N/A: Esta fic são confissões entre duas amigas. Vocês vão logo perceber sobre quem se trata, mas é uma fic que pode se encaixar em vários personagens. Beijinhos.

- Quem sou eu afinal? Ele nem sonha que eu gosto dele tanto assim. Será que ele não vê que a gente é mais que amigos, desde ahn, sempre?

- Nada a ver, ele também gosta de ti. Tu vais ver.

- Será? Acho que não. Ele só tem olhos para ela. São vinte e quatro horas por dia, sete dias por semana, todo o tempo eu só escuto Gina Weasley sair da boca dele.

- Bom, eles estão saindo. E que eu saiba você não está tão sozinha assim.

- É, isso é verdade.

- Por que você não me fala quem é?

- Porque não é amor, e porque todo mundo iria me censurar. Inclusive você. É uma loucura.

- Sério, eu não vou falar pra ninguém.

- Promete? Sério, é uma coisa meio estranha de falar em voz alta.

- Eu prometo, e se tu quiser eu faço até um Voto Perpétuo.

- Não, não é pra tanto. Afinal, eu confio em ti. Senão não teria te contado tudo que eu sinto sobre... Ele.

- É, eu acho que tu tem razão. EU SOU MUITO CONFIÁVEL.

- Só não precisa te achar, tá?

- Bom, conta logo. Eu to ansiosa!

- Ele é mais velho. Por isso que eu tenho medo de contar... Ah, dane-se. Eu tenho saído com o Remo desde julho.

- O QUÊ? Você tá saindo com um cara... Que era nosso professor?

- Shh. Fica quieta. E ele é maravilhoso. Óbvio que a gente não sai muito, ele me leva pra passear em lugares mais isolados e tal.

- E... Quando aconteceu isso?

- Bom, eu fui morar algum tempo na Ordem da Fênix, porque era mais fácil quando eu precisasse dos meus pais. E um dia ia ficar sozinha na casa e pediram para o Remo tomar conta de mim, porque poderia ser perigoso, por causa de Voldemort e tudo mais. Nesse dia, nós estávamos na cozinha e ele me falou várias coisas, ficou me elogiando. Era tarde e eu fui dormir. Mas antes eu desejei boa noite pra ele. E aí ele me beijou.

- Nossa.

- No outro dia, nós tentamos fingir que nada acontecera, mas era impossível.

- Então você está esquecendo o seu amado Potter?

- Infelizmente não.

- Cada vez que eu e o Remo nos beijamos, eu fecho os olhos e é como se fosse o Harry.

- Putz. E tu tá arriscando tudo pra dar uns amassos no Lupin e nem ama ele. Acho difícil alguém aceitar. Ele tem idade pra ser seu pai.

- Mas não é. E além do mais... Eu não quero mais continuar com ele. Eu já te disse isso. Eu quero... Outra pessoa.

- É, eu sei. Mas tu tá feliz ao menos?

- Não sei. Mas o Harry é o meu verdadeiro amor. Pra sempre.

- Tem certeza?

- Absoluta.

- Como?

- Sempre que eu o vejo, o meu coração bate mais rápido, quando eu beijo o Remo eu penso nele apenas. É tão complicado... Mas eu amo ele.

- E porque tu não corre atrás?

- Eu tenho medo.

- E como tu vai saber que ele não te ama, ein? Ele pode estar usando a Gina só pra fazer ciúmes.

- Claro que não. Quando ele olha pra ela, os olhos dele brilham, e ele não cansa de repetir "Gina, eu te amo". Como se não bastasse, as vezes, estamos só eu, ele e o Rony. E ele fica repetindo o quanto a Gina é maravilhosa e quanto ele ama ela. É humilhante.

- Eu queria que vocês ficassem juntos. Assim eu não tinha que ficar ouvindo os seus lamentos.

- É, eu devo incomodar.

- Que é isso? Nós somos amigas. Confidentes. Deixa de bobeira.

- Sério?

- Sério, eu te amo. Tanto quanto ele.

- Então tu não me ama.

- Amo sim. E o senhor Potter também.

- Eu não posso me iludir tá?

- Não é se iludir. É enxergar a verdade na tua frente.

- A verdade é que eu amo ele e ele não me ama. E eu vou ter que simplesmente esquecer ele, porque viver assim... Não dá.

- Eu não sei como tu consegue.

- Nem eu.

- Então desiste dele.

- Não dá.

- Por que?

- É fácil falar pra você, né? Ele é a minha alma gêmea.

- Ai que brega isso. Tá certo que vocês foram feitos um pro outro.

- Mas não vai dar certo nunca.

- Você é tão pessimista.

- Você é tão sonhadora.

- Não sou eu que sonho com o Potter.

- Bom, eu sonho com ele mesmo. E quero sonhar pra sempre, porque se nunca vai acontecer, que ao menos eu seja feliz enquanto durma.

- Você se contenta com pouco.

- Não sou eu que saio com o Neville.

- O Neville é um broxa.

- Nossa. Como tu sabe?

- Eu posso ler revistas de cabeça pra baixo, mas eu não sou tão inocente assim.

- Nossa. Às vezes você me surpreende.

- Eu pensei que você soubesse que nós, hm, tentamos alguma coisa.

- Nunca me passou pela cabeça... O Neville?

- É. Foi nessas férias mesmo. Aqui na Toca, por sinal.

- Vocês não têm vergonha não? Na casa dos outros?

- Pois é. Mas ninguém ia desconfiar. E nós somos maiores de idade.

- É verdade. Mas me conta.

- Então. Já faz quase um mês. Bom,não tem muito o que contar. Na hora de fazer alguma coisa ele não deu conta. Foi bem frustrante, digamos assim.

- Imagino.

- Mas você também não é tão pura assim. Ainda mais saindo com alguém bem mais velho. E não fique corada.

- Acho que eu não posso negar né.

- Eu também acho que não. Conta.

- O quê?

- Como foi.

- Não foi com o Lupin. Foi com... O Harry.

- O QUÊ? VOCÊ DEU PRO POTTER E NÃO ME CONTA NADA. E NÃO É QUALQUER UM, É A SUA PAIXÃO NÚMERO UM, COMO TU MESMA DISSE, A TUA ALMA GÊMEA!

- É...

- Eu tô tão... Surpresa.

- Eu posso imaginar. Mas nós nunca tivemos nada. Foi só uma noite, no dia do casamento do Gui e da Fleur. A gente tinha roubado uma garrafa de uísque de fogo, eu, o Harry e o Rony. E bebemos ela inteira, e depois pegamos umas outras bebidas do balcão. A gente disse pra senhora Weasley que tava cansado e ia dormir. Mas de repente o Harry aparatou no meu quarto e começou a me beijar. E o resto dá pra imaginar.

- Mas espera aí, ele estava com a Gina nessa época.

- Eu sei.

- E daí. No dia seguinte, que ele te falou?

- "Hermione, me desculpe. Foi um erro. Espero que tu esqueça". Simples assim.

-...

- É, foi deprimente mesmo.

- Imagino.

- Bem... Acho que a gente tem que descer e jantar. Já são quase oito horas.

- É verdade. A senhora Weasley nos mata se nos atrasarmos.