Retratação: Gundam Wing e seus personagens não me pertencem, porque se pertencessem, com toda certeza, o Duo não teria atirado no Heero, mas na Relena e ela teria uma morte bem dolorosa. Porém os personagens: Lindsay Vuorinen, Nikolay Karpol, Alessandro Yuy e os outros que não me lembro (¬¬) são de minha autoria.

Agradecimentos: Well... A Celly, primeiramente, claro! A moça me ajudou bastante, do nome de um personagem às ameaças de morte e, claro, merece todos os agradecimentos por me aturar no msn falando desse fic e fora dele! E a Juzinha, né? Uma fofa que leu o fic e foi me dizendo o que achava. E, claro, a vovó Evil Kitsune e a titia Lien Li também!

Sumário: Até onde uma alma ferida pode ir? Certas dores nos transformam em algo que não queremos, mas somos forçados a ser, até o ponto que não sabemos quem é nosso verdadeiro "eu". Yaoi – Lemon – 1 x 2.

Observações: Tudo citado sobre a Igreja Católica são pontos que eu achei importantes no fic e não tenho a intenção de ofender a crença de ninguém, que isso fique bem claro. Caso se sintam mal com os comentários ferinos a respeito da religião e de Deus no fic, ignorem-nas, não é minha opinião, mas foram necessários para o bom andamento do fic.

Hard To Say 'I Love You'

Não... eu não era o Deus da Morte, completamente.

Eu não matava... era muito mais cruel que isso, com quem mexia com o que era meu.

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Capítulo XII

A tarde passou mais rápido que o esperado, entre uma brincadeira e outra com meu filho. Sim... eu adorava ficar com o moleque, a cada dia ele se parecia mais comigo.

Seus olhos estavam mais violetas, mais vivos... mais meus, mas seus cabelos eram claros, como os da mãe.

-Doo... – Chamou, seus braços erguidos, balançando.

-Sou papai também. – Tentei, vendo-o sorrir.

-Papai Hee. – Suspirei, não conseguindo me irritar com ele.

-Ele também. – Murmurei, tentando fazê-lo dormir, mas... ele era meu filho.

Rodou pela casa, quebrando o que estava em seu caminho, tirando o que podia do lugar, fazendo uma bagunça que, sabia eu, deixaria Heero furioso.

Eu adorava aquilo.

Quando Alessandro, finalmente, resolveu ceder ao sono, Heero entrou pela porta, despertando-o. Era minha deixa perfeita.

-Ele se compor...

-Preciso ir. – Informei, entregando-lhe Alessandro.

Não ouvi suas palavras.

Estava mais concentrado no carro preto que seguia pela rua, devagar. Ah... loiro... você deveria pressentir o perigo. Sorri, malignamente, encontrando as chaves do meu veículo, seguindo, imediatamente, aquele homem que ousara olhar daquela forma para meu Heero.

Ele morava em uma parte nobre da cidade, seu apartamento era no último andar do edifício. Oh... ele tinha bom gosto.

E esperava que tivesse bom senso também.

-Boa noite, Nick. – Falei, assustando-o.

A chave do apartamento caiu de sua mão e eu me abaixei para pegar.

-Você não é o cara de hoje cedo, na casa do Heero? – Perguntou, erguendo uma sobrancelha.

-Precisamos conversar. – Falei, seco e ele sorriu, abrindo a porta do apartamento e me convidando para entrar.

Woow... era um loft e bem... o tal de Nikolay tinha muito bom gosto, mas isso não impediria que perdesse alguns dentes se ousasse tocar em Heero.

Se já não tivesse tocado.

-Bebe algo? – Perguntou, gentil.

"Seu sangue", pensei, mas, por motivos óbvios, não vocalizei.

-Não, obrigado. – Me sentei em um dos bancos que haviam perto da bancada da cozinha, encarando-o, vendo-o tirar o casaco e a camisa, expondo o corpo... de babar.

"Controle-se, Maxwell".

-Mas o que veio fazer aqui? – Perguntou, se servindo de uma taça de vinho.

Seu tom era insinuante, sedutor, mas dois podiam jogar aquele jogo.

-Falar... sobre Heero. – Comecei, tirando minha jaqueta. – Dizer que não te quero perto dele, em hipótese alguma e, caso isso aconteça, vou destruir se apartamento, mandar te darem uma surra e, quem sabe, talvez também te capar. – Sorri, apoiando os cotovelos na bancada.

O loiro deu um meio sorriso, nem um pouco amedrontado e isso me deixou... surpreso, mas não o suficiente para desistir.

-Hoje Heero me contou sobre você ser pai de Alessandro, mas não mencionou que vocês tinham um relacionamento. – Deu de ombros. – Sinto muito, senhor Maxwell, mas hoje o senhor foi traído. – Seu sorriso era despreocupado. – Eu beijei Heero, o toquei... hum... eu adoraria ter me deitado com ele, mas... ele não confiou em você para ficar tanto tempo com o filho.

A raiva foi maior do que pude supor.

Em segundos estava ao seu lado, encarando-o, sem precisar erguer o rosto. Não gostava dele, não gostava do ar despreocupado, daquela pose superior.

Era como... olhar pra um espelho.

-Se você ousar tocá-lo, eu vou...

-Sabe que agora percebo qual é o maldito problema do Heero. – Suspirou, passando a mãos pelos cabelos loiros que alcançavam seus ombros. – E o seu também.

-E qual é, senhor esperto? – Cruzei meus braços, realmente, bravo.

-Você o abandonou no passado, agora o quer de volta, ele hesita e toda essa história mais velha que o mundo, não é? – Arregalei meus olhos.

-Ele te contou! – Acusei.

-Heero jamais falaria algo assim. – Tive que concordar. – Bem, o problema chama-se frustração sexual. Deve ser horrível para você conviver com um homem como Heero e nem ao menos poder tocá-lo, saber que outro pode o tocar... deve ser complicado.

Não medi minha força, nem meu impulso. Meu punho acertou seu rosto, mas ele sequer deu um passo para trás.

-Não se trata de sexo, seu desgraçado! – Gritei.

-Não falei? – Passou os dedos pelos lábios machucados. – Puro tesão reprimido. – Suspirei. – E, Duo, tudo é sobre sexo.¹

-Você não entende. – Disse, dando a volta na bancada e pegando minha jaqueta. – Heero e eu... o sexo é incrível, mas não é o que preciso, o que quero, o que posso oferecer.

-Heero precisa de sexo e, você querendo ou não, vou dar isso a ele. – Apertei o pano da jaqueta entre meus dedos. – Posso lhe render uma boa briga.

-Heero não é um prêmio. – Respondi, caminhando até a porta.

-Mas eu o quero e ele me quer também. Não tente impedi-lo de ser feliz, não seja egoísta. – Sorri, sarcástico.

-Eu sou egoísta e se quer brigar comigo... se prepare, eu jogo baixo e não jogo limpo. – Declarei, saindo em seguida.

Só uma coisa me excitava mais que sexo, mais que Heero.

Uma boa briga.

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-Duo, você está bem? – Heero indagou, preocupado.

-Não. – Respondi, andando de um lado para outro em sua sala.

Ok. O problema não era aquele. O tal Nikolay pareceu se aquietar depois da minha ameaça. Não que ele não saísse mais com Heero, mas nesses encontros... eles não se tocavam. Eu sabia bem.

O segurança que pus atrás de Heero me relatava tudo.

O problema era outro, muito mais... real.

-Você pode se sentar, por favor, Maxwell? – O olhei, de cara feia, mas obedeci.

-Não sabia que era católico, Heero. – Falei, ríspido. – Por que tem que...

-Alessandro é meu filho e eu vou batizá-lo. Não estou pedindo sua opinião, estou te informando e te dando a chance de escolher o padrinho.

Ouch. Doeu bastante.

Respirei fundo, minha cabeça tombando no encosto do sofá. Heero não entendia o que estava me pedindo.

Entrar numa igreja católica, depois de tantos anos... era cruel da parte dele, querendo, praticamente, me obrigar àquilo. Ok. Não era obrigação, mas eu me sentia no dever de ir.

Tentei dissuadi-lo usando argumentos lógicos, ilógicos, absurdos e mentirosos, mas nada adiantou e, se conseguisse ter certeza, diria que Heero fazia de propósito, pronto a testar todas as minhas mudanças, querendo saber se eu, realmente, faria qualquer coisa por nosso filho.

Bem... eu faria, né?

-Como você escolheu a babá para ser a madrinha... – Torci o nariz, contrariado. – Tudo bem se Quatre for o padrinho? – Seus olhos se arregalaram, mas ele logo sorriu.

E eu me deliciei.

Estudei, por breves instantes, aquele rosto que me fascinava tanto. Tentei achar, ali, o motivo da minha paixão, dos meus sentimentos, mas só o que encontrei foi um par de olhos azuis, escuros, sinceros, magoados.

Era o bastante para eu entender.

Arrisquei erguer a mão, tocando sua bochecha e ele não recuou, mas seu semblante ficou sério, frio e eu me retraí. Diabos! Era tão complicado!

-Heero, eu...

-Eu sei, mas preferia não saber. – Falou, pesaroso.

-Você nunca me deu um motivo real! Falou tanto da minha covardia e agora...

-Não sou covarde, não é nada disso... se eu não quero, Duo, é, simplesmente, porque todo o encanto se foi, sinto muito se você não entende. – Pela primeira vez, desde que chegara naquele lugar, senti vontade de chorar mesmo.

Um bolo se formou em minha garganta e meus olhos arderam. Ótima, Maxwell, desprezado e fraco, ainda por cima.

-Você ainda me ama, é isso que não entendo.

-Amor não é tudo, infelizmente, e você, Duo... você não mudou o suficiente para que eu possa confiar, para que eu possa lhe dar tudo que lhe dei, no passado. – Ameacei protestar, dizendo que tinha mudado sim, mas ele me calou. – Confiança é muito mais difícil de se conseguir do que amor.

Me calei, absorvendo suas palavras. Heero queria mudanças, mas, infelizmente, eu não podia ir contra tudo que era, na essência. Já havia admitido que, grande parte, do meu comportamento destrutivo era fruto do trauma passado e consegui me livrar, em parte, dele, mas... mudar mais... não... eu era o que lhe mostrava, nada a mais ou a menos.

Talvez estivesse na hora de desistir e deixá-lo seguir seu caminho, livre de mim.

Alessandro escolheu essa hora para acordar, chamando nossa atenção. Heero subiu e o pegou, colocando-o em meu colo.

-O que você espera de mim? – Perguntei, frustrado.

-Nada, esperar algo de você é... estupidez.

-Então deixe-me te dar o que tenho. – Pedi, tentando não soar suplicante.

Merda! Falhei, horrorosamente.

O que diabos aqueles sentimentos estavam fazendo comigo? Admiti-los, carregá-los, aceitá-los, tudo bem, mas... me tornar fraco? Oh... não! O que aconteceu com toda aquela besteira de que "os sentimentos nos tornam fortes?".

Heero pareceu hesitar, pela primeira vez, e eu senti meu peito se apertar. Fiquei em expectativa, esperando por sua resposta, vocal ou não.

Em meu colo, Alessandro se mexeu, ajeitando-se contra meu peito.

-Vou sair com o Nikolay. – Declarou, suspirando. – Cuide do... nosso filho.

Apenas sorri, tentando não parecer triste.

A verdade era que, por mais que quisesse, não poderia desistir de Heero. Se eu fosse embora, meu coração ficaria com um enorme buraco e, diabos, isso doía pra cacete.

Será que havia me tornado um bobo apaixonado? Disposto a qualquer loucura para conseguir Heero para mim? Oh... pelo amor de qualquer deus responsável pelos sentimentos do mundo! Eu não estava desse jeito, estava apenas... lutando pelo que queria.

Tática nova, Maxwell. Nada se sentimentalismo! O jeito era ser brutal, arriscar e, de preferência, encurtar o tempo de espera para ter aquele japonês teimoso de volta.

Se, algum dia, me perguntasse se alguma vez duvidei, sinceramente, das minhas chances com Heero, eu responderia, simplesmente, que nunca.

O certo era estarmos juntos e, por mais que esse pensamento tenha sido criado pela minha mente um pouco doentia, eu acreditava, piamente, nisso. Tudo bem que nunca quis as coisas certas, mas... com Heero era tudo tão diferente...

-Volto às nove ou menos. – Pisquei, saindo de meus devaneios com a voz de Heero.

Apenas assenti, tentando suprimir o sorriso malicioso que surgiu em meus lábios.

Aquele japonês queria mudanças, mas eu provaria a ele que o Duo real era muito melhor que o estereótipo de uma esposa masculina, boazinha e solícita.

-Acho que o novo namorado do papai vai sofrer um acidente, pequeno Botticelli. – Sussurrei para meu filho, que apenas sorriu de volta.

Alcancei meu celular, cansado daquela história ridícula com Heero. Já estava ficando de saco cheio, já estava começando a parecer um maldito romancezinho clichê e para acabar com aquilo, nada como medidas drásticas.

O jogo com o tal Nikolay não tinha graça, ele não era um bom adversário, como havia pensado, mas ainda sim, representava um empecilho e eu queria me livrar de tudo que pudesse me impedir de ficar com Heero.

Com o aparelho em mãos disquei para um velho conhecido meu.

-Robert? Tenho servicinho para você...

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Heero chegou horas mais tarde, lívido.

Adorei vê-lo daquela forma, tão vulnerável.

-Heero, o que aconteceu? – Perguntei, largando o livro que estava lendo e me levantando.

-O Nikolay, ele... – Se calou, seu rosto em uma máscara estranha, que misturava raiva e choque.

-Sente-se aqui. – Falei, conduzindo-o, como se a casa fosse minha. – Agora acalme-se e conte o que aconteceu, certo? – Esfreguei seus ombros e ele relaxou.

Heero contou-me a trágica história do assalto que eles sofreram, na saída do restaurante e como o assaltante quase matou o loiro, que estava no hospital, em estado grave.

Consegui suprimir o sorriso, me contentando em apenas tomar as mãos de Heero entre as minhas, perguntando-o, uma sem conta de vezes, se ele estava bem.

Muitos tomariam minhas atitudes como cruéis, mas eu era um homem que havia perdido tempo demais remoendo coisas, deixando sentir e tudo mais. Eu queria ser feliz e ter Heero ao meu lado, não me importando o que precisasse fazer.

A verdade é que... os fins, realmente, justificam os meios.

-E você, Heero, se machucou?

-Não, o assaltante apenas me deu uma pancada na cabeça, mas nada forte demais, apenas me desorientou por alguns minutos, mas... foi o suficiente para que ele... Deus! – Trinquei os dentes, bravo.

Como Robert ousara machucar Heero?

-E como está seu amigo?

-Está no hospital, eu já fui a delegacia, mas expliquei que tinha um filho e precisava vir em casa, na verdade, tem um policial ali fora, me esperando, eu só vim para...

-Eu vou com você. – Disse, resoluto.

Além de machucar Heero, o estúpido homem, ainda deixara o loiro vivo. Maldição! Será que não encontrávamos mais bons assassinos nos dias atuais?

-E o Alessandro? – Indagou, parecendo... anestesiado.

Mas que fique bem claro que Heero não estava carente, ou qualquer outra coisa que sugerisse que ele precisava de carinho, de conforto ou algo parecido. Ele permanecia forte, inabalável, só... chocado, claro.

O que me deixou feliz foi ver que Nikolay era, só mais um amigo, mesmo. Afinal o rosto de Heero estava com outra máscara, claro, mas não sofria tanto quando se fosse eu numa cama de hospital.

-Ligue para a babá. – Sorri, me levantando. – Vou pegar algumas coisas na minha casa e passo aqui, ok? – Heero assentiu e eu me retirei.

A ligação que fiz foi... desnecessária. O homem estava com medo o suficiente para explicar, sem que eu pedisse, o motivo para não ter matado o loiro desgraçado. Ok. Um carro policial passando era motivo suficiente.

-O senhor quer que eu dê um fim nele, no hospital?

-Não... prefiro que ele viva. – Dei de ombros. – Uma denúncia dele contra mim, não surtiria efeito. – Expliquei. – Mas só uma coisa, Robert... – Murmurei, perigosamente. – Você machucou quem não deveria e vou fazê-lo pagar por isso. Fuja e se esconda porque quando eu te encontrar, seu sofrimento vai me dar muito prazer.

Desliguei o celular, feliz.

Nada mais orgásmico do que colocar medo nas outras pessoas. Podia imaginar a figura imensa de Robert, tremendo, chorando. Há! Ser um dos homens mais ricos do continente me dava muito poder.

De vida e de morte.

Peguei um casaco, indo me encontrar com Heero.

No final das contas, ele era tudo que importava e tudo aquilo era, somente, por ele.

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Sempre odiei hospitais, mas ainda naquele dia.

Depois de irmos a delegacia e de Heero terminar o depoimento, fomos direto para o hospital onde Nikolay estava internado e, lamentavelmente, recebemos a notícia de que ele já estava bem e que, se quiséssemos, poderíamos visitá-lo.

Eu, como bom homem, que sempre fui, não podia declinar o convite.

Heero ao meu lado, caminhando pelos corredores do hospital, parecia frio, certo do que fazer, sem vestígios do que acontecera, horas antes. E me fascinava essa... força que ele tinha.

O loiro estava na cama, apenas recebendo soro e algum outro medicamento, de forma intravenosa, e nada mais. Bem... nada mais se não considerássemos as múltiplas marcas e hematomas visíveis por seu rosto e ombros, que estavam descobertos.

E, felizmente, estava acordado.

Seus olhos arregalaram-se, amplamente, quando pousaram sobre mim. Não quando viu Heero e seu semblante, subitamente, preocupado, mas a mim.

Sorri, malicioso, em sua direção e o vi engoli em seco.

Heero sentou-se na cadeira ao lado da cama, sussurrando algumas palavras, enquanto o loiro apenas assentia, ou não, com a cabeça.

Longos minutos se passaram. Longos minutos do olhar de Nikolay sobre mim. Havia medo nas íris claras, mas havia, principalmente, respeito e um ar de derrota. Sim... ele sabia que eu vencera e que Heero, sendo um prêmio ou não, era somente meu.

-Vou falar com o médico. – O japonês informou, se levantando. – Já volto.

Assenti, sorrindo de forma... diabólica.

Me aproximei da cama, vendo o loiro tentar se erguer, sem sucesso. Oh... aquilo era muito divertido.

-Não se preocupe. – Murmurei, sentando-me onde Heero estivera. – Não vou tentar te matar, mas... avisei não foi? Por que foi tentar se meter comigo? – Suspirei, feliz. – Ele é meu, entendeu agora? – Nikolay assentiu, não submisso, mas ciente de sua derrota. – Deixe-o em paz e tudo acaba bem e, claro, nenhuma palavra sobe essa nossa conversa. – Sua cabeça balançou, assentindo, novamente. – Mas por que diabos você se arriscou tanto? Destruir seu apartamento não foi suficiente?

-Heero... vale... vale a... pena. – Balbuciou.

-Eu sei. – Sorri, simpático, lhe estendendo o copo de água, com um canudo.

Foi desse jeito que Heero nos encontrou e recebi, com grande dose de simpatia, um lindo sorriso seu. Táticas sujas também surtem o efeito esperado.

Quando saímos do hospital, Heero me surpreendeu, segurando minha mão, puxando-me para mais perto, já no estacionamento.

-Eu fiquei surpreso por ter ver ajudando o Nikolay, pensei que você não gostasse dele, mas... – Neguei e ele sorriu. – Talvez você, realmente, tenha mudado e seja uma boa pessoa.

-Eu não sou uma boa pessoa, Heero. – Afirmei, convicto. – O que aconteceu anos atrás destruiu uma parte de mim que nunca vai ser recuperada. – Seus olhos brilharam. – Mas, ainda sim, eu insisto nisso tudo. – Abri os braços, suspirando. – Só espero que me leve a algum lugar.

-Talvez te leve até minha cama.

-Não é na sua cama que quero estar. – Falei, me sentindo, estupidamente, fraco. – Quero estar na sua vida, por completo.

Heero me sorriu, mas nada falou e aquele sorriso me deixou... intrigado. Era um sim? Um não? Um talvez?

Maldição!

-Você é uma boa pessoa. – Disse, abrindo o carro. – Só não descobriu isso ainda.

-Se você soubesse o que eu faço, Heero... – Comecei, mas não prossegui.

-Eu sei o que você faz. – Neguei, mas ele continuou. – Você tenta, desesperadamente, reatar algo comigo, mas... o que tivemos não pode ser recuperado, talvez algo novo, mas não o que tínhamos, sei que você ama meu filho, sei que tenta mudar, que é gentil...

-Hey! Tá me fazendo parecer um cara legal! – Protestei, sorrindo.

-E também sei que o único responsável por Nikolay estar naquela cama é você. – Arregalei os olhos, dando alguns passos para trás e caindo, vergonhosamente, no chão.

Como ele poderia, positivamente, saber daquilo? Oh... merda! Que grande merda! Era óbvio que Heero iria embora, me escorraçar como um cachorro por ter agido daquela forma, mas...

Ele apenas me estendeu a mão, um sorriso estranho nos lábios.

-Sabe, Maxwell, eu lhe odeio por isso. – Virei o rosto, derrotado. – Mas gostaria de lhe odiar por outros motivos também. – Como ele conseguia me deixar tão confuso? – Entre no carro, vamos embora.

Obedeci, com uma puta confusão na cabeça.

Se Heero me odiava por que aquele sorriso? A gentileza? Ora! Agora sim tudo estava parecendo um maldito romance clichê prolongado para dar mais audiência!

Mas a vida não era um filme, as coisas não eram tão simples. Por mais que tudo parecesse resolvido, eu sabia muito bem que as mágoas no coração de Heero eram muito mais profundas e, mesmo ele dizendo que não era por medo que não cedia, eu sabia a verdade.

E podia compreendê-lo.

Quem, em sã consciência, voltaria a se envolver com alguém que já o havia machucado pra cacete?

-Duo, eu... – Heero parou, o carro em sua garagem e seus olhos opacos.

-Eu sei e, pela primeira vez, eu posso compreender, exatamente, o que está passando. Claro que eu ainda... estou apaixonado, ainda sou teimoso, mas... talvez você precise de algum tempo. Eu, simplesmente, apareci e não lhe dei tempo para raciocinar, para pensar...

-Está sendo sensato. – Afirmou, sorrindo.

-Mas... só me responda: você quer estar comigo? Estaria comigo se... pudesse, se não doesse tanto?

-Sim. – Respondeu, firme. – Mas nós somos adultos e sabemos que nem tudo é tão fácil.

-Nem se eu dissesse que... te amo?

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Continua...


¹ - Um prêmio pra quem dizer da onde vem essa frase! auhauauahhua... Essa é fácil pra vc Celly!

Centenas de milhares de desculpas a todos que acompanham esse fic! Nem as reviews foférrimas que recebi consegui responder! O tempo parece que voa, pensei que só ia conseguir postar esse capítulo daki a umas duas ou três semanas! Mil perdões às pessoas que mandaram reviews e eu não consegui responder! Juro que vou tentar responder, mas tá complicado... início de ano corrido demaaaaaaais!

Espero que tenham gostado desse capítulo e vou ver se na próxima vez que tiver tempo de sentar no pc, posto todos os capítulos que faltam de uma vez, pra não deixar ninguém esperando!

MUITO OBRIGADA PELAS REVIEWS!

Desculpem, de novo! Mas seria demais pedir que vcs deixem opiniões?

Beijos!

Arsínoe... mega-ocupada...