CAPÍTULO DOIS
Adoção
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Tiago Potter estava deitado de bruços na beira do sofá da sala com um lado da cabeça afundado em uma almofada, os óculos tortos no rosto e a boca ligeiramente entreaberta, formando uma pequena mancha úmida no tecido almofadado. Apesar de suas sobrancelhas se contraírem eventualmente e seus músculos darem leves repuxões, ele estava adormecido, imerso em um sonho inquieto, pelo que parecia. Logo ele começou a soltar alguns resmungos e de repente, em um movimento incrivelmente rápido, ergueu um dos braços fechando os dedos sobre o ar, como se tivesse apanhado algum objeto pequeno e arisco.
- Peguei! – gritou o garoto em meio a seu sonho.
O próprio grito e o fato de ele não ter pego nada na realidade, bastaram para fazer com que dois olhos castanhos se arregalassem, porém o movimento brusco fez com que ele perdesse o equilíbrio e caísse com estrondo no tapete.
- Ai... droga – o garoto deixou-se ficar na mesma posição, de olhos fechados.
Tinha adormecido no sofá novamente. Já fazia quase uma semana que ele passava os dias e noites naquele sofá encarando a lareira, esperando que seu melhor amigo, Sirius Black, irrompesse dela com o sorriso mais safado e arrogante que ele conhecia.
Tiago definitivamente detestava esse sentimento de impotência, não conseguia se conformar em simplesmente aguardar a chegada do amigo, imaginando as barbaridades às quais ele estava sendo obrigado a se sujeitar naquele ninho de serpentes que era a Mansão Black.
Sobressaltou-se ao ouvir passos vindos da cozinha. Provavelmente era sua mãe, que fora atraída pelo barulho de sua queda. Tratou de levantar-se do chão e alisar um pouco suas vestes, para não somar mais esse ridículo à cara patética de sono que ele imaginava apresentar no momento. Sentou-se no sofá, propositalmente em cima da almofada babada, a prova de seu crime. Assim que se acomodou, tentando parecer descontraído, sua mãe apareceu na porta da sala, encarando primeiramente a lareira intacta e só depois o filho.
Nindiely Potter era uma senhora baixa, nem gorda, nem magra demais, com cabelos grisalhos e feições cansadas. A primeira impressão que se tinha dela era de uma avó bondosa, paciente e amorosa. E essa impressão era acertada em todos os pontos, exceto que ela não era avó, mas sim mãe do garoto de dezesseis anos.
- O que foi esse barulho, querido? – perguntou ela enquanto enxugava as mãos no avental, deixando à mostra uma varinha de comprimento médio em um bolso especial no lado direto de seus quadris. Tinha acabado de arrumar a louça do almoço e limpar a cozinha, com alguma ajuda de magia, obviamente.
- Nada, mãe – Tiago conteve-se para não esfregar os olhos ou bocejar, denunciando-se, porém de nada adiantou.
Os olhos escuros da gentil senhora analisaram os olhos inchados do filho, as marcas em sua bochecha que pareciam dobras vermelhas na pele clara e os óculos tortos no rosto. Ela estreitou os olhos e largou o avental, pousando ambas as mãos na cintura.
- Você estava dormindo de novo, não é?
Se não soubesse que seria inútil, Tiago teria protestado, porém ele limitou-se a encolher as pernas no sofá e esfregar os olhos com força. A Sra. Potter suspirou e foi sentar-se ao lado do filho.
- Querido, por que não vai descansar um pouco? Vá para seu quarto, descanse, já faz quase uma semana que você não sai desse sofá!
- Mas, mãe... – choramingou o garoto, sua voz grossa contradizendo com a postura de garotinho mimado que ele sustentava no momento. – Eu não agüento mais essa espera, essa falta de notícia! Queria fazer alguma coisa! Se fosse eu quem estivesse em apuros, Sirius já teria tomado alguma providência, não ficaria esperando que as coisas acontecessem.
A Sra. Potter meneou a cabeça e fez cara de reprovação.
- Sim, no seu lugar, Sirius já teria feito alguma besteira e piorado ainda mais a situação– então seu tom de voz voltou a ser doce e preocupado. – Anda, rapazinho, suba e tome um banho para despertar um pouco. Eu te chamo se acontecer algo, prometo.
Ela deu um beijo carinhoso na testa do filho, que se inclinou um pouco para encostar a cabeça em seu ombro. Ela então acariciou seus cabelos rebeldes com movimentos avessos, de trás para frente, de modo a arrepiá-los ainda mais, aproveitando-se de sua momentânea vulnerabilidade.
Tiago, como qualquer garoto de sua idade, era esquivo aos carinhos da mãe, acreditando que demonstrar afeto publicamente era sinal de fraqueza. Nindiely Potter respeitava essa necessidade de parecer maduro e forte em frente aos amigos, porém ele não precisava disfarçar sua carência entre as quatro paredes de sua casa, mesmo que só por alguns breves instantes.
- Queria poder ajudar, mamãe – voltou a choramingar Tiago.
A mulher sorriu ao ouvi-lo chamá-la de "mamãe". Ela queria que esse momento se eternizasse, que ele nunca crescesse, entretanto já se esquecia que ele já era quase um homem. Faltava pouco para Tiago se tornar um bruxo formado, procurar por emprego, e quem sabe até formar uma família!
- A senhora não pode convencer o papai? – a voz manhosa do filho chamou-a de volta aos fatos.
- Convencê-lo de que, meu bem? De invadir a mansão que nem mesmo os aurores têm acesso? Sem contar que eles não têm idéia de onde fica a mansão! Ou quem sabe você espera que seu pai encurrale o Sr. Black em seu serviço e mande-o para Azkaban por manter o próprio filho dentro de casa?
Tiago abriu a boca, talvez para dizer que era exatamente isso que ele esperava que o pai fizesse, ou que não achava uma má idéia, porém ele desistiu do que quer que fosse falar e a Sra. Potter podia até imaginar o bico de frustração que ele fazia, apesar de só vislumbrar cabelos negros em desalinho.
- Vamos fazer o seguinte então – propôs ela sentindo seu coração apertado por deixar o único filho, seu filho precioso, contrariado. – Se Sirius não der notícias até amanhã à noite, eu convenço seu pai a pelo menos tentar investigar os Black.
Tiago ergueu a cabeça e voltou-se para encarar a mãe com os olhos brilhando de entusiasmo por trás das lentes.
- Eu disse tentar, ouviu bem? – enfatizou a senhora.
- Um-hum! – Tiago concordou com a cabeça sem perder o entusiasmo e por alguma razão, a Sra. Potter lembrou-se do garotinho de cinco anos que encarava o pai com admiração, como se ele fosse algum tipo de super herói que os trouxas inventavam para suas crianças.
- Agora suba, meu bebê. Eu vigio a lareira pra você...
- Hey! Eu não sou seu bebê, mãe! –e lá estava o menino arisco novamente, esquivando-se do carinho da mãe, julgando-se crescido demais para algo tão careta. – Eu vou subir, mas me chame se ouvir sequer um estalo – disse ele em tom de aviso, pondo-se de pé.
- Está bem, filho.
Assim que se virou, Tiago lançou um último olhar à lareira, esperando vê-la tão apagada quanto suas esperanças de encontrar algo diferente. No entanto, surpreendeu-se com a repentina explosão de chamas verdes que irrompeu no local, causando um deslocamento de ar quase violento. Nos instantes seguintes algo negro materializou-se rodopiando em meio às chamas, parecendo grande demais para permanecer ali por muito mais tempo. E realmente não permaneceu, caindo no chão e dividindo-se em dois: de um lado um malão com uma gaiola e um bolinho de penas empoleirado; e de outro lado um garoto alto, de cabelos compridos e negros que lhe cobriam a face, vestido completamente de negro puro. Poderia muito bem se passar por um homem formado.
- Almofadinhas! – exclamou Tiago.
- Siri... heim? – a Sra. Potter encarou o filho com confusão estampada no rosto.
Tiago ignorou a indagação da mãe, correndo ao encontro do amigo. Este afastava os cabelos da face, cuspindo alguns fios que lhe invadiam a boca e abriu dois belos olhos cinzentos para fitar a mão estendida de Tiago e seu sorriso radiante.
A mudança nas feições do jovem Black era notável. E não se tratava só da fuligem que escurecia alguns pontos de seu rosto e mãos. Os olhos, que antes pareciam frios e até mesmo cruéis quando ele se encontrava na casa de sua família, agora adquiriam um brilho encantador e quente. Quem disse que felicidade não é visível?
- Irmãozinho – gracejou com um sorriso enviesado que poderia ser confundido com zombaria, aceitando a ajuda para levantar-se, e cambaleando em seguida, tornando um simples abraço em um choque violento entre os dois corpos.
- Ai! – exclamaram os dois, sem contudo livrarem-se do abraço saudoso e gargalhando em seguida.
- Hum, acho que vou vomitar – disse Sirius, com sua voz rouca e profunda, fazendo Tiago empurrá-lo para longe com uma expressão enojada.
- Irc! Não vai vomitar em mim!
Sirius não teve oportunidade de retrucar, uma vez que foi abraçado pela cintura com força pela Sra. Potter.
- Oh, querido, estávamos preocupados! Você está bem? Está machucado? Eles maltrataram você, filho?
O garoto puxou o ar com força para os pulmões assim que se viu livre do aperto, passando por uma inspeção minuciosa pelos olhos da bondosa senhora. Ela executou um rápido feitiço de limpeza em suas vestes e em sua pele.
- Você está pálido, querido! Está com fome? Tem febre? Diga algo, por favor!
- Ele é pálido, mãe! – Tiago rolou os olhos, puxando o amigo pelo braço até o sofá com uma careta. Não por ciúme do tratamento que ele recebera de sua mãe. Já estava mais do que acostumado com ela chamando Sirius de filho, mas achou que ninguém merecia um interrogatório daqueles depois de uma viajem de Flu.
- Eu estou bem, Sra. Potter, só estou enjoado – assegurou Sirius com tanta gentileza que nem parecia o mesmo garoto rebelde que gritara com a própria mãe e fugira de casa. – Pensa que foi fácil atravessar tantas lareiras com uma mala imensa como essa?
Os três voltaram os olhos para o malão e só então repararam na coruja que se agitava indignada em cima do mesmo.
- Oh, pobrezinha! – a Sra. Potter foi até o malão, abrindo a gaiola e libertando a ave, que fez um vôo raivoso ao redor da cabeça do dono e disparou para o andar de cima em busca de sua companheira.
- Anda logo, Almofadinhas! Desembucha! – Tiago bateu os pés no chão, atraindo a atenção para si de um modo infantil.
- Do que você o chamou, Tiago? – perguntou a Sra. Potter antes que Sirius pudesse dizer alguma coisa.
- Ora, é só um apelido, mãe – Tiago dispensou o comentário da mãe com um gesto displicente, sem deixar de encarar o amigo. – Então? Como você conseguiu fugir?
Sirius sorriu e colocou os cabelos para trás da orelha, estufando o peito, porém sentiu o olhar da dona da casa sobre si e achou-se desconfortável. Voltou-se para ela mordendo o lábio inferior, aguardando alguma palavra, fosse de repreensão ou felicitação.
- Você fugiu mesmo, criança? – perguntou ela, porém não parecia zangada, somente preocupada.
- Eu... será que posso ficar aqui, senhora? – perguntou Sirius, encarando-a de baixo, com os olhos brilhando e uma perfeita expressão de cachorrinho abandonado que só não convencia quem não possuía um coração pulsando dentro do peito.
Tiago conteve-se para não revirar os olhos e enterrar o rosto nas mãos diante do teatro todo do amigo, ou poderia estragar o momento. Afinal, já sabia o que viria a seguir. Era sempre assim!
- Oh, meu querido... – a Sra. Potter sentou-se ao lado de Sirius e puxou-o para que ele encostasse a cabeça em seu peito, fazendo-lhe um carinho, assim como tinha feito com o filho, alguns instantes atrás. E sabia que Sirius nunca se esquivaria dela, como Tiago fazia. Talvez por consideração, por educação, ou mesmo por carência, mas o fato é que o garoto se deixou acariciar, fechando os olhos e contendo um sorriso. – Eu queria muito poder te adotar, mas você sabe que isso é impossível. Se seus pais entrassem por essa porta agora, eu teria que deixá-lo ir, ou seria presa!
- Os Black nunca pisariam em nossa casa, mãe – Tiago não conseguiu impedir outro revirar de olhos, cruzando os braços e escolhendo olhar para qualquer outro lugar da sala que não os dois. Sabia que era embaraçoso para Sirius, assim como era para ele. Isso poderia render muitas gozações se não fosse um assunto tão delicado para seu melhor amigo: família, carinho maternal. Ele teria outras oportunidades e outros motivos para zoar com o amigo, mas certamente não se usaria desse.
A Sra. Potter suspirou e afastou-se, fazendo com que o garoto a encarasse. Mesmo sendo maior do que ela, Sirius parecia totalmente indefeso no momento.
- Eu nunca vou te colocar para fora de minha casa, Sirius, você sabe disso. Mas também não posso te manter aqui se seus pais quiserem você de volta...
Os olhos de Sirius tremelicaram de um jeito tão triste que ela não teria coragem de terminar aquela frase nem mesmo se Tiago não a tivesse interrompido.
- A senhora entregaria ele para aquela gente, mãe? – revoltou-se o rapaz, levantando o volume da voz e ajeitando os óculos nervosamente.
- É claro que não, meu filho. Mas nós teríamos que arrumar um jeito de escondê-lo, entende? O primeiro lugar que eles procurariam seria aqui! Aliás, eles já sabem que você fugiu? – perguntou, voltando a encarar Sirius, seriamente.
- Não sabem. Mas eles não virão atrás de mim – respondeu Sirius em uma voz aparentemente desprovida de emoções.
- Por que diz isso, querido? Eu imagino que eles não aceitariam que alguém da família fugisse de casa para viver com... com pessoas como nós, que... você sabe... que aprovam o ingresso de trouxas para o mundo da magia!
- Eu não pertenço mais àquela família – dessa vez ele não conseguiu segurar a amargura na voz. – Fiz um favor à minha mãe, livrei-a da vergonha que causo ao nobre sangue Black. Ela nunca colocaria o próprio filho para fora, mas eu saí de casa e dei toda a liberdade a ela para me deserdar, além de me mostrar extremamente agradecido por isso. Eu também azarei o filho querido dela e ainda fiz um belo de um estrago em seus aposentos – ele soltou uma risadinha desdenhosa, encarando Tiago de relance e constatando a empolgação que suas palavras causavam no maroto de cabelos arrepiados. – Acho que depois disso ela quer distância de mim. E terá. Eu não volto para aquela casa nem dentro de um caixão!
- É claro que não – disse a Sra. Potter, com os olhos marejados pela emoção. Ela acariciou uma das bochechas do garoto – Você é um Potter agora, mesmo que não possua nosso sobrenome. É meu filhote, de coração, viu? Sempre foi.
- Quer dizer que ele pode ficar? – Tiago arregalou os olhos, com um sorriso imenso no rosto fino. Um aceno de cabeça como resposta fez com que ele saltasse em pé com uma das mãos erguidas. – Yohooo! Vamos Almofadinhas, vamos para nosso quarto!
Sirius, também ostentando um sorriso verdadeiro - que incomumente arqueava ambos os cantos de sua boca e deixava dentes brancos e retilíneos à mostra – lançou um último olhar a Sra. Potter, como se educadamente pedisse permissão para deixar a sala.
- Ande! Vá logo tomar um banho e arrumar suas coisas! – incentivou ela. – Eu vou providenciar sua cama e um guarda-roupas para que você acomode melhor suas roupas.
- Não precisa se incomodar, senhora – disse Sirius, que provava saber ser encantadoramente educado quando queria. - Eu não trouxe muita coisa...
- Ora, nesse caso temos que ir às compras! Vão se aprontar vocês dois, nós daremos um pulinho na Madame Malkin ainda hoje.
Sirius levantou-se e já ia em direção ao malão, quando ouviu novamente a voz de sua "mãe de coração":
- Não se preocupe com isso, meu filho, eu levo suas coisas num instante – ela agitou a varinha em uma das mãos, depois gesticulou indicando o alto da escadaria. - Agora se apressem, meus amores.
Sirius alcançou Tiago e ambos colocaram-se a subir os degraus, dois de cada vez, quase correndo.
- Cara, você azarou Régulo? – admirou-se Tiago durante o percurso até seu quarto, no fim do corredor.
Sirius acenou positivamente, com o meio sorriso arrogante de volta ao rosto.
- Petrifiquei ele com a própria varinha – gabou-se, fazendo queixo do outro desabar.
- Wow! E o que você fez com o quarto da sua mãe? Por que você demorou tanto? Me conte tudo! De quais nomes você xingou a bruxa carcomida?
- Putz, me esqueci do "bruxa carcomida"! – Sirius deu um tapa na própria testa. – Mas lembrei de todos os outros nomes feios que você pode imaginar.
- Legal!
Tiago abriu a porta de seu quarto e entrou primeiro, ainda gesticulando e tagarelando, misturando suas palavras à algazarra que as corujas faziam. Por isso não reparou no suspiro que o amigo deu, nem viu quando ele tocou a própria face rapidamente, no local em que a Sra. Potter o tinha acariciado. Porém no instante seguinte Sirius voltava a ser o maroto de sempre, vangloriando-se por seus feitos brilhantes com seu jeito sarcástico e caindo na gargalhada com seu melhor amigo. Seu irmão. Naquele momento eles não pareciam mais que duas crianças entusiasmadas, mas quem se importava?
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Régulo já não sentia suas pernas nem braços. Era horrível estar sob esse feitiço, sentir-se preso em sua própria mente, em seu próprio corpo, incapacitado, enquanto cozinhava toda a raiva que sentia e concentrava-a em uma única pessoa: Tiago Potter. Ele se vingaria daquele garoto ou não era um Black. Ele tinha praticamente roubado seu irmão! Ah, mas ele teria uma lição...
Sua mãe já tinha chegado havia alguns minutos, ele podia ouvir os gritos possantes, os insultos dirigidos a Monstro, os lamentos quanto ao estado de seu quarto, as indagações por ele. Mas Monstro não sabia onde ele estava e levava mais maldições por isso.
Régulo estava impossibilitado de gritar, ou já o teria feito, apesar de sua mente já estar cansada e ele já estar se conformando a esperar que ela o encontrasse. Fechou os olhos. Até suspirar era doloroso, já que sua caixa torácica estava impossibilitada de expandir-se. Finalmente soaram passos apressados escada a baixo e para dentro do cômodo onde se encontrava estirado no chão, de frente para a lareira, levemente chamuscado de fuligem. Sua varinha jazia ao lado, ao alcance de sua mão. Tão perto e tão intangível.
- Régulo! – exclamou a Sra. Black com preocupação mal-disfarçada na voz grave. O garoto abriu os olhos, para encontrar sua mãe levemente descabelada, com um ar inconfundível de fúria quase palpável. Percebeu as próprias bochechas quentes pela humilhação de ser encontrado nesse estado de impotência. – Finite Incantatem!
O garoto sentiu seus braços e pernas novamente libertos e esparramou-se ainda mais no chão, com os músculos doloridos e preguiçosos, os membros dormentes. Tornou-se subitamente mais fácil respirar e ele sorveu o ar com vontade. O olhar duro de sua mãe fez com que ele se sentisse ainda mais envergonhado.
- Levante-se – ordenou ela severamente e Régulo obedeceu, mesmo sendo difícil fazer com que seu corpo reagisse. Recolheu sua varinha, ao que sua mãe olhou-o longamente. – Suponho que ele tenha usado sua varinha.
- Sim, senhora.
- Muito esperto da parte dele. Nessas horas ele se mostra muito astucioso, mas somente quando se trata de desobedecer minhas ordens. Se ele usasse todo esse potencial para atitudes mais dignas, seria – disse ela com o queixo erguido, parecendo indiferente às próprias palavras enquanto inspecionava a lareira. Então voltou a encarar o garoto desconcertado e submisso à sua frente. - Você devia tê-lo amaldiçoado primeiro.
Ele abriu levemente a boca, mas não porque quisesse se justificar ou indignar-se. Assustou-se por ela ter empregado a palavra "amaldiçoar" em vez de "azarar". Ele nunca tinha praticado maldição alguma! Nem nunca praticaria no próprio irmão. Porém não achou prudente dizer isso no momento. Conformou-se em somente abaixar os olhos em respeito à repreensão de sua mãe.
- Bem, não importa agora – ela passou a mão pelos cabelos, como se tentasse ajeitar os fios que se desprendiam de seu coque, antes impecável. Então se virou para deixar a sala.
- Mamãe – chamou Régulo antes que ela se afastasse. – Posso ir com a senhora?
A Sra. Black voltou-se para o filho com uma sobrancelha arqueada, mantendo a pose altiva e o queixo erguido.
- Ir aonde, Régulo?
O garoto piscou algumas vezes.
- Buscar Sirius – respondeu simplesmente e nada o prepararia para a gargalhada fria que sua mãe soltou.
- Eu nunca colocaria meus pés naquele lugar imundo, meu filho!
- Então a senhora vai mandar que o busquem? – intrigou-se Régulo, ainda desconcertado pela atitude debochada da mãe. Não estava acostumado a receber aquele olhar frio dela. Aquele olhar que antes era dirigido somente a Sirius.
A imponente senhora caminhou até ele com olhos estreitados, a fúria novamente emanando de seu corpo em ondas perceptíveis de calor.
- Ouça bem, Régulo, pois eu vou repetir somente uma vez o que já instruí aos elfos domésticos. Aquele desnaturado nunca mais porá os pés nessa casa – o tom de voz exaltado fazia com que Régulo se encolhesse cada vez mais, apesar de não se afastar. - Ele nunca foi um Black. Fui uma tola em desperdiçar tanto tempo e esforço com repreensões e castigos, tentando torná-lo um, quando era óbvio que ele já nasceu irremediavelmente grifinório! Tão emotivo, tão fraco, tão ridiculamente revoltado, defensor de "causas nobres"! Nunca valeu um nuque sequer do que gastei com ele durante todos esses dezesseis anos. Ele é escória como aquela gente com quem divide o dormitório! Foi um favor o que ele fez, deixando essa casa sagrada, que sempre pertenceu ao mais puro sangue de todos! Ele merece a companhia daqueles sujos! Eles que façam bom proveito!
Régulo estava levemente ofegante ao final daquelas palavras. A Sra. Black ergueu a varinha em um movimento rápido e ele arregalou os olhos antes de apertá-los com força. Sua mãe nunca apontara a varinha para ele! Não sabia exatamente o que esperar.
Porém um jato de luz cinza chumbo passou diretamente acima de sua cabeça, atingindo a tapeçaria atrás dele, pulverizando um pequeno pedaço onde antes se encontrava o belo nome de seu irmão. Régulo virou-se em tempo de ver o buraco recente fumegar, então voltou a encarar a mãe, ainda ofegante. Assustado. Chocado. Horrorizado.
O brilho das emoções despejadas por sua mãe sumiu rapidamente, enquanto a nobre senhora se recompunha e continuava seu discurso, sua voz retomando o mesmo tom gélido de sempre.
- Você não tem mais irmão, Régulo. E está proibido de lamentar-se por isso. Não admitirei nem mesmo que o nome daquele ingrato seja mencionado debaixo desse teto. Nem o dele nem o daquela gente que o acolheu. Agora vá se aprontar para a cerimônia de casamento de sua prima Bellatrix. Terei que te prometer àquela garotinha dos Avery, humpt! – a mulher ergueu desgostosamente um dos cantos da boca. – Sinceramente, eu poderia arrumar coisa mil vezes melhor para você, mas aquele grifinório ainda conseguiu mais essa para a coleção de desgosto que me causou nesses dezesseis anos! Sinto muito, meu querido, mas vamos ter que nos conformar com aquela infeliz, ou torcer para que ela sofra algum acidente lamentável... – ela pareceu pensativa por alguns instantes. - Sim, isso seria interessante! Mas agora suba e tome um banho, enquanto eu castigo Monstro. Aquele elfo imbecil nunca mais vai se atrever a ser descuidado. Aquele garoto trouxe um pelúcio para dentro de casa, o que indica que Monstro não inspecionou a coruja corretamente.
Depois de despejar tudo isso, a Sra. Black deu-lhe as costas e saiu majestosamente. Régulo voltou a encarar a tapeçaria. Um sentimento incômodo preenchia-o no momento. Ele acabava de ter sepultadas todas as suas esperanças de ter o irmão de volta. E era tudo culpa de Potter.
O garoto estreitou os olhos e cerrou os punhos, pisando duro ao subir as escadas em direção a seu quarto. Ou será que sua mãe se zangaria se ele tomasse banho no banheiro de Sirius? Ou melhor, no banheiro que fora de Sirius. Nunca tinha mencionado isso para ela com medo de sua reação, mas gostava mais do banheiro do outro quarto. O seu era muito grande. Dava-lhe calafrios, fazia-o sentir-se solitário ou mesmo febril. Chegava a ter pesadelos quando adormecia na banheira. Pegou seu roupão e os chinelos verdes. Gostava mais dos chinelos de Sirius, que eram azuis e mais gastos, mas confortáveis. Será que ele os tinha levado?
Bem, com um pouco de sorte sua mãe nem saberia que ele tomara banho no outro aposento. Despiu-se e entrou na banheira, relaxando instantaneamente. Monstro provavelmente estava recebendo castigos por um crime que não cometera, mas isso não era nenhuma novidade se tratando de um elfo doméstico. Então um pensamento ocorreu-lhe. Que fim Monstro teria dado ao pelúcio? Sirius tinha pedido que ele poupasse a vida do animal, se possível...
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Lílian Evans era uma garota muito curiosa e perspicaz. Até mesmo em seus sonhos. Estava começando a se habituar com o sonho que vinha tendo, e isso trazia uma certa confiança, um sentimento de familiaridade e instigava ainda mais sua curiosidade. Tanto, que ela ansiava pelas horas de sono e torcia para mergulhar novamente naquele mistério. Só então se arrependia, ao sentir o primeiro calafrio. Estava mais uma vez naquele aposento mal iluminado, sujo e assustador. Sabia que estava sonhando, mas nem isso bastava para aquietar seu coração desenfreado. Parecia muito real enquanto acontecia. Não precisava olhar pelas frestas da janela para saber que a Lua Cheia estava encoberta por nuvens, nem precisava olhar para trás para saber que havia uma cama ali no fundo e que alguém ofegava sobre ela.
Porém não olharia agora, ou o sonho se desfaria rápido demais. Era sempre assim. Quando ela estava prestes a ver de quem se tratava, tudo se misturava em um borrão de cores e ela acordava. Por isso se recusava a olhar agora. Passou os dedos pelas marcas na quina da velha cômoda. Arranhões. Ou seriam mordidas? Provavelmente os dois. Pedaços e farpas de madeira ao lado eram tudo o que restara de uma cadeira. Ouviu um gemido e levantou os olhos para a janela. Ainda estava escuro, mas logo os raios prateados invadiriam o aposento, dando maior visibilidade. E, ao mesmo tempo em que ela ansiava, também temia por esse momento.
Ouviu o barulho dos lençóis e conteve a vontade de virar-se. Ele estava se contorcendo agora. Sim, ela sabia que se tratava de um homem. Um homem jovem, um garoto talvez, e só essa perspectiva já era terrível. Já tinha ouvido resmungos o suficiente para constatar isso. E ouvia novamente. Aproximou-se da janela a passos lentos, sentindo as pernas bambas e as mãos trêmulas. Qualquer movimento brusco a levaria de volta para sua cama, porém estava disposta a confirmar suas suspeitas dessa vez antes que tudo terminasse mais uma vez. Agarrou-se à borda saliente da janela coberta de tábuas e apertou os lábios com determinação. Não sairia dali até ter a confirmação que precisava, não importava o quanto isso era assustador.
Um tímido raio de luz passou pela fresta maior, acompanhado de um gemido mais forte. Lily espiou para fora, piscando ao receber a luz diretamente nos olhos. Sua silhueta finalmente ficou mais nítida, revelando cabelos cor de fogo, uma bochecha pálida com sardas bem destacadas pela luz que tocava sua face e olhos extremamente verdes. Conforme a luz ia ganhando força, os gemidos contidos transformaram-se em um grito terrível de dor, que por sua vez logo se transformou em um uivo animalesco. Lily apertou os olhos com força, sendo sacudida por outro arrepio e agarrou-se à janela com mais vontade. Até quando resistiria?
Ouviu outro uivo mais baixo e então um fungar. Ela tinha sido farejada. O som de garras batendo contra o chão fez com que ela abrisse os olhos, ainda encarando a fresta da janela. Um rosnado baixo, porém medonho foi quase encoberto por sua própria respiração ruidosa e pesada. Os passos da criatura aproximaram-se, fazendo "cliques" no chão e um rosnado contínuo a alertava para o perigo. Seus olhos estavam marejados e as pontas de seus dedos já estavam brancas, tamanho o seu desespero. Moveu-se lentamente para o lado, de modo que a luz não atrapalhasse sua visão em vez de ajudá-la, e só então se voltou para trás lentamente.
Pêlos castanhos, assim como os olhos, caninos afiados e brancos arreganhados. Uma fera sobre quatro patas, com a cabeça abaixada, pronta para atacá-la. Lily cobriu a boca com ambas as mãos, abafando um soluço. A criatura ergueu a cabeça, esticando o pescoço para cima e soltando outro uivo que arrepiou cada pêlo de seu corpo. Um lobo. Criatura bela e mil vezes assustadora.
As lágrimas já escorriam como rios por sua face e seu rosto de contorcia. De dor, de medo, de tristeza. Uma tristeza imensa, maior do que ela mesma. Provavelmente parte desses sentimentos pertenciam ao lobo, e ela os estava roubando.
Ele voltou a encará-la. Não parecia nem um pouco comovido com seus soluços desesperados, suas lágrimas, seus murmúrios incompreensíveis.
- Oh, não, por favor, não... – murmurou, escorregando pela parede até o chão.
Um latido, um salto para a frente e Lily deu um sobressalto, jogando a cabeça para trás em seu momento de terror. Bateu-a com força na parede e imediatamente tudo se apagou bem em frente a seus olhos, aquelas grandes presas a centímetros dela. Tudo se tornou escuro e foi como se ela tivesse piscado demoradamente.
- ... Lily! Lily, acorde! Responda, Lily, por favor!
Ao tornar a abrir os olhos, teve que piscar várias vezes para desfazer a névoa que tornava sua visão turva. Sentiu a pele repuxando levemente os cantos de seus olhos, por causa das lágrimas secas e finalmente os olhos azuis cheios de lágrima de sua mãe entraram em foco.
- Oh, minha querida! – ela segurou o rosto da filha e beijou-a, apertando-a em seguida em um abraço desesperado. – Você me deu um susto! Nunca mais faça isso comigo, nunca mais! Está se sentindo bem, minha filha?
A mulher soltou-a para encará-la novamente e só então Lily pôde ver sua irmã, Petúnia, encostada na parede, de braços cruzados, com uma expressão azeda no rosto comprido, meio cavalar.
- Diga alguma coisa, meu bem! O que você está sentindo?
Lily estava estranhamente calma. Seus braços e pernas pareciam pesar toneladas, seus olhos custavam em permanecer abertos, mas sua respiração estava normal e sua mente vazia. Ou pelo menos estava havia segundos atrás, pois começava a ser preenchida pelo desespero da mãe. Então sentiu a necessidade de acalmá-la.
- Eu... – Lily limpou a garganta, que também estava preguiçosa. – eu estou bem, mamãe.
- Mas você estava desmaiada, querida! Pedi para Petúnia te chamar, pois já passa das dez horas, e então ela disse que você não acordava! Você... você mal respirava, Lily! Tem se alimentado direito, minha querida? Está tão magrinha...
Lily bocejou e esfregou os olhos, constatando que seus músculos ainda se moviam se ela assim desejasse. Lembrava-se de seu sonho, mas a compreensão do que vira parecia custar a tomá-la por completo. E de qualquer forma não era como se ela desejasse pensar nisso no momento.
- Eu só estou com sono, mãe...
- Sim, existem muitas causas para sonolência exagerada! Tanto pode ser uma gripe quanto uma doença grave...
- Oh, que drama! – Lily sentou-se na cama. - Está bem, chame o Dr. Emmens para me examinar então. Eu me submeto a qualquer tipo de teste que a senhora quiser. Mas será que tem alguma coisa para comer antes da consulta?
- Petúnia, traga algumas frutas e suco para sua irmã – disse a mulher, sem tirar os olhos da filha, verificando sua temperatura. – E não discuta comigo agora.
Petúnia paralisou-se com o indicador em riste e a boca semi-aberta, a meio caminho de protestar, porém limitou-se a bufar, mostrar a língua para a irmã e sair resmungando. A Sra. Evans continuou examinando a filha.
- Eu vou chamar o Dr. Emmens sim! E não me olhe desse jeito de "eu já sei que ele não vai encontrar nada de anormal com minha saúde". Só vou me aquietar com o diagnóstico dele, ouviu bem, mocinha?
Lily revirou os olhos, com um sorriso bonito nos lábios.
- E sabe qual será o diagnóstico dele, mamãe?
- Ora, não comece com essas gracinhas! – repreendeu a mulher, ainda preocupada.
- Está bem, vá chamá-lo então! Já disse que vou me submeter a qualquer exame para acalmá-la!
A Sra. Evans meneou a cabeça, mas sorriu por fim, colocando os cabelos despenteados da filha para trás da orelha.
- Já volto, meu anjo. Não se levante, está bem? – Lily acenou positivamente e sua mãe elevou o volume da voz. - E se Petúnia acidentalmente derrubar suco em você, me avise.
Lily riu e acompanhou a mãe com os olhos, enquanto ela saia em direção à sala, de onde ligaria para o médico. Quando ela já não estava mais à vista, a ruiva soltou o ar dos pulmões devagar, fechando os olhos e apoiando a cabeça na parede. Sentiu-a levemente dolorida, mas já estava acostumada a voltar de seus sonhos com sensações ainda frescas na mente e no corpo. Uma vez ela se arranhara na mobília da casa e acordara com um vermelhão no braço exatamente no local onde havia se arranhado.
Era estranho, no entanto ela começava a se acostumar. Estava descobrindo muita coisa sobre si mesma, porém não queria contar para sua mãe. Sabia que ela se preocuparia demais. Ela gostava de ter uma bruxa na família, mas ainda assim não entendia muito sobre esse mundo fantástico. Além de que sempre fora extremamente superprotetora com as filhas.
No momento, as únicas coisas que Lily sabia era que o exame médico não constataria nenhuma anormalidade e que ela não queria ter esse sonho novamente. No entanto era impossível refrear sua mente para que ela não se voltasse àquela visão aterradora uma vez mais. No mesmo instante, pareceu que seu coração foi apertado, espremido entre dedos impiedosos.
Suas suspeitas haviam se comprovado, afinal. Era um lobisomem que ela via todas as noites! Mas nunca conseguia ver de quem se tratava... mas será que queria realmente saber? Que maldição terrível essa infeliz criatura carregava! E pelo menos tinha consciência de seu perigo, transformando-se em um local isolado para não colocar outras pessoas em risco. Oh, que angústia isso trazia para ela! Em lembrar de todo o sofrimento que sentira ao estar cara-a-cara com o meio-animal. Não sentira a raiva, a fome, não sentira nenhum dos instintos do animal, somente a dor da transformação e o sofrimento do ser humano involuntariamente inconsciente a partir do momento em que ele deixava de ser homem para ser lobo. Que tormento terrível o destino reservara para essa pessoa. Um tormento infindável, incurável, desesperador.
Talvez fosse melhor deixar isso de lado por enquanto. Ainda estava curiosa, mas a experiência fora por demais assustadora e estava muito fresca em sua memória para que ela se sentisse suficientemente tentada a se aventurar novamente.
Lily soltou um suspiro e fechou os olhos, permitindo mais lágrimas escorrerem silenciosamente.
- Pobre criatura... - sussurrou.
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N.A. Não sei se já deu pra reparar, mas eu tenho uma certa fixação pelo Régulo XD. E meu Régulo tem uma certa fixação pelo Sirius rsrsrs. Pois é, ele idolatra o irmão. Espero que isso tenha ficado bem claro (principalmente depois dos chinelos do Sirius), mas faz isso à sua maneira, não sabe demonstrar. Além do que sua mãe desaprovaria totalmente tal atitude.
Respostas por e-mail para: Tete Chan, Cute Lily, Luana, Cherryx, Tata Black, Silverghost, Mione Lupin, MiLaChaN, aRTHuR BLaCK, Luthien Elessar, Miss.H.Granger., LeNaHhH, mandoca, Grace Black, Nessa Reinehr, Larissa, Lucca BR, jokka potter, Lika Malfoy, LeLeCa SaPeCa, Lunnafe, aNiTa JOyCe BeLiCe, Juh. Se alguém não recebeu, comunique-me, por favor!
E para quem não deixou e-mail: Rodrigo Black Potter (ohh, então você estava um pouco atrasado nos capítulos! Ufa! Pensei que tinha esquecido de mim :(( Valeu! Que bom que você está gostando da minha fic dos marotos! Pois é, eu sei que elas tendem a ser repetitivas, mas eu vou tentar ao máximo ser original, ok? Não esqueci da ajudinha que você me deu em DM, viu? beijo) Eu (oh, com toda a certeza! James é maravilhoso! Mas não só ele, não é mesmo? Nosso Sirius também é uma graça! E o Remus... uma fofura!) Mazinha Black (ohh que bom que você gostou! Também gostei da definição que você deu ao Sirius: um rebelde por uma boa causa. Certamente, é assim que eu o vejo! Hey, espero que tenha gostado desse capítulo XD beijooos)
Ainda nem acredito que vocês gostaram tanto desse começo! Eu tenho 26 reviews e isso é um recorde delicioso para mim! Estou tão emocionada! Até sábado que vem (eu espero).
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E no próximo capítulo...
Os dois garotos se trocaram, espalhando roupas para todos os lados durante o processo. Depois disputaram uma curta - e desonesta - corrida até o banheiro, que Tiago só ganhou por puxar os cabelos de Sirius até tomar a dianteira. Depois de devidamente arrumados, eles saíram para o corredor e já se encaminhavam para o andar de baixo quando ouviram um estrondo.
Ambos estacaram e se entreolharam, trocando sorrisos igualmente malandros. Então, com muito cuidado para não fazerem barulho, eles retrocederam um pouco e tomaram um outro corredor, parando em frente à uma tapeçaria.
