Disclaimer: Alguns personagens, lugares e citações pertencem a tia J.K. Rowling e essa fic não possui fins lucrativos.


(N/A) Essa shortfic foi escrita para o VII Challenge James & Lily do Fórum 3V. Minha amiga e mestra foi gentil o suficiente para me dar o prêmio de 2º Lugar. "sorriso exagerado"

Tudo deu certo...

Por Doom Potter

Capítulo Um - Tiago

Quando Lílian aceitou meu pedido de casamento, eu jamais (Entenda, JAMAIS!) pensei que teria que passar por essa situação. Só pode ser castigo de alguém mesmo, é muita humilhação... Lílian bem que poderia livrar minha cara, contudo, isso seria pouco provável sendo foi ela mesma que decidiu isso. Só Merlin sabe o quanto eu a amo para concordar com toda essa loucura. Sinceramente, não sei mais se me arrependo ou não de ter feito o pedido. Bem... Na verdade mesmo, eu só me arrependo de tê-lo feito tão cedo. Analisando precisamente: enquanto os pais e familiares dela estão vivos. Eu obviamente não poderia matar todos os parentes da minha futura esposa, mas tenho certeza que voltarei a pensar nessa possibilidade algum momento mais tarde.

Evans...! Com todos aqueles costumes trouxas e manias esquisitas. Digam-me, quem mais poderia sentar duas horas para ouvir um tal de padre falar sobre as responsabilidades e questionar as incertezas sobre o casamento durante a cerimônia? Ora, não estaríamos ali se tivéssemos dúvidas do nosso amor não é mesmo? Isso me fez lembrar quando levei um safanão da Lílian porque adormeci na renovação de votos da bisavó dela, mas hei: eu tenho culpa se tudo aquilo estava maçante para o meu cansaço? Tudo bem que meus roncos estavam perturbando, ainda sim foi uma tremenda injustiça. Pelo menos hoje seria diferente. Nada de frescuras trouxas. Exceto talvez, pela minha desgraça.

Parado em frente ao espelho eu me sentia a pessoa sortuda mais azarada do mundo. Uma contradição estranha não acham? Tão estranha que chegava a revirar o estômago, acompanhada de perto pelos calafrios que sempre antecedem a tal cerimônia. Incomodado, eu levei as mão aos cabelos a fim de controlar meu nervosismo e senti uma saliência umedecer a palma, observei de esgueira Remo imitar o meu tique, mas a mão dele continuou seca e intacta... "Droga", praguejei baixinho enxugando a mão numa toalha e apanhando o último recurso que evitaria isso de acontecer pela quarta vez.

Pergunte à qualquer noivo e aposto um galeão dirão a mesma coisa: cinco minutos de subir no altar, a única palavra que passa por sua cabeça é a seguinte: "Fuja!"... Felizmente eu tinha alguém para me impedir, se não já estaria sobrevoando algum lugar no continente africano há essa hora. Sentindo o vento no meu rosto, mesmo que com aquele sol exagerado que nasceu está manhã. Alivie-me só de pensar naquele sensação de liberdade, voar era maravilhoso...

- Estou dizendo Tiago, - a voz de Remo soou no vazio me tirando dos devaneios repentinos – Você está ótimo! – ele usou um teor irônico que não me animou muito.

Aluado nunca apreciou humor negro, ele era sério demais para tirar graça as custas dos outros. Quase sempre tentava impedir que eu e Almofadinhas fizesse o mesmo, mas foram pouquíssimas as vezes que ele se sucedeu nessa tarefa. Este dia porém, eu confesso que ele decidiu abrir uma exceção de suas crenças, com o intuito final de me aborrecer. E como eu já estava num poço de ansiedade total, não conseguia encontrar respostas à altura. Seus comentários eram sarcasticamente elaborados, e continham uma certa vingança reprimida. Talvez pelo que houve na festa de despedida, ou porque era simplesmente impossível deixar de fazê-lo.

- Existe alguma regra que diz que é o noivo quem pode abandonar a noiva no altar? – indaguei para ele, que rolou os olhos antes de responder.

- Que eu saiba não,... Mas vá com calma – respondeu sério – Vai dar tudo certo.

Como? "Ahhhhhhhh", eu gritei sem fazê-lo. Apenas continuei encarando aquela tranqüilidade invejável antes de me dar conta do que realmente tinha acontecido. Ele nem soube direito o motivo pelo qual que quase pulei em seu pescoço.

- Seu... – o som da porta se abrindo foi o bastante para me impedir de atacá-lo – Lílian? Sr. Evans?

- Não. – ao ouvir a voz de Sirius eu me joguei atrás do espelho ao qual me refletia segundos antes – Sou eu, Pontas.

- Bem vindo, Almofada – Remo o cumprimentou – Eu já estava cansado de ser o único opinante aqui.

- Opinar no quê? – indagou Sirius num olhar confuso. – O que está havendo?

- Permita-me dividir essa visão celestial - "Maldito Aluado!" pensei furioso quando ele fez sinal para eu sair do esconderijo – Ora Tiago, você não vai poder ficar aí o dia inteiro.

- Aluado está certo – falou o moreno já com ar triunfante ao perceber que eu estava encurralado – Foi para isso que eu vim, está tudo pronto.

Sabendo que não tinha outra escolha a não ser revelar o motivo pelo qual eu podia sentir minhas bochechas, (de tão vermelhas que estavam) eu dei um passo para o lado. Sirius meramente sorriu e um pequeno - "Hummm" - soou no ar antes do cômodo se encher de gargalhadas, com variedades de entonações e gestos acompanhantes. Eu apenas ouvi pacientemente, me conformando com aquela reação. A palavra "Fuja" piscou freneticamente no meu pensamento, mas eu a ignorei (com muita dificuldade). Encarei os fatos: aquele era meu destino e eu sabia disso quando pedi à mulher dos meus sonhos em casamento.

Por que raios ela teria que ser nascida trouxa? Por que tinha de ser tão conservadora e preocupada quanto aos seus costumes? Por tinha que casar com um vestido que parecia mais um muffin enfeitado? (por mim ela casava só de camisola, hum... Mas seria estranho!) Porque eu também tinha que usar branco para parecer um cavalheiro? Várias perguntas perambulavam em minha mente, mas nenhuma parecia ter resposta. Ao invés dela, eu tinha a conseqüência...

E essa era o terno ridículo que eu tinha de usar para a ocasião, ou seja, meu casamento. Um fraque branco, naquele corte assimétrico deplorável com abas arredondadas a partir da abotoadura e uma gravatinha borboleta preta! Adornado ainda com uma rosa vermelha presa na lapela, uma quantidade excessiva de gel no cabelo (que melavam minha mão toda hora) e para completar: luvas brancas e incômodas. Resumidamente, eu diria que esse visual poderia ser definido numa palavra curta e simples: cafona!

Mas se era isso que me custava o consentimento dos meus futuros sogros: Que assim seja! Eu ainda tinha que ganhar o coração de pedra do Sr. Evans, sem contar da pior cunhada do mundo: (Argh!) Petúnia ou a Flor-Que-Nunca-Se-Deve-Cheirar, como eu gostava de chamá-la. Encarei o espelho sem um pingo de animação, ao contrário de Sirius que agora apertava as costelas provavelmente doloridas pelas risadas exageradas.

- Agora chega! – berrei por fim e Sirius se calou parcialmente.

- Você está... Está tão... – ele não conseguia suprimir risinhos debochados – Tão patético – e explodiu em novas gargalhadas – Eu nunca vi nada mais ridículo...

Joguei meu sapato nele, não surtiu efeito algum. Era impossível controlá-lo, e não ousei continuar tentando. Pois sei que se fosse ele no meu lugar, eu faria o mesmo ou até pior. Por exemplo, tiraria fotos, inventaria apelidos, sabotaria o penteado dele, e outras coisas que só os amigos podem fazer, sabe? Fitei o rosto sério de Remo e perguntei:

- Existe alguma maneira de vocês me levarem a sério depois disso? - Sirius pensou um minuto antes de responder:

- Nope! – e caiu na gargalhada de novo, Remo apenas me olhou piedoso e se levantou colocando a mão no meu ombro.

- Lílian é a mulher da sua vida... – ele sorriu de forma encorajadora – Você tem é sorte, Tiago.

- É, tem a sorte de já estar dominado pela esposinha... – zombou Sirius ainda rindo – Imagine se acostumar com isso só depois do casamento? – e me lançou uma olhar divertido antes de acrescentar com voz pesarosa – Pobrezinho, tão jovem...

- Seu filho da... – a palavra a seguir foi abafada pelo som de batidas na porta do quarto. – Quem é? – perguntei aborrecido.

- Jack Evans. – respondeu a voz grossa e rígida do outro lado da porta.

- Sr. Evans? – pedi num engasgo me atrapalhando por completo e largando o pente que usaria para atacar Sirius. – Eu... Hum... O que... Algum problema?

- Teremos um em breve se você não se apressar, - respondeu ele, os bigodes e a madeira mogno da porta abafando o tom rigoroso na voz - Ou sua intenção é chegar depois da noiva?

- Não senhor, eu já estou saindo – eu olhei de relance para Remo antes de afrouxar um pouco a gravata que sufocava meu pescoço.

- É Pontas, parece que o sogrão não gosta muito de você. – falou Sirius ficando em pé bem atrás de mim.

- É, - concordei infeliz – Ele sempre diz que Lílian deveria estar casada com um advogado subordinado dele...

- Tenho certeza que você é bem melhor – e colocou a mão no meu ombro – O seu padrinho pelo menos é, sem dúvida nenhuma. – Remo e eu rimos do comentário, quando Almofadinhas voltou a falar – Sentirei falta disso.

- Do que exatamente? – perguntei numa expressão confusa.

- Tiago solteiro. – respondeu ele parecendo um pouco nostálgico.

- Bom, eu sou atravessar a dimensão para me tornar... – e ergui a mão no ar desenhando uma faixa imaginária - Tiago casado.

- Eu diria...Tiago dominado. – observou Almofadinhas, e levou um peteleco merecido de Aluado.