Retratação: Gundam Wing e seus personagens não me pertencem, porque se pertencessem, com toda certeza, o Duo não teria atirado no Heero, mas na Relena e ela teria uma morte bem dolorosa. Porém os personagens: Lindsay Vuorinen, Nikolay Karpol, Alessandro Yuy e os outros que não me lembro (¬¬) são de minha autoria.
Agradecimentos: Well... A Celly, primeiramente, claro! A moça me ajudou bastante, do nome de um personagem às ameaças de morte e, claro, merece todos os agradecimentos por me aturar no msn falando desse fic e fora dele! E a Juzinha, né? Uma fofa que leu o fic e foi me dizendo o que achava. E, claro, a vovó Evil Kitsune e a titia Lien Li também!
Sumário: Até onde uma alma ferida pode ir? Certas dores nos transformam em algo que não queremos, mas somos forçados a ser, até o ponto que não sabemos quem é nosso verdadeiro "eu". Yaoi – Lemon – 1 x 2.
Observações: Tudo citado sobre a Igreja Católica são pontos que eu achei importantes no fic e não tenho a intenção de ofender a crença de ninguém, que isso fique bem claro. Caso se sintam mal com os comentários ferinos a respeito da religião e de Deus no fic, ignorem-nas, não é minha opinião, mas foram necessários para o bom andamento do fic.
Hard To Say 'I Love You'
Nos separamos, tristes e magoados.
O amor era uma droga de sentimento, no final das contas.
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Capítulo XIV
Minha nova casa era o que tinha que ser: um lugar pra renovação. Ainda na Inglaterra, mas longe de Heero e, conseqüentemente, longe de meu filho.
Não perdi somente o japonês, no fim de tudo.
Parei na porta do quarto decorado em tons azuis, tipicamente, infantil. Sim... eu havia comprado aquele lugar para mostrar a Heero que eu mudara, que poderia ter um família e mantê-la.
Mas ele recusara e, por mais, que eu o entendesse, não podia deixar de me magoar com tudo aquilo. Merda! Tinha mudado tanto, feito tanta coisa... e ele... nem mesmo quisera tentar.
Bem... cada um escolhe o caminho que vai seguir.
Não podia negar que estava magoado e destruído por dentro. Por Heero e por meu filho, mas... não poderia fazer mais nada. Não iria rastejar, nem implorar. Não por orgulho, mas por bom senso. Que tipo de relação surge quando se começa assim?
Quem estava tentando enganar? Estava puto da vida! Amaldiçoando aquele desgraçado por ser um covarde, por ser como eu fui, por me impedir de ver meu filho por... me fazer amá-lo.
Oh... eu arrancaria as orelhas dele, se pudesse.
Melhor não pensar nele, falei para mim mesmo. Um mês era tempo o suficiente para que Heero não estivesse tanto em meus pensamentos.
Caminhei até a sala principal, onde estava o quadro que começara meses antes, quando me mudei para perto de Heero e Alessandro. Só faltavam alguns retoques e logo estaria pronto. Só não sabia se mandaria de presente para meu filho ou se penduraria em algum lugar da casa.
Meus pensamentos, traiçoeiros que são, resolveram voar para Heero. Doía ser rejeitado, mas... eu iria superar, mesmo que não completamente. Afinal... teria que conviver com aquilo mesmo.
Peguei meu material de pintura e me coloquei a trabalhar. Não que fosse fazer aquilo, novamente, com fins lucrativos. A pintura já me dera tudo e resolvi... desistir.
Não que não amasse pintar, pelo contrário. Era, realmente, um das poucas coisas, junto com sexo, que me fazia bem, mas trazia recordações demais. Primeiro pintava por fé, depois por dor... se continuasse pintando o motivo seria Heero e isso me levava a encarar toda a histórias a cada dia, a cada vez que me visse em frente a uma tela branca, com um pincel na mão.
Suspirei, ouvindo uma batida firme na porta. Odiava ser interrompido quando ia começar a pintar.
-O que diabos você ta fazendo aqui, Heero? – Perguntei, incrédulo, depois de abrir a porta e dar diversos passos para trás.
Pensei, sinceramente, que já tínhamos decidido, mesmo que sem palavras, que aquele dia, aquela briga, fora o fim e ponto, mas... por que Heero estava ali, em minha casa, com meu filho, me olhando como se... merda!
-Não agüentava mais ele te chamando. – Colocou Alessandro no chão, que veio correndo, da forma que conseguia, em minha direção. – Foi um erro te impedir de vê-lo.
-Como me achou? – Perguntei, curioso, abraçando o pequeno.
Heero me encarou, seus olhos mais escuros que o costume. Conseguia me sentir mais fraco só ao vê-lo tão perto, respirando o mesmo ar que eu.
Meu coração disparou, mas sabia que o tom de Heero e tudo mais eram de uma pessoa irritada por ceder, por admitir que eu não era descartável na vida de Alessandro.
Nos encaramos, mudos e constrangidos. Lembrei-me da discussão, do tapa, do soco e senti meu peito apertar ainda mais. Doía.
Fora desnecessário até certo ponto, mas... se tinha que acabar que fosse logo de uma vez, antes que eu me irritasse, de verdade, e mandasse darem-lhe uma surra. O que mais magoou foi notar como ele aceitara tudo, me dando esperanças... merda! Eu nunca fizera isso! Nunca prometera o que não poderia cumprir, nunca ofereci esperanças vãs.
-Quatre me deu o endereço. – Respondeu, mais seco que o costume.
-Bem... o que quer que eu faça? – Perguntei, sinceramente, não entendendo muita coisa.
-Fique com ele, oras! Mas essa merda de casa é longe da minha, por que veio pra tão longe? Como vou trazer o Alessandro todos os dias aqui? Seu egoísta!
-Ora! Cala a boca, seu idiota! – Explodi. – Se vim pra cá foi por sua causa! A culpa é sua, não me encha o saco!
Pronto... outra briga. Desnecessária, dolorosa... droga.
-Doo... – Senti os dedos pequenos tocando meu rosto e suspirei, sorrindo para meu filho.
-Sim, meu amor. – Alessandro sorriu, ajeitando a cabeça em meu pescoço.
-Acho que ele está com sono. – Heero falou, baixo.
-Vou colocá-lo no quarto dele e... – Me calei, estapeando-me, mentalmente.
-Quarto dele? Do que está falando? – O tom desconfiado me fez olhá-lo com deboche.
-Já conversamos. – Falei, tentando soar calmo.
Subi, com Alessandro nos braços, lágrimas nos olhos, feliz por estar com meu filho, novamente. Não havia notado quanta falta sentia de seu sorriso fácil.
O abracei, o beijei e agradeci a Deus – sim, estávamos nos dando melhor – por ter trazido meu filho para mim, mesmo que por poucos instantes.
Alessandro sorria, feliz, puxando minha trança, brincando comigo. Nem mesmo Heero poderia substituir aquele amor que eu sentia por meu filho. Era tão puro, tão sem interesse... quase podia me sentir normal com aquele sentimento.
Quis ficar mais com ele, abraçá-lo, beijá-lo e tudo mais, porém meu filho bocejava, provavelmente, cansado da viagem, não tão longa.
Meu filho.
Meu e de Heero.
Podíamos ser uma família feliz... se a merda do destino não resolvesse foder com minha vida a cada passo que eu dava, desde que encontrei Heero.
Logo o pequeno dormiu, e coloquei, confortavelmente, na cama com grades que havia comprado, especialmente para ele. Quando saí deixei a porta aberta, para ouvi-lo chorar, caso acordasse.
Tinha uma batalha a enfrentar.
Vi, já na ponta das escadas, Heero em frente ao quadro que eu estava pintando, parecendo admirado com o que via. Se não me enganei, haviam pequenas lágrimas nos belos olhos azuis.
-É um belo trabalho. – Falou, assustando-me.
-Como todos os outros que fiz. – Meu tom irônico o fez erguer uma sobrancelha.
-Podemos ser civilizados? – Suspirei, descendo as escadas. – Infelizmente, meu filho se apegou a você e, querendo ou não, somos o modelo de uma família separada, então... temos que achar uma solução.
-Faça como quiser. – Respondi, seco. – Minhas idéias, geralmente, não te agradam.
Heero apenas me olhou, sério, caminhando em minha direção. Instintivamente, dei um passo para trás, assustado. Aqueles olhos... merda! Ele parecia querer me picar em vários pedacinhos.
-Que tipo de idéias suas não me agradam?
-Quando te propus que ficássemos juntos e tudo mais. – Dei de ombros, indo me sentar em frente a lareira. – Quer uma solução? Traga-o nos fins de semana para me ver, é simples.
-E eu teria que ficar aqui.
-Algum problema? A casa é grande o suficiente para não termos que nos esbarrar.
Droga! Droga! Eu não queria ter aquela conversa, não queria tê-lo tão perto. Por que ele tinha que me abalar tanto?
Tempos antes eu não titubearia em mandá-lo embora, mas... tinha meu filho e bem... eu o amava.
E não queria brigar. Aprendi, na prática, que brigas trazem dor e... ninguém gostar sofrer, nem mesmo um louco como eu. O melhor seria conversar, civilizadamente, tentando conter aquele impulso que nos movia quando estávamos juntos.
Havia algo... algo que criava certa tensão entre nós, vontade de brigar, de testar as reações do outro. Não era saudável, mas era inevitável. Sempre seria assim, quando estivéssemos um perto do outro.
Era como pólvora... e fogo. No sexo ou fora dele, sempre seríamos assim, e era disso que eu gostava, isso que me encantava, saber que Heero jamais seria passivo comigo, sempre rebateria, sempre discutiria.
Podiam me chamar de louco, mas... gostava daquele tipo de situação. Calma me irritava.
Heero sentou-se ao meu lado e eu lhe contei sobre a casa, sobre o sábado que Nikolay apareceu, que meus planos eram o de levar Alessandro e ele até ali, para lhe mostrar que, realmente, queria uma família. Iria lhe mostrar o pequeno playground, o escritório feito para ele, minha sala de pintura, o quarto infantil e tudo mais.
Mas, infelizmente, não acontecera como o previsto.
Quem pode mandar no destino, afinal?
-Fez isso tudo por nós? – Perguntou, sem me olhar.
-Fui estúpido, eu sei. – Deitei no chão, cruzando os braços sob a cabeça. – Mas, infelizmente, nossas faculdades mentais tendem a sumir quando estamos apaixonados, você sabe.
-Acho que sei. – Deitou-se também, olhando para o alto.
Ficamos deitados, lado a lado, olhando para o teto, ignorando a proximidade e a tensão que se formavam. Eu queria tocá-lo, depois de tanto tempo, meu corpo implorava pelo dele, mas... infelizmente, aquela não era uma situação sexual.
Se Heero me dissesse, naquele momento, que só podia me oferecer sexo, eu aceitaria, sem hesitação. Fosse por necessidade física ou por mais que isso. O que importava?
Ele era um belo espécime, e por Cristo! Aquela calça jeans parecia se ajustar, perfeitamente, as coxas firmes e a blusa de gola alta... já havia dito o quanto Heero mexia com meu corpo?
Pro inferno a prudência e o medo de me machucar! O que mais podia acontecer para destruir meu coração?
Maxwell... sempre que você está para baixo aparece algo para te afundar mais...
-Sempre te achei tão patético. – Falei, olhando para o alto. – Tão correto, mas sempre gostei de te ver explodindo, discutindo, brigando, me possuindo com força... me fascinava. – Confessei, sorrindo.
-Já você era sempre tão irônico, tão explosivo... eu gostava quando estava lá deitado, passivo, os olhos brilhando, me dizendo tudo o que não queria dizer. – Arrisquei desviar meu olhar, procurando o seu.
Heero fitava o teto, os olhos semicerrados, suspirando, vez ou outra.
Eu não queria amá-lo tanto. Na verdade, eu queria odiá-lo por me fazer tão fraco, por me deixar tão fascinado com sua presença, mas também aprendi que não se manda no coração.
Quer merdas de lição havia aprendido.
Me sentei, as costas apoiadas no sofá, encarando a lareira em minha frente. Aquela era uma casa tão "família", tão deprimente... como cheguei àquele ponto?
Heero continuava deitado, fitando o teto, a respiração calma, ignorando aquela tensão que estava entre nós. Tensão emocional, sexual e tudo mais. Era impressionante como os papéis tinham se invertido e o indiferente entre nós dois, fosse ele, não mais eu.
Impressionante e assustador. Mande Duo Maxwell lidar com toda a escória do mundo, mas não o coloque em um cômodo onde é ignorado.
Bufei, irritado, pegando um cigarro, acendendo-o. Fazia muito tempo que não fumava, na verdade, desde que decidira ficar com Heero e meu filho, havia abolido hábitos não saudáveis e como conseqüência perdi um tempo precioso de fumante, quando poderia estar destruindo meu pulmão e aumentando minhas chances de ter câncer.
Droga de vida, mesmo.
Ironicamente, me lembrei de uma cena parecida, muitos meses antes, na França, na minha sala dos fantasmas. Heero, eu e um cigarro.
Foi, mais ou menos, um começo para nós.
E então lá estava eu, na minha nova casa deprimente, com meu sonho de consumo deitado, na minha frente, altamente, atraente e sexual, como sempre.
-Não me lembro de ter te visto fumar, muito. – Ele falou, deixando seus olhos encontrarem os meus.
-Estava pensando nisso. – Ofereci o cigarro e ele sentou-se também, de frente para mim, tragando, com certa dose de satisfação.
-Eu também evito por causa do Alessandro. – Comentou, displicente.
Sorri, sem humor algum. Não queria aquela troca de palavras sem significado algum. Aquilo era entranho entre nós. Precisávamos dos comentários sarcásticos, das palavras ferinas e tudo mais, senão... não éramos nós.
-Eu lembro de você na minha casa, na França, na primeira vez. – Falei, tomando o cigarro de seus lábios, levando aos meus. – Eu quis transar com você. – Heero riu, abertamente, ficando mais relaxado.
-E eu quis fazer amor. – Seu olhar tornou-se um pouco melancólico. – Tão diferentes...
-Mas isso não nos impediu de rolar pelo chão, tempos depois. – Me inclinei sobre ele, acreditando no vi que brilhar nos olhos azuis.
Havia desejo, necessidade... amor. Ora... foda-se a prudência! Tudo que consegui foi com minha impetuosidade.
-Mas você não sabia o que estava fazendo... – Tirou o cigarro de mim, apagando-o em meu tapete caríssimo. Quis ficar com raiva... mas não consegui.
-Não, eu não sabia. – Confessei, sincero. – Mas agora sei o que quero. – Sussurrei, meus dedos em suas coxas.
-E o que quer fazer? – Seu sorriso não passou despercebido e me permiti sorrir também.
-Amor... somente isso. – Suas mãos me puxaram para perto, até que sua respiração encontrasse meus lábios.
-Tem certeza?
-Bem... se você só quiser sexo... – Brinquei, envolvendo seu pescoço com meus braços. – É uma opção só sua, só me deixe te sentir aqui... dentro de mim, mesmo que não entenda porque essa súbita mudança de...
-Cala a boca, antes que estrague tudo...
Foi uma ordem que acatei, com grande dose de satisfação.
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Não sei dizer de quem foi a iniciativa, mas em questão de minutos, estávamos semi nus, somente com nossas roupas de baixo, nos esfregando, nos tocando, como dois loucos, no chão.
Pouco me importava porque Heero havia mudado de idéia e, de repente, estava sobre meu corpo, me beijando, me acariciando... os motivos que fossem pro inferno, o importante era que ele estava ali.
Foi assustador quando senti seus dedos em meu rosto, me tocando com adoração. Meu coração pareceu se juntar com outra coisa, ou com outra parte dele mesmo e fez um alto 'crack'. Foi tão patético, tão certo, tão confuso... droga! Eu senti vontade de chorar.
Estava com as costas no chão, apenas com minha cueca, me amaldiçoado por ter colocado-a. Era uma peça tão desnecessária... Heero estava sobre mim, entre minhas pernas, me olhando, analisando.
-Tanto tempo... – Ele murmurou, baixinho.
-A culpa é toda sua. – Declarei, roçando meus lábios nos seus. – Eu te quis durante todos esses meses.
-Eu devo estar fora de mim por estar aqui, mas queria tanto que quase enlouqueci.
-Costumo causar esse efeito nas pessoas. – Heero sorriu, me beijando.
O senti com meus lábios, meus dedos, meu corpo inteiro. Podia senti-lo vibrando sobre mim, e ainda nem estávamos nus! Cristo! O que aquele homem fazia comigo?
Seus dedos deslizaram pelas laterais do meu corpo, acariciando com cuidado, com zelo, enquanto o que eu mais queria era senti-lo logo dentro de mim. Mas... não daquela vez.
Era especial, diferente e eu queria prendê-lo ali e, como todas as táticas sujas não funcionariam, decidi apenas me render e deixá-lo me mostrar tudo o que queria. Não tinha muito a perder mesmo, a não ser meu coração, claro, mas achava que poderia viver sem ele.
Estupidez. Não poderia não.
Minhas mãos correram por suas costas, devagar, sentindo cada centímetro, cada músculo. Eu vibrei como ele, redescobrindo cada parte de seu corpo, cada reação e ação.
Era fascinante.
Heero moveu-se, seu corpo deslizando sobre o meu, enquanto seus lábios desceram por meu pescoço, meus ombros, meu peito. Era tudo, deliberadamente, lento. Ele queria que eu sentisse tudo aquilo. E senti, detalhadamente, cada salto que meus músculos davam, cada suspiro que deixava meus lábios.
-Hee... – Chamei, rouco, puxando seu rosto, fazendo-o me beijar, novamente.
Por mais que aquelas sensações fossem deliciosas, eu tinha mais a mostrar a Heero do que ele a mim. O queria me tocando, me provando, mas... precisava mostrar a ele... mostrar que podia fazer amor, de forma consciente.
Era quase como planar, tê-lo ali, tão perto, como sempre havia desejado por todos aqueles longos, arrastados e torturantes meses. Por ele, percebi, poderia me abster de qualquer coisa, menos, logicamente, de tocá-lo.
Na verdade, tocá-lo era algo que, definitivamente, era impossível não fazer.
-Deixe-me mostrar a você. – Pedi, sussurrando em seu ouvido.
-Estou aqui, não estou? – Espalmei as mãos em seu peito, afastando-o. – Se eu não quisesse que você me mostrasse, não estaria aqui, Duo. – Sorri, ternamente, acariciando seu rosto.
Havia tanto a dizer, tanto a mostrar a fazer, mas... por hora, tocá-lo era o suficiente.
O deitei no chão, meus dedos livrando-o, rapidamente, da última peça, deixando-o, magnificamente, nu bem diante dos meus olhos. De meus famintos olhos.
Heero era algo como... a perfeição, simples assim. Eu não poderia não olhá-lo, parecia quase um pecado não me deleitar com aquela visão. Principalmente, quando meus olhos desciam por seu abdômen e pairavam sobre aquela ereção.
Retirei tudo que disse sobre Deus não me amar.
Ok. Eu amava Heero o suficiente para admitir que minhas faculdades mentais estavam prejudicadas, mas, obviamente, minha visão não fora afetada e vê-lo daquele jeito... hum... tinha que admitir que era uma visão e tanto.
E tanto, principalmente.
Conhecia bem meus instintos e eles me transformaram quase em algum animal irracional, pois avancei sobre Heero, meus lábios atacando os seus, esfomeadamente. De repente, estava inundado por uma vontade descontrolada de tê-lo enterrado, bem fundo, dentro de mim.
Será que eu tinha algum problema em não conseguir conciliar os sentimentos com meus instintos?
-É isso que quer me mostrar? – Perguntou, irônico, com os lábios inchados.
-Será que você pode se ver? – Prendi seus pulsos ao lado de sua cabeça. – Eu não tenho como não agir assim, pelo amor de Deus! – Falei, exasperado.
-Você é tão sexual... – Riu, sua língua correndo por meu pescoço. – Sempre gostei disso, não são seus gestos que me mostram o que você sente, Duo... é, simplesmente, você, seu olhar, essa sua necessidade...
-Você me entende, tão perfeitamente... – Comentei, soltando seus pulsos e me sentando.
-Oh sim... e sei o que você precisa... agora. – Engoli em seco, vendo-o vir para cima de mim.
Seus dedos soltaram meus cabelos, a depois me empurraram, fazendo-me bater com as costas no chão. Tentei protestar, mas minha cueca foi rasgada e tive que me calar.
Adorava aquele olhar.
Era aquela necessidade que eu amava, que tornava Heero o que era pra mim.
Não queríamos toques, preliminares ou algo assim. Aquela tensão perdurou por tanto tempo que, mesmo antes da preparação, eu já estava apto a recebê-lo em mim. Todo dentro de mim.
Sua boca buscou a minha, enquanto seus dedos, úmidos com minha própria saliva, sondavam minha entrada, tentando, avidamente, me preparar.
Quis dizer que não queria, que não precisava, mas seu olhar era tão doce, tão carinhoso... daria minha cabeça em uma bandeja se ele quisesse.
Meus sentimentos eram uma mistura estranha dentro de mim, pareciam viajar do meu coração para meu estômago, fazendo-me sentir um frio esquisito, seguido de um calor pouco conhecido. Era como estar... completo.
Segurei seu rosto entre minhas mãos, enquanto afastava mais minhas coxas, encaixando-o, perfeitamente, em meu corpo.
Eu queria dizer, lhe contar, lhe falar, mas tudo se perdeu quando o senti penetrar meu corpo, lentamente. Foi a sensação mais incrível pela qual meu corpo já havia passado. Foi uma fusão... meu coração, meus sentimentos e minhas sensações colapsaram, unidas e eu gemi, alto, puxando seu rosto para perto do meu.
Quis olhar em seus olhos, mas não consegui. Minhas pálpebras estavam fechadas, em sinal de dor. Não que eu quisesse sentir aquilo, mas... reações físicas, como aquela, não era voluntárias, infelizmente. Queria ter podido ver, dançando nas íris azuis, tudo que Heero sentiu quando entrava em meu corpo.
-Eu sei... – Ele disse, simplesmente, afundando o rosto em meu pescoço, respirando, pesadamente.
Sim... ele sabia o que eu estava sentindo, porque eram reflexos de suas próprias sensações.
Pairando naquela linha tênue entre o prazer e a dor, me decidi pelo primeiro. Dor podia sentir sempre, mas o prazer... o prazer te ter Heero em mim, depois de tanto tempo, era forte demais para que a dor, ínfima e desnecessária, tomasse parte.
Pedi que ele se movesse, me tomasse, me possuísse, mas por um longo tempo, Heero permaneceu parado, descansando dentro de mim, parecendo divagar sobre tudo aquilo.
-Heero... – Chamei, meus malditos olhos úmidos.
Qual era meu problema, afinal? Chorar no meio do sexo era inconcebível!
-Senti tanta falta... – Murmurou.
Ele era meu problema.
-Do meu corpo? – Perguntei, incapaz de conter algumas lágrimas patéticas.
-De você.
Eu sorri. Sim, eu sorri como um estúpido e patético bobo feliz. Céus! Eu o beijei com tantos sentimentos que pensei que ia matá-lo sufocado.
Não soube o que responder a ele, na verdade, nem sabia se precisava responder algo. Heero sabia o que eu sentia, minhas palavras pareciam ser desnecessárias, mas... ele merecia muito mais que meus olhares.
Mas, felizmente – ou não – não me foi possível vocalizar nem sentimentos, nem nada a mais.
Heero se moveu, preciso, certeiro, fazendo um grito alto deixar minha garganta. Minha descompostura foi tanta que sequer me lembrei de nosso filho, dormindo no andar de cima.
-Shh... temos um bebê em casa, não acorde-o com seus gritos histéricos. – A voz de Heero soou divertida e eu me zanguei.
-A culpa é sua! – Ele apoiou as mãos ao lado de meu corpo e eu cruzei os braços sobre meu peito. – Você está me sacaneando...
Pensei que ele retrucaria, brigaria ou até mesmo desistisse de tudo, mas... Heero apenas sorriu, um brilho de fascinação em seus olhos azuis.
-Você é tão lindo... – Tive a decência de corar, puxando-o para mim, fazendo-o desabar sobre meu corpo.
-Não seja besta... – Falei, baixinho, ocultando meu sorriso na curva de seu pescoço.
-Tão patético e desbocado... – Resolvi não retrucar.
Brigar com Heero, tendo-o dentro de mim, era ser sádico demais. Eu era sádico, mas não maluco, nem desequilibrado, claro.
Lentamente, seu corpo começou a movimentar-se contra o meu, arrancando alguns gemidos, mais baixos, de meus lábios. Meus dedos estavam em suas costas, apertando-o contra mim.
Era tão certo que assustava.
Vibrei, sentindo sua carne ir cada vez mais fundo, me fazendo ofegar e murmurar palavras desconexas, junto com ele.
-Heero... – Chamei, quando o senti querendo sair de cima de mim.
-Shh... calma. – Falou, sereno, deitando-se com as costas no chão.
O olhei, meio incrédulo, meio insatisfeito, mas Heero apenas me de um sorriso malicioso, daqueles que faziam meu corpo se arrepiar por inteiro.
-Seu...
-Conduza. – Suspirei, sorrindo também.
Seu olhar era tão predador que minha ereção pulsou, ansiosa.
Sem preâmbulos ou cerimônias, me sentei em seu colo, me deixando penetrar de uma vez só. Heero arqueou as costas, surpreso, gemendo alto.
-Não seja histérico. – Falei, cínico.
-Não seja tão sádico... – Rimos os dois, juntos e eu me movi, ondulando os quadris.
Suas mãos apertaram minha cintura, movendo-se por minhas costas, entrelaçando-se em meus cabelos. As minhas estavam em seu peito, marcando-o com minhas unhas.
O mais fascinante não era o prazer absurdo que sentia, era ver aqueles olhos brilhando tão febrilmente. Pra mim, por mim, pelo que estava fazendo.
Me movi mais rápido, o prazer me inundando cada vez mais. Gemi, querendo beijá-lo, mas Heero foi mais rápido, se sentando, nos unindo ainda mais.
Era meio patético pensar que estávamos nos unindo muito mais que fisicamente, mas... foi inevitável. Os olhos dele me diziam tantas coisas que, era impossível não ficar romântico como uma colegial.
Passei meus braços por seu pescoço, abraçando-o apertado, enquanto ele acariciava minha nuca, algumas vezes puxando meu cabelo, beijando meu pescoço, me marcando. Era tão... excitante aquela mistura de carinho com descontrole que temi me esvair entre nossos corpos, antes mesmo de ser tocado.
Mas Heero era um amante completo e me tomou entre seus dedos, me tocando da mesma forma que me penetrava: forte e rapidamente.
Gemíamos, um pouco fora de controle, chamando um o nome do outro, mergulhando de cabeça nas sensações que pensamos que jamais sentiríamos juntos, de novo. Mas, pelo menos daquela vez, o destino resolveu ser meu amigo, fazendo Heero aparecer, inesperadamente, em minha porta.
E por conseqüência lá estávamos nós, suados, na sala, sem pudor algum.
A vida não era tão ruim assim.
Heero me afastou um pouco, sua mão livre acariciando meu rosto, enquanto seus olhos, mergulhavam nos meus. Como estava mais alto que ele, olhei para baixo, meu sorriso, extremamente, bobo firme nos lábios.
-Você é, absurdamente, bonito, sabia? – Assenti, sem um pingo de modéstia.
-Assim como você, não é? – Ele afirmou também, me beijando de maneira doce.
Correspondi ao toque, diminuindo o ritmo que me movimentava sobre ele, simplesmente... sentindo tudo aquilo.
Se eu passara tudo aquilo, apenas para sentir aquele momento, posso afirmar, sem nenhuma dúvida, que valera muito a pena.
Senti o orgasmo se aproximar e me surpreendi em como minha excitação não diminuía, mesmo que o carinho fosse, naquele momento, maior que todos os instintos.
Forma nova de conseguir prazer... hum... interessante.
-Hee... – Gemi, afundando as unhas em suas costas.
Como não poderia deixar de ser, em um momento como aquele, Heero pousou os lábios em meu ouvido, enquanto eu sentia as primeiras ondas do orgasmo me levarem.
-Te amo... – Falou, bem baixinho, antes de se esvair dentro de mim.
O acompanhei naquela explosão... e na declaração.
-E eu a você.
Amor... simples assim.
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Continua...
Yeeeeeeeeees... graça a pedidos desesperados e ameaças de morte... eles se entenderaaaam... mas esse ainda não é o final, ok? Falta mais um cap... e um pekeno epílogo. Mas... não vou mais separá-los... eu acho - risada cruel - ...
Quero agradecer MUITO as reviews que recebi, elas me animaram bastante! Mas quero pedir desculpas pela falta de respostas, mas o tempo não tem sido legal comigo... o diz tinha que ter umas 36 horas pra poder render o tanto que preciso...
Enfim... muito, muito, muito obrigada ao carinho de vcs, que acompanham esse fic desde o início.. e os que a pegaram no meio do caminho tb.
Beijos e posto o próximo cap o mais rápido que puder.
Grande beijo.
