DDT.2: DESVENDANDO O PASSADO
Capítulo 5 (final)
AUTORAS: Lady K & TowandaBR
DISCLAIMER: Todos os personagens da série Sir Arthur Conan Doyle's The lost world não são nossos (infelizmente), então não venham nos encher o saco.
COMMENTS:
Jess: Acho q Si e eu alcançamos nosso objetivo ao criar a Hellen: uma vilã q todos amam odiar né? Rs... Vc ainda nãi viu nada, a Hellen é macumba brava, vai ter mto aprontar ainda (tvz devêssemos chama-la para o clã da maldade rs...).
Fabi K Roxton: Dessa vez o casal fofucho vai finalmente dar um jeito no namoro, vc vai ver rs... Qto a Hellen, ela ainda tem mto q pentelhar rs...
Elis: Mas é claro q tínhamos q parar num momento emocionante, né? Assim deixamos vc mais curiosa rs...
Cris: Tah mto vingativa, primucha! Já quer matar todos os vilões de uma vez haha se acalma, td a seu tempo hehe (vc vai me matar qdo ler o final lol).
Maga: Repito o mesmo q disse p/ Cris – vc tah mto violenta, quer matar td mundo de uma vez, calminha aí hahaha
Rafinha: Esperamos q goste deste final, e te esperamos na próxima fic!
Agradecemos a todos q acompanharam esta fic, inclusive os inadimplente q ainda não deixaram review no cap anterior (não citaremos nomes p/ evitar constrangimentos lol).
Capítulo 5 (final)
Roxton e Malone chegaram à casa da árvore o mais rápido possível. Testaram a cerca elétrica. Desligada. Correram para o elevador.
Os homens ficaram assustados ao ver o caos. Parecia que um furacão havia passado por ali. Imediatamente Ned e Roxton correram para os quartos de Verônica e Marguerite, respectivamente.
O quarto da herdeira parecia estar intacto e o caçador correu para encontrar o amigo no quarto da loira. Não acreditou no que viu.
"Mexeram em tudo, Roxton." – Malone não sabia o que pensar – "Eles as levaram."
"Vamos raciocinar, Malone." – o jornalista correu para a biblioteca enquanto John começou a andar pela casa examinando os cômodos o melhor que podia.
Malone retornava abrindo um livro.
"Aqui está. Patrick Rouanet era o topógrafo da expedição."
"Não há sangue em lugar nenhum, então acredito que não estejam feridas. Acho que Marguerite e Verônica saíram antes que eles chegassem. As coisas delas não estão aqui. Nem armas, nem mochila."
"Então para onde teriam ido?"
Pensaram um pouco.
"A caverna. Era lá que a outra metade do oroborus estava escondida."
"Consegue localizá-la?"
"Acho que sim. Mesmo com a movimentação do platô Challenger tem mantido os mapas atualizados."
Verônica e Marguerite caminhavam com ganas que há muito não sentiam. Era essencial que encontrassem a outra parte do oroborus. Seria a solução para o problema que passaram a ter em comum: reencontrarem-se com suas origens.
"É, parece que Challenger realmente tinha razão ao dizer que há um motivo que nos trouxe a este platô." Marguerite puxou conversa enquanto caminhava com a loira.
"Ao menos você e eu. Mas se tudo continuar assim, desconfio que descobriremos mais coisas em comum do que podemos imaginar neste momento."
"Jamais pensei que descobriria sobre minha família aqui! Ainda tenho medo de que estejamos erradas, mas se for verdade... A minha vida toda temi que eu tivesse sido rejeitada, indesejada. Mas mesmo assim eu queria saber. E agora pensar na possibilidade de que minha família também me procurou, me faz sentir tão bem."
"Eu sempre disse a vocês que o platô não é um lugar tão ruim assim" Verônica deu um sorriso que Marguerite retribuiu.
Detiveram-se ao sentir o chão vibrando e o som de galhos e árvores se partindo.
"Tem alguma coisa vindo para cá!" Verônica disse, procurando escutar melhor.
"T-rex!" gritaram juntas e começaram a correr desesperadamente para salvar suas vidas.
"Por aqui!" Verônica foi mais à frente. Os anos passavam, mas Marguerite nunca deixava de surpreender-se a ver quão ágil a amiga se tornava num momento de pressão como este.
Já estava começando a ficar sem fôlego quando tropeçou em uma raiz.
"Droga!" praguejou. Verônica já a estava agarrando pelo braço e levantando-a. "Corra, Marguerite! Corra!"
Quase podiam sentir o bafo quente do animal em suas nucas enquanto continuavam correndo.
"Ali!" a loira apontou para uma pequena caverna na encosta de uma montanha.
Foi apenas o tempo de se jogarem para dentro, escorregando no chão de pedras para se salvarem das garras do feroz animal, que agora as observava e caminhava de um lado para o outro, furioso com a perda.
"E agora mais essa!" Marguerite gritou, ofegante.
Verônica estava agachada, com a cabeça baixa, voltando a seu ritmo normal de respiração.
O lugar era mais um buraco do que uma caverna. Tinha no máximo dois metros de profundidade e se não quisessem bater a cabeça no teto, teriam que ficar abaixadas.
"Quer fazer alguma coisa para passar o tempo?" – Verônica acomodou-se sentada no chão com as costas apoiadas no fundo da caverna. Fechou os olhos. Talvez fosse uma boa hora para tirar um cochilo - "Ele não vai sair daí tão cedo."
"Claro, que tal uma partida de pôquer?" brincou a herdeira juntando-se a amiga "Que azar! Quando já estávamos quase lá."
"Você bem sabe que por pior que as coisas estejam, sempre se pode piorar mais um pouco" a loira sorriu.
"Seu otimismo me contagia, Verônica! Mas se é assim, vou aproveitar para fazer uma confissão."
"Confissão!" – a loira arqueou a sobrancelha.
"Pois é! Então poderei escolher: ser morta por um dinossauro ou por você."
"Diga logo."
"Enquanto você estava fora, houve um acidente... na verdade não foi bem um acidente..." – Verônica aguardava em silêncio que a morena continuasse – "... eu bebi demais e acabei quebrando uma das xícaras de sua mãe. Pronto, falei."
"Ah, que droga, Marguerite. Você sabe como sou cuidadosa com as coisas dos meus pais. Você deixou cair, não foi?"
"Na verdade eu estava embriagada e... joguei na parede."
Verônica não disse mais nada. Sua expressão não demonstrava raiva, mas era mais do que óbvio que estava chateada. Marguerite a observou por algum tempo até que se arriscou a falar alguma coisa.
"Você me desculpa?"
A moça demorou um pouco até responder.
"Tá."
"Pode me jogar lá fora para que o t-rex me coma. Eu mereço."
A loira finalmente esboçou um sorriso.
"Talvez outro dia."
"Por falar nisso, não estou escutando nosso amigo." – disse a morena. Verônica ajoelhou-se prestando atenção aos barulhos da selva.
"Tem razão. Acho que podemos sair. Mas fique atenta. Ele ainda pode estar nas redondezas."
Escondido na mata, Challenger observava o homem que vinha seguindo há algum tempo encontrar-se com aqueles que o cientista julgou serem os companheiros de viagem. Reconheceu um deles.
"Mordren. Isso não é bom. Nada, nada, nada bom." – pensou.
"Patrick, seu imbecil." – Mordren pegou o homem pelo pescoço – "Onde pensa que vai?"
"Estava procurando por vocês. Tenho quase certeza de que sei onde fica a caverna."
"Você não acertou nenhuma das vezes que tentou desde que chegamos. Por que eu tenho que acreditar agora?"
"Porque eu descobri o que estava errado. Refiz todos os cálculos."
Mordren atirou o homem no chão.
"Vou lhe dar uma última chance. Se estiver errado eu acabo com você e não vai ser rápido. Entendeu? Vamos embora, Hellen."
"Você precisa de mim." – disse o homem para Mordren que lhe virava as costas. Hellen abaixou-se perto do topógrafo e riu.
"Não abuse da sorte. É melhor nos tratar muito bem e talvez o contratemos como cozinheiro, porque você está muito perto de perder seu emprego como topógrafo." – a mulher seguiu Mordren que foi seguido pelos três homens da escolta. Assustado, Patrick alcançou-os.
"Hum!" – escondido, Challenger pensou consigo mesmo – "Mordren e a mulher que Marguerite e Roxton encontraram. Parece que minhas joaninhas vão realmente ter que esperar. Odeio admitir, mas essa perseguição está mais divertida." – George seguiu o grupo.
"Mais rápido, Roxton." – gritava Ned.
"Estou correndo o mais rápido que posso." – o caçador estava tão sem fôlego quanto o amigo.
"As moças precisam de nós."
"Se não prestarmos atenção no caminho, vamos acabar caindo em um buraco."
"Mas..."
"Cale a boca e continue correndo, Malone." – irritou-se o caçador acelerando ainda mais.
Depois do grande tempo que Marguerite e Verônica perderam tentando se abrigar do t-rex, finalmente avistaram a entrada da caverna onde Abigail guardara o oroborus.
Marguerite tremia. Quase não acreditava que novamente estava tão perto do medalhão e de tudo que alcançaria com ele. Evitava até falar, como se a qualquer momento fosse despertar de uma ilusão.
Verônica também estava apreensiva. Sabia que cada nova descoberta a deixava mais perto de esclarecer tantos mistérios que envolviam sua vida.
"Shshshsh" Mordren repentinamente parou de caminhar, indicando para que Hellen, Patrick e os homens fizessem o mesmo. "Devagar. Olhe ali."
Marguerite e Verônica, que usava o trion, entravam na caverna.
"É ali! Segundo meus cálculos é ali a caverna." – Patrick disse o óbvio – "Mas quem são essas?"
"A loira é Verônica, a filha de Abigail e Thomas Layton." Mordren respondeu.
Hellen completou: "A morena é a tal de Marguerite."
"Isso está ficando cada vez melhor! Por que agora elas iriam resolver pegar o oroborus? E se essa Marguerite for a Srta. Smith de quem Xang me falou, a tal que roubou sua metade?..." Mordren alisava o queixo.
"Se for assim, deixemos elas fazerem o serviço sujo para nós e quando saírem, fazemos uma emboscada" Hellen sorriu.
O calor na caverna era insuportável. E ainda havia o cheiro impregnante de enxofre.
"Da última vez que estive aqui, esta ponte despencou, Verônica."
"Se bem me lembro, você disse que houve um pequeno tremor." – a loira colocou um pé para testar – "Me parece bem firme."
Hesitante, Marguerite iniciou a travessia, sendo seguida pela loira.
Estavam no meio da travessia quando algo abalou toda a caverna, Verônica imediatamente se agachou tentando manter o equilíbrio. Marguerite não teve a mesma sorte quando sentiu o chão ceder sob seus pés. Mal teve tempo de, por reflexo, agarrar a borda da ponte, segurando com todas as forças para não cair na lava escaldante.
"Me dê sua mão, Marguerite! Depressa!"
"Você está muito longe, não vou alcançar!"
"Vai sim." – as duas amigas se esticaram até que Verônica conseguiu finalmente alcançar a herdeira e a puxou.
"É, acho que com a xícara, te devo duas!" Marguerite sorriu tomando fôlego.
"Me livre daquela promessa de dar seu nome para meu primeiro filho e ficamos quites".
Continuaram andando até o altar onde estaria o oroborus. Mas conforme se aproximavam, Marguerite percebeu que não havia aquele brilho dourado como da outra vez. Havia alguma coisa errada.
Começou a limpar o círculo com a faca, retirando a terra.
"Não! Não pode ser! Tem que estar aqui!" continuava a enfiar a faca na pedra, incrédula.
Verônica a deteve, segurando seu pulso. "Marguerite, não está aqui. Alguém já deve ter pegado."
"Não" olhou com pavor para a jovem. "Como não pensei nisso antes! Sua mãe levou o oroborus para outro lugar depois que o tempo retrocedeu."
"Ei, espere aí. Como você sabe que foi a minha mãe?"
"Porque eu sonhei! Vi Morrighan olhando com rancor para a Hellen. E ela me disse para não deixar que o tirassem de mim novamente. Aí aparecia sua mãe e dizia que havia levado para outro lugar. Foi isso que ela quis me dizer!"
"O que significa que voltamos à estaca zero" retrucou Verônica, frustrada.
Voltavam cabisbaixas quando, na entrada, encontraram Mordren e Hellen.
"Ora, ora, Verônica. Lembra-se de mim?" o homem perguntou com uma espada na mão.
"Como iria esquecer o desgraçado que matou meu pai?"
"Você não precisa acabar como ele. Apenas me entregue o oroborus e o trion e não a matarei."
"Por que não vem tomar de mim?" ela respondeu já tirando suas facas.
Mordren adiantou-se, ignorando Marguerite. Hellen o seguiu para ajudá-lo quando a herdeira interveio.
"Não, querida. Essa briga é apenas entre os dois, assim como agora somos você e eu" e acertou um murro no rosto da mulher, que rapidamente se recompôs e agarrou a morena pelos cabelos enquanto chutava suas pernas e o que mais estivesse ao seu alcance.
Ao ver a confusão dentro da caverna, Patrick viu-se diante da oportunidade perfeita para fugir. Que importava se havia recebido apenas metade do preço combinado? De qualquer modo, sabia que Mordren o mataria assim que não fosse mais necessário.
Começou a andar rápido para dentro da mata quando Challenger o puxou pelo ombro e deu-lhe um murro no rosto, iniciando uma luta.
"Vai a algum lugar, cavalheiro?" – disse o animado cientista já esmurrando o rosto do topógrafo. Os três homens partiram para cima de George agarrando-o por trás – "Calma, senhores. Sou um homem de paz." –fechou os olhos aguardando o murro no rosto, mas tudo que escutou foi o barulho de um tiro. Ainda teve tempo de, ao abrir os olhos, ver um dos homens cair ao mesmo tempo em que John e Ned surgiam já se jogando em cima dos outros dois.
"Não que eu precisasse de ajuda, rapazes, mas que bom que chegaram." – Challenger olhou para Patrick caído no chão e o pegou pelo colarinho – "Onde estávamos, cavalheiro?" – deu um outro murro no rosto do homem.
"Onde estão as moças?" – perguntou Roxton, que trocava socos e pontapés com um dos homens de Mordren.
"Na caverna!"
Ned também lutava com o outro capanga e em meio a murros e chutes, conseguiu derrubar o homem, que caiu batendo com a cabeça em uma pedra. E não se levantou mais.
Sem querer perder mais tempo, anunciou: "Vou entrar!"
No interior da caverna, a luta continua.
Marguerite consegue fazer Hellen soltar seus cabelos e agora é a ruiva que tem os seus arrancados. Esperta, a herdeira vira sua oponente de costas, derrubando-a e caindo por cima dela. Com as mãos cravadas por entre os cabelos de Hellen, esfrega a cara da outra no chão sem a menor dó.
Verônica consegue ferir Mordren algumas vezes nos braços com suas facas, porém, a luta é difícil. O homem parece não se cansar. Com um golpe certeiro de espada, fere uma das mãos da loira, fazendo-a soltar uma das facas.
O que Mordren não esperava era que ela fosse tão boa numa briga de facas. Sem que ele tivesse tempo sequer de piscar, ela o acertou na mão, tal como ele o fizera a pouco, fazendo-o largar a espada.
"Você é mais esperta que seu pai! Terei mais prazer ainda quando eu te der o mesmo fim!"
Com um movimento rápido ele pegou um punhado de terra e jogou nos olhos de Verônica, desferindo-lhe um chute na boca do estômago, fazendo-a cair sentada. Mordren pegou a espada no chão e elevou acima da cabeça da loira, pronto para desferir o golpe final.
De repente, o homem sentiu o peso de alguém que se jogava sobre ele. Deitado de costas, viu Ned Malone desferindo socos em seu rosto sem que conseguisse esboçar reação.
"Isso é pelo pai de Verônica" disse o jornalista furioso "E nunca mais toque nela."
Mordren o empurrou e ainda segurando a espada tentou reagir, mas o jornalista foi mais rápido e o atingiu com um último soco. O homem deu um passo atrás e só percebeu que estava caindo quando já era tarde demais. Metros abaixo a lava o esperava.
Roxton entrou na caverna e viu Marguerite golpeando mais uma vez sua oponente que caiu tonta no chão.
"Você está bem?" – adiantou-se o caçador preocupado com os arranhões no rosto da herdeira.
"Estou. Mas essa vaca me acertou!"
Repentinamente o chão começou a tremer e algumas pedras a rolar. Todos que ali estavam perceberam que teriam que ser rápidos.
"Saiam daí!" – escutaram a voz de Challenger.
Roxton e Marguerite pegaram Hellen pelos braços e a arrastaram enquanto Ned guiava Verônica para fora.
Foi o tempo de saírem antes que a caverna desmoronasse, sendo fechada permanentemente pelas rochas.
Challenger se sentou no chão para tomar fôlego, afinal, até minutos atrás, além de nocautear Patrick, estava ajudando Roxton com os capangas de Mordren, que tiveram que ser mortos. Olhou ao redor procurando o topógrafo.
"Droga. Aquele rato fugiu na confusão." – resmungou George.
"Fique quieta." - abrindo o cantil Ned aproximou-se de Verônica jogando água fresca em seus olhos. Depois cuidou da mão da loira.
"Você está bem, Verônica?"
Ela sorriu em resposta.
"Estou... e graças a você."
Ele enrubesceu.
"Não foi nada." – disse modestamente.
"Arriscou a vida para me salvar."
Olhou durante alguns segundos para aqueles olhos claros como o mar. Ele aproximou seu rosto do dela, olhou para os lábios cor de rosa de Verônica e neles se perdeu, beijando-os com todas as emoções que ficaram retidas enquanto passou por toda essa situação angustiante.
Roxton, obviamente, prestava toda sua assistência a Marguerite.
"Ia te perguntar se você está bem, mas acho que deveria perguntar isso para Hellen" falou enquanto acariciava sua nunca, as mãos tocando o cabelo macio.
"Mas ela me acertou!" mostrou a ele a pequena mancha roxa que começava a se formar na maçã do rosto dela.
"Deixe ver." – Roxton examinou, tirou um lenço limpo do bolso e umedeceu. Carinhosa e lentamente foi cuidando do machucado ao mesmo tempo em que se aproximava ainda mais.
"Olha aqui como está inchado." – choramingou ela enquanto mostrava o pequeno corte nos lábios.
"Não me tente, mulher. Se continuar assim, não poderei manter por muito tempo o nosso segredo..." disse puxando-a para si, envolvendo sua cintura.
Ela retribuiu enroscando seus braços ao redor de seu pescoço.
"E quem se importa?" e foi de encontro a seus lábios. E Roxton sentiu com todas as forças de seu ser que Marguerite finalmente se entregava a ele de corpo e alma. E o provou enquanto explorava sua boca, como se estivesse transmitindo a ele umas parte de seu ser. Finalmente estavam juntos. E felizes.
Challenger olhava admirado para os casais. Durante tantos anos de convivência aprendera a considerá-los como seus verdadeiros amigos e alguns quase como os filhos que nunca teve. E vê-los agora assumindo seu amor e finalmente deixando de lado os medos e temores, lhe enchia de orgulho. Chegou até mesmo a sentir falta de sua esposa, sua doce Jessie. Permaneceu calado, apenas contemplando a felicidade daqueles que aprendeu a amar.
Somente então o cientista se deu conta de que Hellen também havia desaparecido.
"Isso é para aprendermos a amarrar os prisioneiros."
Os outros não se importaram muito. Dali para frente Hellen e Patrick provavelmente ficariam mais preocupados em achar o mais depressa possível a saída do platô. Mesmo que Patrick tivesse trazido Mordren e Hellen para o lugar, nada garantia que a saída ainda estivesse no mesmo local.
Pela primeira vez em anos, Marguerite não se sentiu impelida a ir atrás de alguém que talvez soubesse como sair do mundo perdido. Se bem que agora possuía mais um grande motivo para sair, também agora tinha grandes motivos para ficar e ajudar Verônica. Era como se passassem a ter um grande vínculo, como um dia o tiveram suas mães – Anne e Abigail.
Já era quase noite quando finalmente retornaram a casa da árvore.
Verônica foi a primeira a sair do elevador e olhou em volta.
Malone e Roxton queriam ter entrado antes e arrumado um pouco as coisas, mas foi inútil. No momento em que lhe contaram o que havia acontecido na casa da árvore, ela bateu o pé e nada a faria esperar um pouco.
Em apoio, Ned colocou a mão em seu ombro, mas a loira afastou-se. Observada pelos amigos, andou pela cozinha, pela sala. Colocou o gramofone quebrado na mesinha. Depois foi em direção ao cavalete de pintura, também caído no chão. Abaixou-se e viu as mãos de Marguerite ao lado das suas, ajudando a erguer a peça. A herdeira deu-lhe um sorriso solidário e a loira retribuiu desanimada.
Os homens começaram a arrumar as coisas o melhor que podiam.
Verônica foi até o quarto e suspirou profundamente ao ver suas coisas espalhadas. Recolheu algumas e depois deteve-se no que lhe era mais importante naqueles dias: as páginas rasgadas do diário de sua mãe. Sentou-se na cama segurando os pedaços de papel sem saber o que fazer.
"Verônica, você quer ficar sozinha?" Malone entrou timidamente.
"Não, pode entrar."
Suavemente, o jornalista pegou os pedacinhos de papel das mãos da loira e os colocou sobre a cama.
"Ummm vai dar um pouco de trabalho. Claro que não vai ficar como era, mas você vai poder ler. Nada que um trabalho em equipe não possa ajudar!"
"Sei o que está tentando fazer, Ned. E agradeço. Mas está tudo destruído e não vejo o que há para melhorar. Apenas me ajude a jogar tudo no lixo." Ela estava inconsolável.
"Ei. Não vou deixar você jogar nada fora antes de ver o que pode ser arrumado. Por enquanto vamos apenas guardar isto, está bem?"
Antes que Verônica pudesse fazer qualquer objeção, Marguerite foi entrando.
"Os pombinhos vão ficar namorando o dia todo, é? Está tarde e como sempre estou morrendo de fome e exausta. Então, é melhor vocês dois virem ajudar a preparar o jantar enquanto tomo meu banho." - a herdeira aproximou-se da loira – "Sei o quanto significa para você esta casa e tudo que há nela. Mas você, mais do que qualquer um que já conheci, sempre manteve a lembrança de seus pais muito viva. E isso, nem Mordren e nem ninguém no mundo poderá tirar de você." E saiu do quarto.
O jornalista deu um lindo sorriso quando a jovem se levantou e, disse:
"Não tente fugir do trabalho, Ned. Você corta os legumes."
O dia seguinte foi dedicado à arrumação da casa.
Challenger acordou animado.
"Vou preparar uma cola maravilhosa. O cheiro não é lá essas coisas, mas funciona."
Colocaram as coisas no lugar, colaram o que foi possível. Porcelanas, papéis e outros objetos que precisassem de reparo.
Ao final da manhã, já haviam adiantado boa parte do serviço.
Verônica preparava um suco para os amigos. Marguerite se aproximou e entregou-lhe um objeto enrolado em um lenço.
A loira abriu lentamente entender e ficou emocionada ao encontrar a xícara quebrada, com os pedaços cuidadosamente colados. Faltavam alguns caquinhos e era óbvio que não poderia mais ser usada.
"Realmente sinto muito, Verônica."
"Obrigada. De verdade."
"Foi o melhor que deu para fazer."
"Foi um gesto muito bonito, se quer saber."
"Oh não, eu não quero saber. E nem pense em espalhar isso; preciso manter minha reputação."
Enquanto Verônica servia o suco e Ned trazia os pães e as frutas, Marguerite e Verônica contaram tudo que seus amigos precisavam saber sobre o conteúdo do diário de Abigail.
Todos ouviam sem emitir um único comentário, ansiosos, como se devorassem cada palavra dita pelas mulheres.
Ao terminarem, Roxton foi o primeiro a falar.
"Não pode ser tudo mera coincidência. Marguerite, você não vê? Se você realmente for filha de Anne Mayfair... oh Deus... você é prima de Hellen!"
"Hã? Eu? Prima daquela vadia? Ela não é uma Mayfair. Você está enganado."
"Não. Hellen é sobrinha de Anne. Sua mãe é Charlote Mayfair, amiga íntima de minha mãe. Quando se casou, passou a usar o sobrenome do marido, Woods. Por isso Hellen tem esse sobrenome."
"Quer dizer que você conhece a minha mãe?" perguntou com a voz trêmula, até esquecendo-se da ruiva.
"Bom, como disse, minha mãe é grande amiga de Charlote, mas eu nunca conheci Anne. Parece que ela e Charlote não se davam bem e mesmo minha mãe odiava qualquer referência a ela."
Agora foi a vez de Challenger intervir.
"Como devem saber, até chegarmos ao platô, Arthur e eu não éramos exatamente amigos e, sim, acadêmicos que, embora se respeitassem, divergiam a respeito de muitas coisas." – os amigos mostravam-se atentos – "Pois bem. Anos atrás, em uma solenidade, Summerlee compareceu acompanhado de um sobrinho. Nos cumprimentamos e nunca guardei o nome. Mas durante uma de nossas conversas, já aqui no platô, Arthur relembrou aquele dia e perguntei como estava o rapaz. Ele me disse que havia se casado com uma ótima moça, mas disse também que a única coisa que não entendia é que, com o casamento, era ele quem usava o sobrenome da esposa e não o contrário."
"E o que isso tem a ver, Challenger?" – questionou Roxton.
"Após o casamento, o sobrinho de Summerlee, Leon Summerlee, se tornou Leon Mayfair."
"Summerlee?" todos perguntaram em uníssono.
"Exatamente, meus caros! E minhas teorias estavam certas: há uma força que nos trouxe a este platô com um propósito maior. E acredito que nossas vidas, de alguma forma, estão entrelaçadas."
"E as respostas estão em Avalon" Verônica interveio. "Assim como a saída. E é por isso que Marguerite e eu iremos encontrar minha mãe. Não vejo outra solução."
"E onde quer que ela esteja, nós a encontraremos" apoiou Challenger.
FIM
Vem aí DDT3!
