Pessoal mil desculpas pela demora, por motivos pessoais tive que dar um tempinho, mas agora voltei...espero que tenha compensado a espera.
AUTOR: MISS EYRE
"ENCARNAÇÃO"
Capítulo 5
"O AMOR NÃO TEM IDADE"
"Que legal papai, é a primeira vez que eu vou pra Londres, mal posso esperar!" Malone estava empolgado com a viagem, conhecia quase toda a Europa, já tinha estado até na Inglaterra, porém não em Londres, nem ele nem a mãe entendiam porque John nunca quis levá-los para aquela cidade, mas depois de muita insistência Lucy conseguira convencê-lo, pois queria muito visitar umas amigas dos tempos do colégio.
"Não fique pulando como um bobo Eduard, parece até um filho de camponeses, quem ver você assim empolgado vai pensar que nunca saiu de Paris..." Malone olhou para o pai, que fez uma careta remedando a mulher, ele já estava acostumado com suas frescuras. "Eu vi isso John..." disse referindo-se a careta. "É por isso que esse menino não me respeita."
"Não é que ele não te respeita Lucy, é que você pega muito no pé dele, e isso irrita qualquer pessoa. Pare de chamá-lo de bobo, de ignorante, isso o deixa magoado e reprimido." Eles mais uma vez começavam uma discussão, era uma atrás da outra, Malone não agüentava mais.
"Eu não ligo papai, não tem importância..." disse Malone para que os dois parassem logo a discussão. Mas seu rosto mostrava para quem quisesse ver, que ele se importava sim. Mas sua mãe era a única que não queria ver.
"Vamos acabar logo com essa lengalenga senão vamos perder o trem." Disse Lucy apressando os dois. Cada um levou uma pequena mala, as outras estavam sendo carregadas por mais dois criados que os levariam até a estação.
Malone sentou-se ao lado do pai, não conseguia conter sua alegria, aos 10 anos era um menino delicado, frágil, mas muito alegre. Sua mãe só conseguia ver sua fragilidade, e como sempre dizia que o menino era assim, que parecia uma menininha mimada, por culpa do John, que o mimava demais e o tratava como uma mocinha. Quando Malone ouvia esses comentários da mãe fingia indiferença, mas na primeira oportunidade que tinha de ficar sozinho, na maioria das vezes em seu quarto, no escuro, antes de dormir, ele chorava e se perguntava por que a mãe o tratava assim, e imaginava se a culpa não seria dele mesmo, pois se achava diferente dos outros meninos de sua idade, que só pensavam em brincar de formas violentas, uns batendo nos outros, e ele sempre preferindo ler ou praticar jogos de azar ou estratégias com o pai.
Mas naquele momento ele não pensava em nada disse, estava muito feliz por estar ali indo para uma cidade nova, ao lado de seu pai, e nem se importava com o que a mãe dizia, como por exemplo mandá-lo ficar sentado o tempo todo, pois parecia um selvagenzinho que nunca saía de casa.
Ao chegarem na casa que lhes fora emprestada pelos pais de Lucy, os criados, que já haviam sido avisados, levaram as malas para os devidos quartos. Lucy tomou um banho enquanto pai e filho exploravam o imenso quintal cheio de árvores e plantas que estavam lindas naquele verão. Depois do jantar Roxton colocou o filho na cama e deu-lhe um beijo de boa noite. Foi para sua imensa cama, que não era dividia com a esposa, assim como era em sua casa em Paris. Há tempos ela pediu para ter um quarto só para ela, dizia que detestava ter que dividir a cama com alguém, no começo Roxton achou estranho, depois achou que ela não poderia ter feito coisa melhor.
Roxton deitou em seu travesseiro alto, estava cansado da viagem, mas estava também bastante empolgado, a última vez que estivera em Londres fora no aniversário de 16 anos da Marguerite. "Como será que ela está, será que continua linda? Deve estar ainda mais linda agora que se tornou uma mulher adulta." Pensou Roxton ansioso por vê-la, mas com um pouquinho de apreensão, talvez ela estivesse feliz e amando seu marido, diferente dele, que não sentia mais nada por Lucy, nem mesmo atração. Ela o procurava pouco no meio das muitas noites que dormiram separados, chegou a pensar que ela tivesse outro, mas achava improvável, mas era melhor não manterem contatos físicos, não queria ter ouro filho com ela, não com ela. E para se aliviar, muitas vezes Roxton procurava as moças de um cabaré que ficava no interior obscuro de Paris.
Em meio aos suas pensamentos, Roxton adormeceu e como acontecia há anos, noite após noite, sonhou com Marguerite. Neste sonho ela usava um vestido, branco e comprido, que lhe vinha até os pés descalços, que corriam por um gramado farto, parecia um grande jardim, em alguns lugares podia-se ver árvores altas, com frutas suculentas, em outros montes de flores, de vários tipos reunidas como se estivessem assistindo a um espetáculo, esse espetáculo era Marguerite, e correndo aqui e ali, perecia estar em vários lugares ao mesmo tempo e se movimentava tão rápido que Roxton quase não conseguia acompanhá-la, ela colhia flores, estava sorrindo, Roxton deitado na grama fofa só observava, assim como as flores. Ela veio em sua direção e colocou as flores em seu colo, depois foi pegando uma por uma e colocando em seus cabelo, entre seus cachos, ela estava cada vez mais linda, depois deitou-se e abriu a parte superior do vestido que agora parecia-se mais com uma camisola fina e transparente, Roxton podia ver seus seios, sua barriga, as curvas de suas pernas, ela mostrou totalmente a ele seu colo liso, rosado e macio, chamando seus lábios para beijá-los. Ele atendeu ao pedido, começou a beijar delicadamente o pescoço, depois foi descendo mais, Marguerite sorria e estremecia um pouco com o toque delicado...
"Papai... papai..." gritava Malone ao seu lado. "A mamão está chamando para tomarmos o café da manhã e depois vamos passear, anda, acorda logo!" Malone sacudia Roxton, que ainda sentia o gosto da pele de Marguerite em sua boca.
"Já vou, filhão. Vou só me lavar e já desço." Respondeu Roxton beijando a testa do filho.
Roxton e Malone sentiram-se deslocados na casa de "uma amiga do colégio" de Lucy, não havia crianças nem outros moradores, além da "amiga", um pastor alemão e uma velha que fumava um cachimbo, sentada numa cadeira de balanço luxuosa.
A conversa das "amigas" estava animada, mas pai e filho estavam entediados, então Roxton disse que para deixá-las mais a vontade iria dar uma volta pela cidade, elas quase nem viram os dois saírem de tão empolgante que estava a conversa.
Como a casa da "amiga" estava situada numa parte não muito privilegiada de Londres, havia um pequeno subúrbio ali perto e foi para lá que pai e filho foram. As ruas eram estreitas e as casas pequenas, havia crianças brincando de bola umas com as outras, coisa que Malone nunca vira, elas sorriam e subiam em árvores, caiam e choravam, tudo aquilo era lindo para o menino que tinha um quintal enorme só para ele, mas não tinha com quem brincar e nem podia correr ou subir nas coisas para não cair ou se sujar.
Olhando para tudo e para todos que estavam ao seu redor, Malone que era um pouco desastrado não viu uma pedra que estava em seu caminho, tropeçou nela e caiu de joelhos. Um senhor que estava sentado numa grande cadeira em frente a uma cada pequena, viu e junto com Roxton ajudou o menino a levantar.
"Minha mãe vai brigar comigo." Foi a primeira coisa que Malone pensou ao ver o sangue escorrendo de seu joelho.
"Vamos lá em casa, eu cuido disso, tenho um remédio ótimo para cicatrização, eu mesmo que fiz, pois minha filha vive se machucando nessas árvores." Disse o simpático senhor.
"Não precisa se preocupar senhor..." Roxton esperou que ele dissesse seu nome.
"Challenger, senhor Challenger." Disse estendendo a mão.
"John Roxton, e esse é meu filho Edward Malone." Respondeu Roxton apertando a mão do senhor de cabelos grisalhos e barba mal feita.
Os três entraram na simples casa, Malone reparou em tudo, em cada canto do casebre, até que seus olhos se desviaram para uma coisa, uma coisinha linda e loirinha que estava sentada no tronco de uma árvore no que parecia ser o quintal dos fundos, ela lia um livro que estava apoiado em seus joelhos.
Challenger seguiu o olhar do menino que já recebia o medicamento no ferimento e nem percebia. "É minha filha." Disse. "Verônica, venha conhecer os Roxton." Gritou o pai. A menina de um pulo desceu da árvore e correu para dentro da casa.
"Esse é o senhor Roxton, e esse é o Edward." Apresentou Challenger.
"Pode me... me... chamar de Malone." Gaguejou
"Oi Malone, oi senhor Roxton." Cumprimentou a menina com um lindo sorriso.
"Como vai Verônica?" disse Roxton, percebendo que o filho apreciava a menina, e ela também parecia gostar dele e o melhor, pareciam ter mais ou menos a mesma idade.
"Estou bem." Respondeu. "Dó muito?" perguntou para Malone.
"Não, já parou de doer."
"Meu pai faz um monte de remédio, Sr Roxton, e ele faz outras coisas também, ele é inventor, por que não mostra para o sr Roxton suas invenções, papai?" Ela adorava exibir o pai genial que tinha.
"Aposto que o sr Roxton tem mais o que fazer, minha querida." Disse sem graça.
"Não, eu adoraria ver suas invenções."
Os dois foram até o "laboratório" de Challenger, enquanto Verônica levava Malone para subir na árvore que ela estava sentada.
"Cuidado para não se machucar." Alertou a menina.
"Eu não me machuco sempre, foi um acidente." Explicou Malone, para que a menina não ficasse com má impressão sobre ele.
"Eu gostei de você, sabia?" disse a menina olhando bem dentro dos olhos tímidos de Malone, que abaixou a cabeça envergonhado.
"Eu também gostei muito de você." Disse.
"Então você quer se casar comigo?" ela estava eufórica.
"Casar?" Malone assustou-se.
"É, se você quiser eu faço uma aliança, mas você nunca mais vai poder tirar, e você tem que ser fiel a mim, e quando a gente crescer nos casamos de verdade, o que você acha?"
"Eu... eu... eu não sei bem..." ele estava confuso.
"Não sabe ou não quer?" Verônica estava começando a ficar nervosa.
"Tudo bem, eu aceito!" disse Malone feliz.
Verônica pegou dois pedaços de uma folha, enrolou-os e deu um nó, o que os deixou parecidos com anéis e colocou um em seu dedo e outro no dedo de seu "noivo".
"Pronto! Agora somos noivos, e vamos selar isso com um beijo"
"Um beijo!" ele parecia assustado.
"É! Assim ó..." ela fechou os olhos e encostou os lábios nos lábios do menino, foi rápido, mas foi o suficiente para acelerar o coração do jovem Malone.
"Filhão... vamos já está na hora." Gritava Roxton, que não viu nada.
Os dois desceram da árvore, Malone foi até seu pai, mas não conseguia tirar os olhos de sua "noiva" ergueu a mão tímida e deu um adeus para aquela que ele amaria enquanto vivesse e mesmo até depois...
CONTINUA...
...JE...
