Snack Bar

Capítulo 6:

"Até o fim da noite a música ainda toca!"

- Precioso? Você ainda está aí?

Sabe aqueles dias onde tudo sai bem, mas no fim algo de ruim acontece pra estragar toda a felicidade? Heero tivera uma prova bem dura de um dia assim. Sentado ao seu lado no banco do carro, Duo o observava de maneira curiosa, provavelmente imaginando o porquê de tanto medo com a menção do nome Relena.

O japonês desejou com todas as suas forças jogar o celular pela janela, e depois atropelá-lo diversas vezes com o veículo, até reduzir o aparelho à migalhas.

- Sim, mãe... – um lamento abandonou sua garganta junto com suas palavras, enquanto imaginava uma maneira de fazer o Japão afundar com ...argh!, Relena dentro.

Uma das maiores razões, além dos estudos, que o levou a sair do Japão foi se livrar da inoportuna garota. Se algum dia você quiser definir alguém completamente mimado, irritante, afetado,privado de inteligência, inconveniente e mais um milhão de outras coisas ruins, não perca tempo, chame esse alguém de FILHOTE DE RELENA!!

A garota era dona de uma enorme empresa de cosméticos japonesa, que com certeza não fazia sucesso pela qualidade dos seus produtos. Pode-se ter uma idéia levando-se em conta que a própria Relena desenvolve as fórmulas dos seus cosméticos. Heero desconfiava que o pai da garota, o bilionário Senhor Peacecraft, para não desanimar mais um dos caprichos da filha, comprava todos os seus produtos em larga escala, afinal, as únicas pessoas que se atreveram a experimentar os produtos da escandalosa garota tiveram dois fins: ou foram parar no hospital por intoxicação, ou tentaram linchar a dona da empresa. O japonês bem que tentara ajudar os consumidores queixosos na época, mas a sua mãe não permitiu.

Um arrepio desconfortável o trouxe de volta ao presente, enquanto sua mente ainda tentava afastar a cena costumeira em que Relena, mais parecendo uma anta enfurnada numa roupa de grife rosa-berrante, saltava sobre suas costas, agourando pra todos os lados com a sua voz irritante "Heerooooooooo! Me espere!!!!!"

A voz da sua mãe no celular voltou a soar:

- Precioso, você não vai acreditar! A Relena vai aproveitar a visita e inaugurar uma filial da empresa dela aí nos Estados Unidos! E se tudo der certo, ela logo estará morando pertinho de você! Não é maravilhoso?

- Seria, se ao menos aqui houvesse realmente um King-Kong faminto louco por loiras imbecis...- não conseguiu evitar a acidez na sua resposta, agradeceria ao seu lado Bad mais tarde pela cortesia.

Uma risada deliciosa abafada pelas mãos de Duo agraciou os seus ouvidos, fazendo Heero sorrir satisfeito com a sua própria ousadia. Sua mãe pareceu ignorar a palpável insatisfação do japonês em receber Relena. Como se estivesse com um periquito verde pousado em seus cabelos, continuou, num tom maravilhado e etéreo:

- Ah, precioso! Estamos ansiosos para te ver! A propósito, o Trowa também planeja te visitar!

Uma boa notícia, afinal. Trowa Barton sempre fora um dos seus melhores amigos no Japão. O moreno de belíssimos olhos verdes claramente não era japonês, mas vivia no país há algum tempo com a sua família. Agora que pensara nisso, Heero se pegou imaginando qual seria a nacionalidade do moreno. Bom, a expressão séria sempre colada em seu rosto talvez indicasse que ele fosse...marciano? Ou talvez ele tivesse nascido na Antártida e em um dia qualquer uma nevasca tenha pegado-o de surpresa quando estava emburrado e tenha congelado a expressão costumeira em seu rosto. O moreno se formara em psicologia apenas há alguns meses, mas seu nome crescia cada vez mais , tornando-o famoso como o "prodigioso psicólogo Trowa Barton".

A conversa não durou muito mais após isso. Heero desligou o celular com um suspiro de alívio, com a promessa de ir buscar sua família assim que chegassem à cidade, em três dias. Um calafrio anunciou que algo de muito ruim aconteceria com a chegada dos seus parentes, e principalmente, com a indesejada visita de Relena.

Uma olhada no outro passageiro do carro o fez esquecer momentaneamente seus planos de assassinar Relena sem deixar vestígios, provocando uma pontada gostosa em seu estômago. Duo o encarava, com um sorriso brincando nos deliciosos lábios, enquanto enroscava a sua trança em um dos dedos.

- Acho que você não vai poder tomar o meu café por alguns dias, não é?

Okay, definitivamente a noite não estava perdida. Pelo menos não estaria enquanto Heero pudesse encontrar aquele sorriso que desejava ser só dele.

- O que te faz pensar isso? Eu seria um idiota se perdesse uma chance sequer de começar o dia com o melhor café do mundo...

Heero não soube interpretar o vermelho que subiu às faces de Duo ao som de suas palavras, mas adoraria ver esse espetáculo mais vezes. O atendente ficava ainda mais perfeito com as bochechas coradas:

- Você está exagerando, eu não disse do mundo, eu só falei que era um dos melhores da cidade!

- Você não acredita que eu acho o seu café o melhor do mundo? – Heero sorriu, sua mente trabalhando rápido.

- Humm...não!

- Você quer que eu prove que acredito? Olha, eu sou executivo, posso fazer as pessoas acreditarem em tudo que eu digo! – o japonês o preveniu, erguendo as mãos num sinal desafiador.

- Huh, é mesmo, senhor executivo? É bom que a sua prova seja boa mesmo! Vamos lá, eu quero ver! – Duo cruzou os braços, numa clara provocação, erguendo o queixo.

- Depois não diga que eu não avisei...

Nem mesmo Heero acreditou no que estava fazendo. Desceu do carro num salto, correndo até o centro da estrada, pulando na frente dos carros, fazendo alguns frearem bruscamente, e recebendo várias buzinadas e palavras nada gentis como resposta.

Sorrindo para o atendente chocado dentro do carro, Heero correu até um dos motoristas, falando alto o bastante para que todos pudessem ouvir:

- Você gosta de café?

O jeito com que o homem ao volante o olhou indicou que parecia um louco varrido, mas ignorou isso também. Talvez sua aparente falta de sanidade tenha ajudado um pouco, porque o homem se apressou em responder:

- S-sim...

- HAHÁ! Eu sabia! Você quer uma dica?

A essa altura, o homem estava completamente encolhido no banco, e lágrimas de desespero começavam a se formar em seus olhos. Hesitante, assentiu com um maneio de cabeça, sob o olhar satisfeito de Heero:

- Se você quer o melhor café do mundo inteiro, é só procurar o Duo ali – sorrindo, indicou o próprio carro com a cabeça – Ele faz o café mais delicioso que já existiu! O melhor do mundo, ouviu bem?! DO MUNDO!!

Assim que se afastou do veículo, o seu motorista saiu a toda velocidade, imaginando de que manicômio teria saído aquele japonês maluco. Provavelmente, essa era a pergunta que todos faziam a si próprios enquanto um pequeno congestionamento começava a se formar ali.

De dentro do automóvel, Duo se contorcia de rir observando os próximos passos de Heero, que corria como um louco de carro em carro, proclamando aos quatro ventos o "orgasmo a cada gole" proporcionado por seu café. Não que algum dos motoristas aterrorizados pelo espetáculo de Heero se atrevesse depois a visitar a lanchonete para provar do seu café, mas sentia-se extremamente vaidoso apenas com as loucuras que Heero estava fazendo. Talvez fosse presunção pensar que o japonês estava fazendo aquilo para agrada-lo, mas preferia acreditar nessa possibilidade.

Quando um arfante Heero voltou ao banco de motoristas, Duo o olhou atentamente, procurando algo que pudesse dizer que aquele japonês não era mesmo um louco. Não encontrou. De qualquer forma, nunca havia conhecido um louco tão maravilhoso...

- E então? Consegui te convencer? – Heero sorriu, colocando a chave na ignição.

- Humm...devo admitir que você tem uma excelente técnica de persuasão...- se encaram concentrados por alguns instantes, antes de desatarem a rir, apoiando-se um contra o outro.

Por mais que Heero quisesse, o "encontro" estava quase terminando. Parou de rir aos poucos, pensando o mais rápido que podia, tentando inventar qualquer saída para ficar mais algum tempo ao lado de Duo. Agradeceu com todas as forças aos céus quando o próprio Duo lhe deu uma chance de prolongar a melhor noite de sua vida.

- Heero...você está com fome? – Agora nenhum dos dois ria, Duo permanecia semideitado contra o braço direito de Heero, encarando as luzes da cidade mais à frente.

- Faminto... – sorriu mais uma vez, tentando resistir à vontade de apertar o atendente em seus braços.

- Eu também...

Permaneceram assim por alguns segundos, decidindo que passo dar a seguir. Realmente estar num encontro pode matar qualquer um, seja de felicidade ou ansiedade. E Heero morrera milhares de vezes nesta noite, por ambas as causas, e em todas as vezes, morrera feliz, por ter Duo ao seu lado em todos os seus momentos "fúnebres".

- Você...quer ir à um restaurante? – Heero cruzou os dedos mentalmente, envergonhado demais para encarar o atendente que se acomodava melhor contra o seu corpo.

O silêncio que se seguiu quase fez Heero gritar. Hesitante, baixou o olhar, encontrando um sorriso que com certeza o mataria milhares de vezes:

- Eu tenho uma idéia melhor...


- Esta é a quinta vez que passamos por aqui...

Wuffei encarou o painel do luxuoso veículo, dividido entre estrangular o abusado motorista ou mata-lo lentamente, com o máximo de dor possível.

- Acho que estou distraído hoje... – Treize comentou inocentemente, tamborilando os dedos sobre a direção calmamente.

- Ou isso, ou você é um maldito retardado!

O chinês apertou os punhos, sentindo cada fibra do seu corpo gritar "Mate-o! Arranca a cabeça dele!". Ao seu lado, Treize sorriu satisfeito, havia se descoberto viciado em irritar o chinês birrento. Na sua opinião, ele ficava muito sexy com aquela cara de quem comeu terra. Apenas para provocar, começou a assoviar uma música qualquer. Mas o pobre Treize não sabia onde estava se metendo. Repentinamente, a temperatura no carro aumentou drasticamente, e o motorista poderia jurar que os olhos de Wuffei estavam em chamas.

O homem se encolheu um pouco ao volante, sentindo-se momentaneamente uma formiguinha indefesa diante de um enorme elefante. Num instante, estava com as mãos ao volante, e no segundo seguinte, mesmo não sabendo como, suas mãos estavam apertando algo bem mais macio.

- Se eu perceber que você apenas pensou em fazer algo que não deve...

Treize piscou algumas vezes, tentando entender o que acontecia. Pensamentos nada castos subiram à sua mente quando percebeu Wuffei sobre seu colo, girando a direção furiosamente, ultrapassando vários carros enquanto resmungava algo incompreensível. Como se isso não fosse bastante para derrubar qualquer um, ainda estava se esfregando da forma mais assassina possível sobre o colo do pobre Treiz eenquanto tentava manter a direção , desafiando o moreno a controlar as suas mãozinhas famintas. Sentir aquele bumbum durinho sobre si era extremamente...terapêutico.

O carro freou bruscamente, e os dois permaneceram em silêncio, ambos ofegantes. Os cabelos de Wuffei haviam se soltado parcialmente, e algumas mechas negras caiam sobre o rosto afogueado pela adrenalina. Treize estava numa situação bem mais dura, literalmente. Uma certa parte do seu corpo adorou a idéia do chinês, e se "levantou" para torcer por suas manobras impossíveis.

O chinês estava bem consciente do "corpo estranho" cutucando o seu bumbum, e isso realmente o envergonhou, mas mesmo assim ainda mantinha a expressão irritada. A porta foi aberta, e Wuffei saltou do carro, seguido por um Treize completamente tonto.

- Obrigado pela carona... – O chinês correu até a porta da enorme casa, ajeitando os cabelos como podia.

- Disponha...

Patético? Bom, nenhum dos dois pensava isso. Wuffei não conseguiu dar muitos passos firmes. Voltou correndo até o moreno estático na calçada, puxando-o pelos ombros para um beijo completamente ensandecido. Treize não conseguiu raciocinar direito, mas algo o dizia para corresponder o mais rápido possível, e foi o que fez.

O beijo foi quebrado repentinamente pelo chinês, levemente corado. Novamente deu as costas ao seu acompanhante, tentando se concentrar no caminho até a porta, que parecia enorme e sem atrativos. Humm...tinha duas opções: iria para sua casa fria e solitária agora, ou...

De súbito, agarrou o maior novamente, tomando dele mais um beijo capaz de sugar o ar de todo o planeta. E que beijo! Qualquer um que passasse na rua nesse momento chamaria a polícia para separar a dupla de pervertidos que estava se agarrando como animais na época de acasalamento. Ou quem sabe pediria para se juntar à festinha...

Após o beijo, logo decidiram trocar telefones.


Com um clique agúdo, a porta automática se abriu, dando passagem à Duo. Cruzando a escuridão, logo achou um interruptor, acendendo as luzes da aconchegante lanchonete. Sorrindo para o japonês ainda do lado de fora, seguiu até a portinhola que separava o balcão da cozinha, se inclinando um pouco para achar a fechadura.

Uh! Heero estava mesmo perdido! Teve que tampar o nariz para prevenir uma mega hemorragia nasal quando as calças jeans claras abraçaram as nádegas deliciosas do atendente, dando uma visão mortal das formas perfeitas e durinhas...e que formas! Mãozinhas tremeram pra afundar os dedos na carne durinha e macia de um certo rapaz de olhos violetas. Sentindo suas pernas falharem, Heero teve que se ajoelhar, prestes a babar sobre o monumento vivo diante dos seus olhinhos nada educados. Engatinhou um pouco, esticando o pescoço como podia, tentando acreditar que aquela bundinha perfeita era real. Mas alguém, ou melhor, algo, decidiu não cooperar.

Um outro clique fez Heero se arrepender instantaneamente de sua posição. Apenas fechou os olhos quando a porta automática fechou rapidamente, acertando os lados da sua cabeça diversas vezes, esganiçando diversos sinais sonoros enquanto o japonês tentava se livrar da máquina maldita.

Seus gemidos de dor chamaram a atenção de Duo, que se endireitou, erguendo as sobrancelhas diante da luta mortal entre Heero e a porta automática, que parecia estar vencendo o japonês de lavada:

- Heero? O que está fazendo?

Com algum esforço, o executivo conseguiu passar pela porta, ofegando enquanto apontava um dedo provocativo para o aparelho:

- Você tem sorte por ter me pegado num momento de distração! " Nossa, e que distração! Será que algum dia o Duo deixará eu pegar no bumbum dele, ao menos uma beliscadinha?"

Levantando-se sobre o olhar divertido de Duo, o executivo bateu as roupas, sorrindo triunfante para o atendente:

- Eu deixei as minhas chaves caírem... – mentiu, dando-se um chute mental por não conseguir pensar em uma desculpa menos idiota.

- Sei...

- É sério! Ou você quer que eu entre no módulo executivo de novo e te prove?

Um arrepio rápido balançou o corpo de Duo enquanto apertava nervosamente a ponta de sua trança: " Isso soou ambíguo...mas bem que eu queria que ele me provasse! Maxwell! Idiota! Idiota! No que está pensando?! Não haja como um pervertido, você não é assim! Ou é?"

- Não...não precisa... – respondeu automaticamente, temeroso demais com a possibilidade de não resistir e se atirar nos braços de Heero caso este enlouquecesse de novo.

- Se você diz...

Não tiveram tempo para pensar exatamente no quão estranho aquele momento parecera. Um ruído constrangedor abandonou seus estômagos ao mesmo tempo, provocando risos envergonhados de ambos.

- Bom, acho que estamos realmente famintos!

- É, acho que sim. " Se bem que eu estou faminto por outra coisa...será que hoje tem Duo à moda da casa?" – Suspirando baixinho, Heero tentou ignorar todos os seus pensamentos pervertidos ao menos temporariamente, deixando-os acontecer, mas sem realmente se remoer por tê-los. Não queria estragar a noite se reprimindo por pensar coisas tão "saudáveis"..

Duo sorriu brilhantemente, se abaixando um pouco por trás do balcão. Heero tomou um dos banquinhos, o que estava bem diante do atendente. Em segundos, Duo estava de volta, com a touca ridícula prendendo sua trança. Deuses! Aquela touca logo havia se tornado parte das milhares de fantasias criadas a cada segundo pela mente de Heero. A sua preferida era uma em que o rapaz de olhos violetas usava somente a touca, dançando ao lado de duas enormes salsichas de hot-dog, tirando-a em seguida num strip avassalador.

- Boa noite, senhor! Em que posso servi-lo?

Um clima gostoso engoliu o lugar a partir daquele momento. Sentiam-se estranhamente leves, conversando qualquer tipo de coisa enquanto Heero era servido pelo eficiente funcionário. Não percebiam o tempo passar, estavam muito concentrados um no outro para lembrar de qualquer coisa que não fizesse parte do temporário mundo particular fechado entre as paredes daquela lanchonete.

Um sorriso deliciado surgiu nos lábios de Heero enquanto sorvia o último gole do seu copo de café. Sentado sobre o balcão, Duo o encarava em expectativa:

- E então? O que achou?

- Está simplesmente perfeito...

Heero poderia jurar que aquele sorriso poderia ofuscar até mesmo a luz do Sol. Depositando o copo vazio sobre o balcão, o executivo se dedicou apenas á observar o rosto sorridente de Duo. Isso havia rapidamente se tornado um costume entre os dois, observar em silêncio, apenas contemplando o que quer que fosse. E era um método bem aconchegante de mostraram que, mesmo que não encontrassem as palavras, estavam ali, sentindo a mesma sensação, respirando o mesmo ar, vivendo o mesmo sentimento.

- Eu gosto quando você faz isso... – Duo se acomodou melhor sobre o balcão, sorrindo ao olhar intenso de Heero.

- Que bom, porque eu poderia passar a noite inteira olhando pra você... – um meio sorriso se abriu no rosto de Heero, enquanto brincava distraidamente com o cadarço do tênis do atendente.

O contato entre seus olhos se intensificou, prendendo-os a algo que nenhum dos dois gostaria de adiar. Mas tudo parecia tão novo, tão bom...havia uma necessidade no ar, mais do que apenas um desejo qualquer, eles precisavam ter a certeza de que tudo seria o mais sincero possível.

Com palavras silenciosas ditas pelo olhar, Heero se levantou, cruzando a lanchonete até a velha e charmosa vitrola eletrônica, uma relíquia guardada pelo dono da lanchonete; ainda funcionava, mas às vezes, como o próprio Duo explicou, apresentava algumas falhas. Procurou uma moeda nos bolsos, e quando a achou, ativou o aparelho, que o recebeu com uma musiqueta animada e as luzes piscantes que o decoravam. Após consultar um pequeno folder com todas as músicas contidas na máquina, o japonês escolheu uma em especial.

Duo sorriu quando Heero diminuiu a intensidade da luz do lugar, mergulhando tudo numa leve penumbra muito agradável, banhada pelas luzes coloridas vindas da vitrola. Quando a mão de Heero se estendeu em sua direção, um sorriso carinhoso embelezou ainda mais o rosto perfeito, e aceitou prontamente, tremendo quando seus dedos se tocaram numa carícia única antes de se juntarem num delicado contato. A perfeita união.

Os pés do rapaz de olhos violetas tocaram o chão, e os primeiros acordes da canção soaram ao seu redor, um brilho rápido de conhecimento passando por seus olhos:

- Just the way you are? Do Barry White? (1)

- Isso mesmo…você gosta?

- Sim...muito...

A voz melodiosa e grave acompanhou a melodia quando Duo fechou os olhos, envolvendo os ombros de Heero com os braços, trazendo-o para mais perto, sentindo o calor aconchegante dos braços do japonês ao redor de sua cintura, seus corpos o mais próximos que poderiam desejar.

Os passos fluíram como as águas de um rio calmo durante a manhã. Estavam juntos como desejavam desde a primeira vez, pelo menos tudo parecia perfeito. As mãos carinhosas de Heero descobriram rapidamente um dos pontos fracos de Duo, a base da sua coluna (2) , e logo estavam ali, numa carícia serena, cadenciada aos movimentos dos dois.

Não souberam exatamente como, mas seus olhos novamente se atraíram, e logo estavam perdidos nos olhares eternos, que poderiam durar um segundo ou toda a vida, bastava que o quisessem, e o queriam.

O calor das respirações se encontrou, enevoando as mentes dos dois jovens. Não perceberam quando a velha vitrola engasgou, mudando de música repentinamente. Mas eles já não a ouviam mais.

Os Beatles cantavam quando seus lábios se uniram pela primeira vez.

CONTINUA...

Notinhas inúteis

(1) Okay, alguns vão me chamar de cafona, mas eu amo essa música! Ela é perfeita, e achei que combinaria bem com esse momento dos dois. Saudades do maravilhoso Barry White.

(2) Grimns Huauuhauauh, essa é segredo, mas eu conto assim mesmo: meu maior ponto fraco, quando alguém faz carinho em mim nesse lugar eu quase morro. É muito bom (na verdade, a única pessoa que me toca assim é a minha mãezinha linda, adoro o cafuné da mommy )

Huauhahuauhahuahuhuauhauhahuahu!Feliz Natal a todos! Demorei de novo ' Preciso aprender a escrever regularmente, mas é tão difícil!! Além do mais, eu acho que vocês adoram quando eu sumo assim, porque só desse jeito vocês ficam livre das drogas das minhas fics, né? XD Finalmente aconteceu algo entre eles,né? huahuahuauh, eu mesmo já estava me coçando pra escrever o "algo mais" XD

Por favor, me mandem suas opiniões, significam muito pra mim! Ah, uma dica, se liguem no lance das músicas, elas serão importantes nos próximos capítulos.:)

Ah, talvez vocês reparem que , nessa fic, até num mesmo capítulo, eu constantemente mudo o estilo narrativo, às vezes é completamente voltado para a comédia, outras vezes é mais sério ou mais romântico, mas eu faço de propósito mesmo. Eu acho que assim facilita paraque quem lêrealmente perceba a intensidade, o humor ou a seriedade do momento. Mas, por favor, se esse estilo de escrita estiver complicando as coisas, por favor, me avisem, que eu mudo! :)

Eu gostaria de dedicar esse capítulo a todos que lêem, e um obrigado especial a LÚ, BRAZINHA, MISAO GIRL, REI OWAN, TENIRA, NANA, BULMA-CHAN, ANDROMEDA'S SOUL, ANNA-MALFOY, WW, RAÍSSA, MA-CHAN2(minha esposaXP), GODDESS OF DEATH GW (minha ne-chan número 2 XD), TEREZINHA-FLEUR, SUSU, ARYAM (minha ne-chan original XD), NATI, ATHENA SAGARA, LYRA BELACQUA, SERENITTY LE FAY( a Nitty! XD), DUO-CHAN MAXWELL, YORU NO YAMI (minha minu lindinha do coração;), MYLENY(MYMY), KARIN KAMYA ( XD ela adora atirar pedras em mim) e EVELLYN ((desculpa se esqueci de alguém))por terem deixado seus recadinhos e incentivos, muito obrigado mesmo, gente!

E novamente, um feliz natal para todos, que todos estejam felizes hoje, porque a felicidade atrai bons sentimentos, e é do que mais precisamos em tempos tão difíceis como os que vivemos,né? :)

Beijos!