CAPÍTULO 3
Depois de colocar as crianças para dormir, Lex se sentou à sua mesa de trabalho que ficava num canto na sala de estar e pegou as correspondências. A maioria eram contas. Mas uma delas lhe chamou a atenção. Era da Universidade de Metrópolis. Ao abri-la, notou que se tratava de um convite formal do Reitor para que ele lecionasse naquela instituição. Lex deu um pequeno sorriso, sem qualquer entusiasmo, e colocou a carta ao lado, no ângulo de visão onde havia uma foto de Lana com Alex, próximo ao lado do computador. Ele então sorriu um sorriso amargo enquanto seus olhos se fixavam na foto. Levantou-se e caminhou até o armário da copa, segurando a porta-retrato, sem tirar os olhos dele, e se serviu de uma dose de uísque. Lex tomou a bebida num gole só, e depois de serviu de mais um pouco. Apertou o porta-retrato com os dedos e, subitamente, atirou-o contra a parede, destruindo-o completamente. Instantes depois, Alex surgiu à porta da sala:
"Tudo bem, pai?" perguntou ele, sem saber o que tinha acontecido.
"Volta pra cama, Alex" respondeu Lex.
Alex o observou por mais algum tempo e depois voltou para seu quarto.
Lex terminou a bebida e caminhou na direção onde atirou o porta-retrato. Apanhou a fotografia do chão, e olhou para a imagem de Lana.
"Por quê?" murmurou ele.
Na manhã seguinte, Lex levava Lily para a creche e Alex para a escola, enquanto falava ao celular com Martha.
"Tem certeza que não tem problema?" perguntou ele.
"Lex! Você sabe que eu adoro cuidar das crianças!" respondeu ela, do outro lado da linha.
"Eu devo voltar de Metropolis lá pelas oito horas" continuou ele. "Qualquer coisa, vou estar com o celular ligado o tempo todo"
"Tudo bem, querido" disse Martha, com um sorriso. "Dirija com cuidado"
"Pode deixar. Manda um abraço meu ao Jonathan" despediu-se ele, olhando para as crianças no banco de trás. "A tia Martha vai vai pegar sua irmã na creche e depois vai apanhá-lo na escola, Alex"
"Você vai demorar?" perguntou Alex.
"Um pouco" respondeu ele. "Tenho umas coisas para fazer em Metrópolis"
"Vai ver o tio Clark?"
"Pode ser"
"E a tia Lois?"
"Talvez" respondeu, estacionando o carro em frente à creche.
Lex desceu e a coordenadora, que recebia as crianças logo em frente se aproximou, com um sorriso.
"Sr. Luthor!" disse ela. "Tudo bem?"
Lex retribuiu o sorriso, mas nada disse, enquanto pegava Lily que choramingava no bebê-conforto no banco de trás, ao lado de Alex.
"Não..." resmungou ela.
"Vamos. Você já passou dessa fase!" exclamou Lex à filha, que nos últimos dias vinha chorando antes de ir para a creche.
A coordenadora a pegou nos braços, e Lily começou a choramingar ainda mais.
"Pode deixar" disse a coordenadora. "Ela vai ficar bem. Todas as crianças começam a se cansar de vir pra cá depois de um tempo"
Lex pegou a bolsa com as fraudas e mamadeira de Lily e a entregou à mulher, que lhe sorriu.
"A Sra. Kent virá buscá-la hoje" disse ele.
"Tudo bem" disse ela, inclinando-se para ver Alex, e sorrindo. "Oi, Alex!"
Alex retribuiu o sorriso de dentro do carro e deu um pequeno aceno de mão.
"Bom, é isso" disse Lex, dando a volta no carro. "Vou estar com o celular ligado o tempo todo. Se não conseguir falar comigo, pode ligar para a Sra. Kent"
"Sr. Luthor!" chamou a coordenadora antes dele entrar no carro.
Lex a encarou, apreensivo.
"Algum problema, Sra. Stiles?"
"Não vai dar um beijinho na Lily?"
Lex levantou as sobrancelhas.
"Nos vemos amanhã, Sra. Stiles!" disse, entrando no carro.
Quando o automóvel sumiu na esquina, a coordenadora, que o observava de longe em frente à creche, com Lily nos braços, murmurou, beijando-a na face úmida pelas lágrimas:
"É, menina. Seu pai está mesmo perdido"
Instantes depois, quando parou em frente à escola de Alex, Lex disse ao filho, que abria a porta:
"Comporte-se!"
Alex apenas sorriu. Bateu a porta, e correu para não perder o sinal.
Lex o observou de longe, até ele entrar na escola, depois suspirou, e pegou a estrada a caminho de Metrópolis.
Continua...
