CAPÍTULO SETE

Professora?

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Lily estava espremida entre Sirius e Remus em uma das carruagens, que sacolejava rumo ao Salão Principal - sim, pois ela se recusara a sentar-se ao lado de Tiago e... bem, convenhamos, um banco ocupado por Pedro não deixava muito espaço para outra pessoa além de Tiago.

A monitora já tinha passado metade do caminho fazendo um belo de um sermão, ao qual somente Remo parecia ter prestado atenção - vale acrescentar que ele era o único que não precisava ter ouvido.

A carruagem sem cavalos sacolejava e seguia numa velocidade constante em direção ao castelo iluminado ao longe. Tiago estava emburrado, olhando pela janela - ocasionalmente lançando olhares de esguelha para verificar se Sirius e Remo mantinham uma distância respeitável da ruiva na medida do possível. Mas o espaço era realmente pouco e eles se tocavam a todo o momento, ombros, coxas, aaargh! Tiago bufou, voltando a fitar a escuridão do lado de fora.

- Então, vocês não vão me contar onde se esconderam a viajem toda? - impacientou-se a ruiva. Essa já era a quinta vez que ela insistia nessa questão.

- É claro que não, Evans! - Sirius rolou os olhos. - Nós não revelaríamos um segredo tão precioso como esse pra você.

- Ótimo, vocês vão ter que explicar para a Profª. McGonagall então, e garanto que vai ser muito pior.

Sirius deu de ombros, voltando-se para a janela também.

- Ora, eu... eu poderia guardar segredo se vocês me contassem - continuou Lily, e todos voltaram-se para ela com olhos arregalados. - Bem, ponham-se no meu lugar! - explodiu. - Eu estava naquela cabine o tempo todo! Então, foi só eu me descuidar por alguns segundos e puf! Vocês se materializaram do nada! Vocês gostariam de ser enganados dessa maneira?

- Hum, isso se chama "maldita curiosidade", Evans - cutucou Sirius.

- Claro que não, Black! Estou apenas... apurando os fatos - disse Lily, com toda dignidade.

- Não, não - Sirius virou-se para a ruiva com um ar travesso e apertou o nariz dela com o indicador. - Você está bisbilhotando, senhora monitora!

Tiago conteve-se para não se levantar e tomar o lugar do amigo - de uma maneira bem grosseira, diga-se de passagem -, mas Lily resolveu a situação dando uma bela cotovelada nas costelas do maroto.

- Au! - uivou Sirius, fechando a cara e resmungando enquanto se afastava o máximo que podia, encolhendo-se contra a parede da carruagem. Os outros riram (Tiago gargalhou).

Eles ficaram em silêncio por mais alguns instantes.

- Vocês não vão me contar mesmo? Remo, diga algo! Eu sei que você sabe.

- Aluado não vai te contar, Evans - retrucou Sirius, ainda irritado. - Ele não é nenhum dedo-duro, se você quer saber.

- Aluado? - Lily encarou-o confusa.

Remo abriu a boca, ainda sem saber como sair daquela situação, porém Tiago agiu mais rapidamente, tentado mudar de assunto.

- Hey, Lily, se você trocar de lugar com Pedro eu conto como nós nos escondemos!

- Não! - gritaram Sirius e Remo ao mesmo tempo.

- Ele nos esmagaria! - concluiu Sirius, maldosamente.

- Hey! Como vocês são exagerados - resmungou Pedro, murchando a barriga.

- Ora, de uma olhada na largura de seu traseiro, Rabicho! Você não cabe entre eu e o Aluado.

- Rabicho? - Lily estranhou novamente.

- AU! - Sirius levou um pisão de Tiago. - Filho da mãe!

- Claro que sou! - respondeu Tiago, devolvendo-lhe um olhar acusador que Sirius não ousou contestar, pois sabia ter falado demais.

- Potter, por que você não troca de lugar com o Black aqui, heim? - Tiago levou alguns segundos para processar aquela pergunta.

- O quê? - admirou-se Sirius, porém ele teve o braço puxado bruscamente para frente por Tiago. - Hey!

Pego desprevenido, Sirius caiu sentado no chão, e Tiago mais do que rapidamente tomou seu lugar!

- Oi - disse Tiago num tom repentinamente mais maduro, dando um sorriso cheio de dentes para a ruiva.

Lily afastou-se um pouco para o lado oposto, ligeiramente assustada, e Remo discretamente cuspiu alguns fios do cabelo de Lily que invadiram sua boca. Não que ele estivesse realmente odiando essa proximidade, ou o fato de que estava sendo espremido pelo corpo da ruiva...

- Potter, é melhor se comportar, ou vai sair voando dessa cabine - ameaçou Lily, apontando a varinha para o garoto de cabelos arrepiados, que levantou as mãos em ato de rendição.

- Yo-hooo! - zombou Sirius, ajeitando a gola da camisa, com a expressão mais desgostosa do mundo enquanto tomava o lugar de Tiago. - Chega pra lá, seu rato gordo.

Pedro encolheu-se mais contra o acento, dando mais espaço para que Sirius - e seu ego imenso - se sentasse.

- Então, vai falar ou não vai? - pressionou Lily.

Tiago abriu a boca, mas Sirius explodiu primeiro.

- Cala essa boca enorme, Pontas! - depois de feita a besteira, Sirius soltou um palavrão, percebendo que tinha deixado escapar mais uma vez um dos apelidos.

Lily arregalou os olhos, surpreendida pelo palavrão.

- ALMOFADINHAS! - os outros três garotos gritaram em repreensão, mas então perceberam o que tinham feito e taparam as próprias bocas.

- Mas o que está acontecendo por aqui? - esganiçou-se Lily. - Por que vocês ficam se chamando desses nomes estranhos?

- Hey, Evans, por que você não pegou outra cabine menos lotada? - perguntou Sirius, grosseiramente, empurrando Pedro mais para o canto.

- Para cuidar que vocês não escapassem, ora essa! Tenho que levá-los até a Profª. McGonagall antes que Avery o faça, fui clara? Agora, isso me lembra... chega pra lá, Potter! - Lily empurrou o maroto, inclinando-se para o outro lado.

- Mas está apertado isso aqui, sabia? - defendeu-se Tiago. - Eu não consigo chegar pra lá!

- Faça um esforço - Lily deu um beliscão no braço do garoto, mas esse não recuou.

- Pontas - chamou Pedro, timidamente. - A Evans está espremendo Aluado contra a parede.

- O QUÊ? - Tiago arregalou os olhos.

- Olha eu aqui! - Remo ergueu a mão, e era só o que podia ser visto dele por trás da ruiva.

Tiago endireitou-se imediatamente, o que fez com que - milagrosamente - Lily e Remo pudessem se mover novamente. A ruiva bufou, ajeitou as vestes e os cabelos, voltando-se finalmente para o maroto, com os olhos estreitados.

- Como eu dizia, você ainda não me contou como fez para ficar invisível, Potter.

- Ahmmm, erm... - Tiago coçou a cabeça e olhou para Sirius, que permanecia calado, mas arreganhava os dentes como se rosnasse. - Bem, na verdade nós usamos uma... um... feitiço de desilusão! Isso! Você sabe o que é um feitiço de desilusão, Evans?

- É claro que conheço, Potter - Lily arqueou uma sobrancelha aguardando que ele continuasse, parecendo um tanto quanto incrédula.

- Pois é, foi isso que nós usamos. Eu enfeiticei o Sirius e o Sirius me enfeitiçou. Você passou por nós centenas de vezes e não nos viu! Nós estávamos...

- Na cabine de Mundungo - completou Sirius, socorrendo o amigo que não era muito bom quando o assunto era inventar histórias mirabolantes. - Ninguém arrisca ficar na mesma cabine que ele por causa do perigo de sair sem relógio ou algum outro pertence. Você mesma nem colocou os pés nela.

É claro que ele estava supondo isso, mas visto que ela não disse nada, Sirius concluiu que tinha suposto corretamente. Eles já estavam respirando aliviados quando Lily franziu novamente o cenho - aliás, ela não deixara de fazê-lo por um instante sequer.

- Mas... então por que Pettigrew não quis se sentar no banco? Não venham me dizer que ele estava confortável no chão, todo torto, imerso em embalagens de doces, porque nessa eu não caio. Aliás, eu poderia jurar que vocês estavam na mesma cabine que nós... não haveria tempo para que vocês mudassem de cabine! E um feitiço de desilusão não passaria despercebido durante tanto tempo, eu teria notado alguma coisa diferente!

Tiago estapeou-se mentalmente. Será que ele não poderia ter inventado uma mentira em algum outro ramo? Feitiços era a matéria preferia de Lily, é óbvio que ela saberia o quão impossível era sua mentira. Mas enfim, deram graças aos céus pela redução repentina da velocidade e parada. Tinham chegado ao castelo, finalmente.

Eles aproveitaram a balbúrdia que se formou para interromperem o assunto - e torcerem para que ele fosse esquecido eternamente. Saíram da carruagem, subiram os degraus para o Saguão de Entrada e já iam entrando no Salão Principal quando Lily puxou as orelhas de Sirius e Tiago, impedindo-os.

- Ai, ai, ai, ai - choramingaram os dois garotos, encurvando-se numa tentativa de aliviar o puxão.

- Vocês ficam aqui. Remo, cuide deles, por favor. Eu vou procurar a Profª. McGonagall.

- Me procurando, Srta. Evans?

Lily largou as orelhas dos dois, que imediatamente cobriram-nas com as mãos, gemendo. Os cinco voltaram-se para a professora de expressão severa que os observava com curiosidade.

- Sim, professora.

- Ora, não preciso nem perguntar o motivo, certo? - ela aproximou-se, lançando um olhar acusador a Sirius e Tiago. - Como de costume, vocês nem sequer esperaram chegar em Hogwarts para se meter em encrencas, estou enganada, Srta. Evans? Sr. Lupin?

Remo apenas acenou a cabeça timidamente e ruborizou levemente encarando os próprios sapatos, mas Lily foi logo contando com detalhes o que tinha acontecido. Tiago e Sirius pareciam muito interessados em observar as pessoas que entravam no Salão Principal e se acomodavam nas mesas das casas. Só então eles notaram a falta do quarto maroto. E lá estava Pedro, sentado na mesa da Grifinória esticando o pescoço para ver o que acontecia com eles.

- Que ratazana traíra, olha lá! - Sirius rosnou, apontando para Pedro, que convenientemente sumiu de vista. - Ah, esse gordo me paga. Tomara que tenha uma dor de barriga!

- E indigestão - completou Tiago. - Durante... uma semana, quem sabe.

- É! Toca aqui, irmão - Sirius estendeu a mão para Tiago que a apertou, depois eles deram um toque e uma leve trombada de ombros.

- Senhores! - ambos viraram-se para a Profª. McGonagall, que tinha as narinas ameaçadoramente alargadas. - Vocês confirmam o que a Srta. Evans contou?

- Bahh -Sirius fez um aceno desdenhoso. - Evans faz tudo parecer infinitamente cruel! Foi só uma brincadeirinha entre colegas e ela quer que nós passemos por vândalos desalmados!

Lily conteve-se para não dar um segundo puxão de orelha no maroto. Teve que se contentar somente em estreitar os olhos e bufar, cruzando os braços, enquanto a professora cuidava de repreendê-los.

- Ah, então quer dizer que se fosse o senhor a me relatar os acontecimentos, tudo pareceria uma brincadeirinha inocente, Sr. Black?

- Claro! Se a senhora me permite...

- Não, eu não permito - cortou ela secamente. - Essa confusão toda explica então o fato de vocês estarem sem o uniforme de Hogwarts?

Tiago e Sirius olharam para baixo e então olharam um para o outro. Só então se deram conta de que tinham realmente se esquecido de vestirem os uniformes de Hogwarts. E nem teria como vesti-los, já que Lily não tinha deixado a cabine sequer por um momento! Eles permaneciam com as roupas sociais novas que a Sra. Potter tinha comprado e pareciam jovens homens nelas, exceto por suas atitudes...

- Hum... erm... - Tiago bagunçou os cabelos. - Nós esquecemos...

- É claro! Têm tanta coisa mais urgente para pensar do que regras, não é mesmo? - ironizou a Profª. McGonagall, voltando-se para a monitora novamente. - Srta. Evans, leve esses senhores até a minha sala, eu cuidarei deles depois do jantar. Hagrid já deve estar chegando com...

- O quê? - indignou-se Tiago. - E nós? Não vamos participar do banquete de abertura?

- Não - sentenciou a Profª. McGonagall. - Não permitirei que vocês entrem no Salão dessa maneira.

- Nós podemos correr para o dormitório... - tentou Sirius, porém foi cortado pela professora.

- Que fica no sétimo andar, voltando suados no meio da Cerimônia de Seleção dos primeiranistas? Não senhor. Vocês vão ficar quietinhos e comportados no meu escritório, entenderam bem? Quietinhos e comportados. Caso contrário eu posso piorar muito a situação de vocês. A Srta. Evans irá levá-los e voltará para o Salão Principal. - Lily pareceu um tanto desapontada por não poder presenciar a bronca, mas não ousou protestar. - Vamos! O que estão esperando?

Sirius e Tiago saíram irritados, sendo seguidos de perto por uma eficiente Lily. Remo já ia acompanhá-los quando a professora impediu-o.

- Sr. Lupin, o senhor irá para a cozinha pedir para alguns elfos providenciarem o jantar de seus amigos no meu escritório. Vá até o corredor...

Remo ouviu atentamente a explicação da professora de como chegar à cozinha e a maneira como deveria fazer cócegas na pêra do quadro, sem dar nenhum sinal de reconhecimento. Afinal, ele vinha fazendo visitas noturnas à cozinha desde seu primeiro ano em Hogwarts, debaixo de uma capa da invisibilidade junto com mais três marotos.

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- E o que exatamente é isso? - perguntou Sirius segurando alguma coisa em frente aos olhos.

- Sei lá, cada coisa estranha que tem por aqui - Tiago tomou o objeto nas mãos para examiná-lo melhor.

Eles já estavam no escritório da professora havia tempo demais para permanecerem "quietinhos e comportados" por mais tempo. Os pratos sobre a escrivaninha da professora pareciam não ter sido tocados, mas na verdade eles tinham se enchido magicamente pela quinta vez e os dois já não agüentaram mais esvaziá-los. Agora eles seguravam potinhos encantados de sorvete de chocolate e comiam devagar enquanto examinavam todos os objetos das estantes. Já tinham encontrado diversas miniaturas bonitas e até engraçadas, além de vários objetos de escritório trouxas. O que Tiago segurava agora era um apontador, nenhum dos dois conhecia a utilidade daquele estranho objeto.

- Caramba, há essa hora o jantar já deve ter acabado e nem sinal da Minie... - irritou-se Sirius, indo examinar outras estantes.

- O jantar já deve ter acabado faz é muito tempo! Aposto como já estão todos se preparando para dormir. McGonagall deve ter se esquecido de nós. Sabe, nós poderíamos fugir e ela nem se lembraria!

- Não se lembraria hoje, mas amanhã ela estaria soltando fogo pelas ventas - ponderou Sirius. - Hey, olha só isso aqui, Pontas - Sirius apontou para uma minúscula escultura de vidro de um peixe com escamas coloridas.

- Wow! - Tiago deixou o apontador de qualquer jeito na estante e correu até o amigo, não resistindo à curiosidade e segurando o objeto na palma da mão. - Que legal, olha só! - conforme ele o mexia, as escamas cintilavam graciosamente, mas então a peça escorregou por seus dedos. - Oooops!

Tiago ainda tentou alcançá-lo antes de tocar o chão, e realmente conseguiu, mas o objeto parecia escorregadio como um peixe de verdade e voltou a deslizar - dessa vez direto para o chão, espatifando-se.

- O-ow! - os dois garotos ficaram encarando os inúmeros pedacinhos do que antes fora uma bonita escultura de vidro ainda cintilando no chão, totalmente disforme.

Então Sirius soltou um risinho e logo ambos começaram a gargalhar totalmente sem motivo. Tiago derrubou sorvete no chão e Sirius sujou a própria roupa, mas eles não se importaram e continuaram rindo até que Sirius finalmente controlou-se e apontou a varinha para os cacos de vidro.

- Reparo! - os pedaços se juntaram no mesmo momento, reparando impecavelmente o peixe, que foi depositado com cuidado no mesmo lugar. - Evanesco! - Sirius apontou para a sujeira na própria camisa, que desapareceu.

Tiago fez o mesmo com o sorvete no chão.

- Eu ainda morro sem entender como os trouxas vivem sem magia - riu Sirius.

Então eles ouviram passos do lado de fora e rapidamente sentaram-se nas cadeiras de frente para a escrivaninha, depositando os potes na mesa e adquirindo expressões autênticas de tédio. Então ouviram a porta se abrindo e os resmungos da professora.

- ... que audaciosa, aquelazinha. Oferecida, humpt! - só então ela reparou nos dois garotos. - Hey, o que... oh, sim, sim, claro... eu tinha me esquecido de vocês dois.

- Não tem problema, professora, nós já estávamos de saída - disse Sirius se levantando, porém a Profª. McGonagall acenou a varinha e a cadeira foi empurrada para a frente, fazendo com que os joelhos do maroto se dobrassem e ele caísse sentando novamente.

- Nada disso, mocinho - ralhou ela tomando seu lugar em frente a eles. - Vejam bem, hoje eu tive um dia cheio, estressante e ainda tenho que dar um jeito em vocês dois, então por favor não me tirem do sério! Eu realmente não queria ter esse tipo de problema logo no primeiro dia, sabem? Mas vocês não me dão sossego! E o pior de tudo é que eu estou completamente sem idéias para detenções por hoje. Tirar pontos da Grifinória seria tão mais fácil! Mas vocês nem estavam em Hogwarts quando... oh, céus, eu preciso dormir! - os dois garotos se entreolharam furtivamente, empenhando-se em segurar o riso diante daquela exasperação indignada da professora. - Bem, o Sr. Potter vai polir as armaduras do sexto andar e o Sr. Black vai limpar a sala de troféus, está resolvido!

- Mas isso é serviço do Filch! - indignou-se Sirius, subitamente não achando graça nenhuma.

- Pois torçam para não o encontrarem no caminho para a Torre agora, ou ele vai acrescentar mais alguma coisa do gênero às detenções de vocês. Agora sumam da minha frente!

Os dois saíram mais do que depressa e a porta fechou-se com um baque que ecoou pelo corredor vazio.

- Credo, ela deve estar com distúrbios hormonais próprios da idade, se é que me entende... - disse Sirius assim que eles se puseram a subir escadas.

Porém Tiago não deu muita atenção. Estava intrigado com outra coisa.

- De quem será que ela estava falando, você ouviu?

- Sim, "algumazinha oferecida" eu acho, mas não tenho idéia de quem possa ser - Sirius deu de ombros.

- Puxa vida, ainda não me conformo em termos perdido o banquete de abertura - lamentou-se Tiago.

- Isso nem é o pior de tudo. Você sabe quantas vezes eu já limpei aquela sala de troféus? - Tiago acenou negativamente. - Nem eu! Já perdi as contas, sabe!

- Eu me pergunto qual é a utilidade de Filch se nós praticamente fazemos todo o serviço de limpeza... - reclamou Tiago.

Quando eles já tinham alcançado o terceiro andar e se preparavam para subir mais um lance de escadas, Sirius parou e olhou para os lados.

- Sabe, Pontas, McGonagall tem razão. Nós não devíamos ficar dando sopa por aí se não quisermos que o Filch piore nossas detenções. Vamos pegar algumas passagens secretas!

- É, tem razão - Tiago seguiu-o até uma tapeçaria, que Sirius afastou revelando uma passagem estreita e empoeirada, gesticulando para que ele fosse primeiro. Tiago entrou e já foi logo se afastando, resmungando. - Olha só pra esse pó todo! O que Filch fez durante as férias, eu me pergunto...

Sirius preparou-se para seguir logo atrás do amigo, mas antes que o fizesse, algo o deteve.

- Hey, você aí! - Sirius ouviu uma voz feminina e voltou-se para averiguar a quem ela pertencia.

Definitivamente não era nenhuma aluna. A mulher de olhos cor de mel que o encarava com um ar provocante tinha os cabelos loiros muito lisos e soltos, atingindo a cintura fina, delineada pela fita do robe de seda vinho que ela usava. Suas formas arredondadas e bem feitas denunciavam uma idade já madura, provavelmente uns 25 anos. Ela calçava pantufas de coelhinhos cor-de-rosa, que destoavam com a seriedade de sua voz e a maneira sedutora em que se encostava ao batente da porta da - sala de DCAT? -, segurando uma xícara em uma das mãos e tendo a outra na cintura. Era sem dúvida uma belíssima mulher!

- Será que você poderia me ajudar? - pediu ela e só então o maroto se deu conta de que a estava encarando imóvel, embasbacado.

Sirius franziu a sobrancelha, repreendendo-se pelo momento digno de Tiago - quando este babava por uma certa ruiva... Por falar em Tiago... O maroto deu uma última olhada para a tapeçaria, que tinha voltado a cobrir a passagem e achou que de qualquer modo não seria prudente revelar passagens secretas para uma desconhecida. Com essa resolução, ele colocou as mãos nos bolsos e caminhou charmosamente e em silêncio até a mulher, que o encarava com interesse um tanto descarado.

- Sou Kátia Lorenz, nova professora de Defesa Contra as Artes das Trevas - ela passou a xícara para a outra mão e estendeu a direita para que Sirius a apertasse.

Porém o garoto deu um sorrisinho de lado, tendo uma idéia melhor. Nada como causar uma boa impressão para um professor! Ainda mais quando se tratava de uma professora tão... interessante!

- Sirius Black - disse ele com a voz mais rouca que o normal, então segurou delicadamente a mão da mulher e inclinou-se para beijá-la. - Encantado, Sra. Lorenz.

- Senhorita - ela miou em resposta, demorando mais que o necessário para recolher a mão. - Mas pode me chamar de Katie, afinal, somos colegas de trabalho, não é mesmo? Aliás, eu não vi você durante o banquete, nem fomos apresentados ainda! Oh, mas é tão bom ter alguém... jovem... nesse lugar - desdenhou ela, jogando calculadamente uma mecha de seu cabelo para trás e fazendo com que as mechas extremamente lisas reluzissem. - Esse castelo parece mais um museu, sabe. E o corpo docente... bem... - ela encurvou os lábios com desprezo, mas subitamente seus longos cílios tremelicaram docemente. - Mas então, o que você faz por aqui?

- Ahm... - Sirius abriu a boca, levemente surpreso. Então ela não percebera que ele era um aluno?

- Você é alguma espécie de ajudante do zelador, ou algo assim? - continuou ela, depois de passar um olhar nada discreto por todo o corpo do garoto, que parecia tão elegante em roupas aparentemente simples, mas que ela sabia serem caras. - Eu reparei que você estava analisando aquela passagem secreta ali.

Sirius arqueou uma sobrancelha como único sinal de desagrado por ter deixado descobrirem uma das passagens secretas das que ele orgulhava-se tanto por ser um dos poucos conhecedores. No entanto isso era o que menos importava agora. Ele pigarreou e esforçou-se para parecer descontraído. Mas no instante em que ele ia dizer algo, Tiago saiu pela tapeçaria, irritado.

- Hey, Almofadinhas, eu fiquei falando sozinho até o andar de cima! O que você... - então ele notou a mulher que o encarava com desaprovação. - Oh... - ele não pôde se impedir de analisá-la de alto a baixo. - Olá!

Lorenz lançou-lhe um olhar de desprezo antes de ignorá-lo completamente.

- Quem é esse, Sirius?

- Oh, bem, esse é...

- Tiago Potter, aluno do 6º ano da Grifinória, assim como o Sirius aqui - gracejou o maroto.

- Como? - Lorenz encarou-o como se ele fosse algum louco.

- Há-há - Sirius forçou um riso, enquanto disfarçava um cutucão nas costelas do amigo. - Ele é muito engraçadinho, às vezes, sabe?

- Mas, Almof...

- Na verdade eu sou assistente do diretor, mas como encontrei esse aluno fora da cama há essa hora e ainda sem o uniforme de Hogwarts, estava cuidando de levá-lo para o zelador.

- Oh, entendo - ela lançou um olhar de cima para Tiago, que agora encarava Sirius como se ele fosse o louco por ali.

- Mas você disse que precisava de ajuda, Katie? - ofereceu Sirius, tentando mudar logo de assunto.

- Ah, claro. É que eu sofro de insônia e preciso tomar meu medicamento, mas não deixaram nenhuma jarra d'água em meus aposentos e como eu não sei onde fica a cozinha...

Tiago mudou de foco novamente, encarando Lorenz como se ela fosse algum ser extraterrestre.

- Você é um aborto por acaso, Katie? - perguntou

- Ora, você me respeite, garoto! Eu sou sua nova professora!

- Quê? - Tiago fez uma expressão de incredulidade para completar seu descaso.

Sirius percebeu que aquilo podia ficar bem pior, e resolveu mudar de assunto novamente.

- Permita-me - ele apontou para a caneca que Lorenz tinha em mãos.

- Claro - ela estendeu-lhe a caneca.

Sirius tomou-a nas mãos e segurou sua alça, apontando-lhe a varinha. Em um piscar de olhos, a caneca foi transfigurada em uma jarra, que ele encheu de água com outro feitiço e entregou para uma Lorenz embasbacada. Em seguida, estendeu a palma da mão e conjurou uma caneca igual à que havia transfigurado em jarra e estendeu esta também.

Lorenz corou levemente e ignorou os chiados que Tiago fazia ao segurar a risada.

- Obrigada, Sirius. Eu... bem, eu estou um pouco sonolenta, nem pensei em fazer isso... Mas você é muito habilidoso! Deve ter passado com louvor em seus N.I.E.M's de Transfiguração!

Sirius estufou o peito.

- Não só no de Transfiguração, é claro - gabou-se.

- Hey, eu sou tão bom quanto ele em Transfiguração, sabia? - enciumou-se Tiago. - Eu poderia dar um jeito nessas suas pantufas ridículas, por exemplo.

Ele apontou a varinha para as pantufas de coelhinho, que no mesmo instante adquiriram forma de duas bocarras de dragão, com olhos amarelos e pele escamosa.

- AAAAAH! - Lorenz gritou e sapateou, fazendo com que metade da água caísse para fora da jarra em seus pés. As cabeças de dragão fumegaram. - Tire isso de mim! Tire isso de mim!

Sirius teve que se esforçar muito para não rir também daquela cena. Tiago nem se esforçava, até apoiou-se na parede, segurando a barriga e gargalhando. Lorenz parecia tão descomposta que nem lembrava aquela mulher sedutora de poucos instantes atrás: descabelada, com o robe frouxo, quase desamarrando, revelando partes de uma camisola mínima de seda cor-de-rosa. Sirius conseguiu manter a pose séria, desfazendo o feitiço e puxando a gola da camisa de Tiago de maneira a dar a impressão de que puxava sua orelha.

- Hey, Almof...

- Colabora, Pontas, colabora - sussurrou Sirius de modo que só ele ouvisse, apesar de que no momento Lorenz tinha sumido para dentro da sala. - Nós já fizemos muito barulho, daqui a pouco o Filch aparece.

Lorenz apareceu novamente, devidamente recomposta e sem a jarra d'água, e Tiago fingiu resmungar pela suposta dor na orelha.

- Bem, Katie, eu já vou indo antes que esse garoto cause mais problemas.

- Faça com que ele tenha o que merece, Sirius - respondeu ela, enfurecida.

- Eu farei, não se preocupe. Boa noite.

- Boa noite - ela miou então, debruçando-se na porta com um meio sorriso safado.

Os dois garotos engoliram em seco, porém continuaram com a encenação, Sirius parecendo arrastar Tiago pelas orelhas. Eles alcançaram a passagem secreta e só voltaram a falar quando já estavam seguramente longe, no corredor de cima, tomando outra passagem secreta.

- É, parece que encontramos "aquelazinha oferecida", hum? - provocou Tiago. - E ela está gamadinha em você, Sirius - ele imitou uma vozinha insinuante e fez biquinho para o amigo, que lhe deu um cascudo. - Au!

- Cala a boca, pontas. Você ficou é com inveja.

- Há, até parece. O que ela tem de bonita ela tem de ridícula e esnobe. Quero mais é distância dela.

- Não, você não quer. Você precisa se manter distante dela, meu caro. Depois do que aprontou com ela, acho difícil que se de bem na matéria, humpt!

- Ah é? - Tiago apontou-lhe um dedo acusador. - Então nós dois estamos encrencados, meu caro. Ou você acha que ela vai ficar feliz quando souber que você enganou ela? Assistente do diretor? De onde você tirou isso?

- Ora, eu só me aproveitei da situação - Sirius deu de ombros. - Além do mais, eu duvido que ela resista ao meu charme depois de hoje - ele deu um sorriso convencido.

Eles já tinham saído no corredor do quinto andar e Tiago ia retrucar, quando eles ouviram um miado. Ambos voltaram-se para o outro lado do corredor e encararam os olhos amarelos da gata esquelética de Filch, Madame Nor-r-ra.

- Corre! - sugeriu Tiago e os dois saíram desabalados rumo à próxima passagem secreta.

Eles conseguiram despistar a gata, mas sabiam que não seria por muito tempo. Atingiram o sétimo andar e pararam derrapando em frente ao quadro da Mulher Gorda, que acordou com o barulho.

- Mas o que está acontecendo aqui? - resmungou ela, sonolenta.

Tiago e Sirius se entreolharam e tiveram a certeza que a mesma coisa passou pela mente dos dois. Eles não tinham a senha.

- O-ow! - lamentou-se Tiago.

- Bem, pelo menos nós temos sua capa, Pontas - Sirius ofereceu uma saída.

- Vocês vão dizer a senha ou não? Eu quero dormir, sabiam? - irritou-se a Mulher Gorda, colocando as mãos na cintura. Porém os garotos a ignoraram.

- É, mas vamos ter que passar a noite do lado de fora? - choramingou Tiago.

- Pontas! - eles ouviram um sussurro.

Tiago franziu o cenho e olhou para ambos os lados do corredor, mas não havia ninguém.

- Sabe, eu vou ignorar vocês também, assim como estão fazendo comigo - indignou-se a Mulher Gorda, dando as costas a eles.

- Pontas! - eles ouviram novamente mais alto e Sirius olhou para Tiago com a sobrancelha arqueada.

- Pontas, você está escondendo alguém nos bolsos?

- Claro que n... um momento - Tiago enfiou a mão num dos bolsos retirando um espelho retangular aparentemente simples, porém não refletia nada ao redor. - Aluado!

- Ufa, ainda bem que você está com o outro espelho! - disse o monitor, aliviado.

- Oh, você pegou meu espelho! - admirou-se Sirius, colocando-se ao lado de Tiago para analisar o objeto também. - Grande Aluado! Hey, espere um pouquinho... você fuçou nas minhas coisas!

- A senha é "gárgula" - informou Remo, ignorando completamente Sirius.

- Valeu, Aluado - Tiago agradeceu. - Gárgula.

- É a vovozinha - respondeu a Mulher Gorda, ainda de costas, porém a passagem se abriu e eles entraram.

A sala comunal estava vazia e a lareira quase apagada. Eles subiram os degraus silenciosamente e entraram no antigo dormitório, onde agora se via os dizeres ALUNOS DA SEXTA SÉRIE.

- Ufa! Que primeiro dia agitado em Hogwarts! - sorriu Tiago, parecendo empolgado com tudo que lhes acontecera.

- Primeira noite, você quer dizer, não é? - disse Remo, sentado em sua cama já de pijamas e com um livro fechado ao lado. - Não faz nem três horas que vocês chegaram a Hogwarts, sabia?

- E já temos detenção! - concluiu Tiago, parecendo orgulhoso consigo mesmo. - Não é mesmo, Almofadinhas?

Sirius, porém, estava olhando fixamente para a cama de Pedro, onde o maroto tinha se coberto completamente dos pés à cabeça. Porém, a respiração ofegante indicava que ele ainda não dormira e sabia o perigo que estava correndo com aquele olhar raivoso de Sirius.

- Almofadinhas - disse Remo, em tom de aviso. Mas, como já era de se esperar, foi inútil.

POC!

O cão preto gigantesco rosnou uma vez em aviso, depois latiu. O montinho que era Pedro na cama tremeu assustado, mas Almofadinhas não deu tempo para que ele reagisse, avançando velozmente e pulando sobre a cama, derrubando-o, porém, nesse instante Pedro tomou a forma de um minúsculo ratinho e saiu correndo para debaixo da cama.

- Almofadinhas - Tiago também o chamou, irritado com a perseguição. Também estava zangado com Pedro, mas nem por isso parecia disposto a devorá-lo, como o cão fazia agora.

Mas antes que Almofadinhas pudesse se mover, lampejos branco-azulados o atingiram, fazendo com que ele voltasse à forma humana.

Sirius olhou para si mesmo um tanto confuso, mas ouviu os guinchos de Pedro e voltou o olhar na direção deles. Com outro "POC!" tomou a forma do imenso cão novamente e deslizou para baixo da cama. Rabicho cruzou o quarto como um raio e Almofadinhas foi em seu encalço, porém novamente os lampejos branco-azulados o atingiram e ele se viu novamente humano, aterrissando estatelado no chão.

- Hey! - ele olhou na direção em que julgara ter vindo o feitiço e viu Remo ainda com a varinha apontada para ele e uma expressão séria no rosto. Tiago também encarava o monitor com cara de ponto de interrogação. - O que está havendo aqui?

Sirius lançou outro olhar ao montinho de pêlos cinza que tremia debaixo do armário.

- Não se atreva - avisou Remo.

- Ele nem se importou conosco, Aluado! - zangou-se Sirius pondo-se de pé. - Ele participou da brincadeira, mesmo que não ativamente!

- Ninguém viu ele, o que você queria? Dizer que ele era o rato que estava no bolso do Pontas?

- Queria que ele tivesse mais consideração pelos amigos - rosnou Sirius.

- Como você fez isso, Aluado? - Tiago já não se continha de curiosidade, aproximando-se da cama do amigo e sentando-se no chão, abraçando os joelhos.

E como sempre acontecia quando tinha um rosto voltado para si com tanta sede de saber, Remo colocou os cabelos para trás da orelha e voltou-se para ele, endireitando a postura.

- Eu aprendi em um dos livros de meu pai. Tem algumas coisas bem úteis por lá também.

- Mas você nem disse o feitiço! - admirou-se o maroto, encaixando os óculos melhor no rosto.

Sirius lançou um último olhar fulminante ao rato antes de juntar-se a Tiago no chão.

- Ah, bem... essa é uma das matérias para esse ano. Aprender a utilizar encantos não-verbais. E eu não tinha praticado ainda, mas... parece que funciona - ele sentiu o rosto esquentar levemente.

- Wow! - Tiago admirou-se.

- Ora, eu consigo fazer feitiços simples sem usar palavras - desdenhou Sirius.

- É claro, eu também - ponderou Tiago. - Um evanesco, por exemplo, é bastante fácil. Mas ele acabou de dizer que aprendeu o feitiço nas férias, Almofadinhas! Não tinha testado ele e já saiu fazendo sem nem usar o encantamento.

Sirius deu de ombros.

- Eu vou mostrar alguns feitiços úteis que descobri. Rabicho, venha - o ratinho tremeu mais forte. - Venha, Almofadinhas já está mais calmo agora.

O ratinho colocou o nariz para fora e saiu timidamente. Em seguida voltou à forma humana, caminhando desajeitado até sentar-se no chão - deixando Tiago entre eles. Sirius latiu, fazendo Pedro dar um pulo, então caiu na risada junto com Tiago. Remo repreendeu-o mais uma vez, mas estava empolgado demais com a explicação para dar muita atenção às brincadeiras dos dois. E a noite ainda foi muito longa...

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N.A. Ufa! Fazia tempo que um capítulo não me dava tanto trabalho como esse! Mas finalmente saiu. Talvez não exatamente da maneira que eu queria, mas espero que esteja bom, pelo menos.

Eu sei, eu sei, estou atrasada! Mas tive alguns contratempos...

Respostas por e-mail para: LeNaHhH, Nessa Reinehr, Lucca BR, JhU Radcliffe, .Miss.H.Granger., jokka potter, Amanda Poirot, Liciinha, mamai black, KiNe Evans, Sara Black Potter, Mel, Jeh Tonks, Lílian EvansBabika!, Lunnafe, Cherryx, Luciana Li, Babika, Mione Lupin.

Prometo me esforçar ao máximo pra postar o próximo capítulo no sábado, ok? Mas não tenho absolutamente nada preparado ainda... Vou improvisar alguma coisinha aqui embaixo na cena do próximo capítulo, peraê... Ah, tchau! XD

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E no próximo capítulo...

- Eu vou dizer seus nomes e gostaria que vocês se levantassem para que eu possa conhecê-los - disse Lorenz, sentando-se com uma postura impecável detrás da mesa do professor.

O arrastar de sua cadeira foi o único som que se pode ouvir naquele momento - e uma tosse fingida de Tiago. Lorenz apanhou uma pena, mergulhando a ponta no tinteiro ao lado.

- Avery, Edmund.

O monitor sonserino levantou-se sem nenhuma palavra, olhando-a com indiferença. Lorenz examinou-o de alto a baixo.

- Pode se sentar, Sr. Avery - ela abaixou os olhos mecanicamente para o papel. - Black... - ela enrugou a testa para o pergaminho, então levantou os olhos ao ouvir um arrastar de cadeira.

- Sirius - completou o maroto roucamente enquanto retirava o cabelo dos olhos com graça, revelando assim um sorriso deslumbrantemente safado. - Olá, Katie!