Snack Bar
Capítulo 10:
" A estrada para o amor é perigosa!"
Heero não sabia que tipo de imbecil havia dito que relações pessoais no trabalho não valiam a pena, mas se tivesse uma oportunidade, esfregaria na cara do tal sujeito sua atual situação com Duo: perfeita, doce e bem quente, para sua felicidade.
Novamente a vida o surpreendia, e da melhor maneira possível. Mesmo que ela fosse ingrata algumas vezes, certamente se redimira ao colocar em seu caminho o lindo atendente.
No primeiro instante, quando o japonês o vira atrás daquele balcão, nunca imaginaria que algo tão surpreendente aconteceria entre os dois. As inúmeras surpresas que se seguiram após aquele inusitado encontro só serviram para adicionar ainda mais da prazerosa e atraente magia a cada segundo que compartilhavam juntos.
Quando o corpo de Duo se colou contra o seu, sobre a repentinamente luxuriante poltrona do seu escritório, o executivo descartou momentaneamente a teoria sobre o seu eterno azar, substituindo-a, com satisfação, pela idéia de que a sua sorte atendia pelo nome de Duo Maxwell. E o mais maravilhoso era ter a consciência de que, dessa "sorte", só ele poderia viver.
Agora não tinha mais dúvidas: precisava de Duo para continuar vivendo.
O jovem de olhos azuis queria beijar, respirar, abraçar, viver Duo! Bem, poderia executar outros verbos bem prazerosos e excitantes com o atendente, mas talvez não tanto lisonjeiros.
Heero não se importaria mais com pequenos e excêntricos detalhes como a virada repentina de sua pacata vida, para se concentrar apenas nos deliciosos momentos que compartilhava com o lindo rapaz de olhos violetas sob o Sol do entardecer.
Suas mãos dedicaram-se completamente a mais do que bem vinda tarefa de percorrer todo o corpo perfeito de Duo, brincando com a carne durinha do seu bumbum por mais algum tempo, antes de voltarem a subir por suas costas, alcançando o elástico que prendia os longos cabelos do atendente.
Que o chamassem de maníaco, mas quando descobrira aquela longa trança no dia em que conhecera o atendente, Heero foi dominado por um estranho e poderoso desejo de poder tocar aquela massa de cabelos brilhantes, para sentir a sua textura e aspirar o seu perfume. Poderia chamar aquilo de fetiche? Bom, talvez fosse um pouco redundante, já que cada pedacinho de Duo fazia parte de um dos seus milhares de fetiches, diga-se de passagem.
O executivo procurou o olhar violeta do seu "fetiche de trança", enquanto tocava a ponta de sua trança, num pedido mudo. E por todos os malditos cupidos, o brilho enevoado que nele encontrou quase o fez explodir naquele mesmo instante. Mas explodir não era uma das melhores alternativas, já que pretendia fazer outras milhares de "coisas", antes da real "explosão", que o seu lado Bad insistiu em taxar como uma necessidade urgente.
Os dedos do japonês se enroscaram rapidamente no elástico, encontrando alguma dificuldade em desfazer o laço que escondia toda e extensão do seu desejo castanho.O beijo mais doce que já haviam provado continuava, e logo o ar-condicionado do escritório parecia muito necessário frente ao calor quase insano que crescia entre seus corpos. Mas nenhum dos dois se importava com a possibilidade de parecerem febris como doentes com pneumonia, porque realmente estavam "doentes" do vírus mortal chamado amor. E uma quarentena seria muito bem vinda, afinal a chance de estarem trancados num lugar fechado por quarenta dias, sozinhos, dava margens para muitos pensamentos pecaminosos, e ações ainda mais deliciosas que o próprio doce pecado de amar...
Mas, com o estardalhaço que invadiu a sua sala no segundo seguinte, Heero por pouco não voltou a acreditar no seu azar iminente, que de agora em diante, chamaria de "couro-idiotas".
A grande porta ornamentada foi empurrada repentinamente, dando passagem à duas inoportunas figuras que atingiram o chão com gemidos de dor e reclamações sobre fechaduras defeituosas. O estômago do japonês afundou para dar lugar a uma fome delirante de morte e vingança. Logo quando estava tão perto de tocar os cabelos do seu Duo...tão perto!
–Budd...Jay...- Heero murmurou entre dentes, tentando respirar fundo para que o seu desejo de atirar o objeto cortante mais próximo nos olhos dos dois inconvenientes e curiosos carrapatos de couro se acalmasse.
Sobre o seu colo, Duo libertou uma risada, observando atentamente o arrepio que balançou os corpos roliços dos seus dois amalucados amigos com o tom usado pelo japonês. Mais do que rapidamente, os dois homens pigarrearam, engatinhando desajeitados pelo chão:
–Veja, Jay, achei as suas lentes de contato! – parecendo extremamente nervoso, Budd se ergueu, fingindo guardar em uma das mãos os "objetos perdidos" de Jay, que agora tratava de simular um suspiro de alívio, sendo puxado por seu companheiro para fora da sala do rapaz de olhos azuis, antes que tivessem a mesa de centro atirada sobre suas cabeças.
A porta novamente foi fechada, e Heero viu-se mais uma vez sozinho com o seu lindo atendente. Mas antes que pudesse colocar suas mãozinhas novamente sobre aquele corpo perfeito, ou seus lábios sobre os do rapaz, Duo se afastou, sorrindo lindamente.
Sob o olhar desesperadamente interrogativo do japonês, o atendente apontou por sobre o próprio ombro, em direção aos contornos rosados do Sol que se punha, dando espaço às primeiras estrelas da noite.
–Está tarde...acho melhor irmos... – Duo sussurrou, rezando para que o seu rosto não estivesse corado como o de uma colegial idiota que acabara de encontrar o seu príncipe encantado. Mas...exceto pela parte de ser uma colegial, talvez fosse aquela mesmo a situação.
E não acreditava na possibilidade de que tudo pudesse ser mais perfeito.
Heero suspirou, sentindo suas calças encolherem alguns números a mais ao observar atentamente os tons de vermelho e rosa que explodiam rapidamente nas bochechas do atendente, tornando-o extremamente encantador, e perigosamente sedutor. E o que tornava aquela excitante imagem ainda mais perfeita era a simples constatação de que fora o causador daquelas reações em Duo. Ah, com certeza teria que construir um altar para o seu lado Bad!
–Você tem razão. É melhor mesmo...- Heero assentiu, exasperado. Sua mente ainda insistia em fantasiar uma situação pervertida envolvendo aquela mesa de escritório temporariamente transformada em cama, porém não poderia agir como um maníaco e atacar o americano de trança bem ali!
Não poderia mesmo, mas as possibilidades eram extremamente atraentes. Mas ainda havia o carro para servir de "ninho de amor"! Sorrindo consigo mesmo, Heero se ergueu da poltrona num salto, se arrependendo na mesma hora: sua atual "situação" poderia ser considerada um pouco...dura.
Curvando o corpo num mal-fingido acesso de tosse, Heero sentiu suas orelhas esquentarem ao alcançar sua maleta sobre a mesa, colocando-a de qualquer jeito sobre a sua vergonhosa ereção. Que ótimo! Agora sim pareceria um maníaco! Mas uma olhada constrangida para o atendente mudou sua opinião, drasticamente.
Mesmo que os tons corados no rosto de Duo tivessem se intensificado bastante, um sorriso aparentemente satisfeito se desenhava em seus lábios. E por Deus, como ele ficava lindo sorrindo daquele jeito!
Encararam-se, em silêncio, por mais alguns instantes. Tudo parecia tão...novo! Assustadoramente novo, na verdade.
O caminho até o elevador serviu para que cada um analisasse rapidamente o novo e surpreendente território onde agora pisavam. Ele parecia enorme e repleto de possibilidades, e de buracos também. Mas...se por acaso tropeçassem, um estaria lá para o outro, certamente.
Ainda em seu silêncio confortável, suas mãos buscaram-se instintivamente ao verem-se sozinhos no cubículo de metal. Ah...aquela história de amor era realmente inacreditável!
–CORTA! ESTÁ PERFEITO! – uma série de murmúrios e reclamações sussurradas se espalhou pelo estúdio instantaneamente quando Relena explodiu sua voz no megafone, anunciando o fim das gravações do comercial.
Libertando um longo suspiro de alívio, Quatre imediatamente se livrou de ao menos dois dos cinco casacos de inverno que faziam parte do seu figurino. Por pouco não derretera durante as gravações, que infelizmente duraram mais de duas horas, devido às intromissões intermináveis de Relena, que insistia em apontar algum erro, fosse no cenário ou no próprio Quatre. Se tivesse que aturar aquela garota irritante por mais um segundo, esqueceria sua amizade com o senhor Peacecraf e faria com que ela engolisse o amaldiçoado megafone!
Mas saber que se encontraria com o lindo psicólogo ao fim das gravações o manteve vivo durante as horas de tortura sob o comando de Relena. Erguendo-se nas pontas dos pés, Quatre avistou o moreno caminhando entre os vários ocupantes dos sets de gravação, com um brilhante sorriso no rosto.
Ah, aquele sorriso...era tão másculo e perfeito! Corando quando um flash nada casto cortou sua cabeça juntamente com pensamentos bem impróprios sobre o quão lindo o sorriso de Trowa ficaria se estivesse coberto com os seus lábios, num beijo de tirar o fôlego, Quatre acenou, tentando parecer calmo, muito embora estivesse à beira de explodir por algo que nem sabia direito o que era.
Empurrando os desavisados em seu caminho sem o mínimo de delicadeza, Trowa se apressou em alcançar o seu anjo loiro, estufando o peito e ensaiando mentalmente o que diria ao ator, para tentar impressiona-lo. Primeiro, elogiaria o seu "excelente desempenho, digno de um Oscar". Em seguida, perguntaria com jeitinho se Quatre gostaria de tomar um sorvete na lanchonete do hotel, e...
Seus planos e diálogos cuidadosamente preparados sumiram rápido o bastante para que não deixassem qualquer vestígio em sua mente, sendo substituídos pela extremamente luxuriante visão que se abria diante dos seus olhos com a ajuda do abençoado zíper do último e pesado casaco que cobria o peito de Quatre. Sob o seu olhar temporariamente depravado, a pele cremosa e pálida do loirinho surgia, molhada por uma fina e apetitosa camada de suor causado pelo calor dos sets, brilhando como um letreiro maldosamente chamativo, que piscava as palavras "Coloque suas mãos em mim" repetidas vezes. O psicólogo agradeceu imensamente àquele calor desgraçado, e rezou para que o ator tentasse se refrescar daquela forma mais vezes. Ou que tirasse logo toda a roupa...
Mas para sua total e completa infelicidade, o delicioso show foi impedido pelas mãos do loirinho, que voltavam a fechar o zíper e impedir a visão do seu peito alvo e esguio. Oh, droga! Resmungando milhares de palavrões, Trowa descontou toda a sua fúria num gesto infantil, tentando acertar um pontapé no ar, mas atingindo um destino bem mais...sensível: um dos afetados maquiadores de Relena caiu ao chão, gritando agudamente depois do chute que recebera no meio das pernas.
Arregalando os olhos, Trowa pigarreou, desculpando-se antes de passar por cima do pobre rapaz, que agora rolava de um lado a outro, apertando firmemente a região atingida. Definitivamente, o psicólogo precisava se controlar!
Erguendo as sobrancelhas, Quatre se aproximou do pequeno tumulto que se formava alguns metros à frente, driblando alguns curiosos para encontrar Sherman, um dos vários maquiadores de Relena, se contorcendo no chão, sob os gritinhos histéricos dos seus companheiros de equipe.
Uma mão envolveu um dos seus braços, e logo estava sendo puxado para longe dali por um Trowa exasperado:
–O que houve com o Sherman? – confuso, Quatre ainda tentou esticar o pescoço e observar melhor a situação, mas o lindo moreno não permitiu, continuando a puxa-lo.
–Ele sofreu um derrame...- Trowa sussurrou, sombrio, entrelaçando seus dedos com os do loirinho, satisfeito pelo arrepio envergonhado que balançou o corpo menor com os seus toques – Você esteve incrível, Quatre...o que acha de um sorvete para comemorar?
Ignorando instantaneamente os gritos desesperados do pobre rapaz, que agora agourava "Eu perdi o meu filho!" entre gemidos de dor, Quatre sentiu seu coração saltar uma batida com a doce familiaridade que aquele toque carinhoso lhe causava, e a segurança que este lhe trazia. Ah, realmente precisava de um sorvete para acalmar o seu calor, que certamente aumentara o bastante para derreter as calotas polares, ao perceber que Trowa acariciava as costas de sua mão com um dedo insinuante.
Os dedos dele eram grandes! Isso queria dizer alguma coisa...
–Vamos, Wuffei! Pense como Kung-love! O que você sente pelo Treize? – suspirando, o chinês encarou o espelho que refletia sua imagem durante a conversa que tivera consigo mesmo durante as últimas duas horas.
Aonde iam parar as drogas de conselhos amorosos quando se precisava deles? Aparentemente, nunca fora realmente o maior "entendido no amor", já que em sua primeira "experiência", nenhuma de suas tão estudadas e bem pensadas regras amorosas pareceu surtir efeito.
Era extremamente desagradável a sensação de estar mergulhado em algo que não tinha uma explicação real, Wuffei sabia, e uma situação assim se tornava dez vezes pior quando derrubava toda uma muralha de proteção que o mantinha protegido daquele sentimento estranho e assustador.
Jogando-se sobre a sua espaçosa cama, Wuffei permitiu que o seu coração tomasse o lugar da razão por alguns segundos, apenas para comprovar o que temia.
Estrelinhas e fogos de artifício explodiram em seus pensamentos junto à imagem de Treize. A sensação dos seus beijos e toques suavemente quentes retornou com força total aos seus sentidos, trazendo consigo o mesmo calor físico e...no coração.
O chinês pegou-se perguntando o que diabos era, realmente, o coração. Era até patético que uma questão assim o tomasse, já que se gabava aos quatro ventos por ser o conhecedor do "verdadeiro funcionamento do coração". Agora percebia que era apenas um tolo que temia o próprio coração, por não conhecê-lo realmente.
Ahhh, como odiava aquilo! Dar voltas e voltas num mesmo pensamento era algo que Wuffei realmente abominava, muito mais por ser inevitável do que por ser uma forma irritante de se resolver um problema.
E tinha um enorme problema em mãos: decidir-se entre correr atrás do que o seu coração mandava, ou dar créditos à parte racional que o alertava contra um caminho cheio de perigos que era o amor.
Ah, mataria aquele moreno imbecil da próxima vez que o encontrasse! Cortaria cada pedacinho do seu corpo com a sua katana por ter confundido-o. Por fazê-lo se sentir no Paraíso, para depois joga-lo num Inferno maldito. Por tê-lo feito...se apaixonar.
Gemendo em frustração, o chinês foi movido por suas pernas, sem que as comandasse, até a geladeira. Talvez fosse bom afogar as dores comendo um monte de porcarias...
Mas...para o seu desespero e ódio, seu estômago pedia por algo que lhe trazia lembranças demais...:
Geléia de morango.
–Humm...isso é muito gostoso! – Quatre sussurrou,fechando os olhos quando o creme adocicado e gelado alcançou o seu paladar.
Eram muitos golpes baixos seguidos para que o controle do psicólogo agüentasse! O primeiro deles fora lançado com mortal inocência por Quatre, no segundo em que haviam deixado o estúdio: o lindo ator correra o zíper do seu casaco alguns centímetros abaixo, para se refrescar naquele dia de cão japonês. E sim, Trowa ponderou seriamente a possibilidade de agarra-lo ali mesmo e fazer com que o seu "calor" amainasse da melhor e mais prazerosa maneira possível...
O segundo ataque quase destruiu totalmente o seu controle: diante das inúmeras opções de sabores na sorveteria, o loiro aderiu um brilho maravilhado em seu olhar azul, adoravelmente indeciso sobre que sorvete escolher. Como se aquela carinha inocente já não fosse poderosa o suficiente para matar o moreno, Quatre ainda se atreveu a encostar a ponta de um dos dedos nos lábios, numa pose indecisa mais do que capaz de despertar pensamentos pervertidos em Trowa. O moreno adoraria ver outro corpo cilíndrico tocando os lábios macios do ator...
Mas o mais covarde e inesperada investida foi a gula do rapaz de cabelos dourados, que atacara o sorvete sem piedade, melando-se todo no processo. E...ele ficou com um...bigodinho de sorvete! Um maldito bigode de sorvete! Ali, saboroso, sobre os lábios avermelhados pelo contato com o doce frio, atraindo-o para um beijo feroz, em contraste com a inocência escrita em cada gesto de Quatre.
Esse era um dos milhares de fatores que o atraiam em Quatre: o ator não agia deliberado para a conquista. Era apenas...ele mesmo.
E havia se decidido: Quatre seria seu, nem que tivesse que rasgar o seu diploma de psicólogo para isso.
Levando uma colherada do seu sorvete de chocolate aos lábios, Trowa continuou a encarar abertamente o ator, sorrindo enigmaticamente para o lindo loiro, que parecia alheio ao seu olhar cheio de insinuações e desejos.
Sentado num dos banquinhos da sorveteria, Quatre ainda se ocupava em alcançar a cereja no fundo da taça com a colher, encontrando uma certa dificuldade, quando seu olhar encontrou casualmente com o do psicólogo, fazendo-o esquecer momentaneamente da fruta ao perceber, confuso, os sentimentos que afloravam rapidamente no brilho esmeralda dos olhos de Trowa:
–O que foi? Eu me sujei um pouco? – corando, Quatre tentou enxergar o seu reflexo no mármore do balcão, sentindo-se estranhamente feliz com o jeito com que Trowa o encarava.
Hesitante, Trowa negou, observando o rosto delicado do rapaz, agora repleto de respingos de sorvete. Ah, ele era mesmo adorável...
Desconfiado, Quatre alcançou uma bandeja de alumínio no balcão, encarando o próprio reflexo na superfície metálica. Estava todo emporcalhado! Envergonhado, tentou limpar o seu rosto discretamente, mas o olhar divertido do moreno sobre si deu-lhe uma idéia mais agradável.
Colocando um sorriso inocente nos lábios, Quatre voltou-se para o psicólogo:
–Trowa...posso provar do seu sorvete? – piscando algumas vezes, o ator agradeceu por suas oficinas de teatro. O moreno cairia como um patinho...
–Claro, meu anjo...tudo o que quiser... – o psicólogo murmurou, adorando perceber os tons corados que novamente surgiam na pele alva de Quatre. Mas ele não sabia o que o seu "inocente" anjo maquinava...
Ahhh...por pouco não perdeu desistiu do seu plano quando Trowa o chamara daquela forma...era tão...doce! Mas não poderia parar agora...
Agradecendo com o seu sorriso mais doce, Quatre retirou uma farta porção de sorvete da taça, encarando o moreno por alguns segundos, antes de lança-la contra o seu impecável terno, respingando sorvete para todos os lados.
–Mas que...! – Surpreso, Trowa observou a risada contida do seu anjo, que tinha os ombros balançados por ondas de riso. Hum...espertinho, huh? Agora aquele anjinho iria ver...
Sorrindo maliciosamente, Trowa alcançou a taça nas mãos do loirinho, mergulhando uma das mãos no doce gelado. Quatre não teve tempo de reagir antes que uma bola de sorvete atingisse os seus cabelos, empastando-os e desencadeando uma reação coletiva na sorveteria.
Ouviram alguém gritar "Guerra de sorvete!" em algum ponto do lugar, e no segundo seguinte, um bombardeio cremoso cruzou suas cabeças, sob os gritos excitados dos outros ocupantes da sorveteria.
Ao sentir uma bomba gelada atingir as suas costas, Trowa rapidamente percebeu que teriam que se abrigar caso quisessem sair dali sem sorvete até no sangue. Rindo, puxou o seu anjo até o chão agora escorregadio da lanchonete, na tentativa de se esquivar das inúmeras porções de sorvete que eram atiradas para todos os lados.
Vagamente, Trowa viu a porta do lugar se abrir para dar passagem à um manco Sherman, que se locomovia com dificuldade devido ao golpe em suas partes "baixas". Definitivamente o tal cara não tinha sorte. Uma taça cortou o ar rapidamente, atingindo a testa do azarado maquiador, que desabou ao chão novamente.
A gargalhada doce de Quatre acompanhou os seus ouvidos, e finalmente conseguiram engatinhar até uma das mesas dispostas nos cantos da sorveteria, enfiando-se rapidamente sob o móvel.
A gritaria continuava e as risadas continuavam, e certamente o dono do lugar teria muito prejuízo quando a "guerra" tivesse um fim.
Encarando o seu anjo, que agora mais parecia uma taça gigante de chantilly, com sorvete até nos cabelos, Trowa se apoiou na parede lateral, trazendo o loirinho para se abrigar junto ao seu peito, que também não estava livre da papa marrom de chocolate.
O calor gostoso do contato único e estranhamente envolvente provocou-lhes sorrisos confusos e contidos. Ah, aquele seria um pacto silencioso, mas gritante como um vendaval...
Ignorando o caos instaurado no lugar, e a pasta adocicada que os cobria dos pés à cabeça, uniram seus lábios, num beijo completamente imprevisível, mas tão desejado quanto um grande e apetitoso sorvete num dia quente de verão.
As janelas fechadas do seu carro nunca pareceram mais oportunas. Quando finalmente viu-se sozinho com Duo, o executivo desejou ardentemente que o mundo parasse naquele instante, e que pudesse ficar ali com o atendente para sempre. E "sempre" era tempo o bastante para atividades bem "satisfatórias"...
Acionando o toca-cds do veículo, Heero tratou de escolher uma música extremamente romântica, arrancando uma risada gostosa do americano com a melodiatotalmente brega e grave que agora abandonava os alto-falantes:
–Por que está rindo? É um clássico! – divertido, Heero se inclinou no banco, envolvendo a cintura do rapaz de olhos violetas com os braços.
–Heero...de onde você tirou isso? Do " Hits dos tempos em que a vovó surfava"? – rindo, o americano tocou o nariz do seu japonês, que agora ostentava um biquinho emburrado.
–Saiba que eu adoro essa música! – numa mal-fingida revolta, o japonês o trouxe para mais perto.- E porque a insultou, vai ter que me beijar pra pagar... – sussurrou ao seu ouvido, dando asas ao seu abençoado lado Bad.
–Hum...acho que irei criticar mais seu gosto musical daqui por diante, se tiver uma penitência tão gostosa assim sempre... – entrando naquele delicioso joguinho, o americano envolveu os ombros largos de Heero, acariciando sua nuca.
Seus lábios novamente se aproximaram, enquanto seus sorrisos desapareciam para dar lugar à complexidade maravilhosa daqueles doces momentos tão únicos em suas inúmeras formas.
Mas a droga do destino realmente atrapalhava!
Um sinal sonoro vindo do celular do japonês os interrompeu, arrancando-lhes suspiros frustrados:
–Deixa essa coisa aí...- o japonês sussurrou, tentado a jogar o aparelho janela à fora.
–Talvez seja algo importante...acho melhor você ver... – sorrindo, o rapaz de longos cabelos acariciou a franja revolta de Heero, da forma que sabia ser eficaz para convencer o frustrado japonês.
Ah, precisava aprender a dizer não para aquele americano! Mas talvez isso nunca viesse a acontecer. De má-vontade, se esticou ao celular, acionando a caixa postal, com total desinteresse, voltando aos braços do seu atendente logo em seguida, esperando que a maldita mensagem de voz soasse logo.
Porém, deveria sim ter deixado o telefone para lá. Teria evitado os terríveis momentos que escureceram a sua mente em seguida.
Do celular, a voz irritante de Relena soou, em mais uma das milhares de mensagens imbecis e sem fundamentos que sempre eram enviados todos os dias ao seu celular. Geralmente ignorava as fantasias idiotas da garota, mas daquela vez, elas roubaram-lhe mais do que sua paciência.
–" Boa noite, amor! Como está tudo aí? Não precisa ficar ansioso, logo estarei com você! E como você insistiu muito, marquei o nosso casamento para o mais rápido possível! Então eu serei só sua, como você prometeu no dia em que me pediu em noivado, lembra? Te amo! Milhares de beijinhos! "
A força com que a porta foifechada marcou sua mente com a dolorosa ausência de Duo. Ele não estava mais ali. Não estavamais do seu lado. Suspirando, Heero afundou o rosto nas mãos ao vislumbrar, através da janela do seu carro, Duo cruzar o estacionamento numa corrida atordoada em sem rumo.
Aquele era o primeiro buraco no caminho do seu amor com Duo...e Heero temia que ele fosse fundo demais para que pudessem supera-lo.
CONTINUA...
)) Notas do autor doido ((
Olá, todo mundo! XD Tudo beleza?
Aqui está mais um capítulo dessa fic doida! Hahaha, eu me diverti nesse capítulo, principalmente com o Quatre e o Trowa! E sorvete rula! XD Já imaginaram eles sujos de sorvete, se beijando? Hahahahaha!
Ah, e desculpem pela extinção de alguns acentos, pois o site, como todos sabem, está passando fome e resolveu comê-los...
Bom, e o que acharam do final? XD Fui mal com o Hee? Finalmente a Relena começou a desempenhar o seu papel na história: atrapalhar o nosso casal! XD
Não me matem, por favor! XD
E eu gostaria de dedicar esse capítulo a todos que acompanham essa humilde fic, e aos que deixam suas opniões e incentivos, que me deixam muito felizes!
Mas em especial, gostaria de dedica-lo a quatro pessoas especiais:
Serennity Le Fay, por ser uma amiga maravilhosa, e sempre me apoiar nos momentos difíceis e felizes! Como se isso fosse pouco, ela é uma escritora como poucas são, que escreve fics maravilhosas! XD Te adoro, Nitty! Obrigado por estar comigo!
Goddess, a minha mana adorada da net! Assim como eu, uma amante de 3x4 XD Uma ótima pessoa, amiga para todas as horas, e que sempre está do outro lado do MSN para me socorrer! E claro, não poderia esquecer dos nossos maravilhosos jogos, né? XD Valeu, mana!
Dee-chan, por ser uma pessoa tudo de bom, e sempre me ajudar com dicas preciosas, palavras sempre doces e gentis! E claro: ela mantém meus dias felizes com as suas maravilhosas fics! E que /aquela/ pessoa venha me atazanar também, mas: VAI LÁ, DEE! NÃO FICA PRA BAIXO POR CAUSA DAQUELE TIPO DE GENTE! VOCÊ É DEMAIS, ESCREVE MARAVILHOSAMENTE BEM, E NINGUÉM PODE DISCORDAR DISSO! ESTOU CONTIGO, E NÃO ABRO!
Bra, a minha koi do coração! Sempre está comigo, seja jogando rpgou jogando conversa fora! Uma das melhores amigas que alguém pode ter! Obrigado por sempre estar ao meu lado, moça! Te adoro! XD
É isso! XD Espero que gostem do capítulo, e por favor, reviews ajudam muito, e como diria a moça Arsinoe (te adoro, moça! XD Sua fic está cada vez mais perfeita! Quase endoidei de felicidade ao ver o meu humilde nome citado em sua perfeita fic!) :quanto mais reviews, mais rápido virá o próximo capítulo! XD
Beijos a todo mundo!
