Segunda Tentativa

O belo e jovem herdeiro da família Black tinha um plano para reparar o fiasco anterior. Dessa vez, Sirius prometeu para si mesmo, ele ia fazer bonito. Ia levar seu Moony às nuvens.

Tudo aconteceria no dia da próxima visita a Hogsmeade. Primeiro, eles sairiam do castelo com todos os outros estudantes e, como de costume, iriam ao pub beber com Peter e James. Então, quando todos estivessem se divertindo e, de preferência, já embriagados, Sirius e Remus deixariam o bar sem ser notados, voltariam para o castelo e teriam o dormitório só para os dois pelo resto do dia.

Os Marotos ocupavam uma mesa no fundo do Três Vassouras, onde eles poderiam consumir bebidas alcoólicas sem chamar tanta atenção. Assim que se sentaram, uma garota não muito mais velha do que eles se aproximou, sorrindo de orelha a orelha.

- Olá, rapazes! O que vão querer hoje?

Apesar de, em sua fala, a garota se referir a todos os quatro, ela tinha o olhar fixo em Sirius. Este, por sua vez, foi logo se levantando, envolveu a mão da moça na sua e pousou um beijo delicado.

- Nicolle. Como você está bonita hoje. Fez algo no seu cabelo? – disse Sirius, no seu tom mais encantador.

Quando Sirius voltou a se sentar, Remus lascou um beliscão em sua coxa.

- Por favor, Nicolle, uma rodada de cerveja. Daquela que a gente gosta.

- Eu prefiro uma dose de uísque, por favor.

- Remus, desde quando você resolveu virar homem? – James provocou. Remus respondeu com um gesto nada cordial.

- Ei, James, olha bem o jeito que você fala com ele – Sirius retrucou.

- Uuuuuuuui – e James e Peter caíram na gargalhada.

Toda vez que avistava Nicolle, Sirius levantava o copo num brinde para ela, dava uma piscadela e seu sorriso mais charmoso. Era óbvio o desconforto de Remus, que dava uma golada comprida no uísque a cada cena dessas.

- Calma, Moony – Sirius murmurou ao ouvido de Remus, com a mão acariciando a perna do rapaz por debaixo da mesa. – Eu tenho que dar um jeito de agrada-la. Se ela não tivesse essa quedinha por mim, nenhum de nós conseguiria consumir álcool aqui no Três Vassouras. E por falar nisso, é bom você dar uma maneirada com esse uísque. Eu tenho uma surpresinha para você, daqui a pouco, e acho bom você estar inteiro.

Ao ouvir isto, o rosto de Remus se iluminou com um sorriso. – Surpresa, é? Quanto mais vou ter que esperar?

- Na verdade, acho que não quero esperar mais nenhum minuto. Vamos dar o fora daqui.

Remus disse que ia dar uma volta. Logo em seguida, Sirius se levantou, dizendo que precisava ir ao banheiro. Na saída, ele se lembrou de pedir para Nicolle que ela continuasse servindo os outros garotos.

Sirius esperava por Remus do lado de fora do bar. O vento cortante daquela tarde de novembro fazia o garoto bater os queixos. Logo Remus apareceu e se aproximou, sorrindo maliciosamente para Sirius.

- Frio, hein? Tenho algo bom para aquecer aqui comigo – e, abrindo o casaco, Remus mostrou uma garrafa de uísque de fogo que ele havia escondido e a ofereceu para Sirius, que aceitou um gole.

- Mas eu sei de algo muito melhor para aquecer – disse Sirius, puxando Remus pela mão de volta para o castelo.

A porta do dormitório mal havia se fechado quando Sirius partiu para cima de Remus com mãos, lábios, língua. O outro respondeu com o mesmo entusiasmo. O beijo alcoólico, um corpo pressionado contra o outro, uma só vontade.

Foi um Sirius ofegante que conseguiu se desvencilhar do abraço de Remus.

- Espere, Remus. Espere um pouco. Eu tenho algo para você.

Sirius empurrou o outro garoto até sua cama e o fez sentar. Então, ele puxou de baixo da cama um velho toca-discos.

- Consegui isso no laboratório de Estudo dos Trouxas. Eu também pesquisei uma música e me disseram que esta era perfeita para o que eu pretendo.

Quando a agulha tocou o vinil, ouviu-se os primeiros acordes e uma bela voz de homem cantando:

I've been really tryin', baby

Tryin' to hold back this feeling for so long

And if you feel like I feel, baby

Then, come on, oh, come on

Let's get it on

Logo nos primeiros versos, Sirius começou a balançar o corpo, timidamente, no ritmo da música e foi tirando o suéter. Remus o olhava da cama, sentado de pernas cruzadas sobre o colchão, o queixo apoiado sobre as mãos, os olhos brilhantes.

Com o olhar fixo em Remus, Sirius se pôs a desabotoar a camisa. Remus deu um gritinho de encorajamento e Sirius foi se soltando mais, passando a balançar mais os quadris e a se exibir para a "platéia". Remus ria, mas de um jeito gostoso, não constrangedor, e Sirius se derretia todo ao ver aqueles olhos semi-cerrados, aquelas bochechas rosadas.

A camisa de Sirius voou longe. Próximo passo: a calça. Sirius já a estava desabotoando quando percebeu que Remus havia parado de rir e parecia estranho.

- Moony, o que você tem? Você está bem? – perguntou Sirius, parando imediatamente com a dança e indo até Remus.

Remus não pôde responder e Sirius também não pôde ajudar. Havia vômito sobre suas roupas e seus lençóis.