Capítulo II – O anel de pérola
Regulo continuava empunhando o anel sob os olhares perplexos dos demais.
Era impressão ou aquela pérola estava brilhando mais do que o de costume?
Impressão, lógico, aquele era apenas o medo deles que estava aumentando e dando a jóia mais valor do que deveria. Se bem que aquilo provavelmente valia uma fortuna inigualável... Que não dava pra ser contada em doces, com certeza.
-O que vamos fazer? O que vamos FAZER? – repetia Andrômeda andando de um lado para o outro.
-Vocês eu não sei. Mas eu e o Reg estamos indo embora.
-Sirius! - ele encarou a prima do meio sem um pingo de remorso no olhar – Vai deixar a gente sozinha com esse problema para resolver?
-Sim, vou. – ele olhou para o irmão – E você? Vai ficar ai?
O garoto fez que não com a cabeça e jogou a jóia para as mãos de Bellatrix.
-Toma, se vira. – disse seguindo o irmão em direção a porta.
-Vocês são dois frouxos mesmo... – resmungou a mais velha – É só pintar um probleminha maior que fogem.
Mais uma vez ela acertara o ponto. Era impressionante como Bella sempre conseguia acertar Sirius bem nas suas fraquezas.
-Quem está fugindo aqui, lagartixa?
-Você! Seu gambá!
-Não estamos fugindo... – disse Reg cruzando os braços sobre o peito – Só não temos nada haver com isso...
-Como não? – berrou a caçula – Você que encontrou o anel... A culpa é sua! A vovó vai matar a gente e... e... e... – ela sentou no chão e começou a chorar antes de completar – ...e coisa bem pior...
Regulo deu um suspiro casado, chorar era sempre a primeira resposta de Narcisa a tudo que acontecia fora do que ela previa. Ele se perguntava se algum dia ela ia parar com aquela mania estúpida, ou então, se havia alguma magia que acabasse com as lágrimas dela de uma vez por todas.
Andrômeda voltou a abraça-la, tentando consolar a pequena.
-Viu só, olha o que já fizeram... Cisa está com medo agora, seus incessíveis.
-Nem vem Andy. – disse Sirius, irritado – Vocês se meteram nisso por que queria colocar a culpa do roubo dos doces na gente, lembra?
-É... Não me pareciam nem um pouco preocupadas com o que a vovó podia fazer com nós dois... – completou Regulo.
-Não compare o roubo de uns simples doces com o de uma jóia, Reg. – rosnou Bellatrix – Você sabe muito bem que isso aqui quer dizer encrenca e das grandes para nós três. Você e o Sirius estão sendo dois grandes covardes em nos abandonar.
-Ah estamos, Bellinha... – o garoto com quem a pouco tempo atrás estava se estapeando se aproximou para encara-la mais de perto, os dois tinham quase a mesma altura apesar da diferença de um ano, o que denunciava que ele seria bem maior que ela no futuro – Me da um, só um bom motivo para te ajudar a sair dessa... Vamos... Por que eu deveria me dar ao trabalho de ajudar logo você que não perde uma chance de me ferrar sempre que pode?
Ela sorriu docemente, não que aquilo fosse amedrontar o menino, de forma alguma, mas Bellatrix sabia que seu sorriso em especial o deixava constrangido, não sabia bem por que, mas isso não importava. O que valia é que funcionava.
-Porque você não sou eu, oras. – ela deu de ombros – Vai querer se comparar com a cobra vil e traiçoeira agora, priminho?
O sorriso estava dando certo, ela podia perceber pelo semblante indeciso dele.
O trio que sobrara observava a cena com apreensão, Andrômeda sabia que daquela troca de olhares viria a decisão sobre a ajuda ou não dos meninos e isso era imprescindível para que tivesse alguma chance de sair ilesas daquela confusão.
Os meninos sempre tinham alguma forma de saírem ilesos das coisas.
Sirius coçou a nuca incomodado. Regulo levou a mão à testa, quando o irmão fazia aquele movimento era por que Bellatrix tinha vencido a disputa de olhares.
-Não sou como você, lagartixa...
-Que bom. – ela abriu um sorriso maior ainda e seguiu até um dos sofás que ainda se encontravam no lugar. Sentou-se e se dirigiu ao grupo – Muito bem, primeiro passo é descobrir como isso foi parar no seu ursinho, Cisa.
-Ei! – resmungou o garoto – Eu não disse que ia ajudar.
-Ai Sirius, desce do palco anda, você vai acabar ajudando mesmo e vai convencer o Reg a ajudar também... Vamos pular logo essa parte porque não temos tempo de sobra ta... – ela voltou a olhar para o anel enquanto o primo arfava em desagrado e acabava sentando no outro sofá que também não havia sido virado de cabeça para baixo – Olha como é lindo...
-Bella... – disse Andrômeda – Caso não se lembre isso ai pertence a sra. Betelguese Black, nossa querida, adorada e sanguinária avó.
-É... – concordou Regulo, já desistindo de se negar a ajudar – Ou o devolve, ou então – ele passou o dedo indicador pela garganta, simulando um barulho de corte com a boca.
Ela colocou a jóia no dedo indicador da mão direita, como se não tivesse os escutado.
-Bella! – gritaram od dois, juntamente com Narcisa.
-Hei, calma, só to experimentado poxa...
Sirius esticou a mão e arrancou o anel do dedo da prima com um puxam.
-Achei que não tínhamos muito tempo... – guardou o objeto no bolso da calça e virou-se para a menor deles – Muito bem Cisa, por onde você passou com seu ursinho hoje?
A caçula deu de ombros e sentou no chão ao lado da mesinha de centro.
-Lugar nenhum, Si... nenhum fora do normal.
-Além da cozinha, você quer dizer. – resmungou Regulo.
-É... – ela riu de lado – Além da cozinha. Saímos direto da sala para cozinha.
-O que nos leva a crer que o anel estaria lá também. – concluiu o garoto pensativo – Mas como um anel da vovó foi parar na cozinha se ela nunca vai a cozinha?
-E se algum elfo o pegou para limpar?
-Levar uma jóia dessa para limpar na cozinha, Andy? E ainda a deixar largada para ser roubada por qualquer um? Isso não é trabalho de elfo... Se for, me mostre qual foi porque eu mesmo quero decapitar o imbecil.
Sirius se levantou fingindo não ouvir a frase mórbida da prima, até porque nunca levava a sério as ameaças dela mesmo.
-Bom, não vamos descobrir nada aqui parados.
-E o que o gambá está pensando em fazer?
-Voltar a cozinha, lagartixa, e tentar descobrir a onde esse treco estava.
-Mas o mundo ta desabando lá fora... – choramingou Narcisa.
-Você não se importou com isso quando estava vindo pra cá, não é?
-Não Reg, mas o caso é que, se nós voltarmos isso acaba com o nosso álibi... – disse Bellatrix
-Ali-o-que?
-Álibi, idiota... – chiou Sirius para o irmão – No caso aqui uma boa desculpa para não terem sido elas a roubarem os doces. – depois se virou para Bellatrix novamente – Acho melhor acabar com o álibi dos doces do que levar a culpa pelo sumiço da jóia, não?
-Para mim o melhor seria não levar a culpa em nenhum dos dois casos. – ela sorriu cínica.
-É... Mas ou assume o roubo dos doces, ou pode esquecer a nossa ajuda...
Bellatrix levantou contrariada.
-Ta bom, ta bom. – ele abriu a porta para que a prima passasse primeiro – Pelo visto vai querer que eu faça a cobertura para a chuva também.
-Com certeza... Não pretendo me molhar de novo. Agora anda. – e com um empurrão jogou a prima para fora da MLG, a seguindo logo depois.
Andrômeda, Reg e Narcisa saíram na seqüência. Em poucos minutos os cinco estavam de volta a cozinha do Largo Grimmald, que estava um pandemônio, diga-se de passagem.
Os elfos corriam de um lado para o outro, gritando entre si.
Pratos voavam, potes se abriam e fechavam sozinhos, uma correria só.
-Acho que já deram por falta dos doces... – sussurrou Sirius.
-Ou do anel... – disse Bella – Vamos, por aqui.
Eles seguiram pelo canto do recinto em fila indiana, sem serem notados pelos serviçais que estavam alheios a qualquer coisa que não fosse o que procuravam.
Quando alcançaram o roll de entrada para a sala de estar, logo deram razão aos empregados pelo empenho na procura. A Sra. Betelguese, a avó do quinteto, estava soltando labaredas de fogo pela boca (literalmente), exigindo que eles encontrassem algo IMEDIATAMENTE.
-E se, simplesmente o deixarmos em algum lugar? – disse Andrômeda enquanto ainda se escondiam da velha.
-Ela ia arrancar cada movimento da jóia assim que a encontrasse para saber nas mãos de quem andou. – falou Bellatrix – Um feitiçozinho tolo que nos denunciará facilmente.
-Temos que devolve-la de uma forma que ela acredite que não sumiu... – disse Sirius – Ou então descobrir o verdadeiro culpado.
A avó soltou uma nova labareda que queimou a traseiro do chefe dos elfos.
-Nossa... – disse Regulo sem animo – Não sei o que vai ser mais fácil...
-Qualquer coisa, menos que a vovó nos descubra... – disse Narcisa chorosa – Eu não quero q ela queime o meu vestido novo.
Regulo levou a mão à testa inconformado mais uma vez, como aquela coisa podia ser tãoooo fútil! E ainda por cima tinha que chamá-la de prima. Que humilhação.
-Espalhem-se... – ordenou Sirius – Tentem ouvir as conversas dos convidados e descobrir algo. Nos encontramos novamente em meia hora, no sótão.
O grupo saiu um a um do esconderijo, mas antes que Bella o fissesse também, o garoto a segurou pelo braço.
-Você não, lagartixa.
-Que foi,gambá?
-Você vai ficar bem do meu lado durante o resto da festa, lagartixa. Assim não terá chance de colocar a culpa em mim e no Regulo.
Ela estreitou os olhos para ele, não fazia o mesmo efeito que o olhar dócil, mas à vontade de mata-lo era maior. Como, diabos, ele sabia que fora exatamente aquilo que ela havia planejado?
-Eu te conheço. – respondeu Sirius a pergunta que Bella nem ao menos chegou a fazer.
Vou tentar responder os comentários OK:
Hellen Lestrange – obrigado pelo DIFERENTE, isso nesse mundo cheio de clichês é um elogio e tanto. Os meninos até brigam, mas implicar com as garotas é prioridade... risos... se vc tiver muitos primos irá me entender.
Cipriana Difux Develoux – espero que esteja ao seu agrado ainda... Mas eles não são assim tão fofo... risos... eles são 5 pestes isso sim!
Ana Lu – brigada pela força.
Adriana Black – Drika… Minha fiel escudeira (sério, podem procurar em TODAS as minhas fics tem comentários da Drka)... como pediu atualizei... risos... Mas vc sabe q não sou muito boa com prazos.
Jessy DeLonge Lovegood – Usa-los nessa idade na verdade foi uma proposta do VI Challenge S/B, do fórum 3V... Mas como ele saiu do ar e a fic ficou pronta, resolvi posta-la. Mas vc ta certa, a família Black é o que há mesmo!
bjs a todos e até o próximo cap
AMB
