Título do Fanfic : Não Era Pra Ser Assim

Autor: Lexas(joaotjr@hotmail.com)

Obs.: Meu fic-homenagem a Megaman(Rockman no Japão) não deixem de comentar, e também de me avisarem acerca de qualquer absurdo!

Capítulo II - Nossas Imperfeições

A cada metro que se locomovia para debaixo da terra, sentia uma inquietação ainda maior.

Não queria estar ali. Não gostava nem um pouco do local e, se tivesse alternativa, preferia morrer a pisar naquele lugar.

Como foram chegar àquela situação? Ah sim, como foi esquecer? Cansados das fugas, governos do mundo todo começaram a pesquisar sistemas carcerários imperfeitos, até resolverem seus problemas.

O que tinha diante dele - melhor dizendo, onde se encontrava - era o local conhecido como "A Fortaleza", por assim dizer. Existiam algumas como aquela ao redor do mundo, sendo que ver apenas uma delas era uma visão para o resto da vida.

A primeira vista, apenas uma plataforma distante da praia, mas um bom observador perceberia um grupo de homens se movendo constantemente de um lado para o outros.

Obviamente a Fortaleza já havia se tornado um cartão postal daquela cidade, ainda mais depois que seu velho amigo ficou preso lá. Da plataforma - a qual possui um forte sistema de defesa - segue-se um elevador que desce até a outra parte da base, localizada na parte mais funda do mar - a qual não era tão funda assim, levando-se em conta o local aonde se encontrava - aonde os prisioneiros eram devidamente identificados, registrados e direcionados. Para a maioria das pessoas, aquele era o resto da base.

Enganavam-se. Era apenas mais um porto. Dali, outros elevadores guiavam os prisioneiros para uma prisão bem maior, localizada alguns quilômetros abaixo.

Ele se esforça para segurar uma risada furtiva. Alguém que quisesse resgatar algum dos prisioneiros teria "apenas" que passar pelo porto na superfície, o ponto de entrada no fundo do mar e se locomover por alguns quilômetros para baixo, chegando até a verdadeira prisão aonde, se ainda estivesse inteiro, teria que passar por todos os guardas.

Era uma verdadeira fortaleza. Única em seu país, pouquíssimas em todo o mundo e sua cidade teve a "sorte" de tê-la.

O fim dos sistema carcerário tradicional, basicamente. O crime diminuiu drasticamente, pois muitos infratores eram diretamente encaminhados para aquele local, e as histórias de prisioneiros que enlouqueciam por estarem em um local tão abaixo da superfície viraram rotina entre a população local.

Obviamente ele sempre olhou aquele local com maus-olhos. Nunca gostou daquela alternativa, sabia que era uma violação aos direitos humanos, mas seus argumentos de nada adiantaram. Se absteve da equipe que criou o projeto mas, como fizeram questão de lhe dizer, "sempre há alguém que possa substitui-lo".

O que estava fazendo ali? Por que foi até aquele lugar? Pior, como explicar para seu filho o que viu em sua visita? Como dizer a ele que viu pessoas tendo sua força de vontade minadas, força de um sistema opressor que os reduzia a nada? Era verdade que a grande maioria dali se regenerava e nunca mais cometia infração nenhuma, mas tal coisa era puramente um resultado do medo que aquele lugar gerava na pessoa, e não na conscientização de seus crimes.

Mas havia ali um criminoso em particular que ele duvidava intimamente que viesse a se arrepender.

- Por aqui, dr. - o guarda abria a cela, a qual era protegida por uma forte combinação de comandos, ativada pelo dna do guarda e pela sua retina.

Em suma - Ele manda um olhar penetrante para o prisioneiro, o Qual erguia as sobrancelhas ao reconhecê-lo - fugir era impossível.

Mas, se havia alguém capaz de fazê-lo, era aquele homem diante dele.

- Deixe-nos a sós, por favor - ele fazia o pedido. Geralmente tal coisa não seria atendida, mas como grande autoridade no campo da robótica e, uma vez que o guarda já havia recebido instruções acerca disso, ele se retira.

- Ora, ora, ora... há quanto tempo! Confesso que estou muito surpreso, sabia? Compreende minha surpresa? Eu não era tão popular quanto você nos tempos da faculdade... pensando bem, tenho a remota lembrança de que muitas pessoas até hoje não gostam de mim e tantos outros preferem esquecer que eu existo.

- Imagino que, preso nesse cela sem qualquer contato com o mundo, você as vezes perca a noção do tempo, mas... boa tarde para o senhor, também.

- Ora, por que a formalidade, Thomas? Não é sempre que eu tenho a honra de sua presença, na verdade, senti a sua falta no natal, sabe. Deveria ter vindo, a ceia estava maravilhosa.

- Poupe-me de seu sarcasmo, Albert. Não me parece que você esteja em uma situação tão favorável assim para agir dessa forma.

- Pelo contrário, Thomas. Muito pelo contrário, eu estou em uma ótima posição, se quer saber. E eu tenho que procurar meios de diversão, do contrário a vida aqui embaixo não teria a menor graça, não concorda? Vamos, não concorda comigo que tal situação não é um tanto quanto engraçada?

- Irônica, eu diria, mas não vejo a menor graça nisso tudo. O que houve com você? Que eu saiba, drogas não são permitidas aqui dentro.

- Naturalmente. E os sistemas de controle detectam automaticamente qualquer mudança química e psicológica nos detentos, meu velho. Mas convenhamos que ficar de mau humor aqui embaixo 24 horas por dia acaba sendo... entediante. - ele caminha e, puxando uma cadeira, senta-se à mesa, sinalizando para Thomas, convidando - o.

Sem muita opção, ele puxa outra cadeira e se senta. Sabia que tal coisa era inevitável, mas não esperava que a permanência naquele lugar afetasse Albert de tal forma.

- Diga-me, que boas novas você me traz? A propósito, como vão Rock, Roll e Proto? - Ele ergue uma sobrancelha. Havia algo errado. Ou melhor, errado não, mas... diferente.

- Que tal se conversássemos sobre...

- Os últimos ataques? Ora, Thomas... por favor, não tenho tempo para isso, na verdade, ironicamente tempo é o que eu tenho de menos.

- Não pode negar a autoria de seus atos, Albert! - Thomas colocava as mãos sob a mesa, maneando a cabeça - estar aqui não o livra de seus atos!

- Sempre agindo como um escoteiro... é isso que eu admiro em você, sabia? Você nunca se deixava corromper! Sempre seguia com suas convicções, sempre!

- Você, por outro lado, preferiu seguir por outro caminho. Diga-me, em todos esses anos, em momento algum se arrependeu de alguma decisão sua?

- Arrepender-me do que, meu velho? Diga-me - Albert arregalava os olhos de forma tal que deixava Thomas um tanto quanto nostálgico - arrepender-me do que?

- É, concordo com você - e virava a face, odiando-se intimamente por ter concordado com ele - do jeito que você é, não há por que se arrepender - e continuava se odiando. Aquele era o velho olhar que seu velho "amigo" possuía desde os tempos da faculdade, na verdade, fazia muito tempo que não o via.

Pensando bem, faziam anos desde a primeira vez em que esteve assim, cara a cara com ele, e "a sós", tendo aquele tipo de conversa.

- Ora, Thomas... por que me olha dessa forma? Nem parece que veio visitar um velho amigo!

- Não é uma visita, Albert... e já deixamos de ser amigos há muito tempo.

- Se eu acreditasse nisso, você teria programado o "Junior" para me matar há muito mais tempo.

- Rock não é um assassino, ao contrário dos seus Replóides, Albert! - e dava uma forte batida na mesa, mandando um olhar muito, mas muito duro.

- Ah, claro. Sabia que você tocaria nesse assunto mais cedo ou mais tarde.

- Perfeito! Então sabe o por que de eu estar aqui, não é mesmo?

- Eu sei o motivo de você estar aqui, meu amigo... mas e você, por acaso sabe?

- Não se faça de tonto! Soube o que suas máquinas fizeram?!?!?

- Claro que sei, mas... o que espera que eu faça?

- Céus, Albert... eles mataram pessoas! Você nunca tinha descido tanto, nunca! Controle de cidades inteiras, domínio de centros indústrias... tudo isso tinha um propósito, mas em momento algum você demonstrou desprezo pelos seus semelhantes, nunca! Sempre se achou superior e único digno de comandá-los, mas nunca de tratá-los como animais!

- Realmente, até eu tinha os meus limites. Mas confesso que não estou surpreso com o que aconteceu.

- E por que estaria? Sempre com sua ambição tola de governar o mundo, sempre!

- Ah... sim, claro. Em momentos como esse eu sinto falta de nossas antigas conversas. Realmente foi a única coisa da qual eu senti falta, sabe. Lembro-me que... GCCC!!!! - Thomas avança sob a mesa, apertando o pescoço de Albert com tal força, que o mesmo parecia pronto para se partir a qualquer momento - Thomas, urgh... pare, Xavier...

- Você, seu maldito... todos esses anos, tudo isso, tudo o que você fez, você...

- Pare, Xavier! - ele aparentemente ignorava o fato de estar sendo estrangulado - ou o sistema de segurança fará um pelotão de guardas entrarem aqui e encurtarem a sua visita. E não é isso o que você quer, não é mesmo?

- Ora, seu... - lentamente ele ia diminuindo a força, sendo tomado pela razão e, vencido pela lógica, solta o pescoço de Albert.

- Obrigado - ele massageava seu pescoço, o qual doía um pouco - são momentos como esses que intensificam nossa amizade!

- NÃO SOU SEU AMIGO!!!

- Acredita mesmo nisso? Poderia Ter programado seu "filho" para me matar, mas não queria fazer isso. Ora, Thomas... você sempre acreditou que eu poderia me regenerar - ele usava os dedos para simbolizar aspas - isso até era divertido, confesso.

- Mas de nada adiantava, não é mesmo? Você sempre queria mais, e mais, e mais... não entendo como ser derrotado por tantas vezes não abalava seu ânimo!

- Pelo contrário, apenas me inspirava mais e mais! Ver Rock destruindo meus Replóides era a motivação que eu precisava.

- Motivação? Pessoas morrendo são uma motivação para você?

- Ah, claro... está se tornando um incômodo isso. Mas voltando ao assunto, Thomas... olhe ao seu redor. Olhe para esta fortaleza. Admita, se não fosse necessário, ela teria sido construída?

- Se você está insinuando que sua presença contribuiu para o desenvolvimento tecnológico, então você acabou se tornando mais louco do que nunca.

- E não é verdade? Lembra-se de como éramos nos tempos da faculdade? Jovens sonhadores, procurando desbravar os caminhos da ciência... sim, lembro-me muito bem disso. Tardes e tardes estudando o corpo humano, sua anatomia, sua formação... se naquela época víssemos nossas criações, provavelmente morreríamos de tanto orgulho.

- Eu não estou pronto para morrer ainda, Albert. Não enquanto existirem pessoas como você.

- É mesmo? Pois eu estou. Desconfio profundamente que irão me responsabilizar por todos os atos dos replóides que estão a solta, e a julgar pelas perdas, prisão perpétua vai ser muito pouco para mim.

- Você fala isso de maneira tão natural...

- Há momentos na vida em que as pessoas chegam ao seu auge, Xavier. No seu caso, você o atingiu bem antes de mim, mas fico feliz por Ter finalmente conseguido tal façanha, Thomas.

- Vejo que está sendo um verdadeiro desperdício de tempo vir te visitar, Albert.

- Não concordo. Confesso que em meus últimos momentos, eu sempre imaginei reencontrando-o.

- Não se arrepende mesmo? Todas as guerras que travamos... nem um pouco?

- Todas tiveram seu propósito. Você mesmo fez tantos upgrades em Rock, e veja no que ele se tornou. Perfeito. Já era perfeito antes de Ter mudado sua configuração original. Em horas como essas é que eu me arrependo de não ter investido naquele "ajudante".

- Eu fiquei surpreso quando ele me pediu para que eu o reconstruísse como guerreiro...

- O que nos leva ao motivo de sua visita, Thomas.

- Céus... o que criamos, Albert? O que criamos?

- Muito simples: o passo seguinte do desenvolvimento tecnológico.

- Mas... a que preço? Será que meu sonho era tão impossível assim de se concretizar?

- Nosso sonho, você quer dizer.

- MEU sonho. Eu criei os replóides para ajudarem a humanidade, não para a guerra, como você.

- Não seja tão dramático! Acha que eu sou o mal encarnado, por acaso?

- E o que me diz de CutMan? Eu o criei para trabalhar em florestas, e você o converteu em uma máquina de guerra. Por acaso estou errado?

Ele apenas maneia a cabeça, observando o homem diante dele. Seu desespero era óbvio, e ele já havia compreendido os verdadeiros motivos.

- Sabe, Thomas... pode me acusar de provocar a guerra mas, nesse caso, eu me reservo o direito de acusá-lo de tentar ser deus.

- COMO?!?!?

- Você me entendeu, não se faça de desentendido. Não é tão velho assim para não Ter me ouvido. Não foi sua a idéia de criar um robô que pudesse tomar suas próprias decisões?

- Aonde quer chegar, Albert?

- Sabe... vendo-o assim, desse jeito, realmente chego a Ter pena de você. Iludido pela sua própria criação, francamente... você criou uma "nova maravilha" e se deixou fascinar totalmente por ela. Lembra-se do que nossos professores diziam, de que o criador deveria sempre enxergar além da criatura?

- Rock é diferente! Ele é especial! Diferente de todos os seus replóides que só acatam ordens, ele...

- Segue seu próprio código de conduta. Sim, eu sei. Quando eu escapei da prisão e ele derrotou Bass, foi exatamente o que ele disse. Lembro-me de que você tinha dito que ele nunca poderia me matar, pois estava preso as leis da robótica de nunca ferir um ser humano. Lembra da palavras dele, Thomas? Consegue se lembrar disso? Eu, sim. Pois foi naquele momento em que eu enxerguei, pela primeira vez em anos, o que ele realmente era. Finalmente pude entender toda a sua superioridade.

- "Sou mais do que um robô" - ele repetia aquela frase, a qual estava latejando em sua mente. Gastou alguns segundos na época, mas só agora aquilo realmente fazia sentido.

- E então, Thomas? Eu me defendo afirmando que os robôs não são nada mais do que meras ferramentas, mas você lhes deu algo muito perigoso, e desde o começo: personalidade. Isso por si só gera diversos conflitos, você sabe muito bem.

- Está insinuando que eu sou o responsável pelo robôs terem começado a atacar os humanos?

- Você tem grande responsabilidade nisso, assim como eu. Afinal, o diabo não está em sua situação por que teve inveja e quis ser igual a deus? Bem, cá estou eu pagando pelos meus pecados.

- Bass. - Thomas se ergue, apoiando as mãos na mesa - o Replóide Renegado!

- Muito bem observado, perspicaz como sempre, meu velho!

- Mas eu pensei que você apenas o tivesse criado para destruir Megaman!

- Também... mas seu "filho" sempre teve a vantagem de poder tomar suas próprias decisões, lembra-se? Infelizmente ele foi um fracasso total.

- O que há de errado nele? Bass não o serve, não cumpre suas ordens. Não seria isso uma escolha dele?

- Ele almeja a minha destruição, na verdade. Como a criatura que quer se livrar de seu criador. Ele se acha dono de suas próprias decisões, mas aquela máquina estúpida ainda é regida por alguns circuitos instalados nela. Ele se acha poderoso, mas é o replóide mais imperfeito que eu já construi, pois não acata ordens. Ocasionalmente ele irá se deparar com uma total falta de objetivos e seus circuitos irão gera uma falha, uma defeito que apenas eu poderia consertar.

- Mas uma vez que você não pretende fazê-lo, o que pode acontecer?

- Como eu disse, ao criar Bass, achei Ter chegado ao meu auge, mas me enganei. E, como muitos que se enganam, instalei alguns dispositivos nele para garantir a sobrevivência de minha "obra-prima".

- Auto - preservação, Análise da situação em busca do resultado mais favorável para o ambiente... está me dizendo que a programação reserva de Bass é simplesmente "sobreviver"?

- Não, Thomas... a função reserva dele é se preservar, seguir em frente... da maneira que achar mais adequado, mesmo que tenha que eliminar ameaças e inimigos naturais para tanto. Em suma, ele não é humano, como eu esperava que fosse. E, quando isso vier a tona...

- Céus, Albert... você criou um monstro!

- E você, não? Não queríamos criar máquinas cada vez mais próximas do "ser humano"? Máquinas que demonstrassem sentimentos, que pudessem tomar a melhor decisão, que demonstrassem dor, preocupação... medo? Tomamos caminhos diferentes, mas no fim, chegamos no mesmo barco, não concorda? Eu me desenvolvi através da guerra, você se desenvolveu pregando a paz. Não é uma questão de quem venceu quem, e sim de termos alcançado nossos verdadeiros objetivos, de termos nos realizado. A cada vitória, a cada decisão que Rock tomava, você não ficava cada vez mais orgulhoso, não se sentia vitorioso por Ter criado algo assim? Bem, eu também. Orgulho de cada replóide que construía, de cada derrota que me obrigava a me aprimorar. E você sabe por que? Por que somos CIENTISTAS! Queremos saber por que o Sol é amarelo, a água do mar é salgadas, como surgiu a vida na Terra, o que originou a vida no universo, por que as folhas são verdes, por que o pão sempre cai com a parte da manteiga virada para baixo... nosso destino é desbravar, meu velho! E cumprimos isso muito bem! Pela primeira vez, posso me dar por feliz ao sentir que atingi o meu auge, o máximo de minha "arte".

- Você ficou louco.

- Apenas enxergo o que está diante de mim. O fato de você enxergar Rock como seu filho não é uma prova disso? Ouvi as noticias de como o corpo dele ficou, sabe. Posso sentir esse desespero em sua voz, o de um pai que começa a se arrepender do que o filho se tornou. Não queria que ele fosse um guerreiro agora, não é mesmo? Por acaso acha que a fada azul irá aparecer e transforma-lo em um menino de verdade? Ou por acaso você pretende ser mais ousado e tomar suas próprias providências? Abra os olhos, Light. Nós fomos longe demais? Sim, fomos. Mas nos odiarmos por isso não muda em nada a situação. Você criou um robô e, no seu modo de ver, elevou-o ao status de ser vivo, chamando-o de filho no verdadeiro sentido da palavra. Sempre soube desse seu orgulho por ele, mas nunca imaginei que chegasse a tal ponto - Willy passava a mão pelo rosto. Era algo pelo qual ele nunca esperava passar, tampouco dizer para aquele homem que estava à sua frente - Sabe qual é o seu verdadeiro problema? Você é como um pai que quer decidir o futuro de sua prole e que não se contenta, na verdade, não aceita as decisões que eles tomam, sempre achando que a sua decisão é a melhor de todas.

Cansado, desgastado e sem o que dizer, ele se ergue e caminha até a saída. A porta se abre e Thomas começa a caminhar para fora dali, desejando nunca mais tornar a ver aquele homem, o que seria realizado em alguns dias.

- Então, é assim que termina? - ele para, tomando consciência de que sair dali daquela forma não era a melhor das soluções, e que muito provavelmente se arrependeria pelo fim dos seus dias se aquilo terminasse daquela forma - Eu o verei novamente?

- Dr., Dr.... já vivemos mais do que o suficiente para saber a resposta, não é mesmo?

- Talvez. - e se vira, fitando os olhos do homem atrás da cela - Adeus. Foi um prazer te conhecer, Dr. Albert Willy.

- Também foi um prazer te conhecer, Dr. Thomas Xavier Light. Foi um grande prazer. Lembrarei-me do senhor até o fim dos meus dias, embora eu saiba que eles serão breves.

- Talvez haja um jeito de tirá-lo daí...

- Aceito meu destino final, homem. Compreendo minha situação, conscientizo-me dela e, em um último ato, sorrirei.

- Então terminamos assim? É esse o fim do grande Dr. Willy? Confinado em uma cela, aguardando dia-após-dia até o dia em que não passará de uma lenda, uma história para crianças?

- Todo homem é responsável pelo seu destino e por suas decisões. Provavelmente eu o odiaria se tal coisa acontecesse antes, mas como Homem, pessoa e cientista, me considero satisfeito.

- Recuso-me a acreditar que não tornarei a Ter noticias suas.

- Se fosse verdade que você não tornaria a ouvir falar de mim, eu não me chamaria Willy...

Continua...