algumas substâncias e que uma simples poção do sono sem sonho poderia desencadear a abstinência. E que era por esse motivo que drenhose não fazia efeito há muito tempo.
Tarde da noite, Hermione despertou de outro pesadelo, estava suada na sua cama e a jarra ao lado estava vazia. Ignorando as sandálias, ela foi calçada apenas nas suas meias, o coração parecia sair pelas costelas e a respiração estava curta. No sonho, novamente estava sozinha, desprotegida e tinha seu bebê arrancado dos braços, mas dessa vez era um menino e não mais a sua preciosa Rose.
Na volta, ela queria verificar se Severus estava acordado, e ensurdecida pelo coração, ela foi até a porta do quarto dele.
Diferentemente do esperado, o coração dela acalmou quando os dedos tocaram a maçaneta. Era a primeira vez que ela estava aqui nessa porta sozinha, e ela estava estranhamente calma.
Retornando aos seus aposentos, a inquietação e insônia bateram novamente. Desistindo de dormir, ela resolveu cumprir a velha promessa de encontrar o quadro de Katherine e cobrir com um pano. Tomou um dos lençóis e a varinha, murmurou um lumos e foi pelo extenso corredor, observando e incomodando todos os quadros com a luz direta.
Ela estava quase no final do corredor quando a voz inconfundível da mulher a barrou
– Ainda é tão sem classe que não sabe usar uma varinha?
– Oh, eu sei, e muito bem – Hermione lançou o lençol acima do retrato e usou magia para prendê-lo. Voltando, ela notou que havia, em algum momento, entrado no corredor errado e saído depois dos aposentos de Severus. Abraçou a varinha e caminhou, sentindo o coração nas costelas e a cabeça pesar.
Na porta do quarto ela parou, sentindo a magia acalmar todo o seu ser. Ela experimentou andar até seu quarto, notando perder o controle do próprio corpo à medida que se afastava. Então pegou outro lençol e voltou para a frente do quarto de Severus.
Ignorando todo o seu senso de autopreservação, ela sentou o mais próximo possível da porta e enrolou-se com as cobertas.
Antes mesmo do sol nascer, ela acordou, teve um sonho agradável com seus pais e alguns pães recém saídos do forno que sua mãe gostava de fazer.
– Ama? – Ren a chamou do sonho – Precisa de alguma coisa?
Ainda desorientada, Hermione levantou a cabeça dos joelhos, sentindo as costas protestar.
– O que? O que aconteceu?
– Você dormiu aqui? – A elfa perguntou.
– Shiii – Hermione usou os dedos para silenciar – Talvez eu tenha apagado durante uma das minhas aventuras
– Hum, certo. O café já vai ser servido – Hermione então notou que o dia estava quase para amanhecer.
– Droga, eu realmente apaguei – murmurou erguendo-se rapidamente e correndo para seu quarto.
No decorrer do dia, ela notou que Severus parecia realmente ter dormido. O vinco no meio da testa estava desfeito, e ela sabia que não era glamour porque conseguiu vê-lo de perto enquanto ele lançava feitiços de diagnóstico sobre ela.
As mesmas coisas andavam a repetir toda noite, por uma semana: Hermione não conseguia dormir ou tinha pesadelos e sempre acabava adormecendo na porta dos quartos de Severus com apenas um cobertor para o frio que começava ameaçar a cair do lado de fora.
Um acordo entre ela e Ren era que a elfa a viesse acordá-la antes que Severus estivesse pronto para deixar os quartos.
As discussões entre runas e dosagens de poções pareciam ser mais interessantes à medida que ela também notava as olheiras dele sumirem junto com as dela, até o seu cabelo pareceu mais possível controlar.
Já era a décima noite quando Hermione chutou os lençóis, passava das uma da manhã quando ela agarrou o cobertor, a varinha e fez o caminho conhecido, parando na parede.
Ela se enrolou com o lençol e então sentou no chão, na sua vigília antes do sono
– Granger? – a voz forte a chamou – O que você faz aqui?
Ela abriu os olhos a ponto de ver o seu marido, em pé, a sua frente com os braços encruzados e um vinco no meio da testa ameaçando se formar. Levantou imediatamente trazendo consigo o lençol
– É onde eu tenho dormido, senhor – Respondeu abaixando a cabeça e olhando para os próprios pés – pelo menos nos últimos dez dias.
Um rápido calculo na cabeça e ele notou coincidia com as noites que ele não tinha pesadelos.
– Entre – Ele deu passagem e ela, ainda incerta, adentrou os aposentos dele.
Enquanto analisava parte por parte do cômodo, ela mal notou enquanto ele transformava uma das poltronas numa cama semelhante à dela. O quarto era grande para caber as duas confortavelmente. E Hermione se tornou imensamente grata, principalmente por não dividir a cama com seu marido.
Quando o dia amanheceu, ela notou estar sozinha novamente. Todo o seu corpo doía e ela estava estranhamente de mau humor.
A boca estava seca e ela apertou os olhos, parecia uma ressaca.
Ela empurrou os lençóis e saiu. No corredor, ela não havia notado o quadro de frutas até Katherine usá-lo.
– O que você fez? – Rosnou a mulher
– Calei você por um tempo – Hermione respondeu – Você viu o que a supremacia de sangue causou. E ele ainda era um mestiço.
– Dois mestiços, não se esqueça – Hermione rolou os olhos
– Fale logo o que você quer
– Tenho notado um certo movimento na porta do quarto de Severus esses dias, desta moldura que estou.
– Você está terrivelmente atrasada. Ele já me pegou em flagrante – Hermione deu os ombros
– Eu tenho a solução – Katherine gritou quando Hermione deu as costas, fazendo-a parar – Tire o pano do meu retrato e eu contarei
– Ou você pode contar deste quadro aqui, me poupa tempo
Katherine não respondeu, simplesmente deu as costas e foi andando pelas molduras e todo o ser em Hermione mandou que ignorasse a mulher. Mas o seu espirito griffyndor a mandou até a moldura coberta.
– Eu pensei que você fosse demorar mais – Rosnou a mulher depois que Hermione retirou os lençóis – Mas trato é trato desde que você não tampe a minha moldura novamente
– Feito – Hermione respondeu e logo o pano sumiu da sua mão.
– Acordo é acordo, querida – Hermione suspirou – Vocês têm dependência mágica. Severus estava fraco quando curou você e você se ligou a ele na cerimônia.
– Disso já sabia. O livro fala sobre isso. Mas você ainda não chegou à questão que é parar.
– Certo. Vocês têm que dormir juntos. Não em camas separadas. A situação só piora conforme vocês se negam – Katherine ergueu as sobrancelhas – Já era para estar livres disso se tivessem feito da forma correta
– Senhora Prince, nada, absolutamente nada neste casamento é feito de forma correta
– Isto eu já notei. Mas é isto ou ter um filho. E como nenhum dos dois não cedeu a esse desejo ainda…
– Vocês não podem me forçar a ter outra criança – Hermione rosnou.
– Oh querida, sabemos que você vai desafiar a lei até a última consequência. Por tanto vocês têm essas duas soluções. Agora, você precisa passar isso a ele.
– Isso não vai acontecer. O inferno congelaria antes
– Receio Hermione Katherine estar certa – Klaus finalmente se pronunciou – Minha filha é cabeça dura, mas era conhecedora das leis desde as suas formações. – Ela bufou em meio a gabação da mulher no quadro oposto
– Mas e quando eu for a Hogwarts? Não vou poder sair toda noite para dividir uma cama com ele. Ou nem posso frequentar a escola grávida, não queremos isso!
– Até lá vocês já terão a ancora das suas magias, que é a essência da criança no cofre e não precisarão mais dormir juntos
– Oh – Hermione estava tão afogadas nas informações que nem se atentou a esse detalhe
– Você precisa ir agora.
– E, Hermione? – Katherine finalizou – Vocês precisam ir por livre e espontânea vontade ou as consequências serão piores. Acredite
Quando o sol se pôs, Hermione ainda não havia contado, talvez por ter achado uma grande baboseira ou pela notícia de que o ministro francês jantaria com eles aquela noite para rever a questão documental dela.
Depois de conferir os papéis e os testemunhos escritos dos médicos e atendentes do hospital, o ministro conferiu o anel verde no dedo antes de partir, dando a eles a causa ganha.
Quando as chamas verdes voltaram aos tons de vermelho, laranja e amarelo, Severus foi a sua poltrona usual tomar um copo do uísque preferido.
– Fale logo antes que exploda.
– Katherine… disse que estamos começando… arriscando nossa magia negando a companhia um do outro. E que precisamos de uma ancora
– Ela passou muito tempo sozinha para inventar essas coisas
– O problema é que Klaus confirmou – Severus ergueu uma sobrancelha olhando diretamente para ela
– Quais as nossas opções?
– Usar a magia do outro quando a nossa estiver estática. Ocorre geralmente em sonos, com pesadelos.
– Mas estamos algumas noites sem pesadelos – Severus rebateu
– Na verdade…
Então, naquela noite Hermione não teve tempo para se assustar quando adentrou no quarto do seu marido e sua cama não estava lá. Ele ainda não estava em local nenhum e ela trouxera consigo uma quantidade notável de travesseiros, para montar um muro no meio da cama.
Quando Severus finalmente saiu do banheiro, Hermione estava escondida atrás de uma pilha de travesseiros, imóvel. Ele ocupou o outro lado da cama sentindo-a enrijecer quando o colchão fez movimento. Nenhuma palavra foi trocada até que os dois estivessem em sono profundo.
