O travesseiro de Hermione estava quente, e ressonando.
Travesseiros não ressonam, mas o calor que emanava era tão agradável que ela agradeceu a Merlim por lembrar de lançar um feitiço de aquecimento antes de ir dormir.
Ainda em meia consciência, ela repassou a sua rotina no último mês, pela manhã o café era marcado com diversas discussões com Severus a respeito da quantidade de cada material e runa para materiais pré-fabricados da pedra. Isso sem contar o desjejum que era uma briga eterna para vestir os elfos no frio que fazia. O almoço mais light era os dois no laboratório trabalhando em perfeita sintonia enquanto caldeirões cozinhavam os mais diversos tipos de poções necessárias para um estoque de uma futura loja que Hermione abriria, com preços que todos pudesse pagar para que bruxas em casamentos submissos não ficassem sem suas poções necessárias e mensais. Não era preciso dizer que Severus desaprovou a ideia até Hermione dar-lhe o posto de potioneiro mestre. Desde então ele não mencionava nada além de corrigi-la quando ela insistia em decorar o livro e não seguir os instintos. Isso tudo em meio a gritos de Ren para que os dois comessem ou ela jogaria a comida fora e que se recusaria a cozinhar.
O final da tarde, Hermione decorava os livros que ainda não tinha lido da biblioteca. Ela dizia que, quando a filha retornasse, ela não teria o mesmo tempo disponível enquanto adiava o dia que voltaria ao Diagonal Alley para comprar os materiais no seu retorno tardio a Hogwarts.
Ela continuava a devorar os livros até que fosse tarde o suficiente e Severus não estivesse mais fermentando, era quando poderia ir até os seus aposentos, demorar no chuveiro até que ouvisse o do outro quarto ser desligado.
Ela demorava muito desembraçando os cabelos, então quando ela fosse aos aposentos, ele já estava do seu lado da cama e o muro de travesseiro construído. Ela deitaria do outro lado e logo adormeceria. Reiniciando toda a rotina novamente.
Excerto que, em nenhum momento das últimas quarenta e oito horas havia lembrado de lançar nenhum feitiço de aquecimento. O travesseiro roncou e ela notou meio segundo até assimilar que estava no meio da cama agarrada ao tronco do seu ex professor.
Tentando amenizar o constrangimento que surgiria caso ele acordasse e a encontrasse naquela posição tão comprometedora e, tentando fazer o mínimo movimento, ela moveu o corpo para voltar ao seu local inicial, teria sido bem sucedido excerto por Severus já estar acordado um bom tempo e lendo algo que certamente ele havia chamado depois de desistir de sair da cama sem que Hermione acordasse.
– Eu calculei que a fada da floresta não acordaria até o horário do almoço – Resmungou e Hermione ergueu a cabeça do travesseiro – Ou que eu deveria fazer as minhas refeições no leito
– Você deveria ter me acordado – Ela resmungou
– Você parecia confortável – Ele deu os ombros e voltou os olhos para o livro – Além disto, julgo que encontrei algo satisfatório para o final da nossa pesquisa. Tem a ver com o horário que deve ser feito.
– Eu não sabia que havia algo para isso – Murmurou levantando da cama
– Então, no seu julgamento deveria ser feito ao avulso, quando você bem quisesse ou sentisse confortável?
– Então, quando?
– No mesmo horário de nascimento. O exato horário – Hermione estremeceu
– Eu ainda não lembro muito sobre aquela noite – abaixando a vista, usou a mão livre para fazer desenhos imaginários nas roupas de cama – Eu sei o que você conta e sei sobre legimencia o suficiente para recriar na minha mente, mas até isso eles retiraram de mim
– Isso não importa mais, Granger – Revirou os olhos – Agora apronte-se, você vai comprar seus materiais hoje.
– Eu tenho que voltar aquele cofre?
– Não. Tenho uma quantia guardada na mansão, você não ficaria presa mais que o necessário em cada loja.
– Excerto no Flourish – Ela corou
– Já estava contando com isso, por isso eu enviei uma coruja ontem pedindo para que o dono separasse os livros do sétimo ano de Hogwarts, mais uma cópia de todos os lançamentos desde a guerra e, baseado no que você anda lendo, alguns livros da mesma linha de pensamento.
– E quanto os estoques de poções? Você estaria viajando e eles estariam parados. E eu quero ter o suficiente para terminar os estudos e já abrir a botica.
– Ainda tem a casa de Hogsmead que você pode se refugiar durante o final de semana. Você teria tempo o suficiente para fermentar algumas poções
– E para onde você vai?
– A primeira parada seria África, eu preciso de alguns caldeirões assados em cavernas do Kilimanjaro, eles aguentam melhor a pressão do cozimento por dez dias sem necessitar troca ou sem abrasão maior.
– Eu pensei que caldeirões assim só existissem na Grécia.
– Eles já não fabricam há anos.
– Eu li nos livros…
– Granger, o que eu ensinei a você nos meses que passou aqui?
– Que nem tudo o que está nos livros é verídico. Que eu devo confiar na minha intuição principalmente no que diz respeito em situações de vida e morte. E nada de água em cima de ácidos.
– Então você está pronta. – Ele balançou a mão expulsando-a da cama.
Ela então levantou levando os lençóis consigo e saiu encontrando com Ren batendo o pé na porta do quarto. A elfa não estava nada feliz e segurava uma das conchas limpíssimas
– Eu disse a vocês que jogaria a comida fora se não aparecessem para comerem – Começou
– Eu disse a ela – Severus deu os ombros voltando ao livro – Mas ela não quis acordar.
– Você não me acordou. Vou tomar café no Diagonal
– Nada disso senhorita – a elfa passou a seguir Hermione resmungando sobre o quanto as pessoas da casa deveriam ser bem alimentadas e que ela estava pele e ossos.
Horas mais tarde, depois muito bem alimentada pela elfa, Hermione estava atravessando o muro do Leaky Caldron em direção ao beco. O trânsito de pessoas ainda era leve mesmo com o horário já avançado, aparentemente todo o mundo bruxo da Grã-Bretanha estava presente na posse de Kingsley Shacklebolt como o novo ministro da magia. Demorou quase uma eternidade para que ele saísse de interino para finalmente assumir o posto que era seu de direito, no tempo que estava fazendo isso havia sido muito melhor para pessoas iguais a ela, embora ela não tenha desfrutado diretamente disso.
Madame Malkin foi a primeira a ser visitada e quando ouviu o sobrenome que a heroína agora utilizava e simplesmente baniu os tecidos que usualmente vendia para pessoas comuns e chamou todo o pessoal do estoque para que viesse com as sedas mais caras que tinham guardado no fundo dos seus cofres, embora Hermione achasse um exagero, os desenhos e medidas ficaram ótimas e a estilista prometeu que entregaria no final do dia e que a sua lareira sempre estaria aberta caso ela precisasse.
O próximo foi a Flourish e quando o dono viu as características de Hermione adentrar a loja, imediatamente desceu as escadas com um longo embrulho nas mãos, dizendo que a estava esperando desde que recebeu a carta sobre a sua vinda. Todos os títulos que Hermione olhou posterior já estavam inclusos no seu material, então sem ter muito o que fazer na loja, ela partiu para comprar penas e pergaminhos. E quando estava voltando, passou na loja onde adquiriu o seu gato.
O Kneazle havia tido o posto de melhor amigo por três anos, dando o segundo lugar para Harry e Ronald e fazia um bom tempo que ela não pensava neles, nem mesmo em Crookshanks, quem havia ficado na toca um pouco antes da guerra e nem sequer havia ido para a sede da ordem no período que ela estivera lá. O tempo que ficou na casa dos Prince havia sido bastante cansativo, mas isso não era desculpas, ela queria o gato de volta tanto quanto queria rever seus pais e a sua filha.
E enquanto voltava a Caldron, a loja dos gêmeos chamou atenção e por um segundo ela parou, do outro lado da rua observando o chapéu despontando acima das lojas e ela gostaria de repetir a rotina desde o seu quinto ano e adentrar a loja, excerto pela cabeleira ruiva de Ginny no balcão de entrada. A garota Weasley cheia de vida que Hermione conheceu estava opaca, cabelos ralos e olheiras marcando o seu rosto apoiado nas mãos em cima da bancada observando algum ponto do lado de fora, mas não notando a castanha e suas compras. Por uma fração de segundo Hermione sentiu pena da garota cheia de vida quem praticamente liderava a escola. A guerra realmente tinha levado o melhor das pessoas e as deixado apenas a carcaça tentando sobreviver, e outros haviam preenchido as suas com o pior de cada ser humano e colocado uma máscara, semelhante aos Death Eaters para ninguém notar as suas loucuras ou horror diante do que estavam fazendo.
Quando a massa ruiva começou aumentar no interior da loja, Ginny levantou e Hermione não deixou de notar as suas vestes ainda puídas, provavelmente algum vestido que Molly usou no passado e agora a garota reaproveitou.
Alguma coisa foi dita de Ronald que Ginny se encolheu, dando um passo para trás e pisando de mal jeito pela forma que se apoiou no balcão e Hermione encolheu todas as compras colocando no bolso do casaco e adentrou a loja, que já não tinha todo o barulho de quando inaugurou, e para ser bem honesta, Hermione mal lembrava de ter visto George, nem sequer no seu casamento.
Ela juntou algumas peças que encontrou logo na entrada, sem se importar muito com o que era e simplesmente saiu pegando uma de cada até o local que Ginevra estava acuada pelo irmão.
– Vou querer uma amostra de chocolate com hortelã e pimenta – Anunciou colocando as coisas no balcão e atraindo a atenção dos dois – Algo de errado?
– Não senhora – Ginny começou a empacotar as coisas virando para pegar o chocolate
– Vai mesmo continuar com esse teatro, Hermione? – Ronald perguntou – Sei que você conseguiu que o ministro francês ficasse ao seu lado, mas não acha que basta?
– Ronald Weasley – Hermione tentou limpar o sarcasmo da sua voz – As coisas vão parar quando eu disser que sim. Até lá, eu vou fazer da forma que eu quiser
– Deu cinquenta e seis nuques, Hermione – Ginny interrompeu e Hermione abriu o bolso para retirar a quantia pedida. Quando retornou a vista para cima, apenas a garota estava no balcão, pálida e ela não deixou de notar pequenas falhas nos cabelos agora sem vida
– Aqui está, fique com o troco – Tentou
– Eu não posso – Ginny sussurrou – Eles não me deixariam
– O que está acontecendo, Ginny? – Ela sussurrou – Você precisa de ajuda?
– Você precisa ir, precisa voltar a Hogwarts e dizer a diretora que há muito mais coisas que ela não viu – a garota ruiva olhou para as escadas – Você tem que ir logo, ele foi buscar nossos pais e o inferno congelaria antes de Molly Weasley deixar você sair daqui sem dizer onde está a criança
A castanha chamou dos bolsos um pergaminho, encantou-o e escreveu algumas coisas
– Minha casa está protegida de corujas, mas se você precisar...
– Hermione, não! Eles me pegariam
– Está encantado apenas para você ver – Um aceno da varinha e um pedaço do retalho do vestido de Ginny foi forrado em um bolso – Eu sei que você não era você na mansão, alguma coisa aconteceu e você precisa me ajudar.
Os olhos azuis de Ginny correu a escada assim que a porta no andar de cima foi aberta
– Harry usou a pedra da ressurreição em Fred – Ginny começou dando a volta no balcão e a escada rangeu – Era uma vida pela outra e... Todos nós estamos sofrendo as consequências. Você tem que ir agora, Hermione. Se esconda, certeza que já tem aurores no Leaky Caldron então não tente lá ou o banco – Ela empurrava Hermione pelo cotovelo e atrás delas vinha a família descendo as escadas com o máximo de rapidez que conseguia – Me desculpe por isso
– Pelo o que?
A mão da ruiva foi no pulso da mão onde estava a varinha de Hermione e a ponta do bastonete no meio do estômago, e logo a ruiva estava voando em direção aos familiares que já haviam alcançado o térreo, atrapalhando-os.
Hermione notou que ela estava falando a verdade quando estava aproximando do Caldron, dando meia volta, querendo cortar caminho e ir até o ponto de aparatação, mas não daria tempo pela pequena algazarra que estava formando apenas pelo fato de a família e alguns aurores estarem atrás dela. Ela sabia que era impossível aparatar no meio do beco e estava quase desistindo quando o nome Malkin reluziu no meio do sol.
Ela quase dançou de felicidade quando adentrou na loja e disse que precisava provar novas vestes. Malkin a levou para os fundos onde haviam provadores do tamanho de um cômodo cercado de espelhos. Hermione só respirou quando estava acima do pedestal e uma das funcionárias da loja trazia a ela as vestes solicitadas. Entre um abrir e fechar de portas, ela ouviu a dona brigar com os aurores sobre não abrigar nenhum fugitivo do ministério nas suas dependências e que se retirassem porque haviam duas clientes de alto escalão e que não deveriam ser incomodadas.
Imediatamente a lembrança de Severus dizendo a ela que não estranhasse quando o ministério acataria as ordens do sobrenome veio a sua mente.
– Eu sou uma Prince agora – Hermione disse em frente ao espelho – Eu sou uma Prince
Repetiu
– Eu disse a você que uma hora ou outra isso cairia bem – Acima do seu ombro estava Severus subindo no pedestal e ficando exatamente atrás – Agora só precisamos fazer com que eles aceitem
– Ministério?
– Ministério.
A funcionária adentrou com novas vestes, negras conforme solicitadas por ela, e alguns minutos depois Hermione estava saindo do vestiário com vestes tão finas que vestes de puros sangues pareceriam trapos diante
– Como mulheres respiram nessa coisa? – Hermione perguntou olhando para Severus quem reunia as compras – Isso é um instrumento de tortura usado na era medieval. O caça bruxas não é nada
Malkin olhou para ela quase escandalizada e Severus guiou Hermione para a lareira da bruxa, saindo no saguão do ministério, muitos olhares foram direcionados aos dois sem realmente acreditar que diante deles estava dois heróis considerados mortos caminhando lado a lado, mais vivos impossíveis.
O rosto tenso de Hermione não era nada comparado ao neutro de Severus, no fundo o homem guardava o rancor de ter a esposa perseguida por funcionários por estar apenas passeando. Depois de revistados e entrevistados pela guarda, o próprio ministro veio ter com eles
– Quando chegou aos meus ouvidos, eu achei que fosse mentira ou polissuco. Mas estar aqui diante dos dois…
– Olá Kim
– Severus, Hermione.
– Precisamos conversar.
– Já não era sem tempo – O ministro mostrou o caminho para os dois quem se entreolharam e seguiram para a sala – Vocês não imaginam a dor de cabeça que tive com a família Weasley hoje
– É justamente isso que estamos fazendo aqui – Hermione interrompeu – Peço perdão, mas a família não aceita o meu casamento no meio da guerra e insiste em me manter casada com Ronald.
– Hermione, veja, não é tão simples assim.
– Então me explique como eu consigo a dissolução matrimonial?
– Temos de averiguar as razões pela qual você pede isso.
– Eu posso te dar as duas principais motivações que me levaram ao altar para a dissolução, ministro
– Por favor Hermione, me chame de Kim.
– Kim. – O bruxo assentiu e Hermione sentiu Severus enrijecer – O primeiro motivo é o pré-guerra quando eu quis casar com ele. Eu realmente queria e prometi que iria, mas as circunstâncias mudaram no momento que ele não procurou por mim, já se declarava o viúvo e usava a imagem de Harry para procurar o meu corpo. Quando o meu marido me deixou, meses depois em Hogwarts em busca do meu tratamento, a primeira coisa que fizeram foi me manter sedada para que eu não tivesse voz.
– Eu lembro de visitá-la e você sempre estava dormindo. Antes de termos aquela conversa, foi quando a senhora Weasley começou a declaração de invalidez da sua pessoa.
– Foi quando eu disse que não casaria com Ronald Weasley. – O ministro assentiu.
– Então veio a sua internação definitiva e o bebê
– Há tanta coisa errada mencionada em apenas três orações – Ambos olharam para Severus que acabara de se manifestar – Primeiro que Granger não foi ouvida por aurores, mas pela família que a tratou de invalidar, segundo o que aconteceria se Alice Longbotton aparecesse grávida?
– Investigaríamos a fundo já que ela não tem capacidade de consentimento
– E o que, no nome de Merlim te fez acreditar que Hermione Granger-Prince tinha consentimento para esperar um bebê sendo sedada e estando declarada, por mais de três pessoas, invalida? – Kim ficou calado. Severus puxou das vestes um envelope – Aqui estão todos os documentos que comprovam que Hermione já era uma Prince quando se casou com o energúmeno. Também o pedido de dissolução matrimonial, proteção a minha esposa daquela família até dentro dos muros de Hogwarts, para onde ela irá completar os seus estudos na semana que vem.
– Também quero a guarda do meu gato, quem ficou em posse da família Weasley e todas as minhas coisas na residência deles.
O ministro ainda estava analisando os papeis dados por Severus quando Molly invadiu o escritório, trazendo a metade sobrevivente no seu encalço.
– Você não pode fugir por muito mais tempo, queridinha – Disse a mulher. – Primeiro inventou aquelas mentiras a respeito do diretor para fugir, mas agora, aqui diante de Kim você não pode fugir, aparatar ou usar chave de portal. Você vai ficar e honrar o seu compromisso com meu Ronald.
– Como se ele tivesse honrado algum compromisso comigo – Desenhou – A enfermeiras comentavam nos corredores que ele já havia usado a desculpa do pobre marido com a esposa inválida com mais da metade do mundo bruxo e várias pessoas foram demitidas por estarem fazendo coisas inadequadas em locais inapropriados.
Molly Weasley olhou mortificada para o filho quem parecia um santo, o aluno do primeiro ano quem não tinha conhecido o lado obscuro da guerra.
– Elas foram readmitidas, até promovidas.
– Isso porque você estava comprometido com a esposa e filha no leito de morte – Severus interveio e então todos voltaram a atenção para ele.
O semblante de Harry, escondido no canto mudou de apatia para algo entre esperança e gratidão, enquanto ainda tinha voz ativa, o jovem conseguiu a póstuma homenagem ao homem que agora estava a sua frente, defendendo a sua melhor amiga.
– Isso é um absurdo que vocês estão acusando meu filho – Molly rebateu. – Ron Weasley jamais faria isso. Ele é um homem criado para ser uma excepcional pessoa e excelente esposo
– Me drogar e estuprar não o faz nenhum dos dois
– Cuidado com a língua garota, eu posso fazê-la você engolir com algumas palavras
– Tente – Desafiou Hermione
– Senhoras, senhoras. Por favor – Kim interveio quando as varinhas já estavam apontadas – Acalmem-se. Senhora Weasley, Hermione tem um caso sólido contra a sua família, que será investigado por mim, pessoalmente. Enquanto isso, eu peço que mantenham distância.
– Eu só quero saber onde está a minha neta. – Molly chorou – Onde está a minha Rose. Onde você a sepultou!?
– Rose está morta – Hermione falou – E você a matou, junto com toda a sua família apenas para ter Fred de volta. Mas era ela ou eu, e Ronald não hesitou em escolher o próprio sangue
Kingsley enrijeceu
– Do que eles estão falando?
– Eu usei a pedra. – Harry falou no fundo – Firenze a encontrou e trouxe para mim durante a reconstrução e eu tinha que escolher alguém. A família Weasley sempre foi a que me acolheu e quando surgiu a oportunidade de devolver Fred… Mas a Mione estava doente e a morte pediu uma vida pela outra e eu contei a Ronald. Disse que tinha que ser alguém próximo. Na semana seguinte casaram a Hermione e ela se tornou da família. A morte veio a mim dizendo que a levaria, mas ela estava grávida e era injusto duas pelo preço de uma. Quando ela perdeu o primeiro bebêe, quinze dias depois… Ela não queria o que estava manchando a magia da Mione então disse que levaria o próximo bebê que ela tivesse. Foi quando eu soube o que Ron estava fazendo.
– Harry tentou me alertar – Ginny se fez presente – Então, sempre que eu tentei fugir para falar com Hermione, minha mãe não deixava. – Molly tentou argumentar
– Então Ginevra veio até mim – Arthur interrompeu – e eu levei as preocupações até Molly quem disse que Ronald estava apenas matando saudades da esposa, mas não estava fazendo isso. Ela estava tão feliz por Hermione estar grávida que nem sequer se atentou ao fato de Hermione estar de cama, sedada a maior parte do tempo.
– Então o médico veio até mim – Harry continuou – Disse que, apesar de legalmente Ron responder por Hermione, ele queria uma segunda opinião e foi quando conseguimos a enfermeira.
– Que era uma cliente da loja dos gêmeos quem perdeu uma massa de cabelos – Ginny continuou – Fred e George são bons em fabricação de poções então eu conseguia ficar no quarto com Hermione enquanto Harry me cobria na loja. E por diversas vezes Ronald ameaçou me estuporar, ou pegava na minha bunda quando Hermione estava dormindo.
– Isso é mentira.
– Isso é verdade – Harry interveio – Eu também apareci como enfermeira algumas vezes e fiquei na sua ameaça.
– Isso tudo foi reportado a mim – Arthur disse
– Então quando Severus apareceu para levá-la, levá-las, eu achei que fosse a morte. – Ginny disse – Era meu plantão, eu ajudei a levar o corpo das duas e declarei que explodiu.
– Mas ela apareceu durante o amanhecer dizendo que queria Rose, eu não sabia o que fazer, eu não podia dizer nada. Até que o cabelo de Ginny começou a cair
Severus aproximou da garota ruiva até notar uma pequena mancha arroxeada próximo dos seus olhos.
– Eu ajudei Rose e Hermione a escaparem do acordo com a morte e agora tenho que pagar por isso
– Então era pra isso que vocês queriam tanto a minha filha? Ou a mim? – Vociferou Hermione.
– O acordo foi feito no nome de Hermione Weasley, e quando você vinculou a sua magia com a do Snape…
– Prince – Severus rebateu
– A morte queria a Weasley mais próxima da Hermione.
– Mas eu nunca fui uma Weasley – Ela disse – Os documentos comprovam…
– Hermione – Severus interrompeu e os olhos dela pararam por um momento
– Não… Severus, não por favor… – Implorou chorosa
Os olhos dele foram dela para o chão.
– Eu sinto muito. – Ele disse e todo o corpo de Hermione cedeu com aquelas palavras. Demorou um tempo até que ela acostumasse a idéia e finalmente falasse as pessoas a sua frente
– Rose esta sepultada no mausoléu Prince. – Ainda de joelhos, ela levantou a vista notando a áurea negra que cercava Ginny – Você pode levá-la.
Então, a morte foi.
