Pequena Grande Notícia

E, realmente, estamos felizes, muito felizes. Eu arranjei um emprego como auror, junto com o Harry. Hermione está trabalhando no Ministério também, na seção de Defesa dos Direitos das Criaturas Mágicas, ou algo do tipo (toda vez que eu penso que o Ministério não vai ter mais criatividade suficiente para criar um Departamento novo com um nome maior, eles inventam mais um). Acho que ela quer levar adiante aquele negócio do F.A.L.E., pois tenho lido alguns relatórios que ela escreve meio suspeitos. Arranjamos, também, um apartamento trouxa em Londres, e nossas famílias são muito unidas. Ás vezes pensava que não podia melhorar.

Por um tempo nossa vida foi corrida: procura por emprego, por uma casa, entrevista de emprego, mudança, empréstimo no Gringotes, enfim, um verdadeiro CAOS. Mas enfrentamos a "barra" muito bem. E agora era só rotina: acordar às cinco da manhã, tomar café, dar um beijo de despedida, e ir trabalhar. Depois, à noite, chegar em casa, jantar e...bem, não vou entrar em detalhes.

Até que ela começou a ficar meio estranha: tinha constantes enjôos, passava muito mal e se irritava à toa. Muito diferente do que ela normalmente é. Ela também andava muito desanimada. Uma tarde cheguei mais cedo do trabalho, porque ela estava em casa. Ela tinha passado muito mal à noite, então eu a aconselhei a ficar em casa, descansando (bom, digo que eu a aconselhei, na verdade eu a obriguei a ficar em casa, só faltou amarrá-la na cadeira). Mesmo assim, quando voltei do trabalho, encontrei-a escrevendo uns relatórios.

- Não acredito! – Exclamei, indignado. – Pensei que tinha pedido para vocë descansar.

- Bem...é que eu precisava terminar essa tese.

Embora fique um pouco chocado, eu admiro a determinação da Mione. Mesmo quando doente, ela consegue continuar trabalhando, e ela sempre foi assim.

- Tudo bem, tudo bem. Como foi o seu dia hoje? – Perguntei, mudando de assunto.

- Ah, foi normal, como sempre. Você sabe que nunca há muitas novidades...

- Bom, vai haver uma novidade para você, lá no quarto...

Para minha surpresa, ela cortou o meu barato:

- Rony, hoje não. Não estou me sentindo bem, além do mais, você deve estar cansado.

Resumindo, nada de diversão hoje.

- Ok, ok...Mesmo assim, está se sentindo melhor?

- Sim, mas acho que vou marcar uma consulta no St. Mungus para fazer um...check up.

- Ué, mas você não disse que já se sente melhor? - Eu não entendia: se ela estava melhorando, para quê ir ao hospital?

- Porque...porque...porque eu preciso saber da minha saúde, oras! –Ela encerrou o assunto, irritada.

Aí tinha coisa.

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- Sr. Weasley, o senhor tem um caso para tratar. – Era minha secretária, Meggie, cuidando do trabalho.

- Certo. Qual a localização?

- R. Parker Peeves, nº 381, Londres.

- Ok, eu já vou para lá.

E desaparatei.

Cheguei onde parecia ser uma casinha de madeira. A porta estava entreaberta e as janelas estavam quebradas. Ao entrar, percebi logo um homem caído no chão empoeirado.

Trabalhar na cena do crime nunca é um trabalho agradável. Você precisa ter sangue frio, cuidado para não deixar suas digitais e, muitas vezes, estômago forte para analizar cadáveres. Pense naquele programa trouxa de TV, qual é o nome mesmo, C.S.I.? Bom, é mais ou menos isso. Um pouco mais prático, mas é mais ou menos isso. Perguntei ao auror que estava vigiando o local se ele sabia o horário em que a vítima morreu.

- Mas ela ainda está viva.

- Sério?

Nesse momento, o bolso da minha calça esquentou. Pguei o comunicador-bolha para ver quem era.

Acho que vocês querem uma explicação sobre o que é um comunicador-bolha. Bom, é um vidro de cristal com uma poção cristalina dentro, que esquenta quando alguém quer falar com você. Se você quer conversar com alguém pelo comunicador, simplesmente abra o vidro e diga o nome da pessoa. Quando essa pessoa atender, uma bolha vai sair do vidro, e aí você pode conversar com ela normalmente. É uma pequena invenção de Fred e Jorge, e toda a família tem, até o Harry, que está noivo da Gina. Abri o frasco e uma bolha saiu, mostrando o rosto um pouco tenso de Hermione.

- Rony?

- Oi, Mione, o que aconteceu? Você está bem?

- Estou, estou ótima, só que...

- O que foi? – Todo esse suspense estava me deixando impaciente.

- Ah, Rony, será que você poderia dar uma passada aqui no St Mungus?

- Por que, o que aconteceu? – O tom dela só serviu para me deixar mais nervoso.

- Nada, é só um...ah...exame.

Bom, aí foi que eu fiquei preocupado.

- Já vou para aí.

E tampei o comunicador, e precebi que a vítima estava acordando.

- Você está bem?

- E-estou.

Olhei para o auror, que havia escutado a minha conversa. Nem precisei falar nada, ele só sorriu, e disse:

- Pode ir. Creio que você vai ter uma enorme surpresa.

Nem parei para pensar no que ele disse. Desaparatei na hora.

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Aparatei na frente do St. Mungus e nem me preocupei com os trouxas. Entrei rapidamente pela virine e me dirigi à recepcionista, que lixava as unhas:

- Com licença, a Sra. Hermione Jane Granger Weasley (eu pedi para ela tirar o Granger, mas ela não quis, por isso o nome gigantesco) marcou uma consulta para hoje, sabe em que sala ela está?

A mulher não respondeu imediatamente. Lentamente, como se tudo no mundo pudesse esperá-la, ela escreveu uma coisa no pergaminho, deu-lhe um toque com a varinha, e lançou o que agora era um memorando no ar, que girou bem devagar, antes de planar pelas escadas. Levou quase uns cinco minutos para vir uma resposta. Quando esta chegou, a mulher leu como se fosse um artigo de revista, "curtindo" o texto.

- Desculpe, estou com um pouco de pressa.

Ela me olhou como se eu fosse algo desprezível, e continuou a ler. Em seguida, olhou para mim e disse, numa voz enjoada:

- Sala 56, 1º andar, Sr...?

- Weasley.

Subi correndo as escadas, mas pude ouvir a moça dizer distintamente algo que lembrava "homens!" (me lembrou um pouco a Hermione, toda vez que surgia o assunto quadribol)

- Sala 56, sala 56... – Eu repetia baixinho, olhando para os lados.

53, 54, 55, 56.

Entrei sem bater.

- Hermione?

As duas pessoas que estavam na sala se viraram. Hermione, ao me ver, deu um enorme sorriso, e o curandeiro também.

- Ah, Rony! – Disse Mione, me abraçando.

- O que foi, o que aconteceu? – Perguntei, confuso.

- É...é maravilhoso! Venha, o doutor Larry vai explicar para você.

- É melhor se sentar, senhor Weasley.

- Não obrigado...

- Er...é melhor se sentar, Rony.

- Não se preocupe, Mione. – A minha aflição era tanta que eu não conseguia sentar.

- Bem...

O curandeiro demorou um bom tempo arrumando papéis e escrevendo. Em seguida, ele olhou para mim com um enorme sorriso. Cara, para quê tantos sorrisos? Eu, por exemplo, não estava nem um pouco a fim de sorrir.

- Meus parabéns. – Ele disse. Continuei sem entender, e acho que ele percebeu, porque explicou. E o que eu menos queria naquele momento eram explicações demoradas. – Andei fazendo uns exames simples na Sra. Granger Weasley, e, bem, repito, meus parabéns... – Ao meu lado, Hermione dava constantes risadinhas, como uma menina de colegial. – Você...vai ser papai!

- Ah...

Só isso? Bom, foi tudo o que consegui dizer.

Por que em seguida eu desmaiei.