Capítulo VII – (in) felizmente primos
Ainda escondidos, Regulo, Andrômeda e Sirius continuavam acompanhando os movimentos no cetro do mausoléu, sem saber o que fazer.
-Temos que tira-las daqui Sirius, e rápido.
-Eu sei, Andy, eu sei... Alguma idéia?
A menina fez que não.
-Ele não vai fazer nada enquanto não tiver com o anel, não é? – perguntou Regulo – E o anel ta com você, não tá? – Sirius levou a mão ao bolso da calça para confirmar, sim, o objeto estava lá – Então não precisamos nos preocupar.
-E se ele resolver tirar o sangue delas para ir preparando tudo antes de achar o anel? – perguntou a garota – Ele já começou a cozinhar as coisas...
-É... É bom não arriscar. Temos que distrair o cara.
Os três se puseram a pensar, até que Regulo deu um salto.
-Já sei! – gritou, ao mesmo tempo que se levantava e saiu do esconderijo, sem que Sirius e Andrômeda pudessem fazer nada para impedi-lo – Olá primo Raimun.
O homem levou algum tempo para entender que a voz que falara com ele vinha de suas costas, olhou para trás por sobre o ombro direito e avistou o pequeno Reg a encara-lo, sorridente.
-Fazendo magia, primo?
-Regulo! Sai daqui! Corre e chama ajuda! – gritou Bellatrix a todo pulmão, mas o primo não lhe deu a menor atenção, continuou olhando para o velho com os olhinhos brilhando de curiosidade.
-Primo? Quem é você seu moleque?
-Seu primo ora, de segundo grau... Regulo Black – disse pomposo – Você é o primo Raimun Brarum, não é? – o outro fez que fim, ele abriu ainda mais o sorriso – Eu sabia, sabia... Tinha certeza que era o mesmo das fotos que a vovó vive mostrando. Eu adoro o senhor, sabia?
Definida a palavra SURPRESA no rosto de Raimun.
-Me adora? – o menino fez que sim com a cabeça enquanto acenava discretamente com os braços que mantinha cruzados atrás do próprio corpo, fazendo sinal para Andy e Sirius.
Aproveitando a distração que ele criara, os dois seguiram escondidos até o mais próximo que conseguiram chegar de Déb e Bella.
-Solta elas, Andy... Eu vou pegar a Cisa.
Voltando ao centro do picadeiro:
-Sim, adoro... É divertido escutar as histórias que a vovó conta do senhor... Principalmente à parte que você mandou todos os Barum para "aquele lugar" e saiu de casa.
O homem franziu soltou um rizinho.
-Não foi bem isso que aconteceu... Tava meio bêbado e, bom são águas passadas.
-Ah, mas acho que o senhor estava certíssimo de ter deixado eles, bando de gente chata, não é? O que tem demais beber um pouco afinal?
-Malfoy... – Sirius havia chegado próximo ao tumulo onde Narcisa dormia, mas não poderia pagá-la sem ser visto, resolveu tentar acordar o albino que havia desmaiado ali do lado, para que ele fizesse algo pelo menos, afinal, todos estava encrencados – Acorda imbecil.
Lucio levantou a cabeça com dificuldade, ela doía intensamente no ponto onde colidira com a construção de concreto.
Olhou Sirius com certa confusão.
-Que foi?
-Levanta, Malfoy. – rosnou o moreno – Precisamos de você. – o loiro olhou em volta discretamente, tentando se localizar enquanto Sirius continuava falando – Reg está distraído o maluco, mas duvido que dure muito, por isso, assim que a coisa apertar quero que você pegue a Narcisa e caia fora daqui, entendeu?
-Narcisa? – ele balançou a cabeça de um lado para o outro – Quem é Narcisa?
-Minha priminha... – Sirius apontou discretamente a garotinha que dormia – Pegue ela e de uma fora daqui entendeu? Chame os adultos, você só precisa fazer isso, será que da conta?
Lucio bufou em desagrado.
-Bella...
Andrômeda conseguiu chegar opor trás das duas meninas, sem que fosse vista pelo tio-avô.
-Andy!
-Shiii... fala baixo. – murmurou tentando afrouxar a corda que as amarravas.
-Sai daqui anda... Eu me viro, vá embora.
-Se vira coisa nenhuma... Não vou deixar minhas irmãs sozinhas aqui. Sirius – Déb continuava a chorar compulsivamente – Fique calma, vamos sair daqui.
-Essa entérica não faz outra coisa que não seja chorar. E a Cisa?
-Sirius está lá.
-Ah não, aquele gambá não podia estar aqui...
-Então o pivetinho diz que gosta de mim? – primo Raimun sorriu descontraído para Regulo, que apenas concordou com a cabeça – Interessante, muito interessante... Nunca imaginei que um neto da tia Betel pudesse gostar de mim sabe... Nunca me dei muito bem com nenhum dos filhos dela.
-Ah, e quem se da bem nessa família?
-É verdade, é verdade... – Raimun riu gostoso antes de continuar – Imagino que você realmente espera que eu acredite nisso não é?
-E nem pense em deixa-la pra trás seu covarde de uma figa, porque eu acabo com você, entendeu bem? – dizia Sirius para Malfoy quando Barum puxou a varianha.
-Accio Anel!
-Ai droga! - ele bem que tentou segurar o anel que voou do próprio bolso, mas é claro que não conseguiu, foi muito rápido – Vai, faça o que eu mandei! – berrou para Lucio antes de correr para a frente do irmão, pois o homem já tinha a varinha apontada para ele.
Raimun soltou uma forte gargalhada (bem parecida com a de Betelgeuse).
-Acha que vai protege-lo?
Sirius não respondeu, apenas olhou na direção onde Malfoy estava e suspirou aliviado ao perceber que o garoto havia feito o que mandara.
Verdade seja dita, não foi exatamente às ameaças de Sirius que fizeram com que Lucio pegasse a garotinha no colo e saísse correndo dalí, foi algo que ele nunca saberia explicar, algo que ele na verdade nunca entenderia, por isso preferiu não pensar no assunto. Incomodava-lhe o simples fato de imaginar que pudesse ter sentimentos por alguém.
Ele agachou atrás de um dos túmulos mais afastados, esperando ganhar fôlego para continuar correndo... Olhou a garotinha por um segundo, se não a tivesse pegado já estaria longe aquela altura. Achou melhor culpar as ameaças de Sirius à assumir para si mesmo que não queria deixar-la naquele lugar.
Para sua surpresa Narcisa abriu os olhos ainda sonolentos e o encarou. Ficaram assim por alguns segundos, até que ela finalmente o reconheceu, os olhinhos azuis se encheram de um brilho que Malfoy tomou como surpresa.
-Calma, você está bem... – disse, olhando para trás para se assegurar do que dizia – Suas irmãs e primos já vão vir...
Ele pensou que ela começaria a chorar, mas Narcisa continuou a olha-lo de uma maneira estranha. Resolvei não dar importância.
-Vocês são muito engraçados meninos... muito, muito mesmo, mas sabe, seu pai e tio nunca iam se expor assim pra ajudar algumas primas... ou primos. Eu sei bem disso.
Ele apontava a varinha para o peito de Sirius divertidamente, até que virou-a na direção das meninas, quando Andrômeda finalmente conseguia livra-las das cordas.
-Accio varinha! – gritou Bella, mas o pedaço de madeira se quer chegou a se mexer no bolso de Barum, que riu gostoso.
-Bloqueio de accio, querida... Acredito que não conheça essa magia, ainda.
Disse um feitiço, as cordas ganharam vida e voltaram a prende-las, agora enlaçando Andy também.
-Obrigado por trazerem mais uma menininha para mim... – voltou a apontar a varinha para os meninos e seguiu para o caldearão.
A alguns metros dali Lucio tentava por a cabeça para funcionar, mas o medo nunca fora algo com que ele sabia se dar.
-Temos que voltar para a sua casa. – disse – Acha que pode correr? – ela fez que sim – Certo, então vamos.
Mas não deram sequer um passo. Repentinamente foram cercados por vários fantasmas que saíram das suas tumbas e começaram a girar em volta dos dois, os assustando.
Narcisa grudou no pescoço do menino e escondeu o rosto no peito dele.
-O que é isso! O que é isso! – berrava Lucio, tão apavorado que nem percebeu o movimento dela.
Os fantasmas começaram a força-los de volta ao centro do mausoléu.
E foi o que acabaram fazendo. Ele chegou correndo com Cisa nos braços, sem se dar conta direito do que fazia e acabou trombando nos dois garotos.
Os quatro caíram no chão.
Raimum riu satisfeito, com seus dentes amarelados e podres, ergueu o anel, olhou-o por um segundo e depois deixou cair dentro da mistura na peça de ferro. Em seguida conjurou um punhal.
-Já que estamos reunidos, podemos continuar, não é? – tirou Narcisa abruptamente dos braços de Lucio – Se bem que agora falta pouco... levantou o punhal e o encostou na garganta dela – Vamos ao ingrediente final...
-Não! – gritaram todas as crianças juntas.
E o que se seguiu não foi nada agradável.
