Mais uma vez, agradeço muito pelo apoio dos meus queridos e amados leitores! Valeu mesmo! E, como vocês pediram, aqui vai: 3ª análise – All Stars. 3, 2, 1... Let it rip!
Análise psicológica dos personagens – parte 3
All Stars
Micheal – american life, american dream
Para entender não só o Micheal, mas todos os All Stars, é preciso conhecer a realidade dos adolescentes nos Estados Unidos; realidade essa tão bem retratada por seriados conhecidos, como Popularidade, OC, Lances da Vida, Small Ville e tantos outros. Os estudantes são todos os dias massacrados pelas exigências de uma sociedade altamente preconceituosa. Uma pessoa é excluída e mal-compreendida se não for a imitação perfeita dos modelos criados por parâmetros absurdos de comportamento. Assim, a obrigação de uma garota é ser delicada, patricinha, loirinha, materialista e sem cérebro ou opiniões próprias; os garotos devem ser fortes, dominadores, ficar com um monte de meninas em uma festa, perder a virgindade aos 15, jogar futebol americano e ganhar do pai um carro esporte para correr por aí com a namorada provisória ao lado (namorada essa que deve achar o máximo a "virilidade" do parceiro e se submeter a qualquer pedido dele se ele der para ela uma sacola cheia da roupas de grife).
E o Micheal é o retrato desse adolescente americano. Campeão de beisebol, popular, fanfarrão e insensível. Tem também outra característica marcante típica dos estadunidenses: a arrogância. Lembram de como ele tratou o Tyson quando este foi se apresentar amigavelmente para ele? O nariz empinado, as palavras duras, o ar de superioridade... Ou de como ele sempre desprezou a Emily, por ela ter um cérebro, ao contrário das outras garotas americanas?
Quando ele conheceu os Blade Breakers, acho que ele se humanizou um pouco, mas não tanto a ponto de me fazer mudar minha opinião sobre ele. Acho que ele deveria é se apaixonar de verdade por uma garota inteligente, forte e autoritária, para que ele possa deixar de ser apenas um adolescente bruto e se transformar de verdade em um homem, ao invés de fingir que é um, como fazem a maioria dos americanos, através da bebida e do sexo.
Eddie – a imagem dos negros americanos
Muitos de vocês já devem ter notado que a maioria dos jogadores de basquete e dos boxeadores estadunidenses é formada por atletas negros, não é? Lá, esses dois esportes são ligados à periferia, à brutalidade, à inferioridade social... E devem ter notado também que os negros são muito discriminados, a ponto de a lei obrigar a inclusão de artistas negros em filmes. Existem bairros só para negros e escolas só para negros...
Então, concluímos que não é por acaso o Eddie jogar basquete. Com relação a esse esporte, quem já viu o filme "O" (no Brasil, "Rede de intrigas", filme inspirado na peça Otelo, o mouro de Veneza, de Shakespeare) conhece uma situação muito parecida com a do nosso All Star.
A participação no basquete e no beyblade é uma forma de conseguir respeito dos brancos, assim como o fato de ser amigo de um rapaz popular e famoso (o Michael). Aliás, eu vejo muita semelhança entre a relação dos dois e a relação do Clark e do Pete, na 1ª fase de Small Ville, com a diferença de que o Clark é muito mais humano e maduro que o Micheal.
Steve – uma existência sem prpósito
Penso eu que o Steve foi criado apenas para completar a equipe dos All Stars, e não para figurar como um personagem realmente importante no enredo. Mas, ainda assim, ainda há pontos que devem ser analisados nele. Na verdade, o Steve não passa de mais um dos esteriótipos criados para os garotos americanos: ele é o jovem violento, jogador de um esporte "másculo", com um físico grandão, sem muitas perspectivas de vida. E nada mais.
Emily – a carapaça
A primeira impressão que se tem da Emily é que ela é apenas uma CDF chata. Mas, pensando bem e observando melhor seu comportamento, concluímos que ela sofre de uma mistura do sofrimento do Kai com o sofrimento da Hillary.
Eu já falei sobre a estrutura da sociedade americana, não foi? E a Emily segue os parâmetros impostos por ela? Não. Ela é uma garota com uma inteligência privilegiada e sua aparência não segue os rígidos padrões de beleza feminina. Acho que ela se magoa por causa disso. Principalmente com o Micheal. Em um episódio de Beyblade 2000, a Emily foi lutar no lugar do capitão em um evento beneficente. Ele ficou irritado e a chamou de "baixinha metida". Talvez ela sentisse, na época, alguma atração pelo jogador de futebol. Por isso, usava o mesmo mecanismo da Hillary: chateava-o para chamar sua atenção, já que não conseguia com seus atrativos femininos, pois não era uma das garotas patricinhas que Micheal costumava conhecer. Ela está sempre envolta por uma carapaça feita de indiferença e mentiras, para esconder suas inseguranças e tristezas, assim como o Kai faz.
No entanto, no mesmo episódio acima citado, ela conhece o Max mais profundamente, e passa a sentir afeto por ele, pois o Max mostrou ser um cara sensível e delicado com todos, apesar de ela não ser igual aos modelos americanos.
Aí está. Espero que tenham gostado.
Vocês devem ter notado que eu, particularmente, não simpatizo muito com o "ideal americano". É verdade. Eu já estive nos EUA e confesso que achei as pessoas excessivamente frias e inatingíveis. Não é de se espantar quando os turistas estadunidenses se assustam com a afetividade e a alegria dos brasileiros. Tanto que muitos nem querem retornar à pátria-mãe!
E mais uma coisa: não à guerra!
Amo ser brasileira! Pra frente, Brasil! (E Portugal também!)
Beijos e abraços. Próxima análise: Majestics, os ricaços do pedaço.
Ah, eu já ia esquecendo: xinguem, critiquem, humilhem, me dêem porrada, mas enviem as reviews! Tá,eu sei que é carnaval, mas façam um esforço!
